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Parto no estrangeiro...

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  • Parto no estrangeiro...

    Como moro no Luxemburgo há já 3 anos, resolvi ter a Carolina aqui, até porque senão seria uma complicação com a Segurança Social e afins.



    A Carolina nasceu na Maternité Grande-Duchesse Charlotte, na cidade do Luxemburgo, no dia 29 de Setembro de 2009.



    Estava um pouco apreensiva em relação ao desenrolar do parto, como practicamente todas as futuras mães (principalmente as de primeira viagem). Tinha medo que algo corresse mal, comigo ou com a bébe e, claro está, medo de que houvesse uma barreira da língua, que me impedisse de comunicar em francês, numa situação de mais stress - já que não falo nenhuma outra das línguas oficiais e que eles não falam português (pelo menos não as parteiras - embora depois tenha encontrado algumas enfermeiras portuguesas).



    Comecei com cólicas por voltas das 5 da manhã do dia 29. Como era a primeira vez, achei apenas que o jantar no restaurante libanês tinha corrido mal...

    Não pensei logo na hipótese de serem contracções pois, no dia anterior, tinha estado na maternidade e a obstetra tinha-me dito que apesar de estar com 1cm de dilatação, a placenta estava ainda bastante calcificada e não tinha practicamente contracções.



    Como vi que não estava a passar, resolvi pedir ao meu marido para não ir trabalhar e para me acompanhar à maternidade, para ver se tudo estava bem.



    Quando chegámos, fomos recebidos por uma parteira muito simpática que, amavelmente nos disse que não havia salas de parto disponíveis e ia ver o que poderia fazer. Numa maternidade onde nascem cerca de 370 crianças por ano, é preciso ter muito azar para haver logo uns 10 partos no mesmo dia, pensei eu...



    Passados uns minutos instalaram-me no corredor, numa cadeira, para fazer o CTG. Entretanto uma das salas foi liberta. Uma grávida que afinal ainda estava a várias horas do parto e que foi mandada dar uma volta. A minha sorte não foi muito diferente. Depois de examinada, a parteira disse-me que o parto estava a desencadear-se, mas que estava apenas com 2cm de dilatação e que tinha de ir andar pelo menos 1h. Eu diria que esta parte foi a mais dura. Eu sentia-me tão cansada e com as contracções, andar era um tormento. Nem sei como aguentei 1h... depois disso estava com medo de cair no meio do corredor, de tanto sono que tinha. :P



    Depois do "passeio" voltámos para a sala de parto. Estava apenas com 3cm...

    A partir daí não dei pelo tempo passar. Tinha muito sono. Dormia entre as contracções - sempre agarradinha ao meu maridão, que foi um grande apoio.



    Aos 5cm perguntaram-me se já queria a epidural - um grande bem haja a quem se lembrou de a inventar!

    Com a epidural as coisas melhoraram bastante. A equipe de parteiras foi excelente em todo o acompanhamento. São bastante humanas e têm muito tacto no tratamento da grávida.



    Várias horas depois, a parteira confirmou o que eu já temia. Que a Carolina não estava a encaixar na bacia - basicamente ela não virou a cabeça. A minha obstetra já me tinha dito que achava que teríamos de ir para cesariana, pois temia que o problema fosse da minha bacia, mas que era algo dificil de comprovar, era por experiência que falava. Claro que na maternidade não quiseram saber disso, que estava bem escrito no meu dossier.



    Depois de várias horas, por volta das 19h (eu cheguei à maternidade às 11h da manhã), chega finalmente o obstetra de serviço que me diz que não gosta do CTG (basicamente a Carolina estava a entrar em sofrimento) e que ela não estava a encaixar... disse-me que podíamos esperar mais 30mn, mas que não haveria garantias de que a bébe ficasse em posição.



    E pronto, seguimos para bingo. Cesariana... e às 19h25mn nasceu a Carolina.

    A Carolina nasceu forte e saudável. Foi uma alegria imensa...



    E a história teria acabado, não fosse a minha ginecologista ter descoberto, cerca de 4 semanas depois, que eu ainda tinha pedaços de placenta dentro do útero. Lá fui recambiada para a maternidade, para ser operada de urgência. O facto de ter levado a epidural no parto fez com que a anastesia geral não tivesse sido necessária. Desta 2a vez, claro que não escapei... lá ficou a minha pequenita a biberão durante 24h!



    E pronto... aqui ficou o meu testemunho.

    Desculpem ser longo...



    Cíce

  • #2
    RE: Parto no estrangeiro...

    Antes de mais, parabéns

    Que giro, foi na mesma maternidade onde nasceram as minhas 2 filhas.

    As enfermieras-parteiras são excelentes, sobretudo no questão humana.

    Mas como não detectaram que tinhas restos de placenta?! Parece-me incompetência/negligência.

    (E já agora, porque não foi a tua OB a fazer o parto? Foi o meu OB quem fez os meus, foi chamado qdo, eu cheguei a maternidade em trabalho de parto.)

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    • #3
      RE: Parto no estrangeiro...

      Ora aí está uma curiosa coincidência...



      A minha OB é alemã e deixou de fazer partos há uns anos, pois divorciou-se e tem uma vida complicada, com 2 filas, sendo que uma delas tem uma deficiência grave. Mas eu gosto tanto dela, que não a quis deixar para ser só acompanhada na maternidade.



      O que acontece é que a minha OB tem 2 pessoas de contacto, uma no CHL e outra no hospital de Kirchberg. Ela envia as referências e são as outras OB que farão o parto - caso estejam de serviço. O que me aconteceu foi que a OB da maternidade não trabalhava às 3as feiras e portanto calhou-me o cromo de serviço - que foi simpático e tudo, porém incompetente.



      Eu sei que tive muita sorte... durante aquelas 4 semanas, os restos da placenta podiam ter infectado e eu podia ter ficado impossibilitada de ter mais filhos... isso se a infecção corresse bem!

      Apesar de tudo, resolvi não me chatear mais. Mas a minha OB ficou bastante furiosa...



      E que tal correu o parto das tuas pequenas? - espero que tenha sido menos atribulado.

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      • #4
        RE: Parto no estrangeiro...

        Os partos correram bem, foram experiência muito boas. O 2º parto teve alguns precauços imediatamente após a saída da placente e que resultaram numa urgência obstrética, mas contudo o saldo é extremamente positivo.

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        • #5
          RE: Parto no estrangeiro...

          Por acaso tb tive restos de placenta e fui operada 1 semana depois do parto, após uma mega hemorragia.

          O meu parto foi em Portugal, num hospital público - o HSFX, e sempre fiquei com essa dúvida - terá sido negligência no parto? perguntei à minha OB que disse "são coisas que acontecem".. fico sempre com a ideia que os médicos se protegem mutuamente e o desgraçado do paciente nada pode fazer.



          Na minha opinião "não são coisas que acontecem". Após a expulsão da placenta, deviam ver bem como está o utero (ainda por cima está enorme, deve ser fácil de ver) ou em caso de duvida fazer uma eco. Mas nunca deixar sair uma mulher do hospital naquelas condições. podia ter tido uma septicemia ou pior.. sujeitei-me a uma anestesia geral, o que é curioso, pois uma semana antes tinha estado com as dores de parto..



          Por isso, meninas que ainda vão ter bebé, tenham cabeça fria e exigiam aos médicos saber como ficou o vosso utero imediatamente apos o parto.

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