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O dia em que renasci...

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  • O dia em que renasci...

    Para ti, amor da minha vida, eis a história, não de quando tudo começou, mas do dia em que marcaste as nossas vidas para sempre:



    Segunda-feira à noite. Por conselho do médico, fui dar um passeio com a avó a seguir ao jantar. De 5 em 5 minutos tínhamos que parar, não porque tu te estivesses a portar mal, mas porque as contracções já começavam a custar, pela primeira vez. Já em casa, não tinha posição para estar em lado nenhum e as malvadas continuavam sem parar...

    Após uma noite sem dormir, mandei mensagem ao médico, que me mandou ir visitá-lo nessa tarde, para te espreitarmos. "Pois é", disse ele, "estas contracções já mostram que a nossa menina começa a querer sair, mas ainda não tens dilatação, por isso vais para casa, tentas aguentar as dores e sexta-feira vais ter comigo à Maternidade para resolvermos a questão. Se te aguentares até lá, claro..." Eu só pensei "Meu Deus, não pode ser já! Ainda faltam 3 semanas! Não estou preparada! Amanhã tenho que dar um exame aos meus alunos! Não pode ser!" Eu não queria mesmo acreditar, porque queria descansar, para te receber o mais serenamente possível.

    Lá fui para casa, acabei de fazer as malas e mais uns preparativos, porque também continuava sem conseguir dormir... às 7 horas do quente e lindo dia 6 de Maio já não aguentava mais e chamei o teu papá para trazer as malas e irmos para Coimbra. Ele diz que no caminho eu só "bufava" Não me lembro da viagem...

    Chegados à maternidade, a médica que me atendeu na urgência ralhou comigo. Perguntou o que eu tinha lá ido fazer se o médico me tinha mandado aguardar até sexta. Lembro-me que fiquei tão chateada com ela... Então, se eu estava lá era porque tu não ias esperar até eles quererem. Pensando bem, até nisso tu trocaste as voltas a toda a gente e tomaste as rédeas da decisão de quando vinhas conhecer o Mundo! Lá me fizeram o toque e a médica nem queria acreditar! 4 cm de dilatação! Chamou várias colegas para confirmarem (todos meteram a mão, só faltou mesmo a senhora da limpeza) e a partir daí foi um frenesim. Toca a ver os níveis de glicémia, coração e tudo o resto. Mandei uma mensagem ao papá, a dizer que ia ser internada, mas afinal ele já sabia e até já tinha ido buscar as nossas malas!

    O meu coração batia a mil à hora. Se por um lado as contracções custavam a aguentar, por outro estava ansiosa por conhecer a minha princesa!

    Fui muito bem recebida pela equipa de médicos e enfermeiros e tive também a visita do nosso amigo, Dr Vítor, que nos veio tranquilizar e dizer que estava por ali, embora não fosse ele a fazer o parto. Fiquei com tanta pena... mas tinha que ser, tu quiseste assim, assim seria. O papá esteve sempre connosco, não nos largou um segundo! Depois começou a parte que eu achei mais difícil: ter que ficar quieta para levar a epidural. Quem me valeu foi uma enfermeira muito simpática, com uma voz tão doce que eu ficava mais calma só em ouvi-la! Nunca mais me esquecerei daquela voz doce e dos olhos meigos! A partir daí, foi o céu! Fiquei tão bem-disposta que pedi para me deixarem ir comer um arroz de cabrito, que eu voltava depois do almoço!! Rebentaram-me as águas e como não passei dos 5 cm de dilatação, passada uma hora, decidiram que tínhamos que fazer uma cesariana. Eu não queria e mandei logo uma mensagem ao Dr Vítor, que veio e tranquilizou-me, dizendo que era o melhor. Quando olhei para o lado, vi o papá, todo preparado para te ajudar a sair (um verdadeiro médico de serviço!), a ficar muito branco... Ficou mal disposto, quando começou a pensar que nos iam levar para o bloco, para longe dele. Os médicos lá lhe disseram que ia correr tudo bem e que, mal tu nascesses, te levavam para ele sossegar.

    E lá fomos nós! Lembro-me de ter sido rápido. Música ambiente, toda a equipa muito simpática e divertida e a enfermeira da voz doce sempre a perguntar se eu estava bem. Sim, eu estava bem. Sentia apenas uma impressão, mas nada de dor.

    Estava eu a pensar quanto tempo duraria uma cesariana, quando de repente...

    ...eis que tu apareces! Às 14 horas e 13 minutos do ensolarado dia 6 de Maio de 2009! Pendurada por um pé, de cabeça para baixo, com ar de quem te tirou do paraíso! "É a minha menina?", pergunta parva da minha parte. "Ela está bem? Não a ouvi chorar..." Responderam-me logo que sim, que estavas óptima e que te iam levar por breves momentos. Não choraste, apenas deste um "Buá!" para mostrares que te tinham incomodado!

    Vi-te apenas por breves segundos, mas foi o momento mais feliz de toda a minha vida!! A primeira imagem que tenho tua é de pernas para o ar e foi exactamente isso que fizeste: viraste a nossa vida de pernas para o ar! Pela primeira vez, tudo fez um sentido inexplicável, como se até aí apenas tivesse sobrevivido e só agora começasse a viver! Num turbilhão de sentimentos, as lágrimas de felicidade começaram a correr... só queria ver-te novamente e levar-te ao teu papá, para partilharmos esse momento único!

    Finalmente, puseram-te nos meus braços e lá fomos ter com o papá, que estava com uma expressão que eu não conhecia!

    Desde então, já lá vão quatro meses, nunca mais te larguei e passo horas a beber todas as tuas expressões, todos os teus gestos... delicio-me com os teus sorrisos, com os teus olhares, CONTIGO, MEU AMOR. Nunca mais acordei de mau humor, nunca sorri tanto na vida, nunca chorei tantas lágrimas silenciosas de felicidade, só por olhar para ti...

    És o meu Mundo, o nosso Mundo, filha! Finalmente compreendo o amor que a palavra Mãe esconde... Obrigada por me teres feito renascer!







  • #2
    RE: O dia em que renasci...

    que lindo relato

    Parabens mamã!

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    • #3
      RE: O dia em que renasci...

      Parabéns mamã...Revi-me completamente neste teu relato...só que eu já olho para o meu Príncipe há kase 20 meses!!!

      Tudo de Bom e MUITA SORTE é o que vos DESEJO!!!

      Lindo e Comovente Relato!!!








      Afilhadas:AnaLuisa, Patriciareal, Juanitah, PaulaSantos, Mary_jane e Strompomperos

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      • #4
        RE: O dia em que renasci...

        mamãpaula (07-09-2009)Para ti, amor da minha vida, eis a história, não de quando tudo começou, mas do dia em que marcaste as nossas vidas para sempre:







        Segunda-feira à noite. Por conselho do médico, fui dar um passeio com a avó a seguir ao jantar. De 5 em 5 minutos tínhamos que parar, não porque tu te estivesses a portar mal, mas porque as contracções já começavam a custar, pela primeira vez. Já em casa, não tinha posição para estar em lado nenhum e as malvadas continuavam sem parar...



        Após uma noite sem dormir, mandei mensagem ao médico, que me mandou ir visitá-lo nessa tarde, para te espreitarmos. "Pois é", disse ele, "estas contracções já mostram que a nossa menina começa a querer sair, mas ainda não tens dilatação, por isso vais para casa, tentas aguentar as dores e sexta-feira vais ter comigo à Maternidade para resolvermos a questão. Se te aguentares até lá, claro..." Eu só pensei "Meu Deus, não pode ser já! Ainda faltam 3 semanas! Não estou preparada! Amanhã tenho que dar um exame aos meus alunos! Não pode ser!" Eu não queria mesmo acreditar, porque queria descansar, para te receber o mais serenamente possível.



        Lá fui para casa, acabei de fazer as malas e mais uns preparativos, porque também continuava sem conseguir dormir... às 7 horas do quente e lindo dia 6 de Maio já não aguentava mais e chamei o teu papá para trazer as malas e irmos para Coimbra. Ele diz que no caminho eu só "bufava" Não me lembro da viagem...



        Chegados à maternidade, a médica que me atendeu na urgência ralhou comigo. Perguntou o que eu tinha lá ido fazer se o médico me tinha mandado aguardar até sexta. Lembro-me que fiquei tão chateada com ela... Então, se eu estava lá era porque tu não ias esperar até eles quererem. Pensando bem, até nisso tu trocaste as voltas a toda a gente e tomaste as rédeas da decisão de quando vinhas conhecer o Mundo! Lá me fizeram o toque e a médica nem queria acreditar! 4 cm de dilatação! Chamou várias colegas para confirmarem (todos meteram a mão, só faltou mesmo a senhora da limpeza) e a partir daí foi um frenesim. Toca a ver os níveis de glicémia, coração e tudo o resto. Mandei uma mensagem ao papá, a dizer que ia ser internada, mas afinal ele já sabia e até já tinha ido buscar as nossas malas!



        O meu coração batia a mil à hora. Se por um lado as contracções custavam a aguentar, por outro estava ansiosa por conhecer a minha princesa!



        Fui muito bem recebida pela equipa de médicos e enfermeiros e tive também a visita do nosso amigo, Dr Vítor, que nos veio tranquilizar e dizer que estava por ali, embora não fosse ele a fazer o parto. Fiquei com tanta pena... mas tinha que ser, tu quiseste assim, assim seria. O papá esteve sempre connosco, não nos largou um segundo! Depois começou a parte que eu achei mais difícil: ter que ficar quieta para levar a epidural. Quem me valeu foi uma enfermeira muito simpática, com uma voz tão doce que eu ficava mais calma só em ouvi-la! Nunca mais me esquecerei daquela voz doce e dos olhos meigos! A partir daí, foi o céu! Fiquei tão bem-disposta que pedi para me deixarem ir comer um arroz de cabrito, que eu voltava depois do almoço!! Rebentaram-me as águas e como não passei dos 5 cm de dilatação, passada uma hora, decidiram que tínhamos que fazer uma cesariana. Eu não queria e mandei logo uma mensagem ao Dr Vítor, que veio e tranquilizou-me, dizendo que era o melhor. Quando olhei para o lado, vi o papá, todo preparado para te ajudar a sair (um verdadeiro médico de serviço!), a ficar muito branco... Ficou mal disposto, quando começou a pensar que nos iam levar para o bloco, para longe dele. Os médicos lá lhe disseram que ia correr tudo bem e que, mal tu nascesses, te levavam para ele sossegar.



        E lá fomos nós! Lembro-me de ter sido rápido. Música ambiente, toda a equipa muito simpática e divertida e a enfermeira da voz doce sempre a perguntar se eu estava bem. Sim, eu estava bem. Sentia apenas uma impressão, mas nada de dor.



        Estava eu a pensar quanto tempo duraria uma cesariana, quando de repente...



        ...eis que tu apareces! Às 14 horas e 13 minutos do ensolarado dia 6 de Maio de 2009! Pendurada por um pé, de cabeça para baixo, com ar de quem te tirou do paraíso! "É a minha menina?", pergunta parva da minha parte. "Ela está bem? Não a ouvi chorar..." Responderam-me logo que sim, que estavas óptima e que te iam levar por breves momentos. Não choraste, apenas deste um "Buá!" para mostrares que te tinham incomodado!



        Vi-te apenas por breves segundos, mas foi o momento mais feliz de toda a minha vida!! A primeira imagem que tenho tua é de pernas para o ar e foi exactamente isso que fizeste: viraste a nossa vida de pernas para o ar! Pela primeira vez, tudo fez um sentido inexplicável, como se até aí apenas tivesse sobrevivido e só agora começasse a viver! Num turbilhão de sentimentos, as lágrimas de felicidade começaram a correr... só queria ver-te novamente e levar-te ao teu papá, para partilharmos esse momento único!



        Finalmente, puseram-te nos meus braços e lá fomos ter com o papá, que estava com uma expressão que eu não conhecia!



        Desde então, já lá vão quatro meses, nunca mais te larguei e passo horas a beber todas as tuas expressões, todos os teus gestos... delicio-me com os teus sorrisos, com os teus olhares, CONTIGO, MEU AMOR. Nunca mais acordei de mau humor, nunca sorri tanto na vida, nunca chorei tantas lágrimas silenciosas de felicidade, só por olhar para ti...



        És o meu Mundo, o nosso Mundo, filha! Finalmente compreendo o amor que a palavra Mãe esconde... Obrigada por me teres feito renascer!
        Parabens MAMÂ ...

        sabes o que me fez ler o teu post até ao fim e chorar a data de nascimento ... a minha tambem é 06/05/mas de 1977... á 32 anos a tras ... ;-) muitas felicidades .... cuidado nos os touros somos muito teimosas... mas carinhosas tambem .... tudo de bom para voces ...



        patricia

        "A paciência é a arte de ter esperança." (Luc de Clapiers)

        A frase feminina do ano:
        “Tenho pneu sim, mas qual é o avião que não tem???”

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        • #5
          RE: O dia em que renasci...

          Obrigada por lerem este grande testamento... Mas não consegui cortar nos pormenores



          pat1, é um bom dia para nascer, não é? Eu também sou Tourinha, mas de 78 Muita sorte para ti, desejo que corra tudo bem!






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          • #6
            RE: O dia em que renasci...

            Amei ler o teu relato.

            Parabéns mama.

            Feleciades e muita saúde.



            Só um reparo os médicos podem prever mas só a natureza é que manda, estou referindo a quem ralhou contigo e depois chamaram as colegas para confirmar, enfim.... Até devem pensar que somos tolinhas.... mas pronto.



            beijinhos.








            Afilhada: Mamã_Xana

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            • #7
              RE: O dia em que renasci...

              LINDO!! (até fiquei com lagriminha)



              Parabéns...



              Felicidades...


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              • #8
                RE: O dia em que renasci...

                Um lindo relato!



                Muitas felicidades e um beijinho :P

                Great people talk about ideas. Average people talk about things.

                Small people talk about other people, and then, sadly, there are the people who love to talk about themselves.

                Who do you want to be?

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