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Testemunho

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  • Testemunho

    Olá mamãs,



    Antes de mais felicito a ideia de criarem este novo tópico para a partilha de experiencias.

    Assim sendo gostaria de deixar aqui um testemunho que, graças a Deus não e meu, mas de uma pessoa amiga que acompanhei de perto e com o qual aprendi e me sensibilizei bastante.



    Há cerca de 1 ano a B. engravidou acidentalmente ( será q podemos dizer isto quando existe tanta informação?, mas avancemos...). Quando me contou fiquei mto feliz por ela mas tb um pouco apreensiva pois sabia bem a vida que ela levava com o companheiro, uma relação q tinha os dias contados... quando me disse q tinha decidido interromper a gravidez fiquei chocada. Não podia ser.Não ela!! aquela pessoa que tinha discutido fervorosamente pela NÃO liberalização do aborto ao meu lado contra todos os nossos amigos e familiares q eram a favor do Sim... E agora ia fazer algo contra natura, contra as suas crenças e tão horrivel...Como podia ser? Fiquei em pânico. Esperava-se q eu como amiga a apoiasse... mas eu estava a tentar engravidar na altura, andavamuito sensivel a tudo isto e ela diz-me aquilo?? O certo é q ela tb estava em pânico e chorava so c a ideia do que iria fazer. Teneti dissuadi-la de várias formas mas infelizmente não consegui. Era uma decisão que ja estava tomada. So me restavam duas alternativas: deixa-la sozinha c a cruz de passar por tudo sozinha e ir viver a minha vidinha para longe, ou ajuda-la na concretizãção da sua decisão.

    Foi a coisa mais triste e dificil que eu fiz, quando fui c ela ao hospital marcar a IVG. Não abri a boca para lhe dar força so lhe segurei na mão e sentia-me, tal como ela, assustada e muito triste. No hopsital fomos encaminhadas para a area de obstetricia e foi ai que eu comecei a notar os olhares. Quando as enfermeiras passavam por nos olhavam-na de canto e sempre que viam a carta (passada pela GO dela para a IVG) respondiam-lhe de forma seca e arrogante. Nunca pensei ver tanta frieza e desrespeito num hospital publico. Apos umas 2 horas de espera a medica (unica medica que não era objectora de consciencia e que poderia fazer a IVG nessa cidade e nas vizinhas) recusou-se a atende-la porque "tinha mtas gravidas e tinhas de as despachar porque tinha férias marcadas para dai a uns dias". Conclusão mandaram-na para casa como quem diz "desenrrasque-se". O tempo passava... os dias passavam e a angustia crescia cada vez mais. Se ela esperasse q a medica viesse de ferias em vez de 4 ou 5 semanas ja teria 7 ou 8... então decidiu procurar ajuda noutro hospital publico e apos vários telefonemas conseguiu uma consulta num H.p. a 50 km da cidade onde vivemos. Mais uma vez la fui eu com ela segurar-lhe na mão. Não conseguia dar-lhe mais apoio que isso, embora me magoasse imenso ver como tratam as pessoas nessas situações nos Hospitais do nosso pais...enxotam-nas como moscas.

    Finalmente nesse Hospital foi decentemente atendida e explicaram-lhe bem as consequencias da sua decisão. Deram-lhe uns dias para pensar e marcaram uma 2.º consulta.

    Não a acompanhei nessa 2.ª consulta, nem na 3.ª nem na ultima... não consegui.

    Mas sei que a apoiei na altura mais dificil. No 1.º passo, na decisão. Apesar de so lhe ter segurado na mão e lhe ter emprestado o meu ombro para chorar. Nunca pensei q uma mulher que fizesse um aborto pudesse sofrer tanto. Mas sofrem. Sou contra a IVG, mas sou a favor da mulher, do respeito pelo proximo e da humanização. E nunca pensei ver tanta discriminação neste campo por profissonais da saude q supostamente deviam ajudar, serem simpaticos e atenciosos. Ninguem faz um aborto porque gosta.

    E eu, que era uma fundamentalista, aprendi essa lição.



    Mais tarde ela contou-me que passou terrores fisicamente... teve de fazer uma raspagem e ainda por cima a parteira passava o tempo todo a rir-se e a dizer "ah para a proxima ja sabe, em vez de um ponha meia duzia de preservativos!!" No fim, deram-lhe uma pancadinha na perna e disseram-lhe "já esta". Como quem vai á esteticista... Sem um miminho, sem uma palavra mais doce... " ja está".

    Isto chocou-me ainda mais. A B. esteve meses sem sair, sem rir, sem alegria. Perdeu peso, andava cabisbaixa, não sorria. Estava apática. Parecia uma morta viva. Eu não reconhecia a minha amiga.



    O mais curioso, nesta altura eu engravidei. Está agora a fazer 1 ano. E sei o q ela pensa quando ve a minha filhota, vejo-lhe mtas vezes uma nuvem no olhar, uma dor profunda, que logo se vai atenuando. Ela agora está bem. Mas nunca mais foi igual. Nunca mais foi a mesma pessoa.



    Agora, se tiveram paciencia para lerem ate ao fim, digam-me: não acham que um pais que aprova uma lei destas por maioria devia ter profissionais mais sensiveis e humanos?



    Assim se calhar evitavam algumas desgraças.









  • #2
    RE: Testemunho

    Como amiga fizeste o que estava o teu alcance.

    Eu da 3ª gravidez também fui á médica para fazer uma ivg, e quando estava na recepção do c.saúde, as auxiliares fizeram-me sentir a pessoas mais desumana do mundo, quando eu disse que precisava mesmo de marcar uma 2ª consulta com a médica para lhe mostar a ecografia que diria o tempo de gestação que estava, as auxiliares diziam-me que não tinham vagas para tão cedo, e eu baixinho dizia que tinha sido a drª que tinha dado autorização que seria para mostrar os resultados para depois se marcar uma ivg, e as auxiliares muito alto disseram "Ah, prontos já podia ter dito que estava com pressa de marcar consulta porque quer ir fazer uma ivg", por momentos o silêncio imperou na sala de espera, e o mais dificil, assim que virei costas, quem estava por trás de mim era uma srª com uma barriguinha de grávida linda, como me apeteceu fugir, cheguei a casa chorei tanto.

    Quando fui fazer a eco para ver o tempo de gestação que estava, já tinha 6 semanas, e o médico felicitou-me porque estava tudo a correr bem, bem aquilo ia de mau a pior, quando fui ao centro de saúde para mostar á médica a eco vejo a tal grávida do outro dia a conversar com uma srª, a dizer que tinha 35 anos, já tinha 2 filhos e agora estava grávida de gémeos, de uma menina e um menino, as lágrimas cairam-me, quando entrei dentro do consultório disse á médica para marcar nova consulta mas para seguir a minha gravidez, porque não ia conseguir seguir com tamanho erro do qual me iria lembrar para o resto da minha vida, e hoje orgulho-me de olhar para a minha papoila.:smug:



    E aqui fica também o meu testemunho que já vai longo por sinal, ups. .



    Bjs.
    __________________________________________________ __________________________________________________ _____________





    Código:
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    • #3
      RE: Testemunho

      uma amiga minha fez uma ivg este mês na mac e não tem qualquer razão de queixa. será sinal de evolução?

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      • #4
        RE: Testemunho

        Olá,



        Nunca fiz uma IVG, mas tive 2 abortos, por isso sei parte do que elas passam.... e é muito triste, muita dor fisica, muito desumano... nos hospitais eles não são assim tão queridos para nós mesmo que seja voluntário ou involuntário.... A minha maior revolta (alem de ter perdido 2 bebes) é o acompanhamento hospitalar.



        Bjs felecidades pra todas que seguem ou não com a sua gravidez... só quem passou ou passa por isso sabe o que doi no coração e faz mal a nossa cabeça.
        O nosso sonho és tu - A história do sonho de sermos papas e da nossa Luta!
        Lavores dos Babinhos

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        • #5
          RE: Testemunho

          AnitaC (28-07-2009)Olá mamãs,







          Antes de mais felicito a ideia de criarem este novo tópico para a partilha de experiencias.



          Assim sendo gostaria de deixar aqui um testemunho que, graças a Deus não e meu, mas de uma pessoa amiga que acompanhei de perto e com o qual aprendi e me sensibilizei bastante.







          Há cerca de 1 ano a B. engravidou acidentalmente ( será q podemos dizer isto quando existe tanta informação?, mas avancemos...). Quando me contou fiquei mto feliz por ela mas tb um pouco apreensiva pois sabia bem a vida que ela levava com o companheiro, uma relação q tinha os dias contados... quando me disse q tinha decidido interromper a gravidez fiquei chocada. Não podia ser.Não ela!! aquela pessoa que tinha discutido fervorosamente pela NÃO liberalização do aborto ao meu lado contra todos os nossos amigos e familiares q eram a favor do Sim... E agora ia fazer algo contra natura, contra as suas crenças e tão horrivel...Como podia ser? Fiquei em pânico. Esperava-se q eu como amiga a apoiasse... mas eu estava a tentar engravidar na altura, andavamuito sensivel a tudo isto e ela diz-me aquilo?? O certo é q ela tb estava em pânico e chorava so c a ideia do que iria fazer. Teneti dissuadi-la de várias formas mas infelizmente não consegui. Era uma decisão que ja estava tomada. So me restavam duas alternativas: deixa-la sozinha c a cruz de passar por tudo sozinha e ir viver a minha vidinha para longe, ou ajuda-la na concretizãção da sua decisão.



          Foi a coisa mais triste e dificil que eu fiz, quando fui c ela ao hospital marcar a IVG. Não abri a boca para lhe dar força so lhe segurei na mão e sentia-me, tal como ela, assustada e muito triste. No hopsital fomos encaminhadas para a area de obstetricia e foi ai que eu comecei a notar os olhares. Quando as enfermeiras passavam por nos olhavam-na de canto e sempre que viam a carta (passada pela GO dela para a IVG) respondiam-lhe de forma seca e arrogante. Nunca pensei ver tanta frieza e desrespeito num hospital publico. Apos umas 2 horas de espera a medica (unica medica que não era objectora de consciencia e que poderia fazer a IVG nessa cidade e nas vizinhas) recusou-se a atende-la porque "tinha mtas gravidas e tinhas de as despachar porque tinha férias marcadas para dai a uns dias". Conclusão mandaram-na para casa como quem diz "desenrrasque-se". O tempo passava... os dias passavam e a angustia crescia cada vez mais. Se ela esperasse q a medica viesse de ferias em vez de 4 ou 5 semanas ja teria 7 ou 8... então decidiu procurar ajuda noutro hospital publico e apos vários telefonemas conseguiu uma consulta num H.p. a 50 km da cidade onde vivemos. Mais uma vez la fui eu com ela segurar-lhe na mão. Não conseguia dar-lhe mais apoio que isso, embora me magoasse imenso ver como tratam as pessoas nessas situações nos Hospitais do nosso pais...enxotam-nas como moscas.



          Finalmente nesse Hospital foi decentemente atendida e explicaram-lhe bem as consequencias da sua decisão. Deram-lhe uns dias para pensar e marcaram uma 2.º consulta.



          Não a acompanhei nessa 2.ª consulta, nem na 3.ª nem na ultima... não consegui.



          Mas sei que a apoiei na altura mais dificil. No 1.º passo, na decisão. Apesar de so lhe ter segurado na mão e lhe ter emprestado o meu ombro para chorar. Nunca pensei q uma mulher que fizesse um aborto pudesse sofrer tanto. Mas sofrem. Sou contra a IVG, mas sou a favor da mulher, do respeito pelo proximo e da humanização. E nunca pensei ver tanta discriminação neste campo por profissonais da saude q supostamente deviam ajudar, serem simpaticos e atenciosos. Ninguem faz um aborto porque gosta.



          E eu, que era uma fundamentalista, aprendi essa lição.







          Mais tarde ela contou-me que passou terrores fisicamente... teve de fazer uma raspagem e ainda por cima a parteira passava o tempo todo a rir-se e a dizer "ah para a proxima ja sabe, em vez de um ponha meia duzia de preservativos!!" No fim, deram-lhe uma pancadinha na perna e disseram-lhe "já esta". Como quem vai á esteticista... Sem um miminho, sem uma palavra mais doce... " ja está".



          Isto chocou-me ainda mais. A B. esteve meses sem sair, sem rir, sem alegria. Perdeu peso, andava cabisbaixa, não sorria. Estava apática. Parecia uma morta viva. Eu não reconhecia a minha amiga.







          O mais curioso, nesta altura eu engravidei. Está agora a fazer 1 ano. E sei o q ela pensa quando ve a minha filhota, vejo-lhe mtas vezes uma nuvem no olhar, uma dor profunda, que logo se vai atenuando. Ela agora está bem. Mas nunca mais foi igual. Nunca mais foi a mesma pessoa.







          Agora, se tiveram paciencia para lerem ate ao fim, digam-me: não acham que um pais que aprova uma lei destas por maioria devia ter profissionais mais sensiveis e humanos?







          Assim se calhar evitavam algumas desgraças.
















          Acho graça a pessoas com esta maneira de pensar.



          TODAS nós corremos risco de engravidar acidentalmente. A não ser q n tenhamos relações sexuais. N há contraceptivo 100% fiável e com tt informação, já todas deveríamos de saber disto.



          Se fosse a tua amiga tinha ficado mt triste com o teu apoio. N te cabia julgá-la nem tentar fazê-la mudar de idéias. Cabia-te aceitar e estar com ela. Mas n foste capaz. Continuo a achar graça.



          A tua amiga deve ter tido azar com os profissionais q encontrou, mas para o mau atendimento existe o livro de reclamações, pois tenho amigas q abortaram e foram muito bem acompanhadas, inclusivé no pós.
          [hr]

          Antes vaca louca que ovelha ranhosa!!!

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          • #6
            RE: Testemunho

            AnitaC...

            como corcordo com tudo o que dizes...eu também tenho uma amiga que passou pelo mesmo e foi tratada da mesma forma desumana pelo hospital, como é possivél que isso aconteça quando legalizaram o aborto!...ele é legal, mas os médicos não o querem praticar!

            acho que procedes-te bem em apoiar a tua amiga, os amigos são para isso mesmo, eu também acho que não seria capaz de tal coisa, mas cada um tem o direito de decidir sobre a sua vida, e quem somos nós para condenar!

            Foste uma boa amiga e isso é o mais importante...

            um beijinho grande



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            • #7
              RE: Testemunho

              LadySushi (28-07-2009)
              AnitaC (28-07-2009)Olá mamãs,

              ...






              Acho graça a pessoas com esta maneira de pensar.



              TODAS nós corremos risco de engravidar acidentalmente. A não ser q n tenhamos relações sexuais. N há contraceptivo 100% fiável e com tt informação, já todas deveríamos de saber disto.



              Se fosse a tua amiga tinha ficado mt triste com o teu apoio. N te cabia julgá-la nem tentar fazê-la mudar de idéias. Cabia-te aceitar e estar com ela. Mas n foste capaz. Continuo a achar graça.



              A tua amiga deve ter tido azar com os profissionais q encontrou, mas para o mau atendimento existe o livro de reclamações, pois tenho amigas q abortaram e foram muito bem acompanhadas, inclusivé no pós.




              EXAGERASTE, deixa de ser amiga por não conseguir acompanhar? deixa de ser amiga porque tenta mudar a decisão da pessoa em causa? deixa de ser amiga porque não pensa da mesma maneira?



              Imagina uma tua amiga encontra-se contigo para avisar que daí a 1 hora vai-se suicidar, tu porque és amiga verdadeira, apoias, acompanhas, isto é que é ser amiga? (é só um exemplo sem qualquer relação).



              A respeito do livro de reclamações ele existe sim, mas nunca deveria ser utilizado, pois significava que eramos bem atendidos, bem acompanhados, depois do mal feito (neste caso) o que adianta uma reclamação, para quem vem a seguir? ou acham que são as reclamações que fazem o pessoal hospitalar mudar a mentalidade, as más disposições, não sabem trabalhar/atender doentes mudem de profissão, quantas não são as mulheres que vão parir e são igualmente mal atendidas, tembém vão fazer algum "mal".
              "Nada é pesado demais, para quem tem asas"
              Desde Março/04 à espera da cegonha... Sócia API n.º 376 ** 3 IIU(-) IVI Sevilha
              6 anos depois chegou - 28/04/10 - Teste de farmácia POSITIVO; Gravidez Natural*29/04 - ECO (5 semanas e 3 dias);beta hcg -10 012.52*DPP - 26/12/2010** (14/07)*DPP pela Eco - 20/12 http://195.23.11.54/Topic2380787-13-1.aspx

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              • #8
                RE: Testemunho

                AnitaC (28-07-2009)Olá mamãs,

                ...

                Mas sei que a apoiei na altura mais dificil. No 1.º passo, na decisão. Apesar de so lhe ter segurado na mão e lhe ter emprestado o meu ombro para chorar. Nunca pensei q uma mulher que fizesse um aborto pudesse sofrer tanto. Mas sofrem. Sou contra a IVG, mas sou a favor da mulher, do respeito pelo proximo e da humanização. E nunca pensei ver tanta discriminação neste campo por profissonais da saude q supostamente deviam ajudar, serem simpaticos e atenciosos. Ninguem faz um aborto porque gosta. - PENSO EXACTAMENTE COMO TU



                E eu, que era uma fundamentalista, aprendi essa lição.



                ...



                Agora, se tiveram paciencia para lerem ate ao fim, digam-me: não acham que um pais que aprova uma lei destas por maioria devia ter profissionais mais sensiveis e humanos?



                Assim se calhar evitavam algumas desgraças.




                Também eu aprendi a lição quendo dei a mão, o ombro, e sei lá mais o quê a alguém muito próximo que tomou a decisão de fazer uma IGV.



                Também eu era contra o aborto, mas agora tenho aplena consciência que em muitos casos é a solução, mas EU continuo a achar que não o faria na maioria das "razões" que levam ao acto, mas eu sou eu. Os outros os outros.



                Quanto aos profissionais de saúde há os bons, menos bons, simpáticos, menos simpáticos,..., era bom que fosse tudo perfeito mas não o é, mas não deveriam existir era os insensiveis e desumanos, esses sim deveriam ser postos a milhas...







                Foste amiga sim,
                "Nada é pesado demais, para quem tem asas"
                Desde Março/04 à espera da cegonha... Sócia API n.º 376 ** 3 IIU(-) IVI Sevilha
                6 anos depois chegou - 28/04/10 - Teste de farmácia POSITIVO; Gravidez Natural*29/04 - ECO (5 semanas e 3 dias);beta hcg -10 012.52*DPP - 26/12/2010** (14/07)*DPP pela Eco - 20/12 http://195.23.11.54/Topic2380787-13-1.aspx

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                • #9
                  RE: Testemunho

                  LadySushi (28-07-2009)
                  AnitaC (28-07-2009)Olá mamãs,































                  Antes de mais felicito a ideia de criarem este novo tópico para a partilha de experiencias.















                  Assim sendo gostaria de deixar aqui um testemunho que, graças a Deus não e meu, mas de uma pessoa amiga que acompanhei de perto e com o qual aprendi e me sensibilizei bastante.































                  Há cerca de 1 ano a B. engravidou acidentalmente ( será q podemos dizer isto quando existe tanta informação?, mas avancemos...). Quando me contou fiquei mto feliz por ela mas tb um pouco apreensiva pois sabia bem a vida que ela levava com o companheiro, uma relação q tinha os dias contados... quando me disse q tinha decidido interromper a gravidez fiquei chocada. Não podia ser.Não ela!! aquela pessoa que tinha discutido fervorosamente pela NÃO liberalização do aborto ao meu lado contra todos os nossos amigos e familiares q eram a favor do Sim... E agora ia fazer algo contra natura, contra as suas crenças e tão horrivel...Como podia ser? Fiquei em pânico. Esperava-se q eu como amiga a apoiasse... mas eu estava a tentar engravidar na altura, andavamuito sensivel a tudo isto e ela diz-me aquilo?? O certo é q ela tb estava em pânico e chorava so c a ideia do que iria fazer. Teneti dissuadi-la de várias formas mas infelizmente não consegui. Era uma decisão que ja estava tomada. So me restavam duas alternativas: deixa-la sozinha c a cruz de passar por tudo sozinha e ir viver a minha vidinha para longe, ou ajuda-la na concretizãção da sua decisão.















                  Foi a coisa mais triste e dificil que eu fiz, quando fui c ela ao hospital marcar a IVG. Não abri a boca para lhe dar força so lhe segurei na mão e sentia-me, tal como ela, assustada e muito triste. No hopsital fomos encaminhadas para a area de obstetricia e foi ai que eu comecei a notar os olhares. Quando as enfermeiras passavam por nos olhavam-na de canto e sempre que viam a carta (passada pela GO dela para a IVG) respondiam-lhe de forma seca e arrogante. Nunca pensei ver tanta frieza e desrespeito num hospital publico. Apos umas 2 horas de espera a medica (unica medica que não era objectora de consciencia e que poderia fazer a IVG nessa cidade e nas vizinhas) recusou-se a atende-la porque "tinha mtas gravidas e tinhas de as despachar porque tinha férias marcadas para dai a uns dias". Conclusão mandaram-na para casa como quem diz "desenrrasque-se". O tempo passava... os dias passavam e a angustia crescia cada vez mais. Se ela esperasse q a medica viesse de ferias em vez de 4 ou 5 semanas ja teria 7 ou 8... então decidiu procurar ajuda noutro hospital publico e apos vários telefonemas conseguiu uma consulta num H.p. a 50 km da cidade onde vivemos. Mais uma vez la fui eu com ela segurar-lhe na mão. Não conseguia dar-lhe mais apoio que isso, embora me magoasse imenso ver como tratam as pessoas nessas situações nos Hospitais do nosso pais...enxotam-nas como moscas.















                  Finalmente nesse Hospital foi decentemente atendida e explicaram-lhe bem as consequencias da sua decisão. Deram-lhe uns dias para pensar e marcaram uma 2.º consulta.















                  Não a acompanhei nessa 2.ª consulta, nem na 3.ª nem na ultima... não consegui.















                  Mas sei que a apoiei na altura mais dificil. No 1.º passo, na decisão. Apesar de so lhe ter segurado na mão e lhe ter emprestado o meu ombro para chorar. Nunca pensei q uma mulher que fizesse um aborto pudesse sofrer tanto. Mas sofrem. Sou contra a IVG, mas sou a favor da mulher, do respeito pelo proximo e da humanização. E nunca pensei ver tanta discriminação neste campo por profissonais da saude q supostamente deviam ajudar, serem simpaticos e atenciosos. Ninguem faz um aborto porque gosta.















                  E eu, que era uma fundamentalista, aprendi essa lição.































                  Mais tarde ela contou-me que passou terrores fisicamente... teve de fazer uma raspagem e ainda por cima a parteira passava o tempo todo a rir-se e a dizer "ah para a proxima ja sabe, em vez de um ponha meia duzia de preservativos!!" No fim, deram-lhe uma pancadinha na perna e disseram-lhe "já esta". Como quem vai á esteticista... Sem um miminho, sem uma palavra mais doce... " ja está".















                  Isto chocou-me ainda mais. A B. esteve meses sem sair, sem rir, sem alegria. Perdeu peso, andava cabisbaixa, não sorria. Estava apática. Parecia uma morta viva. Eu não reconhecia a minha amiga.































                  O mais curioso, nesta altura eu engravidei. Está agora a fazer 1 ano. E sei o q ela pensa quando ve a minha filhota, vejo-lhe mtas vezes uma nuvem no olhar, uma dor profunda, que logo se vai atenuando. Ela agora está bem. Mas nunca mais foi igual. Nunca mais foi a mesma pessoa.































                  Agora, se tiveram paciencia para lerem ate ao fim, digam-me: não acham que um pais que aprova uma lei destas por maioria devia ter profissionais mais sensiveis e humanos?































                  Assim se calhar evitavam algumas desgraças.












































































                  Acho graça a pessoas com esta maneira de pensar.















                  TODAS nós corremos risco de engravidar acidentalmente. A não ser q n tenhamos relações sexuais. N há contraceptivo 100% fiável e com tt informação, já todas deveríamos de saber disto.















                  Se fosse a tua amiga tinha ficado mt triste com o teu apoio. N te cabia julgá-la nem tentar fazê-la mudar de idéias. Cabia-te aceitar e estar com ela. Mas n foste capaz. Continuo a achar graça.











                  A tua amiga deve ter tido azar com os profissionais q encontrou, mas para o mau atendimento existe o livro de reclamações, pois tenho amigas q abortaram e foram muito bem acompanhadas, inclusivé no pós.






                  Ainda bem que achas graça ao meu testemunho e ainda bem que não es a minha amiga para ficares triste com o meu apoio.



                  Espero sinceramente que, como amiga, consigas sempre dar a mão á palmatória e ires contra algo em que acredites ( como eu fui ) para ficares ao lado de alguem de quem gostes, porque é muito facil falar quando não se está na situação.



                  Em relação ao livro de reclamações acredito msm que uma mulher que passe por uma experiência destas tem cabeça para se levantar na marquesa a sangrar e cheia de dores e ir a correr pedir o livro de reclamações... Um mimo, um carinho, uma palavra amiga da técnica que a está a tratar não é um serviço é a meu ver uma atitude humana para a qual as pessoas que lidam com estas situações deveriam estar sensibilizadas.



                  Quanto ao resto concordo com o que dizes. Todos nos corremos riscos de engravidar por um motivo ou por outro, e tal como ja mencionei, agora compreendo e respeito as pessoas que se veem obrigadas a optar por uma IVG.


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                  • #10
                    RE: Testemunho

                    Gz (28-07-2009)
                    LadySushi (28-07-2009)
                    AnitaC (28-07-2009)Olá mamãs,



                    ...
                    Acho graça a pessoas com esta maneira de pensar.

                    TODAS nós corremos risco de engravidar acidentalmente. A não ser q n tenhamos relações sexuais. N há contraceptivo 100% fiável e com tt informação, já todas deveríamos de saber disto.

                    Se fosse a tua amiga tinha ficado mt triste com o teu apoio. N te cabia julgá-la nem tentar fazê-la mudar de idéias. Cabia-te aceitar e estar com ela. Mas n foste capaz. Continuo a achar graça.

                    A tua amiga deve ter tido azar com os profissionais q encontrou, mas para o mau atendimento existe o livro de reclamações, pois tenho amigas q abortaram e foram muito bem acompanhadas, inclusivé no pós.


                    EXAGERASTE, deixa de ser amiga por não conseguir acompanhar? deixa de ser amiga porque tenta mudar a decisão da pessoa em causa? deixa de ser amiga porque não pensa da mesma maneira?

                    Imagina uma tua amiga encontra-se contigo para avisar que daí a 1 hora vai-se suicidar, tu porque és amiga verdadeira, apoias, acompanhas, isto é que é ser amiga? (é só um exemplo sem qualquer relação).



                    A respeito do livro de reclamações ele existe sim, mas nunca deveria ser utilizado, pois significava que eramos bem atendidos, bem acompanhados, depois do mal feito (neste caso) o que adianta uma reclamação, para quem vem a seguir? ou acham que são as reclamações que fazem o pessoal hospitalar mudar a mentalidade, as más disposições, não sabem trabalhar/atender doentes mudem de profissão, quantas não são as mulheres que vão parir e são igualmente mal atendidas, tembém vão fazer algum "mal".


                    Além de n ter comparação n me serve de exemplo.


                    [hr]

                    Antes vaca louca que ovelha ranhosa!!!

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                    • #11
                      RE: Testemunho

                      [quote]AnitaC (29-07-2009)
                      LadySushi (28-07-2009)
                      AnitaC (28-07-2009)Olá mamãs,

                      Antes de mais felicito a ideia de criarem este novo tópico para a partilha de experiencias.Assim sendo gostaria de deixar aqui um testemunho que, graças a Deus não e meu, mas de uma pessoa amiga que acompanhei de perto e com o qual aprendi e me sensibilizei bastante.

                      Há cerca de 1 ano a B. engravidou acidentalmente ( será q podemos dizer isto quando existe tanta informação?, mas avancemos...). Quando me contou fiquei mto feliz por ela mas tb um pouco apreensiva pois sabia bem a vida que ela levava com o companheiro, uma relação q tinha os dias contados... quando me disse q tinha decidido interromper a gravidez fiquei chocada. Não podia ser.Não ela!! aquela pessoa que tinha discutido fervorosamente pela NÃO liberalização do aborto ao meu lado contra todos os nossos amigos e familiares q eram a favor do Sim... E agora ia fazer algo contra natura, contra as suas crenças e tão horrivel...Como podia ser? Fiquei em pânico. Esperava-se q eu como amiga a apoiasse... mas eu estava a tentar engravidar na altura, andavamuito sensivel a tudo isto e ela diz-me aquilo?? O certo é q ela tb estava em pânico e chorava so c a ideia do que iria fazer. Teneti dissuadi-la de várias formas mas infelizmente não consegui. Era uma decisão que ja estava tomada. So me restavam duas alternativas: deixa-la sozinha c a cruz de passar por tudo sozinha e ir viver a minha vidinha para longe, ou ajuda-la na concretizãção da sua decisão.

                      Foi a coisa mais triste e dificil que eu fiz, quando fui c ela ao hospital marcar a IVG. Não abri a boca para lhe dar força so lhe segurei na mão e sentia-me, tal como ela, assustada e muito triste. No hopsital fomos encaminhadas para a area de obstetricia e foi ai que eu comecei a notar os olhares. Quando as enfermeiras passavam por nos olhavam-na de canto e sempre que viam a carta (passada pela GO dela para a IVG) respondiam-lhe de forma seca e arrogante. Nunca pensei ver tanta frieza e desrespeito num hospital publico. Apos umas 2 horas de espera a medica (unica medica que não era objectora de consciencia e que poderia fazer a IVG nessa cidade e nas vizinhas) recusou-se a atende-la porque "tinha mtas gravidas e tinhas de as despachar porque tinha férias marcadas para dai a uns dias". Conclusão mandaram-na para casa como quem diz "desenrrasque-se". O tempo passava... os dias passavam e a angustia crescia cada vez mais. Se ela esperasse q a medica viesse de ferias em vez de 4 ou 5 semanas ja teria 7 ou 8... então decidiu procurar ajuda noutro hospital publico e apos vários telefonemas conseguiu uma consulta num H.p. a 50 km da cidade onde vivemos. Mais uma vez la fui eu com ela segurar-lhe na mão. Não conseguia dar-lhe mais apoio que isso, embora me magoasse imenso ver como tratam as pessoas nessas situações nos Hospitais do nosso pais...enxotam-nas como moscas.

                      Mas sei que a apoiei na altura mais dificil. No 1.º passo, na decisão. Apesar de so lhe ter segurado na mão e lhe ter emprestado o meu ombro para chorar. Nunca pensei q uma mulher que fizesse um aborto pudesse sofrer tanto. Mas sofrem. Sou contra a IVG, mas sou a favor da mulher, do respeito pelo proximo e da humanização. E nunca pensei ver tanta discriminação neste campo por profissonais da saude q supostamente deviam ajudar, serem simpaticos e atenciosos. Ninguem faz um aborto porque gosta.

                      E eu, que era uma fundamentalista, aprendi essa lição.

                      Mais tarde ela contou-me que passou terrores fisicamente... teve de fazer uma raspagem e ainda por cima a parteira passava o tempo todo a rir-se e a dizer "ah para a proxima ja sabe, em vez de um ponha meia duzia de preservativos!!" No fim, deram-lhe uma pancadinha na perna e disseram-lhe "já esta". Como quem vai á esteticista... Sem um miminho, sem uma palavra mais doce... " ja está".

                      Isto chocou-me ainda mais. A B. esteve meses sem sair, sem rir, sem alegria. Perdeu peso, andava cabisbaixa, não sorria. Estava apática. Parecia uma morta viva. Eu não reconhecia a minha amiga.

                      O mais curioso, nesta altura eu engravidei. Está agora a fazer 1 ano. E sei o q ela pensa quando ve a minha filhota, vejo-lhe mtas vezes uma nuvem no olhar, uma dor profunda, que logo se vai atenuando. Ela agora está bem. Mas nunca mais foi igual. Nunca mais foi a mesma pessoa.

                      Agora, se tiveram paciencia para lerem ate ao fim, digam-me: não acham que um pais que aprova uma lei destas por maioria devia ter profissionais mais sensiveis e humanos?

                      Assim se calhar evitavam algumas desgraças.

                      Acho graça a pessoas com esta maneira de pensar.

                      TODAS nós corremos risco de engravidar acidentalmente. A não ser q n tenhamos relações sexuais. N há contraceptivo 100% fiável e com tt informação, já todas deveríamos de saber disto.

                      Se fosse a tua amiga tinha ficado mt triste com o teu apoio. N te cabia julgá-la nem tentar fazê-la mudar de idéias. Cabia-te aceitar e estar com ela. Mas n foste capaz. Continuo a achar graça.

                      A tua amiga deve ter tido azar com os profissionais q encontrou, mas para o mau atendimento existe o livro de reclamações, pois tenho amigas q abortaram e foram muito bem acompanhadas, inclusivé no pós.
                      Ainda bem que achas graça ao meu testemunho e ainda bem que não es a minha amiga para ficares triste com o meu apoio.

                      Espero sinceramente que, como amiga, consigas sempre dar a mão á palmatória e ires contra algo em que acredites ( como eu fui ) para ficares ao lado de alguem de quem gostes, porque é muito facil falar quando não se está na situação.

                      Em relação ao livro de reclamações acredito msm que uma mulher que passe por uma experiência destas tem cabeça para se levantar na marquesa a sangrar e cheia de dores e ir a correr pedir o livro de reclamações... Um mimo, um carinho, uma palavra amiga da técnica que a está a tratar não é um serviço é a meu ver uma atitude humana para a qual as pessoas que lidam com estas situações deveriam estar sensibilizadas.

                      Quanto ao resto concordo com o que dizes. Todos nos corremos riscos de engravidar por um motivo ou por outro, e tal como ja mencionei, agora compreendo e respeito as pessoas que se veem obrigadas a optar por uma IVG.






                      Ao teu testemunho n achei graça nenhuma. Achei graça ao primeiro bold.



                      N está em causa o sistema de saúde. Sobre isso, todas nós sabemos o q temos e q raro q é encontrar um profissional q reúna as qualidades q achamos necessárias para ser um bom profissional. Qualidades essas q variam de pessoa para pessoa. Para ti era importante um mimo, para mim, por exemplo era n ser julgada. Para a Maria Francisca poderia ser o facto de ser bem tratada. E por aí fora.



                      Está visto q n entendeste o q quis dizer qd falei do livro de reclamações. Qd alguém vai fazer um aborto e tem q se levantar da marquesa é pq o método aplicado foi a aspiração. Sendo assim, qd se levanta n tem dores e n sangra. Mas mm q assim fosse, n achas q poderia voltar mais tarde e fazer valer os seus direitos?...



                      Quem te disse q nunca estive nessa situação? Quem te disse q apesar de ter votado sim no referendo era incapaz de fazer um aborto?
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                      Antes vaca louca que ovelha ranhosa!!!

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                      • #12
                        RE: Testemunho

                        Gz (28-07-2009)A respeito do livro de reclamações ele existe sim, mas nunca deveria ser utilizado, pois significava que eramos bem atendidos, bem acompanhados, depois do mal feito (neste caso) o que adianta uma reclamação, para quem vem a seguir? ou acham que são as reclamações que fazem o pessoal hospitalar mudar a mentalidade, as más disposições, não sabem trabalhar/atender doentes mudem de profissão, quantas não são as mulheres que vão parir e são igualmente mal atendidas, tembém vão fazer algum "mal".


                        A continuar com esta mentalidade é que não se vai a lado nenhum. Claro que vale a pena reclamar, mesmo do mal feito, pode ser que evite que o mesmo mal seja feito a outra pessoa. Ou isso já não interessa? Já pensaste nas quantidades de coisas que tu podes estar a beneficiar porque alguem antes de ti reclamou???

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                        • #13
                          RE: Testemunho

                          AnitaC (29-07-2009)Em relação ao livro de reclamações acredito msm que uma mulher que passe por uma experiência destas tem cabeça para se levantar na marquesa a sangrar e cheia de dores e ir a correr pedir o livro de reclamações... Um mimo, um carinho, uma palavra amiga da técnica que a está a tratar não é um serviço é a meu ver uma atitude humana para a qual as pessoas que lidam com estas situações deveriam estar sensibilizadas.


                          Vai lá na semana a seguir, daqui a duas semanas ...

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                          • #14
                            RE: Testemunho

                            Achei uma óptima ideia abrir esta secção, mas talvez só funcione na teoria. No referendo votei sim, e voltaria a fazer o mesmo. Isso não significa que ache que a IVG deva ser um método contraceptivo, mas também penso que quem o faça por esse motivo o faça apenas uma vez, pois um aborto é algo muito doloroso, quer física quer emocionalmente. Claro que haverá sempre excepções à regra, haverá sempre mulheres que não irão sentir remorsos nem dor, mas as excepções confirmam a regra. Isto tudo para dizer que espero bem que os tópicos aqui abertos não sejam inspeccionados pelas defensoras da suposta moral e bons costumes. Espero que quem precisar de desabafar tenha aqui o seu espaço, sem julgamentos sumários e sem insultos mais ou menos velados.

                            Compreendo a revolta de muitas com quem voluntariamente termina uma gravidez, até porque basta ir à secção da infertilidade para ver a dor que por lá vai. Mas todos nós temos as nossas dores, todos temos as nossas razões, válidas para uns, insignificantes para outros. Se há coisa que eu tenho aprendido ao longo da minha ainda não muito longa vida, é que ninguém pode afirmar com certezas que faria isto ou aquilo perante determinada situação.

                            Quanto ao assunto mais específico deste tópico, sinceramente não acho que tenhas sido uma amiga muito boa, apesar de perceber a tua posição, pois estavas grávida. Agora, acho que se não conseguias acompanhar a tua amiga nunca o deverias ter feito e devias ter-lhe dito porquê. Suponho que a culpa e o remorso que ela sentia já deveriam ser suficientes, ela não precisava de ter alguém que deveria apoiá-la a julgá-la. Se ela tomou essa decisão e ficou da forma como ficou depois era porque no momento em que a tomou era a mais acertada, imagina-a agora com a depressão que tem, mas com um filho nos braços, imagina uma depressão pós-parto em que a mãe rejeita o filho.

                            Acabei de passar por uma situação complicada, que muitas sabem qual foi, mas não é por isso que julgo todas pelos meus sofrimentos e desejos. E sinceramente espero que este seja realmente um espaço de abertura e compreensão, de apoio e de reflexão. Não adianta nada ter leis se as mentalidades ainda condenam. Paus e pedras ferem o meu corpo mas ele sara, as palavras ficarão gravadas a fogo para sempre no meu coração.
                            Dannyzoca(A orgulhosa mamã da linda Margarida)



















                            Madrilhada: catiaa







                            Madrinha: vera pinto







                            Afilhada: catherine

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                            • #15
                              RE: Testemunho

                              dannyzoca (29-07-2009)Achei uma óptima ideia abrir esta secção, mas talvez só funcione na teoria. No referendo votei sim, e voltaria a fazer o mesmo. Isso não significa que ache que a IVG deva ser um método contraceptivo, mas também penso que quem o faça por esse motivo o faça apenas uma vez, pois um aborto é algo muito doloroso, quer física quer emocionalmente. Claro que haverá sempre excepções à regra, haverá sempre mulheres que não irão sentir remorsos nem dor, mas as excepções confirmam a regra. Isto tudo para dizer que espero bem que os tópicos aqui abertos não sejam inspeccionados pelas defensoras da suposta moral e bons costumes. Espero que quem precisar de desabafar tenha aqui o seu espaço, sem julgamentos sumários e sem insultos mais ou menos velados.

                              Compreendo a revolta de muitas com quem voluntariamente termina uma gravidez, até porque basta ir à secção da infertilidade para ver a dor que por lá vai. Mas todos nós temos as nossas dores, todos temos as nossas razões, válidas para uns, insignificantes para outros. Se há coisa que eu tenho aprendido ao longo da minha ainda não muito longa vida, é que ninguém pode afirmar com certezas que faria isto ou aquilo perante determinada situação.

                              Quanto ao assunto mais específico deste tópico, sinceramente não acho que tenhas sido uma amiga muito boa, apesar de perceber a tua posição, pois estavas grávida. Agora, acho que se não conseguias acompanhar a tua amiga nunca o deverias ter feito e devias ter-lhe dito porquê. Suponho que a culpa e o remorso que ela sentia já deveriam ser suficientes, ela não precisava de ter alguém que deveria apoiá-la a julgá-la. Se ela tomou essa decisão e ficou da forma como ficou depois era porque no momento em que a tomou era a mais acertada, imagina-a agora com a depressão que tem, mas com um filho nos braços, imagina uma depressão pós-parto em que a mãe rejeita o filho.

                              Acabei de passar por uma situação complicada, que muitas sabem qual foi, mas não é por isso que julgo todas pelos meus sofrimentos e desejos. E sinceramente espero que este seja realmente um espaço de abertura e compreensão, de apoio e de reflexão. Não adianta nada ter leis se as mentalidades ainda condenam. Paus e pedras ferem o meu corpo mas ele sara, as palavras ficarão gravadas a fogo para sempre no meu coração.


                              Concordo inteiramente com isto! Dizer "desta água não beberei" é um valente de um erro! Nunca sabemos que provações nos serão postas no nosso caminho e se as soluções para elas irão estarão em coisas que jurámos nunca fazer. Basta lembrar Pedro, que jurou não negar Cristo.



                              Pessoalmente, quando passei pela IVG, achei que fui julgada. Não pelos médicos que me ajudaram, nem pelas enfermeiras, que também se compadeceram mas principalmente pelas 2 pessoas em quem confiei para desabafar. Não consigo descrever a quantidade de vezes que ouvi "não devias ter feito". Isso deixa as suas marcas e, gradualmente, afastei-me delas.



                              Já disse isto várias vezes mas até hoje sinto culpa por aquilo que aconteceu e muitas vezes tenho de lutar comigo mesma para não sentir que o aborto retido dos gémeos foi uma espécie de "castigo".

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