Olá a todas,
hoje senti coragem para partilhar convosco a minha história.
O ano passado por esta altura decidi que estava na hora de ter mais alguém cá em casa e iniciei os meus treinos, em Março fiquei a saber que estava grávida de 4 semanas, a felicidade foi muita para toda a família (primeiro filho, primeiro neto e para alguns avós primeiro bisneto), pode-se imaginar!!
A gravidez foi correndo com toda a normalidade e até me achava uma grávida sortuda, já que era imune aos vírus que chateiam todas as grávidas. Nos primeiros meses fui sempre muito recatada em relação à minha gravidez, pois achava que alguma coisa podia correr mal (e acabou por acontecer) e quanto menos pessoas soubessem, melhor!! Mas o tempo foi passando e fui ficando mais segura, fui fazendo as comprinhas para o meu rebento... No dia que fui fazer a eco morfológica (com 22 semanas), o médico disse-me que estava com dificuldade em medir o cérebro do bebé e mandou-me ir lá na semana seguinte, mas sem me alarmar!! Nesse dia fiquei a saber que era um menino e durante essa semana dei mais uns passos na compra do enxoval do meu filho. Na semana seguinte, ainda na sala de espera percebi logo que havia alguma coisa que não estava bem... O médico informou-nos que o nosso filho tinha um problema incompatível com a vida e que eu teria de fazer uma interrupção!!
Não queria acreditar que o nosso filho amado e desejado não poderia conhecer os pais e o mundo... Saí do estado de felicidade absoluta para o estado de tristeza profunda.
O processo de interrupção, como devem imaginar é algo anti-natura para uma fêmea que ama a sua cria!! Acho que devem haver poucas palavras para descrever tamanha dor...
Neste momento passou mais do que um mês que me arrancaram o meu filho das entranhas, há dias que passam com alguma normalidade, mas há outros que a saudade se instala e é impossível travá-la!! Saudades do meu menino a mexer-se dentro de mim, saudades do que vivi e do que não vou poder viver...
Sei que muitas de vós já passaram por situações semelhantes e agora percebo como nunca mais voltamos a ser as mesmas... Agora também percebo como 3 meses (o tempo que a médica me aconselhou esperar até voltar aos treinos) podem custar a passar...
Tal como já li noutras histórias, a mim também me dizem para esquecer... Eu pergunto como se pode esquecer um filho?! Revejo com frequência a última ecografia que fiz e tento imaginar como seria o seu rosto!! Como me arrependo de não o ter visto...
O meu marido tem sido o meu porto de abrigo, o meu pilar, a fonte onde vou buscar forças para passar mais um dia sem o meu Frederico.
Obrigado a todas pelos vossos testemunhos (têm-me ajudado bastante) e obrigado pelo tempinho que disponibilizaram para "ouvir" o meu desabafo.
Um abraço.
hoje senti coragem para partilhar convosco a minha história.
O ano passado por esta altura decidi que estava na hora de ter mais alguém cá em casa e iniciei os meus treinos, em Março fiquei a saber que estava grávida de 4 semanas, a felicidade foi muita para toda a família (primeiro filho, primeiro neto e para alguns avós primeiro bisneto), pode-se imaginar!!
A gravidez foi correndo com toda a normalidade e até me achava uma grávida sortuda, já que era imune aos vírus que chateiam todas as grávidas. Nos primeiros meses fui sempre muito recatada em relação à minha gravidez, pois achava que alguma coisa podia correr mal (e acabou por acontecer) e quanto menos pessoas soubessem, melhor!! Mas o tempo foi passando e fui ficando mais segura, fui fazendo as comprinhas para o meu rebento... No dia que fui fazer a eco morfológica (com 22 semanas), o médico disse-me que estava com dificuldade em medir o cérebro do bebé e mandou-me ir lá na semana seguinte, mas sem me alarmar!! Nesse dia fiquei a saber que era um menino e durante essa semana dei mais uns passos na compra do enxoval do meu filho. Na semana seguinte, ainda na sala de espera percebi logo que havia alguma coisa que não estava bem... O médico informou-nos que o nosso filho tinha um problema incompatível com a vida e que eu teria de fazer uma interrupção!!
Não queria acreditar que o nosso filho amado e desejado não poderia conhecer os pais e o mundo... Saí do estado de felicidade absoluta para o estado de tristeza profunda.
O processo de interrupção, como devem imaginar é algo anti-natura para uma fêmea que ama a sua cria!! Acho que devem haver poucas palavras para descrever tamanha dor...
Neste momento passou mais do que um mês que me arrancaram o meu filho das entranhas, há dias que passam com alguma normalidade, mas há outros que a saudade se instala e é impossível travá-la!! Saudades do meu menino a mexer-se dentro de mim, saudades do que vivi e do que não vou poder viver...
Sei que muitas de vós já passaram por situações semelhantes e agora percebo como nunca mais voltamos a ser as mesmas... Agora também percebo como 3 meses (o tempo que a médica me aconselhou esperar até voltar aos treinos) podem custar a passar...
Tal como já li noutras histórias, a mim também me dizem para esquecer... Eu pergunto como se pode esquecer um filho?! Revejo com frequência a última ecografia que fiz e tento imaginar como seria o seu rosto!! Como me arrependo de não o ter visto...
O meu marido tem sido o meu porto de abrigo, o meu pilar, a fonte onde vou buscar forças para passar mais um dia sem o meu Frederico.
Obrigado a todas pelos vossos testemunhos (têm-me ajudado bastante) e obrigado pelo tempinho que disponibilizaram para "ouvir" o meu desabafo.
Um abraço.
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