parto natural

O termo parto natural significa entrar em trabalho de parto e parir sem qualquer tipo de medicação. Por isso, uma das características mais importantes deste tipo de parto é que se pode fazer tanto em casa, como no hospital, como em clínicas privadas ou na água.


É frequente este tipo de escolha e porquê?

As mulheres que optam por este tipo de parto estão prontas a aceitar a dor e o desconforto como fazendo parte da experiência do nascimento que elas procuram ter. Esta experiência inclui participar activamente em cada fase do parto e do modo que puder para atingir o objectivo final que é um bebé nos braços sem ter recorrido a qualquer tipo de medicação. Não são muitas as mulheres em Portugal que optam por este tipo de parto, ou por não pensarem no parto natural como uma possibilidade ou por terem medo das dores e preferirem “despachar-se” depressa. Existem contudo alguns factores que levam a mulher a optar pelo parto natural tais como:
  • O controlo que tem durante todas as fases do parto, podendo movimentar-secomo lhe convier, escolher a posição que mais lhe agrada e decidir se lhe apetece ou não meditar, se quer ou não tomar um duche quente, ou até se lhe apetece fazer qualquer outra coisa.
  • Há quem pense que este tipo de controlo efectuado pela mulher durante o parto diminui consideravelmente a necessidade de certos tipos de intervenção médica, como por exemplo a monotorização fetal ou a cesariana.
  • Quando a mãe opta pelo parto natural, o seu bebé não corre o risco de ser afectado negativamente por qualquer tipo de medicamentos tomados para aliviar as dores. Esta é uma questão em que nem todos estão de acordo, pois há quem acredite que o bebé não será afectado com determinados tipos de medicação e aqueles que defendem que toda e qualquer medicação atinge o bebé. Uma coisa é certa, os bebés que nascem de parto natural são mais activos e estão mais alertas, prontos para mamar, estabelecendo contacto visual e aptos a iniciar a relação afectiva com a mãe, enquanto que os bebés que nascem sujeitos a medicação estão sonolentos e inactivos.


Preparação para o parto natural

Uma mulher que faz esta escolha, fá-la com alguma antecedência e pode preparar-se fisica e psicologicamente para o parto natural. Há porém, que ter em atenção que, nem todas as mulheres podem recorrer a este tipo de parto, pois podem não ter tido uma gravidez saudável e estarem fisica e psicologicamente debilitadas, como pode também acontecer que o bebé não esteja em condições para nascer naturalmente.

Hoje em dia sabe-se que a dor do parto se deve a um reflexo cerebral condicionado. A mulher acredita, aprendeu desde que era criança, que o parto tem de doer necessariamente e tal crença gravou no seu cortex cerebral um forte reflexo condicionado negativo, que faz com que, quando o estímulo nervoso do parto chega ao cérebro, este produza a dor sem arranjar maneira de reagir contra ela. Para contornar esta situação a mulher deverá, racionalmente, anular o reflexo negativo, substituindo-o por outro positivo que a induza a participar activamente no parto, sabendo no que consiste e de que modo pode contribuir para facilitá-lo.

O apoio do parceiro ou de alguém da sua confiança, pode facilitar o processo. Existem ainda outras formas de conseguir fazer isto, nomeadamente a preparação física que a mulher pode ir adquirindo ao longo da gravidez, através da frequência de aulas de exercícios especiais, aprendendo técnicas de respiração e de relaxamento. A água pode ser um aliado poderoso da mulher na altura do parto na medida em que actua, na última fase da dilatação como um analgésico, diminuindo o ritmo e a intensidade das contracções, por um lado e acelerando a dilatação pelo outro. Poderá, ainda recorrer à hipnoterapia, à aromaterapia, à homeopatia, à acupuntura, ao etonox e o esen, na medida em que a ajudarão a suportar a dor sem relação com qualquer tipo de medicação.

parto natural

E se as coisas não correrem como planeado?


A possibilidade de algo correr mal existe sempre, independentemente da saúde, da preparação ou do estado de espírito da mulher. Por isso, se de algum modo, as coisas não correrem como planeado e tiver de ter uma episiotomia ou de ser submetida a uma cesariana de emergência deve acima de tudo lembrar-se que a sua segurança e a do bebé estão em causa e que são o mais importante de tudo. Pode suceder ainda que, a meio do trabalho de parto, queira desistir e optar por uma epidural ou qualquer outro tipo de medicação. Não tem de se sentir culpada ou fracassada por isso, o importante é que tentou e, quem sabe, pode querer ter outra oportunidade.