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E o copo transbordou...

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  • E o copo transbordou...

    Bom dia,



    Começo por agradecer o tempo que vão dispensar a ler o meu desabafo, que não passa disso mesmo. Tenho amigos e com quem desabafar, mas assim é muito, mas muito mais fácil.



    "E o copo transbordou" é o título do meu tópico. Mas que copo, podem perguntar? A minha vida, com tudo aquilo que faz parte dela.



    Sou uma mulher adulta e madura, de mais de 30 anos, mas que sempre teve algumas dúvidas, que foi muito cautelosa. Sou casada com uma pessoa de quem gosto mais hoje do que no dia em que o conheci. É verdade, o tempo foi passando e o meu sentimento foi crescendo e consolidando-se. Fomos seguindo a nossa vida tranquilamente, pondo pedra sobre pedra, e com o passar do tempo aprendi a mostrar os meus sentimentos, a ser eu e não aquela que fingia ser dura, muitas vezes insensível, fria. Fingi o tempo todo que não queria filhos, porque tinha medo do futuro e era uma defesa minha. De algum tempo a esta parte, o assunto voltou a surgir e eu decidi revelar-me: sim, quero ser mãe, quero gerar um filho, quero abraçá-lo, quero ter uma extensão de mim, de nós, não quero continuar a ser a ilha que tenho sido.

    Depois de ter tomado esta resolução na minha cabeça, e especialmente no meu coração, passei à parte prática, que tanto gozo me deu. As análises, o sonho de viajar e "mandar vir" o meu tão esperado bebé...

    O sonho morreu ontem, e com ele morreu a esperança que eu tinha de ser feliz, finalmente ser feliz sem reservas, sem medos, ser incondicionalmente livre para viver, sem pensar no dia de amanhã.

    A história é demasiado complicada e tem demasiados contornos e becos escuros para a estar a contar exaustivamente, mas tem que ver com questões familiares, que nos transcendem. Dependemos ambos de uma empresa familiar, da qual somos meros empregados. Tive, e tenho tido, problemas muito graves com a minha família, que me transcendem mas para os quais fui totalmente arrastada, aliás, fomos os 2. A minha vida tranquila passou a ser um inferno, em que de repente comecei a ter 2 familiares meus dependentes de nós, mas a quem não pude virar as costas.

    Temos tentado, ao longo dos últimos 2 meses, ignorar o problema, ou melhor, fazer de conta que ele não é assim tão grave, quando o é. Ontem tivemos uma conversa definitiva, na qual ele me disse que não consegue viver mais assim, que não consegue trabalhar mais na empresa, que está infeliz, que os problemas nos afastaram. Toda a gente sabe que o mercado de trabalho não está fácil, e nós temos compromissos financeiros assumidos, que não podem ser cumpridos se um de nós ficar sem emprego. Disse-me, a chorar, que a nossa vida ia ser sempre assim, que somos arrastados para problemas que não causámos, mas que é a minha família, à qual percebe que eu não vire as costas. Disse-me, a chorar, que só lhe apetecia desaparecer, e não sabe como vamos conseguir resolver os vários problemas graves que temos.

    Eu sei. Sei que posso libertá-lo deste calvário, e que apesar de no início lhe custar muito, porque sei que me ama sinceramente, vai acabar por encontrar alguém livre de problemas e amarras, alguém que o faça feliz, tal como ele merece. Abro mão dele, e de nós, para que ele possa ser feliz.



    Só me lembro de ter chorado lágrimas tão amargas quando perdi o meu pai...



  • #2
    RE: E o copo transbordou...





    A vida tem fases muito mas, mas ha sempre um caminho. So teem de o procurar... A tua soluçao definitiva pode parecer muito altruísta, mas corres o risco de nao resolver nada e eternizar a infelicidade de ambos...



    Boa sorte



    Rute



    O meu parto de 14 dias
    Bebes e Mamas marcianas de 2008
    Foram 25 meses, 2 semanas e 4 dias de maminha com muito amor (mamou a ultima vez a 22 de Abril 2010). CIA congénita, encerrada por cateterismo aos 4 anos e 5 meses.
    CIA congénita... Um operado, outro à espera que feche...

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    • #3
      RE: E o copo transbordou...

      Obrigada pela resposta, Rute.



      Neste momento não consigo encontrar mais nenhum caminho, entendes? O meu cérebro é uma papa. Tento racionalizar e não consigo. Passei de uma pessoa de gargalhada fácil a alguém que está permanentemente a chorar, como se o mundo estivesse a terminar. Não consigo perceber como é que cheguei ao inferno tão rapidamente.

      Não posso nem devo arrastar alguém que não merece comigo para o pântano...



      Acredito que ambos vamos encontrar a felicidade novamente, onde quer que ela esteja.

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      • #4
        RE: E o copo transbordou...

        Nem sei o que dizer...é complicado.

        Se o amas, se ele te ama, não abras mão da felicidade, primeiro estás tu e a nova família que queres contruir, depois vem o resto.

        A tua solução só vos vai fazer ainda mais infelizes.

        Boa sorte.






        Trabalhar nunca matou ninguém, mas porquê arriscar???

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        • #5
          RE: E o copo transbordou...

          Dou voltas e voltas à minha cabeça, até ela me começar a doer, e não encontro uma saída para isto. Mando tudo "às couves", e tento recomeçar a vida, nem que seja debaixo da ponte, e corto definitivamente com a minha família?

          Mantenho tudo como está, e espero que as coisas terminem naturalmente? Ponho um ponto final no meu casamento, e liberto-o?



          Só me ocorre uma música do Moby, com a Patti LaBelle, que diz: "One of these mornings, Won't be very long, You will look for me, And I'll be gone"

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          • #6
            RE: E o copo transbordou...

            Fiquei muito triste ao ler a tua situação.



            A única coisa que posso dizer é que nenhuma decisão definitiva deve ser tida em conta num momento de tempestade. Dá algum tempo para acalmarem e ponderarem em conjunto uma alternativa. Se como dizes consolidaram a vossa relação com pedra sobre pedra não baixes os braços sem pensar sem desespero.



            Desejo que fiques bem.



            :rose:


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            • #7
              RE: E o copo transbordou...

              Fizeste-me chorar, Isa. Encontrei compreensão num estranho, e confortou-me.



              É isso que me dói. Lutei tanto para conseguir chegar aqui, e agora morro na praia...não me sai do pensamento a expressão dele, de desilusão e desespero, quando me disse, entre lágrimas, que tínhamos de abdicar do projecto de termos um filho, e que ele abdicava por mim. Que era um sonho mas abdicava por mim.



              Será justo eu deixar?

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              • #8
                RE: E o copo transbordou...

                não não não menina.....

                nem pensar nisso. Nunca será boa decisão abdicares da tua vida e felicidade em prol dos teus problemas.

                sem ele te ama e se tu o amas porque tem de ser assim?

                Eu tive graves problemas com a minha mãe, pois ela não aceitava o meu namorido, por ciumes talvez, e vi-me forçada a sair de casa. Custou-me muito, chorei muito, mas mal ou bem estou feliz junto dele. E assim tem de ser com voces.

                Amiga não sei que problemas são mas tudo tem solução. Resolve-os e se necessário for afasta-te deles (familia). São tua familia eu sei mas tu tens a tua vida e precisas de establidade espiritual para poder viver, e assim meu anjo ninguem vive

                Por favor não abdiques dele. Custou-me muito ler as tuas palavras pois demonstram muito amor entre voces os dois. Não percas isso por favor. Despacha tudo o resto e abre o teu coração ao homem que amas e que te quer. E já agoram façam um filho/a lindos

                Mil beijos



                Vera

                Tou sempre disponivel se precisares. Adiciona se quiseres vdvalerio@hotmail.com

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                • #9
                  RE: E o copo transbordou...

                  SimplesmenteEu (24-04-2009)Fizeste-me chorar, Isa. Encontrei compreensão num estranho, e confortou-me.







                  É isso que me dói. Lutei tanto para conseguir chegar aqui, e agora morro na praia...não me sai do pensamento a expressão dele, de desilusão e desespero, quando me disse, entre lágrimas, que tínhamos de abdicar do projecto de termos um filho, e que ele abdicava por mim. Que era um sonho mas abdicava por mim.







                  Será justo eu deixar?


                  Não é justo...tá visto que ele te ama ao ponto de abdicar de um sonho, tá na altura de tu abdicares de tudo (família) e de seres feliz.

                  É certo que te vai custar, família é sempre família, mas afinal o que vem em 1.º lugar??? A tua felicidade...claro.

                  Não deixes escapar alguém que te ama.






                  Trabalhar nunca matou ninguém, mas porquê arriscar???

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                  • #10
                    RE: E o copo transbordou...

                    Olá Vera,



                    Obrigada pela resposta que me deste. Não te conheço, mas fizeste-me sentir próxima de ti, que certamente és uma pessoa especial.



                    Os nossos problemas não passam por aí, aliás, a minha família gosta bastante dele. Para perceberes mais ou menos, e não querendo estar a entrar em problemas maçadores, trabalho numa empresa que pertence a um membro próximo da minha família, e que sempre tentou manipular toda a gente por ter uma vida financeira muito boa. Infelizmente quando dei conta disso já aqui estava há algum tempo, e não consegui arranjar nada entretanto. Esse membro da minha família, puxou a si, por egoísmo e para ficar bem na fotografia, 2 pessoas próximas de mim, sendo uma delas a minha mãe. Conseguiu que ficassem a morar todos juntos, e eu, para ser sincera, libertei toda a gente e segui a minha vida, por um caminho paralelo mas diferente. Agora, por alterações logísticas, essas 2 pessoas ficaram a viver na rua. Sim, é verdade. Abri a porta da minha casa, abdiquei da minha intimidade com o meu marido, trabalho de sol a sol, mas dei-lhes um tecto.

                    Isto está a matar-me por dentro. Grito o que me vai na alma, e perco o meu meio de subsistência (incluindo o ordenado do meu marido, claro), e ficamos os 4 sem saber o que fazer? É horrível, é horrível...é demasiado pesado para mim, tudo é demasiado pesado para mim.

                    Ele olha para mim, limpa-me as lágrimas e diz que vamos todos sobreviver, que tudo vai correr bem, que vamos voltar a ser felizes. Mas eu percebo que ele está infeliz, tão infeliz...



                    Obrigada, Vera. Também estou aqui.

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                    • #11
                      RE: E o copo transbordou...

                      Querida,



                      Antes de mais quero só dizer-te que eu não sei nada da vida, só tenho 23 anos, sou mãe e esposa, e ainda agora comecei a "escrever a minha história"... Mas olha, ao menos vou dar a opinião, posso?



                      Um coração tão grande como o teu merece muito, muito mesmo!



                      Que pessoa abdicaria de tanto, como tu, para dar um tecto a quem ficou sem ele? neste mundo? Muito pouca gente. De manhãzinha quando olhares para o espelho estou segura de que levantarás o queixo e de que te deverás sentir orgulhosa, pois no meio da confusão, do desespero, colocaste de parte tudo em ti para ajudar outrém. Isso... é muito elevado. Sabias?



                      Tiro-te o meu chapéu. (Não tenho nenhum, mas se tivesse, tirava-to.)



                      Sabes, eu acredito que tudo acontece por uma razão que por vezes nos transcende, e que depois da tempestade, algo muito especial está reservado para ti. Não te sintas triste, porque aquilo que tu fizeste foi a coisa mais linda que vi nos últimos tempos, não banalizes isso, deixa as outras pessoas analisarem por ti e elogiarem a tua atitude!



                      CORAGEM, mulher. CORAGEM! Porra, pessoas assim como tu e o teu marido contam-se pelos dedos das mãos, isto vai tudo dar uma grande volta! Tudo o que de bom fizeste vai-te ser retribuído em triplicado, quadriplicado, se possível. Enquanto isso não acontece, epá, custa! Custa muito! Chorem abraçados, consolem-se um ao outro, tentem rir-se da situação que não tem piada nenhuma! Chorem o que tiverem para chorar e preparem esses sorrisos porque virão aí muitas coisas bonitas em que esses sorrisos serão necessários!



                      Estou por ti. Pelas pessoas que tomam atitudes sem um pingo de egoísmo.

                      Sentes o coração e o peito quase a rebentar, não é minha querida? Chora, chora até te apetecer. Mas pudera... com um coração tão grande, não admira que sintas esse aperto...



                      Força! um xi-coração muito apertado
                      Lilly



                      **********************

                      Madrinha - ninjafeliz

                      **********************







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                      • #12
                        RE: E o copo transbordou...

                        Oh, Lilly, fizeste-me chorar, palavra. Não diria nunca que tens 23 anos. Diria sim que estou perante uma mulher madura e especial...



                        Sabes, eu sinto que era a minha obrigação, o meu dever. Nunca conseguiria viver bem e olhar para o lado e ver os outros mal, entendes? Mas isso vai-me custar caro, eu sei, já está a custar...



                        Obrigada, Lilly. Obrigada.



                        Um abraço

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                        • #13
                          RE: E o copo transbordou...

                          Linda

                          Mesmo com esse tipo de problemas não podes abdicar da tua vida. Mesmo dando abrigo aos teus familiares e sabendo que eles não tem para onde ir, eu te pergunto: Agora imagina que a tua mãe e o teu outro familiar não te tinham a ti? Como era? Não estarão também um pouco escostado a ti? à espera que sejas tu a tomar conta de tudo? Como é amiga??? Não não não, isto não pode ser.....



                          Pensa numa solução, desabafa para sermos mais a pensar em soluções mas diz-nos. Estamos aqui para te ajudar, e muitas cabeças pensam sempre melhor do que uma. Só não percas é o teu amor.... Por favor amiga....



                          Só para teres uma noção da minha vida, posso-te dizer que a minha mãe não tinha casa e na altura em que viviamos juntas estavamos num apartamento que "eu" comprei porque ela como já tinha idade não lhe davam empréstimo. Quando sai de casa fui morar para a casa dos meus sogros que está vazia. Mas para meu espanto, no meio da discussão, quando lhe perguntei que se não tivesse aquela casa para onde ia eu morar, pois não queria que ela ficasse sem casa, sabes o que a minha mãe me respondeu?: quero lá saber, vai morar para debaixo da ponte que eu não me interessa....

                          Por isso amiga te digo, TU primeiro e o teu amor, depois os outros.... Fala amiga. Tentarei ajudar a descobrir soluções.







                          PS. - Esqueci-.me de dizer que sai de casa com a roupa do corpo, um conjunto d elençois, um de toalhas de banho e pouco mais do que isso. A minha mãe ficou com um apartamento (meu) todo equipado.

                          Na casa para pnde fui morar nem panelas tinhamos. Chorei dias seguidos e valeu-me a ajuda de amigos que aos poucos nos foram oferecendo as coisas.
















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                          • #14
                            RE: E o copo transbordou...

                            Sim, Vera, eu sei que sim. Mais uma vez estão todos à espera que eu resolva o problema, como aconteceu toda a vida. Mas não dá para virar as costas, entendes? Eu tento ser dura e tomar uma posição firme, mas não dá...

                            Já pensei por a minha casa à venda, tranquilamente, e depois ir viver para uma alugada, para não ter mais essa amarra. Não sei, não sei...



                            Isso é que foi coragem. Largaste tudo em prol da tua felicidade...acredita que a tua mãe há-de sentir-se culpada de alguma forma, só pode.



                            Bjs

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                            • #15
                              RE: E o copo transbordou...

                              AMIGA AMIGA por favor pára e pensa.....

                              Tás a ver a foto desse pequenino aí em baixo? Achas que se eu continuasse a viver com a minha mãe a massacar-me a vida e a da meu marido ele existia? nem penses amiga.....

                              Pára amiga, existe uma solução de certeza. Custa muito, doi imenso, aperta o coração, vais ouvir bocas e coisas assim mas pára e pensa em ti.

                              Devem existir soluções. Eles (os dois familiares) devem ter rendimentos, pensões salários sei lá.... Se te acontece alguma coisa eles têm de se desenrascar não achas?

                              Amiga peço te por tudo, pára e pensa, não faças como eu que ia dando cabo da minha vida por causa dos caprichos da minha mãe... até em suicidio em pensei amiga....

                              Não tou a falar por falar. Já senti na pele esses teus medos, acredita....

                              Comentar

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