Caalex (06-10-2009)
Não me parece que estejas em desacordo comigo
Parece-me que desacordamos apenas no que toca ao "nº considerável".
Eu tenho de fazer um pequeno reparo às partes que colocaste a bold.
Partes do princípio - ao meu ver errado, e pela minha experiência - que num parto humanizado no hospital a mãe terá sempre de se impor de forma mais ou menos literal, para que o parto decorra de forma fisiológica. Isto é, no mínimo, terias de fazer saber a tua intenção de não ser empurrada para determinados procedimentos/situações que considerarias desnecessários. Não é assim que se passa. Num parto hospitalar verdadeiramente humanizado, não és empurrada, induzida em nenhuma direcção. A fisiologia do parto é um ponto assente, o timing do parto totalmente respeitado, bem como a tua personalidade, os teus sentimentos nessa altura. És tu e o teu bebé que guiam a equipa médida (sempre reduzida) e não o inverso. O teu universo, o universo específico do parto que está a acontecer é visto como único e respeitado. Não se trata de meramente facilitar o trabalho de parir.
No teu 2º bold, fico com a ideia, que uma mulher que opta por ter o filho na maternidade não confia no seu corpo, o que nem sempre será verdade.
Pessoalmente posso te dizer que sempre tive confiança no meu corpo, que nunca me senti tão em sintonia com ele como durante os meus partos. Vejo o parto como um acto a 2, mãe e bebé! (Não dispenso os profissionais porque podem ser necessários, quanto menos gente presente melhor - motivo pelo qual nunca considerei a opção e ter 1 doula, seria alguém a mais num universo que quero unicamente meu. O marido esteve presente muito mais por ser 1 experiência única para ele, por mim - objectivamente - até nem seria necessário). A que condições da maternidade te referes? A mim dá-me apenas a segurança extra para qualquer acontecimento que fuja do controlo do meu corpo, que não dependa de mim.
É claro que o parto em casa terá sempre as suas especificidades, porém não consigo ver mais além do que a especificidade de estar no seu "ninho", no teu "ambiente" e já agora, mais intimista.
P.S. Não querias disvirtuar o tópico, mais eu lá dei uma ajudinha.
[b]
e neste parto opto por ter o bébé em casa mesmo sabendo que na maternidade com a informação que tenho muito dificilmente me iam sujeitar a alguns procedimentos desnecessários que dependem exclusivamente da minha vontade. Porque basta sabermos o que queremos e o que não queremos para questionar deteminados procedimentos e impedir que sejamos empurradas para determinadas situações.
Portanto a escolha do local do parto, tem mais a ver com a confiança e segurança da Mulher no ambiente que a rodeia e no seu proprio corpo do que propriamente com as condições oferecidas pelas Maternidades. E no meu primeiro parto eu não tinha de todo a visão que tenho agora.
e neste parto opto por ter o bébé em casa mesmo sabendo que na maternidade com a informação que tenho muito dificilmente me iam sujeitar a alguns procedimentos desnecessários que dependem exclusivamente da minha vontade. Porque basta sabermos o que queremos e o que não queremos para questionar deteminados procedimentos e impedir que sejamos empurradas para determinadas situações.
Portanto a escolha do local do parto, tem mais a ver com a confiança e segurança da Mulher no ambiente que a rodeia e no seu proprio corpo do que propriamente com as condições oferecidas pelas Maternidades. E no meu primeiro parto eu não tinha de todo a visão que tenho agora.
Não me parece que estejas em desacordo comigo
Parece-me que desacordamos apenas no que toca ao "nº considerável".Eu tenho de fazer um pequeno reparo às partes que colocaste a bold.
Partes do princípio - ao meu ver errado, e pela minha experiência - que num parto humanizado no hospital a mãe terá sempre de se impor de forma mais ou menos literal, para que o parto decorra de forma fisiológica. Isto é, no mínimo, terias de fazer saber a tua intenção de não ser empurrada para determinados procedimentos/situações que considerarias desnecessários. Não é assim que se passa. Num parto hospitalar verdadeiramente humanizado, não és empurrada, induzida em nenhuma direcção. A fisiologia do parto é um ponto assente, o timing do parto totalmente respeitado, bem como a tua personalidade, os teus sentimentos nessa altura. És tu e o teu bebé que guiam a equipa médida (sempre reduzida) e não o inverso. O teu universo, o universo específico do parto que está a acontecer é visto como único e respeitado. Não se trata de meramente facilitar o trabalho de parir.
No teu 2º bold, fico com a ideia, que uma mulher que opta por ter o filho na maternidade não confia no seu corpo, o que nem sempre será verdade.
Pessoalmente posso te dizer que sempre tive confiança no meu corpo, que nunca me senti tão em sintonia com ele como durante os meus partos. Vejo o parto como um acto a 2, mãe e bebé! (Não dispenso os profissionais porque podem ser necessários, quanto menos gente presente melhor - motivo pelo qual nunca considerei a opção e ter 1 doula, seria alguém a mais num universo que quero unicamente meu. O marido esteve presente muito mais por ser 1 experiência única para ele, por mim - objectivamente - até nem seria necessário). A que condições da maternidade te referes? A mim dá-me apenas a segurança extra para qualquer acontecimento que fuja do controlo do meu corpo, que não dependa de mim.
É claro que o parto em casa terá sempre as suas especificidades, porém não consigo ver mais além do que a especificidade de estar no seu "ninho", no teu "ambiente" e já agora, mais intimista.
P.S. Não querias disvirtuar o tópico, mais eu lá dei uma ajudinha.
Pois eu não expliquei se calhar da melhor maneira.
Na primeira citação a bold que colocaste eu referia-me aos partos que decorrem hoje em dia nas maternidades, não querendo obviamente generalizar a todas as equipas, a verdade é que a mulher tem que impôr a sua vontade assim que entra para parir e sujeita-se a desentendimentos desnecessários.
Não me estava a referir a um hipotético cenário de um projecto humanizado, em que a Mulher o seu bébé e o Parto em si são totalmente respeitados. Mas não existem partos humanizados nas maternidades que eu conheço, existem sim algumas vontades de mudar a realidade dos partos em Portugal.
Na segunda citação a bold repara que eu tive o cuidado de dizer que o parto em casa depende de várias coisas e não só na confiança no seu corpo, " (...) tem mais a ver com a confiança e segurança da Mulher no ambiente que a rodeia e no seu proprio corpo do que propriamente com as condições oferecidas pelas Maternidades(...) ", e muitas vezes embora as mulheres tenham absoluta confiança no seu corpo para parir, precisam mesmo assim de sentir a segurança de um GO ao seu lado e de estar numa maternidade apoiadas pelo corpo médico em permanencia...o que não tem nada de mal, mas são necessidades que eu por exemplo não sinto..reconheço a utilidade da intervenção médica mas apenas quando ela é necessária, e na minha opinião pessoal, num parto de baixo risco não sinto nenhuma necessidade de estar num hospital. Mas isso sou eu, não se aplica a outras Mulheres e é por elas que eu apoio um possível Projecto Humanizado nas Maternidades Portuguesas, por reconhecer que há muitas mulheres que se sentem melhor a parir num hospital, e os nossos aqui em Portugal precisam urgentemente de um projecto assim.
Era isto a que eu me referia quando escrevi a frase que citaste acima..
A escolha do Parto em casa é ou deve ser independente da qualidade dos serviços oferecidos pelas Maternidades.
Beijo pa ti!
PS - Na realidade até é bom que se esclareça esta situação do parto humanizado vs parto domiciliar porque há muitas meninas que (ainda) os confundem. Quanto mais informação houver sobre este assunto mais preparadas vão as mamãs para parir.
Para isso em muito contribuiu a equipa que esteve comigo na sala de partos e todo o apoio que tive enquanto estive internada. 
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