Isto é uma daquelas coisas que seria capaz de afirmar a pés juntos que comigo não aconteceria: ponderar uma IVG. Mas fiquei grávida novamente e pondero uma IVG. Pondero a IVG por achar que não tenho estofo para mais um bebé, sendo os meus (3) ainda tão pequenos, por achar que todos eles ainda precisam demasiado de mim e que não estou psicologicamente disponível para recomeçar tudo de novo: noites sem dormir, atenção repartida por mais um bebé, casa, trabalho... Pondero também porque da mesma maneira que acho que não tenho estofo, acho que os meus pais também não (os meus pais têm-me ajudado incondicionalmente com os meus filhotes. sou uma mãe priveligiada nos dias que correm). Eu pondero avançar com a IVG, mas ao mesmo tempo, desde que confirmei que estava grávida e que o meu corpo começou a modificar-se, eu ponderei resignar-me e avançar, mesmo sabendo que me esperam no mínimo 2 anos complicados pela frente. O meu marido não concorda comigo, e por ele a IVG é a única solução. Ou seja, não tenho muita margem de manobra - ainda que a decisão final seja minha, não me parece que decidir prosseguir quando para ele isso não é hipótese nos leve a lado algum. Acho que aceitei que é pela IVG que tenho que enverdear. Pelo menos assim tento convencer-me. Mas há um pormenor que me preocupa bastante: Apesar de eu ser uma pessoa que (felizmente) não tem aptência para a depressão e que facilmente dá a volta por cima, vivi muito de perto o stress pós-traumático de que o meu pai sofre. Ele tratou-se, mas sei que ainda hoje tem demasiada dificuldade em lidar com isso. Como conseguirei eu lidar com a morte de um filho meu?!?! Com uma morte provocada por mim??!?! Como será a continuação da minha relação com o meu marido se não o fizer?? E os meus filhos?
Sinto-me bastante desnorteada... O que pode acontecer em termos psicológicos após uma IVG? Será pacífico lidar com as sequelas? Valerá a pena arriscar o contrário?!?!
Sinto-me bastante desnorteada... O que pode acontecer em termos psicológicos após uma IVG? Será pacífico lidar com as sequelas? Valerá a pena arriscar o contrário?!?!
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