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Morte de recém-nascida por suposta Negligência Médica no S.F.Xavier

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  • Morte de recém-nascida por suposta Negligência Médica no S.F.Xavier

    Começo por vos dizer que só neste momento senti alguma força para falar de um assunto que me marcou, e ao meu marido, para a vida. Este texto é algo longo, mas leiam com atenção, porque é uma situação pouco comum, mas que ainda assim pode acontecer a qualquer mãe.

    A tragédia ocorreu no dia 23 de Setembro passado, e a partir daí parece que estamos num pesadelo sem fim. Não posso detalhar tudo aqui porque seriam necessárias muitas páginas – isso será feito por outras vias – mas ocorreram situações que pensávamos inacreditáveis para a época em que vivemos.

    Sempre tive o sonho de ser mãe. Antes e durante a gravidez consultei regularmente este fórum, onde aprendi muitas coisas sobre este momento maravilhoso. Infelizmente, acabou por ser tudo em vão, porque na altura do parto a nossa tão desejada filha (que até sorriu para nós durante uma ecografia 4D, coisa que é rara) acabou por falecer por suposta negligência da equipa médica do Hospital de São Francisco Xavier. Os nossos sonhos foram destruídos, e a ideia do sofrimento da menina é algo que nos martiriza todos os dias.

    No dia 22 de Setembro, pela manhã, o supostamente reputado médico que nos acompanhou em algumas consultas prévias sugeriu o internamento neste mesmo dia para indução do parto às 38 semanas, algo que aceitámos. Primeiro, porque estávamos desejando ter a menina nos nossos braços; segundo, porque se passassem mais duas semanas a menina poderia ganhar algum peso a mais (estava com 3.678 Kg nesta altura). Na nossa mente estava a ideia de uma cesariana, algo partilhado por opiniões médicas externas que íamos recebendo. Isto devido a vários factores: a minha hipertensão (nas últimas semanas já a subir consideravelmente) e que resultou em taquicardia durante o parto; o cordão umbilical da menina à volta do pescoço (que se percebeu serem duas voltas, após o nascimento); e a posição cefálica mas incorrecta, com dorso posterior (só por si um forte motivador de cesariana). Para poupar dinheiro, nada de cesariana, sujeite-se a mãe a dois dias de dolorosa indução e ao sofrimento provocado por uns fórceps usados para rodar e puxar a menina, de tal forma que lhe arrancaram um pouco de carne da bochechinha e do bracinho.

    Quando no início da manhã do dia 23, foi detectado por toque, que já estava com cerca de 4/5 dedos de dilatação, foi-me pedido para aguardar no quarto pois não haviam vagas no bloco de partos, e eu a agonizar com dores. O parto aconteceu nesse mesmo dia, pelas 19:16, tendo o pai sido mandado sair porque observaram que ia ser “um parto difícil, a fórceps”. Só que por esta altura já as coisas estavam a preocupar-nos há muito, porque o CTG apresentava há algumas horas quedas de batimentos para os 80, algo que aponta para sofrimento fetal. Muito carregámos na campainha, mas ninguém aparecia. As águas tinham sido rebentadas pelas 15:30 e já apresentavam um aspecto turvo, referido pela enfermeira e mais tarde desprezado pela médica, fria e insensível à situação. Com a dilatação completa, ainda tive de aguardar cerca de uma hora pelos médicos, com a enfermeira a comentar que ia ter de parar de fazer força e aguentar, que não havia médicos disponíveis.

    Após o parto já tardio, a menina, embora nascendo viva, não chorou (apesar do médico dizer que sim, quando eu preocupada disse que a minha bebé não chorou) e não reagia, entrando na sala um batalhão de médicos e enfermeiras – agora já havia mais de 15, algo curioso –, tudo em choque ao ver a menina sem reacção. Após momentos de aflição com tentativas desesperadas para a reanimar, sem resultado, foi levada para a Neonatologia e colocada numa incubadora, mas ninguém me disse nada, deixando-me na sala de partos completamente abandonada, sem saber como estava a minha filha. Só algumas horas mais tarde o meu marido regressa da Neonatologia e me dá a notícia de que a menina não está a responder às tentativas de reanimação. Por estas horas o meu sofrimento, do meu marido e familiares presentes era indescritível, a nossa tão desejada filha estava em risco de vida.
    Mais tarde tivemos a notícia de que a nossa linda, linda bebé tinha falecido. O choque e a dor foi e continua a ser tanto que não desejamos algo semelhante a ninguém no mundo. Fomos para o Hospital de São Francisco Xavier porque tínhamos recomendações da qualidade da equipa médica, e acabámos por sair de lá sem a nossa bebé, com os sonhos destruídos e a revolta de sabermos que era uma bebé perfeitinha, sem quaisquer problemas senão a de a equipa médica ter ignorado algo tão essencial como uma vigilância adequada a uma grávida de alto risco, e as condições que a bebé apresentava.

    O índice de Apgar da menina dizia o seguinte: Primeiro minuto: 1 (que indica asfixia grave, sinal de que o parto foi tardio). Da Neonatologia disseram ao pai que mesmo que a menina fosse reanimada, teria de ser alimentada por sonda e ficar num estado vegetativo.

    O papel da autópsia (que felizmente temos em nossa posse, porque foi efectuada no Hospital Egas Moniz) apresenta o seguinte: “Falência multiorgânica devida ou consecutiva a asfixia neonatal devida ou consecutiva a sofrimento fetal, extracção difícil e circular cervical apertada.” Algo que não deixa margem para dúvidas.

    Nos dias seguintes, muitas outras situações inconcebíveis ocorreram, incluindo darem-me um antibiótico para os pontos infectados que era precisamente aquele ao qual sou alérgica, e que vinha mencionado a letras garrafais no meu boletim e no meu processo – no último segundo reparei na saqueta a dizer “ácido clavulânico”. A frieza dos médicos(as), desde os mais experientes aos mais novos, foi outro choque, sobretudo quando o pessoal auxiliar e enfermeiros tinha revelado uma simpatia extrema. Também fiquei com restos de placenta e tive de tomar medicação para expulsar.

    Tudo o que aqui foi escrito é verídico, e ficou muito mais por contar. Não se trata de um aborto, não se trata de um bebé que faleceu por falha do seu organismo – trata-se de uma bebé muito desejada que faleceu por suposta negligência médica, esquecendo-se da grávida no bloco de partos até já ser tarde demais. O facto de terem ocorrido muitos partos nesse dia não é desculpa, porque fiquei por lá quase dois dias antes do parto ocorrer e estava em jogo a minha vida e a vida da minha filha, que infelizmente é neste momento um anjinho no céu. Mas devia ser um anjinho na terra, ao lado dos pais que tanto a amam.

    É uma dor indescritível, já no serviço de Neonatologia e passadas cerca de três horas do parto, ter-me despedido do meu anjinho, ter tido a minha bebé no meu peito mas já morta. Ter pedido ao meu marido rosas brancas quando viesse visitar-nos ao hospital, e afinal ter de enterrar a minha filha e serem para ela tantas rosinhas brancas…

    Este Natal… não foi Natal, foi apenas cheio de dor, de tristeza e de uma revolta sem fim e que ficará para o resto das nossas vidas. Era tudo aquilo que mais ansiávamos na vida, e foi-nos tirado.

    A todas as grávidas e futuras grávidas deixo aqui o meu alerta.
    A todas as mães, beijem os vossos filhos, abracem e sobretudo sintam-nos juntinho a vós porque eu… eu simplesmente fico a imaginar como seria tão bom fazer o mesmo à minha querida filha.
    Relato da minha tragédia:
    http://foruns.pinkblue.com/showthrea...-no-S.F.Xavier

  • #2
    não me ocorre dizer muita coisa depois do que li... é uma tristeza o nosso serviço nacional de saúde...

    que dor... e assim se perde uma vida...

    beijinho e muita força para estes pais em dor em luto
    Raquel, Maria Beatriz, Estrelinha e Mariana

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    • #3
      Nao posso imaginar a vossa dor... O meu filho nasceu uma semana antes da tua e o teu testemunho fez-me chorar.

      Mesmo que a tua indicaçao inicvial nao fosse de cesariana mas sim de induçao é inconcebivel que se nao se avance para cesariana quando ha sintomas de sofrimento fetal e menos ainda que se deixe uma mao com dilataçao â espera de um medico. Vai ate as ultimas consequencias para responsabilizar quem foi tao incompetente. Infelizmente nao podemos trazer a tua fiha de volta mas podemos impedir que gente assim ponha em risco mais maes e bebes.

      Muita força
      Rute

      O meu parto de 14 dias
      Bebes e Mamas marcianas de 2008
      Foram 25 meses, 2 semanas e 4 dias de maminha com muito amor (mamou a ultima vez a 22 de Abril 2010). CIA congénita, encerrada por cateterismo aos 4 anos e 5 meses.
      CIA congénita... Um operado, outro à espera que feche...

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      • #4
        Bem...nem sei o q dizer...nem imagino essa dor que deve ser imensa!
        Força e olhar em frente, cabeça erguida, e pensem que ela será um anjinho que está a olhar por vós!
        É de facto muito mau ver tanto desprezo medico, e inadmissivel!
        Um beijinho mt ternurento e um forte abraço!
        Coragem e mta força!!!








        Madrinha querida: JuanaeRasta

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        • #5
          Já te enviei uma PM porque não estava a conseguir escrever aqui. Concordo em tudo com a rbalmeid.

          Espero que se faça justiça pela tua filha e que esses criminosos não prejudiquem mais ninguém.

          Muita força e um beijinho

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          • #6
            Meu Deus....
            Muita força e coragem! Nao baixem os braços!
            Nada vos trará a vossa filha de volta mas ao menos os responsaveis poderao nao sair impunes!!
            Veja o novo Blog de Culinária, o Manjar das Deusas

            Presidente da associação de madrinhas da PipocaeCompanhia

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            • #7
              Inserido Inicialmente por rbalmeid Ver Mensagem
              Nao posso imaginar a vossa dor... O meu filho nasceu uma semana antes da tua e o teu testemunho fez-me chorar.

              Mesmo que a tua indicaçao inicvial nao fosse de cesariana mas sim de induçao é inconcebivel que se nao se avance para cesariana quando ha sintomas de sofrimento fetal e menos ainda que se deixe uma mao com dilataçao â espera de um medico. Vai ate as ultimas consequencias para responsabilizar quem foi tao incompetente. Infelizmente nao podemos trazer a tua fiha de volta mas podemos impedir que gente assim ponha em risco mais maes e bebes.

              Muita força
              Rute

              Faço minhas palavras a da Rute.
              Estou em choque...

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              • #8
                Não consigo sequer imaginar o pesadelo pelo qual passaste e estás a passar. Concordo plenamente que se apure todas as responsabilidades. Não se ignoram sinais de sofrimento fetal, não se deixa uma mãe com a dilatação feita à espera que o médico chegue (muito menos quando o bebé não se apresanta na posição convencional), não se deixa uma mãe sem saber o que aconteceu ao seu filho, como ele está, e nem se deixa uma mãe que passa por semelhante privação sem apoio emocional e muito menos se a maltrata. Isto para não da negligência no pós-parto.


                Para ti, para o pai, desejo que consigam encontrar alento que vos ajude a viver com tamanha perda.

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                • #9
                  Só consegui expirar o ar que cá tinha...
                  Os meus desejos são que tenhas muito apoio para aprender a lidar com esta tragédia.
                  Os meus pêsames.
                  Beijo

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                  • #10
                    Choro contigo e sinto um pouco a tua dor porque também sou mãe. Faz o teu luto, demora o tempo que for necessário, até te restabeleceres de tamanha tristeza e te sentires confiante para voltar a sonhar.

                    E acho que a tua filha te deixou uma missão... esses médicos não devem ficar impunes de modo algum.

                    Um abraço e muita força.
                    Olha mãe, a lua! Está redonda e branca... podes ir lá pintá-la?

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                    • #11
                      O meu filho nasceu um dia depois da tua filha e não consigo imaginar tamanha dor. Sei que não há palavras que vos possam confortar, mas espero que consigam ter forças para seguir em frente e lutar pelo apuramento das responsabilidade.




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                      • #12
                        Já escrevi, já apaguei e continuo sem ter a palavra certa, se é que a há
                        Um beijinho e muita força para enfrentarem a dura batalha de chamar a responsabilidade, ou melhor a falta dela, a quem cometeu um erro tão grave e fatal...

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                        • #13
                          Estou sem palavras.... Meus Deus!
                          Muita força e muita coragem, sei que isto não vai trazer de volta a tua menina, mas que a justiça seja feita rapidamente.
                          Bjo apertadinho




                          Madrinha querida Caty80
                          Madrilhada fofucha Julit

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                          • #14
                            Antes de mais o meu muito obrigada a todas, a todas as palavras de apoio.

                            Realmente são momentos mt difíceis, estes pq estou a passar, acreditem q é uma dor sem fim, está sempre presente e o pior é q sei q estará para sempre.

                            Foram mts os pormenores, as falhas.
                            Foi mta a falta de profissionalismo, sensibilidade e humanismo, q eu própria pensei q n fosse possível e hj mesmo, ainda dou por mim, a questionar-me como foi possível ter ocorrido td o q se passou, até custa acreditar, qd e mais uma vez relatamos o nosso caso a mais alguém.

                            E parece q d alguma forma esta dor m martiriza continuamente, ainda hà pouco os meus vizinhos d cima bateram à minha porta, para nos mostrar o seu rebento nascido à cerca d uma semana, e lá vieram sem terem a certeza absoluta s estavam a fazer o mais correcto e eu claro lhes respondi q n fazia mal e gostei mt d o terem feito, estavam tão felizes e babosos c o seu tesouro. Mas eu n consegui segurar as lágrimas qd vi aquele bebé tão perfeitinho, tão lindo...mas q não era a minha filha... Desde o Natal q adormeço ou melhor tento adormecer, sempre c o som d bebé a chorar e lá fico eu c as lágrimas a caírem sem parar e o meu marido a sofrer tb.

                            São médicos c largos anos de experiência, mt recomendados, aliás foi a minha ginecologista particular, q lá faz serviço, q me aconselhou. Enfim..se o arrependimento matasse…

                            Posso vos contar q a frieza foi tanta q n dia a seguir ao parto esse mesmo conceituado médico, q m acompanhou n consultas, veio ao meu quarto e apenas m disse” a vida continua”, continua só se for para ele pq para nós jamais será a mesma.
                            A médica q ajudou n parto tb teve uma infeliz observação, qd eu questionei , o pq d fórceps , e d tardarem a vir, ao q esta respondeu” quem manda fazer a dilatação depressa demais, qd n passava d 5 dedos , podia ter sido diferente agora j n dá”, como s eu pudesse controlar o meu organismo, e tempo para decidirem o q fazer tiveram eles d sobra pois eu estava ali n sala desde as 10h , sensivelmente, fora o dia todo anterior q j estava internada a induzirem o parto. E calhou a enfª vir fazer um toque e constatar q j estava c os 10 dedos e mesmo assim h qt tempo eu j n estava c a dilatação toda, ninguém vinha ver.
                            Até a costura infectou e s passado 4 dias chegaram à essa conclusão dp d m ter queixado tanto e dp lá veio o belo d acido clavulânico , a q sou alérgica, e calhei a ver pq senão n sei…

                            Se pudesse teria a tido sozinha c o meu marido,ali mesmo, m menina ficou presa n canal d parto, pois estava d lado c a carinha para cima tal como vinha a alertar n ecos. E dp com os fórceps a rodarem e a puxarem e o cordão umbilical à volta d pescocinho e o tempo a mais d espera para o parto , foi o fim…

                            Entrei como era d se esperar em choque qd soube finalmente d triste noticia e qd fui despedir-me d meu anjinho mas nem mesmo assim e j aquela hora queriam deixar o meu marido cmg . Foram imensos os pedidos q ele e os meus pais presentes fizeram.

                            Era a minha primeira filha, a tal desejada menina. Teria ficado c ela até s pudesse, dentro d mim, aqui ela esteve sempre segura e feliz tal como a vimos a sorrir n tal eco a 4D, mesmo c tanto mal estar, tanto enjoo e azia do principio até ao fim.

                            Se o mundo pudesse ter parado teria ficado c ela n meu peito, ali qd m fui despedir e qd agarrei naquelas mãozinhas tão perfeitinhas m que j n chegaram a agarrar os meus dedos.
                            Não tive sequer a oportunidade d ver os olhinhos abertos d minha filha e dizer-lhe ” Olá querida é a mamã”, apenas sei q a AMO PARA SEMPRE.

                            A tdas vós, apenas vos aconselho a observarem o CTG sempre, estarem atentas a td e a todos, e ao mínimo sinal d q algo n está bem, queixem-se, peçam ajuda, GRITEM, eu gritei unicamente qd m introduziram os fórceps, antes s me contorcia c as dores e GRITEI, GRITEI MUITO, MUITO qd m despedi, n Neonatologia e em todo o funeral e o meu coração grita por dentro d dor e tristeza tds os dias desde então pela minha doce Nicole.

                            Obrigada a todas e sejam mt felizes junto d seus tesouros
                            Relato da minha tragédia:
                            http://foruns.pinkblue.com/showthrea...-no-S.F.Xavier

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                            • #15
                              ” quem manda fazer a dilatação depressa demais, qd n passava d 5 dedos , podia ter sido diferente agora j n dá”, quem faz uma observação desta mereceria ver a sua carteira médica retirada, nem é preciso falar em negligência médica.

                              Estou atónita

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