"O melhor momento para nascer é quando nascemos."
E o momento do Tiago foi no dia mais quente do ano: domingo, 26 de Junho pelas 12:20.
O tempo de gravidez estava cumprido: 40 semanas. A data prevista do parto indicava dia 26. Há já muitos dias que a barriga estava descida e que o rolhão havia saído. Todos aguardávamos a chegada do Tiago. Todos os dias me perguntavam: “Então? Ainda não nasceu?” Mas cada um tem um seu tempo, e à semelhança da sua mana, o Tiago quis cumprir todo o tempo no SPA materno.
As primeiras contracções dolorosas surgiram ainda no sábado. Depois de um dia normal, à noite coecei a sentir as já minhas conhecidas dores no fundo da barriga. Consegui adormecer e dormir um sono até cerca das 2 da manhã, hora em que nem as dores, nem a sua cadência (intervalos de 6 minutos e duração de 1 minuto) me deixavam dormir. Fiquei no sofá a (tentar) ver TV enquanto o Pai ainda fazia um trabalho para a universidade com uns colegas no escritório. Por volta das 3 da manhã liguei ao Parteiro que me disse que o TP ainda estava atrasado, que continuasse a controlar as contracções e assim que diminuissem o intervalo, que lhe ligasse novamente. Assim foi até cerca das 6 da manhã, hora em que lhe liguei novamente a informar que as dores estavam mais intensas e que as contracções estavam de 5 em 5 minutos. Ele disse então que sairia para vir ter comigo. Na mesma altura liguei para a amiga C. a avisar que deveria ser aquele o dia, e para ela se preparar para vir buscar a Maria.
Como as dores eram bastante intensas (eu pensava: “Não me lembro que doesse tanto da Maria…”), resolvi ir até à banheira com água quentinha. As contracções espaçaram então um pouco, aumentando o seu intervalo novamente para 6 minutos. Ali fiquei até à chegada do Parteiro cerca das 9 da manhã. Feito o toque, a dilatação estava nos 4 para 5 cm. Decidi sair da banheira e caminhar pela casa para ver se ajudava o trabalho de parto a progredir. Assim foi, em pouco tempo as contracções aceleraram para um intervalo de 2 em 2 minutos. Lá pelas 10:30 pedi para que me observasse, pois estava curiosa para saber quanto faltaria para a dilatação estar completa. Toque feito, 10 cm completos, e indicação para puxar quando sentisse vontade.
A necessidade de puxar não era contínua, ía e vinha. As dores eram intensas e mais uma vez o filme parecia repetir-se: o bebé não descia. Fazia força, força e nada. E até ali a bolsa de água ainda não tinha rebentado. Fomos fazer uma observação e enquanto o Parteiro observava a bolsa rebentou – líquido branquinho, e tudo ok com o bebé. Como eu estava a ficar muito cansada também derivado da noite sem dormir, o Parteiro sugeriu que eu voltasse para a banheira para que a água tivesse um efeito calmante. Novamente as contracções ficaram mais espaçadas, permitindo que eu descansasse. Contudo, eu estava a ficar muito nervosa com medo que acontecesse o que aconteceu do parto da Maria e eu tivesse que ir aos hospital. Esse meu descontrole foi o que de pior ocorreu, eu comecei a pensar que não era capaz e que não estava a ser capaz de ajudar o meu filho a nascer. Tanto o Pai como o Parteiro me ajudaram e incentivaram. Resolvi sair da banheira a ver se a posição vertical ajudava. Fiquei algum tempo de cócoras e comecei a conseguir concentrar-me melhor a afastar maus pensamentos. O Parteiro dizia que o bebé estava a descer e sugeriu que me deitasse um pouco para ver o que ele podia fazer para ajudar. Assim foi, manobra para aqui, manobra para ali e a indicação correcta de onde aplicar a força, em pouco tempo oiço: “Já vejo a cabeça.” Na próxima contracção, o bebé coroa. Foi uma sensação de alívio em que eu pensei: “Vamos conseguir e já falta pouco.” A dor era muito intensa, parecia que estava tudo a rasgar. Houve ali um compasso de espera pois o Tiago tinha três voltas do cordão umbilical em volta do pescoço. O cordão teve de ser cortado ainda com o bebé dentro, pois as voltas eram bastante apertadas. Enquanto isso, só me lembro de gritar de dor. Com o próximo puxão o bebé nasceu: 3.600kg e 52cm.
Não chorou logo. Precisou de ser aspirado para começar a respirar, mas mal começou a chorar veio para o meu peito e ali ficamos, em êxtase durante longos minutos.
A placenta “nasceu” também logo a seguir e eu questiono: “Agora vai-me coser?”, pois eu estava muito convencida que deveria haver muito a consertar. Resposta do Parteiro: “Coser o quê? Não há nada para coser!” E de facto, nem uma laceração, nem um rasgão, nada!
Depois de toda a adrenalina do parto, eu estava exausta, mas cheia de fome. O Pai preparou uma deliciosa salada de atum e grão que me soube pela vida.
O Tiago mamou mais de uma hora depois de ter nascido, pois não aceitou a mama antes.
E desta vez, tudo correu bem e foi óptimo estar em nossa casa, descansar à vontade e receber quem amamos logo a seguir
Recuperação:
Óptima e rápida. Sem pontos, em 3 dias já andava perfeitamente, que nem parecia que tinha tido um bebé. Agora é esperar que o corpo volte à forma normal e os quilos a mais se vão embora.
Amamentação:
Sem problemas de maior, tirando a dor nos mamilos. O Tiago mama de 2 em 2 horas, às vezes menos. Aumentou mais de 400g em menos de 1 semana.
Parto da mana:
E o momento do Tiago foi no dia mais quente do ano: domingo, 26 de Junho pelas 12:20.
O tempo de gravidez estava cumprido: 40 semanas. A data prevista do parto indicava dia 26. Há já muitos dias que a barriga estava descida e que o rolhão havia saído. Todos aguardávamos a chegada do Tiago. Todos os dias me perguntavam: “Então? Ainda não nasceu?” Mas cada um tem um seu tempo, e à semelhança da sua mana, o Tiago quis cumprir todo o tempo no SPA materno.
As primeiras contracções dolorosas surgiram ainda no sábado. Depois de um dia normal, à noite coecei a sentir as já minhas conhecidas dores no fundo da barriga. Consegui adormecer e dormir um sono até cerca das 2 da manhã, hora em que nem as dores, nem a sua cadência (intervalos de 6 minutos e duração de 1 minuto) me deixavam dormir. Fiquei no sofá a (tentar) ver TV enquanto o Pai ainda fazia um trabalho para a universidade com uns colegas no escritório. Por volta das 3 da manhã liguei ao Parteiro que me disse que o TP ainda estava atrasado, que continuasse a controlar as contracções e assim que diminuissem o intervalo, que lhe ligasse novamente. Assim foi até cerca das 6 da manhã, hora em que lhe liguei novamente a informar que as dores estavam mais intensas e que as contracções estavam de 5 em 5 minutos. Ele disse então que sairia para vir ter comigo. Na mesma altura liguei para a amiga C. a avisar que deveria ser aquele o dia, e para ela se preparar para vir buscar a Maria.
Como as dores eram bastante intensas (eu pensava: “Não me lembro que doesse tanto da Maria…”), resolvi ir até à banheira com água quentinha. As contracções espaçaram então um pouco, aumentando o seu intervalo novamente para 6 minutos. Ali fiquei até à chegada do Parteiro cerca das 9 da manhã. Feito o toque, a dilatação estava nos 4 para 5 cm. Decidi sair da banheira e caminhar pela casa para ver se ajudava o trabalho de parto a progredir. Assim foi, em pouco tempo as contracções aceleraram para um intervalo de 2 em 2 minutos. Lá pelas 10:30 pedi para que me observasse, pois estava curiosa para saber quanto faltaria para a dilatação estar completa. Toque feito, 10 cm completos, e indicação para puxar quando sentisse vontade.
A necessidade de puxar não era contínua, ía e vinha. As dores eram intensas e mais uma vez o filme parecia repetir-se: o bebé não descia. Fazia força, força e nada. E até ali a bolsa de água ainda não tinha rebentado. Fomos fazer uma observação e enquanto o Parteiro observava a bolsa rebentou – líquido branquinho, e tudo ok com o bebé. Como eu estava a ficar muito cansada também derivado da noite sem dormir, o Parteiro sugeriu que eu voltasse para a banheira para que a água tivesse um efeito calmante. Novamente as contracções ficaram mais espaçadas, permitindo que eu descansasse. Contudo, eu estava a ficar muito nervosa com medo que acontecesse o que aconteceu do parto da Maria e eu tivesse que ir aos hospital. Esse meu descontrole foi o que de pior ocorreu, eu comecei a pensar que não era capaz e que não estava a ser capaz de ajudar o meu filho a nascer. Tanto o Pai como o Parteiro me ajudaram e incentivaram. Resolvi sair da banheira a ver se a posição vertical ajudava. Fiquei algum tempo de cócoras e comecei a conseguir concentrar-me melhor a afastar maus pensamentos. O Parteiro dizia que o bebé estava a descer e sugeriu que me deitasse um pouco para ver o que ele podia fazer para ajudar. Assim foi, manobra para aqui, manobra para ali e a indicação correcta de onde aplicar a força, em pouco tempo oiço: “Já vejo a cabeça.” Na próxima contracção, o bebé coroa. Foi uma sensação de alívio em que eu pensei: “Vamos conseguir e já falta pouco.” A dor era muito intensa, parecia que estava tudo a rasgar. Houve ali um compasso de espera pois o Tiago tinha três voltas do cordão umbilical em volta do pescoço. O cordão teve de ser cortado ainda com o bebé dentro, pois as voltas eram bastante apertadas. Enquanto isso, só me lembro de gritar de dor. Com o próximo puxão o bebé nasceu: 3.600kg e 52cm.
Não chorou logo. Precisou de ser aspirado para começar a respirar, mas mal começou a chorar veio para o meu peito e ali ficamos, em êxtase durante longos minutos.
A placenta “nasceu” também logo a seguir e eu questiono: “Agora vai-me coser?”, pois eu estava muito convencida que deveria haver muito a consertar. Resposta do Parteiro: “Coser o quê? Não há nada para coser!” E de facto, nem uma laceração, nem um rasgão, nada!
Depois de toda a adrenalina do parto, eu estava exausta, mas cheia de fome. O Pai preparou uma deliciosa salada de atum e grão que me soube pela vida.
O Tiago mamou mais de uma hora depois de ter nascido, pois não aceitou a mama antes.
E desta vez, tudo correu bem e foi óptimo estar em nossa casa, descansar à vontade e receber quem amamos logo a seguir
Recuperação:
Óptima e rápida. Sem pontos, em 3 dias já andava perfeitamente, que nem parecia que tinha tido um bebé. Agora é esperar que o corpo volte à forma normal e os quilos a mais se vão embora.
Amamentação:
Sem problemas de maior, tirando a dor nos mamilos. O Tiago mama de 2 em 2 horas, às vezes menos. Aumentou mais de 400g em menos de 1 semana.
Parto da mana:
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