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Não estou a conseguir ultrupassar a perda!

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  • Não estou a conseguir ultrupassar a perda!

    Olá a todas,

    hoje escrevo pois já não sei como lidar comigo, com a tristeza que tenho dentro de mim e começo a achar que preciso de ajuda.
    Perdi o meu pai no passado mês de Março e desde aí que não consigo praticamente dormir, fazer as lides da casa a horas, estar com os meus amigos, dedicar-me a alguma coisa, sendo que para ajudar ando sempre cheia de dores de cabeça!
    Tenho inumeras questões na minha cabeça, passo grande parte dos dias a chorar(quando namorido não está)e sózinha com o meu piolho.
    Em miuda tinha um relacionamento "aspero" com o meu pai, ele protegia-me e eu como adolescente achava que só me proibida de tudo!Finalmente cresci e passou a ser o meu melhor amigo se bem que não disse-se a ninguem, nem a ele.Apoiou-me incondicionalmente em todas as barreiras que fui apanhando e esteve muito presente nos momento mais dificeis. Ligava-lhe inumeras vezes ao dia.
    A primeira palavra do meu filho foi avô! e no dia que ele faleceu estive com ele, almoçamos juntos, e disse-lhe amanha passo por cá outra vez!Dei-lhe um beijo e saí!
    O meu filho passou o dia todo a chamar pelo avô e ao fim do dia tudo acabou...Como poderia alguem imaginar? A minha cabeça está sempre a fervilhar de perguntas que não vejo respondidas.
    Por fora sou forte, tenho que dar apoio a minha mãe, mas depois sou eu que não me levanto!
    Todos dizem que tenho que ultrupassar, mas a verdade é que não estou a conseguir...Ando muito revoltada com tudo e com muitas pessoas da familia. Faço um esforço enorme para não me descontrolar com as pessoas em respeito à minha mãe...
    A burocracia é imensa e ha sempre mais qualquer coisa a tratar. As pessoas não imaginam o que é ir a uns 500 lugares e dizer sempre venho comunicar a morte do meu pai!!

    Vou ao cemitério e ainda assim custa-me a acreditar que ele realmente morreu.

    Estou devastada!

  • #2
    Olá!

    Não há palavras que possam aliviar a tua dor. Apenas consigo imaginar a dor que deve ser a perda de um Pai.
    Sinceramente acho que não deves hesitar em procurar ajuda especializada, seja de um psicólogo, de um grupo de ajuda para perdas ou de qualquer outra coisa semelhante que te possa ajudar.
    Essa dor imensa que sentes tem que ser tratada...
    Gostava de te conseguir ajudar mais... mas não sei como...

    Um beijinho e um abraço muito apertadinho!


    \"Bom mesmo é ir à luta, com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve.\"

    \"Ter problemas na vida é inevitável; ser derrotado por eles é opcional\"

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    • #3
      Olá Rodriel,

      O teu pai faz-me lembrar o meu, quando era adolescente não o podia "ver à frente", desde que casei que passou a ser um dos meu grandes compinchas, as minhas cachopas adoram-no e não me imagino a não o ter presente na minha vida, por isso faço assim uma pequena ideia do que poderás estar a passar neste momento, principalmente se se tratou de uma morte inesperada

      Se sentes que precisas de ajuda então não te acanhes e trata de a procurar!! pelo teu pequenino, mas principalmente por ti, para que te consigas ir erguendo aos poucos.

      Um abraço apertado e muita força!


      A felicidade completa

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      • #4
        Bem, só posso tentar imaginar o que estás a passar. Perdi o meu único irmão há já 10 anos. A mim sempre me disseram que tinha de ser forte pelos meus pais, que tinha de ultrapassar tudo e mais não sei o quê. Tretas. Tudo tretas.
        Não temos de ultrapassar. Temos de aceitar o que aconteceu, a isso não há volta a dar. Mas não temos de ultrapassar. Eu não quero ultrapassar nada. Já me custa saber que o mundo continuou a girar e a ignorar o que se passou. Não quero ultrapassar porque não quero esquecer. Tenho fotos do meu irmão por todo o lado, falo dele, lembro-me de tudo o que fazíamos de bom juntos. Custa imenso e a cicatriz parece que nunca pára de sangrar mas fui dando tempo ao tempo e as coisas foram melhorando. Não faças como eu. Chora o que tiveres de chorar, desabafa o que for preciso e não te isoles. Eu andei a fazer-me de forte e foi a maior asneira que fiz.

        Dito tudo isto, houve duas frases que me ajudaram muito a lidar com a situação, curiosamente as duas de músicas do Luís Represas: "A eternidade é o lado bom da saudade" e "Só Deus tem os que mais ama".

        Beijinhos
        2 filhotes lindos

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        • #5
          A Micaela tem toda a razão!

          Eu pertenço a um grupo de perdas. a regra básica é mesmo essa... não se esquece!
          Enterrar a dor viva é o pior que podes fazer. Mais tarde ou mais cedo explode como se fosse um vulcão... e mais, vai-te consumindo por dentro.
          Chora, exterioriza a tua dor, escreve sobre ela.
          Um dos métodos que utilizamos chama-se carta de sentimentos: esreve uma carta ao teu pai com tudo o que sentes por ele (o teu amor, a tua saudade, possíveis ressentimentos, culpas). Vais chorar muito. Vai-te abalar muito. Mas é muito curador!
          Com passinhos de bebe vais aprendendo a viver com esse amor ausente e a recordar sem doer mas sim fazer-te sorrir...


          \"Bom mesmo é ir à luta, com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve.\"

          \"Ter problemas na vida é inevitável; ser derrotado por eles é opcional\"

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          • #6
            Ola!

            Infelizmente tb perdi o meu pai ha 3 anos..vitima de cancro e é mto dificil. Primeiro foi a revolta..pq ele? Depois a desilusao e tristeza..e so por fim o aceitar. N é facil, tem dias k estou sensivel e choro por kk coisinha..tem outros k me lembro mto mto dele (lembramos smp mas ha dias k parece k n me sai da cabeça) e fico tao triste. Tb tive k ser forte pela minha mae mas chora..so vais libertar a angustia k te invade. O mundo gira e continua a avançar...mas a saudade permanece smp dentro de nós..c o tempo vais começar a recorda-lo c carinho e perceber k ele é agora a estrelinha mais brilhante do céu..k te iluminará todos os dias Beijinho grande

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            • #7
              Inserido Inicialmente por MBprincesa Ver Mensagem
              Olá!

              Não há palavras que possam aliviar a tua dor. Apenas consigo imaginar a dor que deve ser a perda de um Pai.
              Sinceramente acho que não deves hesitar em procurar ajuda especializada, seja de um psicólogo, de um grupo de ajuda para perdas ou de qualquer outra coisa semelhante que te possa ajudar.
              Essa dor imensa que sentes tem que ser tratada...
              Gostava de te conseguir ajudar mais... mas não sei como...

              Um beijinho e um abraço muito apertadinho!

              Olá ;Mbprincesa, obrigado pelo abraço, acho que é o que mais preciso e ninguem percebe!
              Confesso que já pensei em montes de coisas, mas não consigo dar o passo, fico sempre a pensar que o tempo vai ajudar a acalmar a ferida
              .
              Entretanto vou aproveitando uns mimos e abraços e desabafando nem que seja em pensamento.
              Obrigado por tudo

              Editei só para dizer que me sim, que me sinto a consumir dia a dia, que ando muito angustiada e que hoje fez 3 meses que o meu pai faleceu e já parece uma eternidade.
              A carta de sentimentos que falas eu já o fazia sem saber, ou seja, não escrevo mas todos os dias o faço mentalmente e chorar...nem sei como ainda consigo!
              Não sei se ficou algo por dizer, sei sim que um dos motivos que me consome é tentar perceber o que aconteceu e porque não consegui eu fazer nada!!
              Isto é que me mata aos poucos, não ter podido fazer nada, de só lhe ter dado um beijo, de não poder ter segurado na sua mão na hora devida!
              Tento viver um dia de cada vez e agarrar-me ao meu filho pois é dele que tenho que ir buscar força.
              Ultima edição por rodriel; 05-06-2011, 23:39.

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              • #8
                Inserido Inicialmente por cafapv Ver Mensagem
                Olá Rodriel,

                O teu pai faz-me lembrar o meu, quando era adolescente não o podia "ver à frente", desde que casei que passou a ser um dos meu grandes compinchas, as minhas cachopas adoram-no e não me imagino a não o ter presente na minha vida, por isso faço assim uma pequena ideia do que poderás estar a passar neste momento, principalmente se se tratou de uma morte inesperada

                Se sentes que precisas de ajuda então não te acanhes e trata de a procurar!! pelo teu pequenino, mas principalmente por ti, para que te consigas ir erguendo aos poucos.

                Um abraço apertado e muita força!
                olá cafapv, obrigado pelas palavras, nem imaginas como é bom ter alguem que te possa ouvir num momento destes.
                O facto de ter sido uma morte inesperada está a complicar tudo, não que o facto de existir uma doença seja mais fácil pois ao contrario do que dizem não acredito que te confromes de alguma coisa.
                Ajuda preciso daqueles que me são proximos mas nem sempre é fácil...não sou pessoa de "pedir" pois da vezes que pedi para ficarem com o meu filho para poder fazer o meu luto e ir ao cemitério me foi dito um não redondo e grande na cara.

                Sei que me vou levantar, mas acho que tenho alguns passos a percorrer, as vezes sinto-me como um dependente com programa de x passos...
                Estou na revolta e negação..nem sei qual será o seguinte, mas mais cedo ou mais tarde eu levanto-me.
                Aproveita para dizer ao teu compinchas o quanto o amas...sinto-me tranquila por o ter dito tantas vezes.

                beijocas

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                • #9
                  Inserido Inicialmente por micaela24 Ver Mensagem
                  Bem, só posso tentar imaginar o que estás a passar. Perdi o meu único irmão há já 10 anos. A mim sempre me disseram que tinha de ser forte pelos meus pais, que tinha de ultrapassar tudo e mais não sei o quê. Tretas. Tudo tretas.
                  Não temos de ultrapassar. Temos de aceitar o que aconteceu, a isso não há volta a dar. Mas não temos de ultrapassar. Eu não quero ultrapassar nada. Já me custa saber que o mundo continuou a girar e a ignorar o que se passou. Não quero ultrapassar porque não quero esquecer. Tenho fotos do meu irmão por todo o lado, falo dele, lembro-me de tudo o que fazíamos de bom juntos. Custa imenso e a cicatriz parece que nunca pára de sangrar mas fui dando tempo ao tempo e as coisas foram melhorando. Não faças como eu. Chora o que tiveres de chorar, desabafa o que for preciso e não te isoles. Eu andei a fazer-me de forte e foi a maior asneira que fiz.

                  Dito tudo isto, houve duas frases que me ajudaram muito a lidar com a situação, curiosamente as duas de músicas do Luís Represas: "A eternidade é o lado bom da saudade" e "Só Deus tem os que mais ama".

                  Beijinhos
                  Inserido Inicialmente por micaela24 Ver Mensagem
                  Bem, só posso tentar imaginar o que estás a passar. Perdi o meu único irmão há já 10 anos. A mim sempre me disseram que tinha de ser forte pelos meus pais, que tinha de ultrapassar tudo e mais não sei o quê. Tretas. Tudo tretas.
                  Não temos de ultrapassar. Temos de aceitar o que aconteceu, a isso não há volta a dar. Mas não temos de ultrapassar. Eu não quero ultrapassar nada. Já me custa saber que o mundo continuou a girar e a ignorar o que se passou. Não quero ultrapassar porque não quero esquecer. Tenho fotos do meu irmão por todo o lado, falo dele, lembro-me de tudo o que fazíamos de bom juntos. Custa imenso e a cicatriz parece que nunca pára de sangrar mas fui dando tempo ao tempo e as coisas foram melhorando. Não faças como eu. Chora o que tiveres de chorar, desabafa o que for preciso e não te isoles. Eu andei a fazer-me de forte e foi a maior asneira que fiz.

                  Dito tudo isto, houve duas frases que me ajudaram muito a lidar com a situação, curiosamente as duas de músicas do Luís Represas: "A eternidade é o lado bom da saudade" e "Só Deus tem os que mais ama".

                  Beijinhos
                  Não fazia ideia desta tua perda.. e tenho a mesma opinião, tenho que aceitar mas não vou ultrupassar, falo com e sobre o meu pai todos os dias
                  O meu filho ocntinua a perguntar pelo avô e quando vou à minha mae percorre as casas à sua procura...falo dele e mostro-lhe fotos todos os dias.
                  Não escondo a minha dor, apesar de ter consciencia que me estou a isolar. Sinto que ainda não consegui fazer o meu luto...e não ainda não aceitei, se bem que tento todos os dias!
                  Como disse antes tenho uma revolta muito grande que juntando a "cenas tristes de familiares", entre outras me está a deixar os nervos em franja, sendo que me salta a tampa por pouca coisa.
                  Ha dias maus e dias muito maus..não consegui ainda ter um dia normal...mas vou seguir o teu conselho e deixar o tempo ter o seu papel activo.

                  Julgo que quando esta raiva acalmar as coisas vão melhorar, mas não sei bem como fazê-lo...

                  obrigado por estares presente para mim!
                  beijocas

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                  • #10
                    Inserido Inicialmente por tati28 Ver Mensagem
                    Ola!

                    Infelizmente tb perdi o meu pai ha 3 anos..vitima de cancro e é mto dificil. Primeiro foi a revolta..pq ele? Depois a desilusao e tristeza..e so por fim o aceitar. N é facil, tem dias k estou sensivel e choro por kk coisinha..tem outros k me lembro mto mto dele (lembramos smp mas ha dias k parece k n me sai da cabeça) e fico tao triste. Tb tive k ser forte pela minha mae mas chora..so vais libertar a angustia k te invade. O mundo gira e continua a avançar...mas a saudade permanece smp dentro de nós..c o tempo vais começar a recorda-lo c carinho e perceber k ele é agora a estrelinha mais brilhante do céu..k te iluminará todos os dias Beijinho grande
                    Obrigado..obrigado...obrigado..
                    acho que disseste aquilo que eu não tenho conseguido dizer..a revolta..a tristeza..
                    O meu pai foi inumeras vezes hospitalizado com problemas graves sendo a ultima ha cerca de 1 ano em que esteve nos cuidados intensivos em coma, com falencia de vários orgãos, ligado a ventilador, a faze hemodialise e sem perspectiva médica de recuperar a consciencia e se recuperar sem saberem com que problemas.
                    Sempre disse que ele tinha uma estrelinha que o ajudava acreditava mesmo nisso. E a verdade é que tirando o facto de ter que aprender novamente a andar e ter acordado desnortedo ele não sofreu quaisquer sequelas.
                    Andava bem e foi subito, lembro-me de pensar quando soube que a estrelinha me tinha abandonado e foi horrivel.
                    Mas levo um dia de cada vez..
                    Uma beijoca grande e um abraçinho forte como me fez a mbprincesa que apesar de ser virtual me soube tão bem.

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                    • #11
                      Inserido Inicialmente por rodriel Ver Mensagem
                      Olá ;Mbprincesa, obrigado pelo abraço, acho que é o que mais preciso e ninguem percebe!
                      Confesso que já pensei em montes de coisas, mas não consigo dar o passo, fico sempre a pensar que o tempo vai ajudar a acalmar a ferida
                      .
                      Entretanto vou aproveitando uns mimos e abraços e desabafando nem que seja em pensamento.
                      Obrigado por tudo

                      Editei só para dizer que me sim, que me sinto a consumir dia a dia, que ando muito angustiada e que hoje fez 3 meses que o meu pai faleceu e já parece uma eternidade.
                      A carta de sentimentos que falas eu já o fazia sem saber, ou seja, não escrevo mas todos os dias o faço mentalmente e chorar...nem sei como ainda consigo!
                      Não sei se ficou algo por dizer, sei sim que um dos motivos que me consome é tentar perceber o que aconteceu e porque não consegui eu fazer nada!!
                      Isto é que me mata aos poucos, não ter podido fazer nada, de só lhe ter dado um beijo, de não poder ter segurado na sua mão na hora devida!
                      Tento viver um dia de cada vez e agarrar-me ao meu filho pois é dele que tenho que ir buscar força.
                      Sim. Precisas de abracinhos e miminhos. Embora te pareça uma eternidade, passou muito pouco tempo.

                      A carta de sentimentos que te falei deves mesmo passá-la para o papel. Vais ver que é completamente diferente e que, embora chores muito enquanto a escreves, tem um efeito muito curador. Experimenta fazê-lo. Hoje não tenho aqui os meus guias que nos ajudam a perceber quais são os sentimentos libertadores e curadores, mas prometo que amanhã sem falta envio-tos, tá?

                      Não achamos sempre que ficou algo por dizer, os ses são mais que muitos, as culpas que nos atribuimos (injustamente) também... faz tudo parte do teu luto e sofrimento.

                      Sim, um dia de cada vez!

                      Beijinhos e abracinhos apertados.

                      P.S. adiciona-me no FB (se tiveres) tenho lá algumas notas que deves ler! (Raquel Raposo - anaraquel.raposo@sapo.pt)


                      \"Bom mesmo é ir à luta, com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve.\"

                      \"Ter problemas na vida é inevitável; ser derrotado por eles é opcional\"

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                      • #12
                        Uma coisa que me custou imenso foi sentir a insensibilidade das pessoas. para teres uma ideia, por exemplo, o padrinho da minha filha foi o meu pai em substituição do meu irmão. mesmo assim, a minha sogra teve a gentileza de dizer que era um sacrifício muito grande estar sentada na mesma mesa que a filha do 2º casamento do meu sogro. Pois, e a nós não nos custa nada saber que falta lá uma pessoa tão importante...
                        Já me mentalizei que vão haver sempre palavras insensíveis e nós só as podemos ignorar ou responder torto se estivermos para lá virados. Nunca mais me calo quando ouvir destas coisas.

                        Quanto à raiva, eu deixei a raiva consumir-me muito tempo. Não percebia o porquê de uma data de coisas, fiquei zangada com os amigos dele porque o deixaram sozinho, comigo porque não estava lá...
                        Um dia, tivemos uma cliente aqui no escritório a quem mataram o filho. Mataram mesmo, com um tiro. Ela tinha um ódio tão grande, mas tão grande ao rapaz que lhe matou o filho que eu percebi tudo. Percebi que no caso do meu irmão não há culpas e, por um lado, ainda bem. Era mais fácil apontar o dedo a alguém ou a alguma coisa, mas ela estava tão consumida com o ódio que nesse momento agradeci a Deus por não haver culpas a apontar. Pronto, aconteceu. A partir daí deixei de culpar os amigos e mais uma data de coisas. Aceitei o que aconteceu e quando me sinto pior, a culpar-me, penso naquela mulher. Ela nem era capaz de lembrar o filho sem sentir o ódio contra o outro rapaz e isso eu não quero.

                        Estou para aqui a falar e se calhar não faço sentido. Espero que sintas que se precisares de alguma coisa estamos aqui. Às vezes é bom desabafar só por desabafar. Saber que alguém ouve. Beijinhos
                        2 filhotes lindos

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                        • #13
                          Inserido Inicialmente por micaela24 Ver Mensagem
                          Uma coisa que me custou imenso foi sentir a insensibilidade das pessoas. para teres uma ideia, por exemplo, o padrinho da minha filha foi o meu pai em substituição do meu irmão. mesmo assim, a minha sogra teve a gentileza de dizer que era um sacrifício muito grande estar sentada na mesma mesa que a filha do 2º casamento do meu sogro. Pois, e a nós não nos custa nada saber que falta lá uma pessoa tão importante...
                          Já me mentalizei que vão haver sempre palavras insensíveis e nós só as podemos ignorar ou responder torto se estivermos para lá virados. Nunca mais me calo quando ouvir destas coisas.

                          Quanto à raiva, eu deixei a raiva consumir-me muito tempo. Não percebia o porquê de uma data de coisas, fiquei zangada com os amigos dele porque o deixaram sozinho, comigo porque não estava lá...
                          Um dia, tivemos uma cliente aqui no escritório a quem mataram o filho. Mataram mesmo, com um tiro. Ela tinha um ódio tão grande, mas tão grande ao rapaz que lhe matou o filho que eu percebi tudo. Percebi que no caso do meu irmão não há culpas e, por um lado, ainda bem. Era mais fácil apontar o dedo a alguém ou a alguma coisa, mas ela estava tão consumida com o ódio que nesse momento agradeci a Deus por não haver culpas a apontar. Pronto, aconteceu. A partir daí deixei de culpar os amigos e mais uma data de coisas. Aceitei o que aconteceu e quando me sinto pior, a culpar-me, penso naquela mulher. Ela nem era capaz de lembrar o filho sem sentir o ódio contra o outro rapaz e isso eu não quero.

                          Estou para aqui a falar e se calhar não faço sentido. Espero que sintas que se precisares de alguma coisa estamos aqui. Às vezes é bom desabafar só por desabafar. Saber que alguém ouve. Beijinhos


                          Inserido Inicialmente por micaela24 Ver Mensagem
                          Uma coisa que me custou imenso foi sentir a insensibilidade das pessoas. para teres uma ideia, por exemplo, o padrinho da minha filha foi o meu pai em substituição do meu irmão. mesmo assim, a minha sogra teve a gentileza de dizer que era um sacrifício muito grande estar sentada na mesma mesa que a filha do 2º casamento do meu sogro. Pois, e a nós não nos custa nada saber que falta lá uma pessoa tão importante...
                          Já me mentalizei que vão haver sempre palavras insensíveis e nós só as podemos ignorar ou responder torto se estivermos para lá virados. Nunca mais me calo quando ouvir destas coisas.

                          Quanto à raiva, eu deixei a raiva consumir-me muito tempo. Não percebia o porquê de uma data de coisas, fiquei zangada com os amigos dele porque o deixaram sozinho, comigo porque não estava lá...
                          Um dia, tivemos uma cliente aqui no escritório a quem mataram o filho. Mataram mesmo, com um tiro. Ela tinha um ódio tão grande, mas tão grande ao rapaz que lhe matou o filho que eu percebi tudo. Percebi que no caso do meu irmão não há culpas e, por um lado, ainda bem. Era mais fácil apontar o dedo a alguém ou a alguma coisa, mas ela estava tão consumida com o ódio que nesse momento agradeci a Deus por não haver culpas a apontar. Pronto, aconteceu. A partir daí deixei de culpar os amigos e mais uma data de coisas. Aceitei o que aconteceu e quando me sinto pior, a culpar-me, penso naquela mulher. Ela nem era capaz de lembrar o filho sem sentir o ódio contra o outro rapaz e isso eu não quero.

                          Estou para aqui a falar e se calhar não faço sentido. Espero que sintas que se precisares de alguma coisa estamos aqui. Às vezes é bom desabafar só por desabafar. Saber que alguém ouve. Beijinhos

                          Insensibilidade..tenho tanto a dizer sobre esta palavra!!1ALias tenho estado afastada do forum porque me tenho sentido muito em baixo, e tirando o psicologico o fisico começa tb a dar sinais de desgaste, por isso tentei pegar na vossa força e levantar-me um bocadinho...(Ontem até pensei em cuidar de mim e ir hoje ao cabeleireiro pois to com uma queda de cabelo enorme, mas ontem foi dia mto complicado e hoje to a precisar é de cama).
                          Tenho reflectido muito nas vossas palavras e tenho tentado perceber o porquê desta raiva toda que sinto..
                          Não sei se descobri mas uma das questões passa realmente pela insensibilidade das pessoas, quando o meu pai estev nos cuidados intensivos o ano passado assisti a tudo..irmãs a irem lá a dizer"VIm ve-lo porque deve ser a ultima vez que estou com ele"ao comunicar que tinha já visitas pois para espanto de todos( não da familia, mulher e filhos) inclusivé médicos ele recuperou, a resposta foi" deixa-o lá estar que lá é que ele está bem depois vou vê-lo a casa.." entre outras..tenho tanto acumulado dentro de mim que está a crescer e vou-me tornar num monstro mais cedo ou mais tarde!!
                          Par evitar k seja já, evito as coisas e pessoas, entretanto vou desbobinando noutras coisas mais pequenas k ja andavam a fazer cócegas e tenho levado td a frente.
                          Sinto-me numa batalha, culpo-me de ter voltado a casa no dia k ele morreu e k almocei lá a deixar uma coisa a minha mae e nao ter subido mesmo quando o meu filho passou td o dia a chamar pelo avô, culpo-me de não ter estado lá na hora, saber que ele pode ter sofrido e de certeza que sofreu e nºao ter podido fazer nada deixa-me louca..
                          Recordo-o com muito amor e carinho, mas agora estou numa fase em que julgo k se não falar mto da coisa é pk ñ aconteceu...
                          ainda não consegui escrever a carta ao meu pai como a mbprncesa aconselhou, sinto-me muito desgastada e acho que não ia aguentar já o impacto que a mesma ia ter.


                          sim é fantastico saber que tenho alguem que me pode ouvir neste momentos complicados, voçês têm feito mais por mim que muita gente!!

                          obrigado por tudo. beijocas grandes

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                          • #14
                            olá mbprincesa, ainda não tive coragem de escrever a carta como tb disse á micaela, não sie se iria aguentar o impacto da mesma.Acedi ao fb, mas confesso que não utilizo o mesmo, não tenho nada lá, por isso se tiveres oportunidade de enviar por mail ou pm eu agradecia-te imenso, nem sei se consigo aceder a tua informação (não percebo nada daquilo confesso), mas vou tentar na mesma.

                            ja agora deve-se fazer alguma coisa à carta?

                            obrigado e beijocas

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                            • #15
                              Olá rodriel,

                              Não sei se estarei a dizer a coisa mais certa mas parece-me que evitares "as coisas e pessoas" e deixares a raiva crescer dentro de ti não te vai ajudar, simplesmente irá crescer até rebentar Se conseguires vai falando, desabafando e ralhando com quem tem de ouvir, penso que irá ajudar...

                              Quanto a não teres estado com o teu pai, tu não podias ter previsto, ninguém podia ter previsto, compreendo que agora não deva servir de grande consolo, querias ter podido acompanhá-lo e não conseguiste, mas tenta aceitar que não o podias adivinhar...

                              Quando o meu avô faleceu foi uma situação um pouco contrária à do teu pai, foi operado, esperava-se que tudo corresse bem e correu tudo mal, um dia a minha mãe telefonou-me a avisar que iam transferir o meu avô do hospital para casa e eu não percebi que era para "morrer em casa", os filhos estiverem com ele nas últimas horas e eu também, mas cada pausa na respiração parecia a última e o meu marido pediu-me que não ficasse lá (estava grávida de 3 meses na altura) e acabei por voltar a minha casa, se fosse hoje teria ficado...mas não consegui na altura...ficou-me a "alegria" de lhe conseguir dizer que iria ser avô quando ainda estva lúcido, o teu pai terá tido com certeza muitas alegrias ao conhecer o neto, vai com calma e não te acanhes a pedir ajuda se te sentiras a afundar por favor!

                              Quanto a insensibilidade....a minha tia tratou dos meus avós até morrerem, viveu com eles, foi enfermeira, cozinheira, enfim, no fim da vida foi tudo e é uma pessoa querida pelos familiares e amigos também por esse empenho em tratar dos pais mas quando a minha avó faleceu uma das nossas vizinhas e amiga de infância da minha tia disse-lhe no velório com todas as letras e o ar mais natural do mundo: "sabes M, a tua mãe foi agora mas o teu pai também não dura muito, com os meus pais também foi assim" bolas!! que raio de coisa para se dizer a alguém! Que falta de sensibilidade!

                              Beijinhos grandes e um abraço apertado


                              A felicidade completa

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