Das duas vezes que fiquei grávida não decidi onde ia ter os filhos. O sistema nacional de saúde escolheu por mim. A minha área de residência envia as grávidas para a maternidade Júlio Dinis e eu não questionei esta escolha. Aceitei por várias razões: 1) não tinha dinheiro para o privado, 2) todas amulheres da minha família (à excepção das avós) tiveram os filhos em hospitais públicos e 3) é mais fácil gerir a culpa se algo correr mal, culpando o sistema porque podia sempre ir para outro hospital pedindo à médica de família para me enviar. A minha filha nasceu em 1997, tive ruptura da bolsa ás 6.00 (ficamos sem liquido tal a enxurrada) , cheguei á maternidade ás 7.00. puseram-me a soro e esperei. Quando mudou o turno e a nova equipa me foi ver às 9.00 decidiram induzir pois as contracções não eram nem fortes nem regulares. às 11.00 comecei a ter dores que se chamem dores, ás 13.00 entrei para a grande sala de partos (onde várias mulheres tinham os seus bebés ao mesmo tempo) e ás 13.35 nasceu! Não levei epidural, apesar de levar analgésicos no soro e nem saber quais. E fizeram-me a episiotomia. Custou-me mais que o parto...
Era nova (17 anos), não questionei o meu parto durante anos.
Em 2008 tive o meu segundo filho, no mesmo local. Mais uma vez tive ruptura da bolsa, desta vez cerca das 19.00. Cheguei á maternidade às 21.00. Nesta altura ficamos sem liquido. Tinha 2 cm de dilatação. Pensei que me iam induzir o parto. É claro que não induziram, era de noite... esperei pela manhã sabendo que de manhã mo iam induzir. Não é que fosse essa a minha vontade, mas sabia dos riscos de infecção e por isso preferia um parto rápido. Ás 9.00, a nova equipa decidiu induzir o parto, ainda estava com a mesma dilatação. Fizeram-me um toque doloroso (penso que foi descolamento de membranas) e foram-se embora. Quando a minha enfermeira parteira veio para colocar a ocitocina, descobriu que o bebé estava em sofrimento já à várias horas e que não podíamos induzir. (Curioso, colocam o CTG mas não vão ver a toda a hora!!) Fiquei em pânico, só pensava no meu bebé. Não sei o que aconteceu mas comecei a sentir dores fortes ao ponto de perguntar ao marido se a ocitocina estava a correr. :hehe:
Como já tinha passado das 12 horas com a ruptura da bolsa, comecei a tomar antibiótico. Apesar da colheita ter dado negativo, quando me tornaram a fazer análises de manhã, deu positivo e por isso havia risco de infecção. Como o bebé estava a sofrer (provavelmente da infecção que infelizmente apanhou) passaram-me para a sala de partos, às 10.15 e puseram uma sonda na cabeça do meu bebé, supostamente por a máquina era mais fiável. Até esse momento tinha estado ligada ininterruptamente ao CTG desde as 21.00 do dia anterior. Tinha 4 cm de dilatação e perguntaram-me se queria epidural, disse que não. Menti dizendo que tinha medo e nunca mais me perguntaram nada. Tinha muitas dores mas as enfermeiras disseram que o meu parto ia ainda demorar. a certa altura o meu marido diz: não gosto de te ver sofrer, pede lá a epidural. e eu pensei, não aguento uma hora com estas dores... Chamei a enfermeira mas não tive coragem de dizer que queria epidural e só me saiu: Não aguento mais senhora enfermeira.
Ela olhou para a máquina, pensou que eu tinha contracções fracas (era o que a máquina mostrava) e pediu para eu abrir as perna, lá abri e ela tocou as campainha para as outras virem e foi a máquina, olhou, desligou , tornou a ligar e disse: não está a funcionar bem. Pensei já está perto!!!! Quando vieram só me diziam : Não faça força!! e eu pensava: Oh meu Deus!
Lá montaram os panos. nasceu num instante!
Felizmente não levei com a episiotomia, a enfermeira disse: não a cortei e eu sorri e pensei, leste-me o pensamento…
Mais tarde falei com uma enfermeira que me disse que o protocolo indica episiotomia para todos os bebés prematuros (antes das 37). O meu tinha 36 semanas. Conclui que tive uma boa enfermeira.
Em 11 anos a maternidade mudou, pode não ter mudado tanto quanto desejaríamos, mas mudou. O pai pode estar presente durante o tempo todo, a sala de partos é individual, o bebé fica perto e encostado a nós.
É claro que não comi durante mais de um dia, não bebi durante 20 horas, fiz a dilatação e pari deitada e preferia que tivesse sido diferente.
Comparando os dois partos, o primeiro custou menos mas o pós foi mais difícil.
No fim fica a ideia… que tenhamos uma hora pequenina.
Era nova (17 anos), não questionei o meu parto durante anos.
Em 2008 tive o meu segundo filho, no mesmo local. Mais uma vez tive ruptura da bolsa, desta vez cerca das 19.00. Cheguei á maternidade às 21.00. Nesta altura ficamos sem liquido. Tinha 2 cm de dilatação. Pensei que me iam induzir o parto. É claro que não induziram, era de noite... esperei pela manhã sabendo que de manhã mo iam induzir. Não é que fosse essa a minha vontade, mas sabia dos riscos de infecção e por isso preferia um parto rápido. Ás 9.00, a nova equipa decidiu induzir o parto, ainda estava com a mesma dilatação. Fizeram-me um toque doloroso (penso que foi descolamento de membranas) e foram-se embora. Quando a minha enfermeira parteira veio para colocar a ocitocina, descobriu que o bebé estava em sofrimento já à várias horas e que não podíamos induzir. (Curioso, colocam o CTG mas não vão ver a toda a hora!!) Fiquei em pânico, só pensava no meu bebé. Não sei o que aconteceu mas comecei a sentir dores fortes ao ponto de perguntar ao marido se a ocitocina estava a correr. :hehe:
Como já tinha passado das 12 horas com a ruptura da bolsa, comecei a tomar antibiótico. Apesar da colheita ter dado negativo, quando me tornaram a fazer análises de manhã, deu positivo e por isso havia risco de infecção. Como o bebé estava a sofrer (provavelmente da infecção que infelizmente apanhou) passaram-me para a sala de partos, às 10.15 e puseram uma sonda na cabeça do meu bebé, supostamente por a máquina era mais fiável. Até esse momento tinha estado ligada ininterruptamente ao CTG desde as 21.00 do dia anterior. Tinha 4 cm de dilatação e perguntaram-me se queria epidural, disse que não. Menti dizendo que tinha medo e nunca mais me perguntaram nada. Tinha muitas dores mas as enfermeiras disseram que o meu parto ia ainda demorar. a certa altura o meu marido diz: não gosto de te ver sofrer, pede lá a epidural. e eu pensei, não aguento uma hora com estas dores... Chamei a enfermeira mas não tive coragem de dizer que queria epidural e só me saiu: Não aguento mais senhora enfermeira.
Ela olhou para a máquina, pensou que eu tinha contracções fracas (era o que a máquina mostrava) e pediu para eu abrir as perna, lá abri e ela tocou as campainha para as outras virem e foi a máquina, olhou, desligou , tornou a ligar e disse: não está a funcionar bem. Pensei já está perto!!!! Quando vieram só me diziam : Não faça força!! e eu pensava: Oh meu Deus!
Lá montaram os panos. nasceu num instante!
Felizmente não levei com a episiotomia, a enfermeira disse: não a cortei e eu sorri e pensei, leste-me o pensamento…
Mais tarde falei com uma enfermeira que me disse que o protocolo indica episiotomia para todos os bebés prematuros (antes das 37). O meu tinha 36 semanas. Conclui que tive uma boa enfermeira.
Em 11 anos a maternidade mudou, pode não ter mudado tanto quanto desejaríamos, mas mudou. O pai pode estar presente durante o tempo todo, a sala de partos é individual, o bebé fica perto e encostado a nós.
É claro que não comi durante mais de um dia, não bebi durante 20 horas, fiz a dilatação e pari deitada e preferia que tivesse sido diferente.
Comparando os dois partos, o primeiro custou menos mas o pós foi mais difícil.
No fim fica a ideia… que tenhamos uma hora pequenina.
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