Normalmente, a mulher pretende ser ela a amamentar o bebé, depois de ter dado à luz. Mas nem sempre o consegue. Ocasionalmente, condições exteriores à sua vontade impossibilitam-na de amamentar, criando um certo sentimento de frustração.

Baixa produção de leite

Há mulheres que não produzem leite suficiente para satisfazer as necessidades do bebé, pelo que são obrigadas a recorrer ao leite artificial e ao biberão.

Para as mulheres que enfrentam esta realidade, a situação adquire contornos de falha pessoal e mesmo de sensação de perda.

Embora estes sentimentos sejam compreensíveis, deve esforçar-se por não entrar em derrotismos: o facto de o bebé ser alimentado a biberão não invalida que sejam criados laços fortes entre ele e a mãe.

Se segurar carinhosamente o bebé de encontro a si enquanto lhe dá o biberão, ele pode extrair da alimentação por biberão uma satisfação tão grande como se estivesse a mamar directamente do seio materno.

Com efeito, a alimentação por biberão pode gerar um grande prazer, susceptível de ser compartilhado com o parceiro, o que não sucede relativamente à amamentação.Por vezes, a falta de saúde da mulher não lhe permite amamentar o recém-nascido; ou então, essa amamentação encontra-se condicionada em virtude de uma série de factores. Três exemplos:
  • Diabetes - As mães diabéticas podem recear que a amamentação agrave os sintomas da doença - sede intensa, cansaço, problemas de visão, necessidade constante de urinar -, ou que a própria diabetes possa trazer complicações para a criança. A maioria destes receios não têm fundamento. A mulher, se assim o desejar, pode amamentar o filho, desde, é claro, que mantenha os níveis da diabetes sob controle e que não descure da dieta alimentar.
  • Hepatite A, B e C - A hepatite vírica é uma infecção provocada por um dos diversos tipos de vírus conhecidos, colocando-se a hipótese desta doença poder ser transmitida para o bebé através do leite materno. Esta hipótese é provável? Depende do tipo de hepatite que afecta a mulher:

    Hepatite A - Os seus sintomas ligeiros como a perda de apetite, febre, cansaço e náuseas podem ser tratados durante a amamentação, sem prejuízo para o bebé.

    Hepatite B - O vírus da hepatite B já foi detectado no leite materno. No entanto, uma vez que o bebé, provavelmente, já esteve exposto ao vírus durante a gravidez ou parto, os investigadores defendem que as mães infectadas não necessitam de suspender a amamentação. O bebé que nasça infectado com a hepatite B deve ser imunizado contra o vírus logo após o parto, e novamente aos dois e seis meses de idade.

    Hepatite C - A maioria dos investigadores defende que até a mais ínfima probabilidade de infecção faz da amamentação um risco, principalmente se a mãe atravessa uma fase aguda da doença. Este facto não invalida que a mulher, quando se sentir melhor e o médico assim o aconselhar, possa retomar a amamentação.
  • Herpes - O herpes é uma infecção aguda devida a um vírus que provoca, geralmente, bolhas e feridas em redor da boca ou em qualquer parte do corpo, incluindo a área genital. Deve ser o médico a confirmar se se trata realmente de uma infecção por herpesvírus.

    Este vírus não é transmitido através do leite materno, mas o bebé pode ser facilmente infectado se tocar numa bolha ou ferida existente em qualquer área do corpo da mãe - boca, mãos, seios.

    Se uma das zonas infectadas for, por exemplo, os mamilos, é aconselhável interromper a amamentação até as feridas estarem completamente secas e cicatrizadas (o que, geralmente, leva cerca de dez dias).


Cirurgia

Ao ter sido submetida a um determinado tipo de cirurgia, a mulher pode ter, ainda que sem intenção, afastado ou, pelo menos, limitado, a sua capacidade de amamentar.

É o caso, por exemplo, das mulheres que, em virtude da presença dum carcinoma, tiveram de proceder a uma mastectomia (remoção cirúrgica de um seio).
  • Mastectomia - Esta operação contribui para uma limitação da capacidade da mulher para produzir o leite necessário à subsistência do bebé.

    Não obstante, e em princípio, a mulher pode amamentar do seio saudável, caso o médico não aponte qualquer contra-indicação.
  • Implantes nos seios - A operação de aumento dos seios tende a fazer com que os mamilos se tornem mais ou menos sensíveis do que o normal. Por outro lado, a mulher que se submeteu a este tipo de cirurgia pode contar com dores mais intensas quando o peito começar a ficar cheio de leite, dois a sete dias após o parto. Poderá amamentar, desde que os nervos que rodeiam a auréola não tenham sido cortados ou danificados durante a cirurgia em causa.
  • Redução dos seios - Este tipo de cirurgia pode danificar os canais e as glândulas produtoras de leite, dificultando a amamentação. Regra geral, numa operação de redução dos seios, o mamilo é removido e recolocado num seio reconstruído, o que tende a danificar seriamente os canais responsáveis pela produção de leite. A circulação do leite também fica um pouco mais inibida, registando-se ainda uma diminuição da sensação nos mamilos.