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Há cuidados alimentares nas Creches?

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  • Há cuidados alimentares nas Creches?

    Para reflectir e...suscitar alguma discussão! Vale a pena debruçarmo-nos sobre questões como estas e pressionar o sistema para melhorar os serviços de Educação oferecidos neste País...



    A entrada da criança na Creche assume grande angústia e ansiedade, sobretudo para a mãe que, até então, se dedicou a descobrir o seu bebé e a redescobrir-se a si mesma. Estes sentimentos são tanto maiores quanto mais pequena é a criança pois para a progenitora é muito difícil confiar o seu bebé aos cuidados de terceiros, uma vez que existe uma série de especificidades e características individuais que teme que venham a ficar dissolvidas no seio do grupo ao qual o seu filhote irá pertencer.



    Uma das “áreas” onde esta preocupação é pertinente é ao nível da alimentação que, em crianças pequenas, acentua a individualidade e diferenciação entre elas. A atitude dos profissionais é extremamente importante neste aspecto devendo estes ser capazes de transparecer aos pais que o seu filho é um ser único e todas as suas necessidades serão respeitadas, incluindo alimentares, que representam a sua principal preocupação.



    Assim, de que forma poderão os profissionais ter estes aspectos em consideração para tranquilizar, garantir e transparecer pelo trabalho realizado na sua prática diária?



    - A importância da realização da entrevista de diagnóstico – conversa entre o/a Educador(a) responsável pela sala onde a criança será inserida e a/o Encarregada/o de Educação, onde se dá lugar à clarificação da informação considerada pertinente sobre as necessidades, desenvolvimento do bebé e expectativas da família o que possibilitará, entre outros aspectos, um maior conhecimento acerca das rotinas alimentares, preferências, alergias, restrições, alimentos já introduzidos, ou seja, todo o esquema alimentar do bebé. Toda a informação obtida nesta entrevista é alvo de registo escrito em documento próprio - ficha de avaliação diagnóstico - e que servirá a posteriori como base para a elaboração do plano de desenvolvimento individual (PDI) do bebé;



    - A importância de ter a mãe na creche nos primeiros tempos – é fundamental que o/a Educador(a) incentive a mãe a estar presente, sobretudo, nos dias de adaptação, para perceber as técnicas maternais implementadas: como prepara os alimentos, como dá a comida ao bebé, qual a atitude que toma quando este não quer comer, etc.;



    - A importância de colaborar com a mãe na amamentação – a entrada na creche não pode significar o fim do aleitamento materno, pelo contrário, para além de ser óptimo em termos nutricionais é-o também em termos de segurança afectiva permitindo reforçar a relação de confiança entre mãe, bebé e profissionais. O Educador e a mãe podem, e devem, acordar formas de gerir e combinar as mamadas com a alimentação sólida. No caso de a mãe não poder deslocar-se à creche para dar de mamar será de considerar a extracção manual/eléctrica do leite materno devendo a Instituição/Profissionais estar preparados para o conservar e manusear correctamente;



    - A importância de respeitar o ritmo do bebé - sobretudo no primeiro ano de vida é fundamental que seja o bebé a ditar o seu ritmo, é ele quem dá as ordens… é ele quem sabe quando quer comer e quando tem necessidade de o fazer e não o contrário, ou seja, o bebé é quem determina os horários e não os adultos que o rodeiam. Esta atitude permite, também aos pais manter as suas rotinas habituais não havendo, assim, lugar a mudanças bruscas que poderão desencadear alguma ansiedade no bebé e influenciar negativamente o seu processo de adaptação à creche;



    - A importância de respeitar as indicações do pediatra/médico assistente do bebé: o médico que acompanha o bebé e conhece todo o seu historial possui todos os conhecimentos necessários ao nível do desenvolvimento e nutrição infantil. A sua participação é extremamente útil, sobretudo, quando o bebé deixa a alimentação exclusiva com leite e passa à introdução dos alimentos sólidos. Os seus conhecimentos combinados com a prática diária do educador são um elo fundamental para o sucesso desta nova fase na vida do bebé, a qual deverá ser sempre exposta pelos progenitores;



    -A importância de manter o diálogo frequente com a mãe/prestador de cuidados - de forma a manter toda a informação relativa à alimentação do bebé actualizada o que permite a concordância de práticas, formas de fazer entre casa e na creche;



    - A importância da formação dos profissionais da creche na área da nutrição infantil – de forma a possuírem conhecimentos sólidos na área para assim poderem ajudar e aconselhar os pais sempre que necessário dando uma resposta adequada às necessidades do bebé. Não será de desvalorizar que a creche tem, também, uma função social/assistencial devendo ser capaz de orientar famílias desfavorecidas e com menor grau de informação;



    - A importância da elaboração de ementas – deverão ser sempre elaboradas por pessoal especializado na área da saúde alimentar e nutrição como garantia de respeito pelas regras de uma alimentação saudável e adequada às diferentes faixas etárias.



    O maior cuidado a ter nas creches, sobretudo nas faixas etárias dos 3 aos 24 meses, é sem dúvida, o de garantir um serviço especializado e individualizado capaz de garantir as necessidades de todos e de cada um em particular não devendo ser imposta a uniformização principalmente ao nível da alimentação.



    Educadora

    Sónia Carvalho

    (Equipa BabySol)



    Infelizmente esta abordagem está longe de ser uma realidade em Portugal...mas será que nós mães, seremos suficientes para vencer esta batalha?



    bjs e até breve,




    Solange Burri




    Solange Burri

    Segurança Alimentar e Nutrição Infantil

    http://www.solangeburri.blogspot.pt/

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