Não fazia ideia o que era um prematuro.
Por vezes ouve-se dizer que fulano ou cicrano nasceu de 7 meses ou de 8 meses mas nunca tive consciência do que isso implicava. Nem sequer sabia que uma criança que nem 1Kg tem podia sobreviver. Não tinha sequer noção que os hospitais têm uma unidade especial só para esses bebés e são muitos. Não tinha noção de nada disso até começar a sagrar no trabalho e ir de charola para o hospital com 23 semanas de gravidez. Sangrar desalmadamente ao mesmo tempo que me dizem que o mais provavel é que teriam de tirar o bebé e que não iria sobreviver. Mas o bebé aguentou-se mais 2 semanas na minha barriga. O sangue já não era muito e tive de me manter durante essas 2 semanas deitada sem me levantar nem para comer, nem para fazer xixi. Tive de implorar à enfermeira chefe para me deixar tomar um banho porque estava farta de tomar banho à gato. E lá fui tomar banho...deitada na maca...
Estava de 25 semanas e começou a dar-me contrações. Lá fui de charola para o R/C, para as urgências na eminência de ter a criança. Medicação para parar as contrações e muito choro de nervos (pela 1ª vez chorei que nem uma desalmada desde que dei entrada no hospital). Tudo controlado! Após 2 dias de CTG ligado à minha barriga todo o dia e toda a noite, era já perto das 00:00 quando pedi a arrastadeira. Quando toquei para a levarem...Upssss. Senti-me toda molhada. Rebentaram as águas, e agora???? Cesariana com anestesia geral. Acordei com a sensação de que tinha sido atropelada por um camião de muitas, muitas rodas.A minha filha está bem. Não a posso ver porque está na incubadora, mas está bem. Nasceu às 4h54 da manhã do dia 22 de Maio de 2006 com 910gr. Parecia um ratinho. Muito pequenina e magrinha e ainda cheia de cabelinho ou pelinho em todo o lado. Quase que não a podia beijar porque tinha um "capacete", "máscara" e fios por todo o lado, mas tinha sobrevivido e para mim era linda. Após 2 meses e um semana de casa/hospital todos os dias, dia 31 de Julho de 2006 teve alta.
É a melhor coisa da minha vida. O pai diz que não quer ter mais filhos porque não quer passar por tudo aquilo de novo pois há grandes probabilidades de voltar a acontecer o mesmo. Não sei se mais tarde irei voltar a querer ser mãe. Para já não quero. Sinto-me super realizada como mãe e quase tudo o que faço, faço questão de o fazer com a minha filha. É como ela me diz: "Ó mãe, sabes é que eu adoooro estar sempre contigo". Também eu filha, também eu...
Por vezes ouve-se dizer que fulano ou cicrano nasceu de 7 meses ou de 8 meses mas nunca tive consciência do que isso implicava. Nem sequer sabia que uma criança que nem 1Kg tem podia sobreviver. Não tinha sequer noção que os hospitais têm uma unidade especial só para esses bebés e são muitos. Não tinha noção de nada disso até começar a sagrar no trabalho e ir de charola para o hospital com 23 semanas de gravidez. Sangrar desalmadamente ao mesmo tempo que me dizem que o mais provavel é que teriam de tirar o bebé e que não iria sobreviver. Mas o bebé aguentou-se mais 2 semanas na minha barriga. O sangue já não era muito e tive de me manter durante essas 2 semanas deitada sem me levantar nem para comer, nem para fazer xixi. Tive de implorar à enfermeira chefe para me deixar tomar um banho porque estava farta de tomar banho à gato. E lá fui tomar banho...deitada na maca...
Estava de 25 semanas e começou a dar-me contrações. Lá fui de charola para o R/C, para as urgências na eminência de ter a criança. Medicação para parar as contrações e muito choro de nervos (pela 1ª vez chorei que nem uma desalmada desde que dei entrada no hospital). Tudo controlado! Após 2 dias de CTG ligado à minha barriga todo o dia e toda a noite, era já perto das 00:00 quando pedi a arrastadeira. Quando toquei para a levarem...Upssss. Senti-me toda molhada. Rebentaram as águas, e agora???? Cesariana com anestesia geral. Acordei com a sensação de que tinha sido atropelada por um camião de muitas, muitas rodas.A minha filha está bem. Não a posso ver porque está na incubadora, mas está bem. Nasceu às 4h54 da manhã do dia 22 de Maio de 2006 com 910gr. Parecia um ratinho. Muito pequenina e magrinha e ainda cheia de cabelinho ou pelinho em todo o lado. Quase que não a podia beijar porque tinha um "capacete", "máscara" e fios por todo o lado, mas tinha sobrevivido e para mim era linda. Após 2 meses e um semana de casa/hospital todos os dias, dia 31 de Julho de 2006 teve alta.
É a melhor coisa da minha vida. O pai diz que não quer ter mais filhos porque não quer passar por tudo aquilo de novo pois há grandes probabilidades de voltar a acontecer o mesmo. Não sei se mais tarde irei voltar a querer ser mãe. Para já não quero. Sinto-me super realizada como mãe e quase tudo o que faço, faço questão de o fazer com a minha filha. É como ela me diz: "Ó mãe, sabes é que eu adoooro estar sempre contigo". Também eu filha, também eu...
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