Olá, mamãs:
Finalmente ganhei coragem para escrever. Há anos que vos leio e pesquiso sobre a amamentação. Sempre tive o sonho de ter filhos e amamentar, uma das coisas mais maravilhosas do mundo. Finalmente engravidei, o meu sonho ia tornar-se realidade.
Desconfiei que algo não estava bem quando o meu pequeno peito não crescia durante a gravidez. Descobri que tenho um dos raríssimos problemas físicos que comprometem a produção de leite: hipoplasia mamária (seios que não se desenvolveram devidamente, e que não possuem glândulas mamárias suficientes). Foi um enorme balde de água fria que me afectou muito. A maioria das mamãs com este problema não consegue produzir leite suficiente para os seus filhotes, o meu caso.
Para agravar a situação, o meu bebé nasceu prematuro. Pu-lo logo ao peito, mas nem chegou a conseguir mamar: tinha engolido líquido e teve de ficar 7 dias nos cuidados intensivos. Todos os dias ia dar-lhe de mamar, mas ele não tinha forças nem para tomar leite com a seringa. Fui sempre tirando leite com a bomba para lhe dar, mas nunca consegui tirar o suficiente. Quando veio para casa enchi-me de esperança: apliquei tudo o que tinha lido, livre demanda, etc, etc, mas o meu pequenote não conseguia mamar, e nunca conseguia fazer uma pega correcta, mesmo com ajuda da CAM, e adormecia. Passei horas com ele na mama, com os mamilos em ferida, mas sempre com esperança de poder amamentar em exclusivo. Na consulta com o pediatra com perda de peso e fraldas quase secas chegámos à conclusão de que sim, teria de introduzir suplemento/LA.
Chorei muito, senti-me a mãe mais incompetente do mundo por não ter leite para o seu filho. Não consegui dar aquele primeiro biberão de LA, quando as minhas reservas de leite acabaram. Foram umas semanas muito, muito complicadas. Rocei a depressão, não conseguia racionalizar a situação nem superar a tristeza de ver o meu filho chorar-me de fome ao peito quando deveria estar a sorrir, satisfeito. Sem falar das dores, ter de preparar biberões e tirar leite com a bomba, rotina que dura horas, tempo que tiro de brincar com o meu bebé. Até que um dia disse para mim mesma que tinha de reagir, pelo meu filho, e secar as lágrimas.
Hoje, passados 3 meses, assim continuamos: temos os nossos, só nossos, minutos de maminha, cumplicidade e miminhos, seguidos de suplemento, o bocadinho que a mamã consegue tirar com a bomba complementado por sua vez com LA, mais miminhos e bomba. Neste momento dou pelo menos ¼ do total que ele bebe de leitinho meu ao meu filho (o que consigo bombar, fora o que ele mama).
Apesar da rotina extenuante, da dor, das horas de sono e brincadeira desviadas, da quantidade de leite ‘bombada’ que teima em não aumentar, cá continuamos e queremos continuar o máximo possível. É tão bom!!
bj
Finalmente ganhei coragem para escrever. Há anos que vos leio e pesquiso sobre a amamentação. Sempre tive o sonho de ter filhos e amamentar, uma das coisas mais maravilhosas do mundo. Finalmente engravidei, o meu sonho ia tornar-se realidade.
Desconfiei que algo não estava bem quando o meu pequeno peito não crescia durante a gravidez. Descobri que tenho um dos raríssimos problemas físicos que comprometem a produção de leite: hipoplasia mamária (seios que não se desenvolveram devidamente, e que não possuem glândulas mamárias suficientes). Foi um enorme balde de água fria que me afectou muito. A maioria das mamãs com este problema não consegue produzir leite suficiente para os seus filhotes, o meu caso.
Para agravar a situação, o meu bebé nasceu prematuro. Pu-lo logo ao peito, mas nem chegou a conseguir mamar: tinha engolido líquido e teve de ficar 7 dias nos cuidados intensivos. Todos os dias ia dar-lhe de mamar, mas ele não tinha forças nem para tomar leite com a seringa. Fui sempre tirando leite com a bomba para lhe dar, mas nunca consegui tirar o suficiente. Quando veio para casa enchi-me de esperança: apliquei tudo o que tinha lido, livre demanda, etc, etc, mas o meu pequenote não conseguia mamar, e nunca conseguia fazer uma pega correcta, mesmo com ajuda da CAM, e adormecia. Passei horas com ele na mama, com os mamilos em ferida, mas sempre com esperança de poder amamentar em exclusivo. Na consulta com o pediatra com perda de peso e fraldas quase secas chegámos à conclusão de que sim, teria de introduzir suplemento/LA.
Chorei muito, senti-me a mãe mais incompetente do mundo por não ter leite para o seu filho. Não consegui dar aquele primeiro biberão de LA, quando as minhas reservas de leite acabaram. Foram umas semanas muito, muito complicadas. Rocei a depressão, não conseguia racionalizar a situação nem superar a tristeza de ver o meu filho chorar-me de fome ao peito quando deveria estar a sorrir, satisfeito. Sem falar das dores, ter de preparar biberões e tirar leite com a bomba, rotina que dura horas, tempo que tiro de brincar com o meu bebé. Até que um dia disse para mim mesma que tinha de reagir, pelo meu filho, e secar as lágrimas.
Hoje, passados 3 meses, assim continuamos: temos os nossos, só nossos, minutos de maminha, cumplicidade e miminhos, seguidos de suplemento, o bocadinho que a mamã consegue tirar com a bomba complementado por sua vez com LA, mais miminhos e bomba. Neste momento dou pelo menos ¼ do total que ele bebe de leitinho meu ao meu filho (o que consigo bombar, fora o que ele mama).
Apesar da rotina extenuante, da dor, das horas de sono e brincadeira desviadas, da quantidade de leite ‘bombada’ que teima em não aumentar, cá continuamos e queremos continuar o máximo possível. É tão bom!!
bj
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