Assistência aos recém-nascidos de muito baixo peso pode estar comprometida
06 de Junho de 2008, 15:51
Lisboa, 06 Jun (Lusa) - A assistência aos recém-nascidos de muito baixo peso pode estar comprometida, uma vez que as Unidades Coordenadoras Funcionais (UCF) não são contempladas na reforma dos cuidados primários, alertou hoje o coordenador nacional do registo destas crianças.
De acordo com o Coordenador Nacional de Registo de Recém-nascidos de Muito Baixo Peso, José Carlos Peixoto, as UCF são "imprescindíveis" pois "têm sido o motor e a garantia das relações entre hospitais e Centros de Saúde" ao nível da vigilância preconcepcional, vigilância da grávida, vigilância do recém nascido, criança e adolescente.
As UCF são grupos de profissionais, dos hospitais e centros de saúde, com a função de criar os circuitos de vigilância e sistema de avaliação e formação contínua.
"A nova reforma dos cuidados primários não prevê a sua acção e ao prever a extinção das sub-regiões faz desaparecer as estruturas até agora responsáveis pelo seu apoio logístico", disse José Carlos Peixoto.
O responsável avisa que, "se as UCF deixarem de funcionar, a vigilância da grávida, do recém-nascido da criança e adolescente, a partilha assistencial, a formação em serviço dos médicos de família, a avaliação contínua, as relações de cooperação e complementaridade ficarão comprometidas".
Em 2007, nasceram cerca de mil recém-nascidos de muito baixo peso, com menos de 1.500 gramas ou com uma idade gestacional inferior a 32 semanas.
Estes bebés representam apenas um por cento dos nascimentos no país, mas são responsáveis por mais de 50 por cento da mortalidade neonatal e perinatal.
"A qualidade e práticas de boa assistência aplicadas a este pequeno grupo, influenciaram a qualidade da assistência a todos os bebés reflectindo-se nos bons indicadores nacionais", recorda José Carlos Peixoto, para quem "Portugal tem neste momento um modelo de sucesso a nível da assistência materno-infantil que pode exportar a nível internacional".
Esse modelo "resulta da estreita relação entre obstetras, pediatras neonatologistas, enfermeiros, médicos de família, e na cooperação e complementaridade consolidada entre as unidades de saúde".
"É importante não comprometer o seu funcionamento", alerta José Carlos Peixoto.
"É importante ter em atenção que algumas reformas em curso na área da saúde podem, mesmo que involuntariamente, colocar em causa a efectividade do sistema e comprometer o modelo de sucesso que foi criado e que colocou Portugal em posição de top a nível internacional", adiantou.
Este profissional alega que "os novos modelos de gestão (Entidades Públicas Empresariais) privilegiam os dados institucionais", quando "é necessário preservar as relações de complementaridade existentes entre hospitais e centros de saúde e entre os hospitais entre si nas redes de referência".
O Grupo de Registo de Recém-Nascidos de Muito Baixo Peso existe desde 1994 e regista todos os nascimentos de bebés com menos de 1.500 gramas ou com uma idade gestacional inferior a 32 semanas.
Desta análise constante são extraídos dados que permitem a avaliação do trabalho e dos resultados das diversas unidades e do país ao longo dos anos, permitindo identificar carências e pontos de intervenção, e manter uma melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados.
in Noticias.Sapo
06 de Junho de 2008, 15:51
Lisboa, 06 Jun (Lusa) - A assistência aos recém-nascidos de muito baixo peso pode estar comprometida, uma vez que as Unidades Coordenadoras Funcionais (UCF) não são contempladas na reforma dos cuidados primários, alertou hoje o coordenador nacional do registo destas crianças.
De acordo com o Coordenador Nacional de Registo de Recém-nascidos de Muito Baixo Peso, José Carlos Peixoto, as UCF são "imprescindíveis" pois "têm sido o motor e a garantia das relações entre hospitais e Centros de Saúde" ao nível da vigilância preconcepcional, vigilância da grávida, vigilância do recém nascido, criança e adolescente.
As UCF são grupos de profissionais, dos hospitais e centros de saúde, com a função de criar os circuitos de vigilância e sistema de avaliação e formação contínua.
"A nova reforma dos cuidados primários não prevê a sua acção e ao prever a extinção das sub-regiões faz desaparecer as estruturas até agora responsáveis pelo seu apoio logístico", disse José Carlos Peixoto.
O responsável avisa que, "se as UCF deixarem de funcionar, a vigilância da grávida, do recém-nascido da criança e adolescente, a partilha assistencial, a formação em serviço dos médicos de família, a avaliação contínua, as relações de cooperação e complementaridade ficarão comprometidas".
Em 2007, nasceram cerca de mil recém-nascidos de muito baixo peso, com menos de 1.500 gramas ou com uma idade gestacional inferior a 32 semanas.
Estes bebés representam apenas um por cento dos nascimentos no país, mas são responsáveis por mais de 50 por cento da mortalidade neonatal e perinatal.
"A qualidade e práticas de boa assistência aplicadas a este pequeno grupo, influenciaram a qualidade da assistência a todos os bebés reflectindo-se nos bons indicadores nacionais", recorda José Carlos Peixoto, para quem "Portugal tem neste momento um modelo de sucesso a nível da assistência materno-infantil que pode exportar a nível internacional".
Esse modelo "resulta da estreita relação entre obstetras, pediatras neonatologistas, enfermeiros, médicos de família, e na cooperação e complementaridade consolidada entre as unidades de saúde".
"É importante não comprometer o seu funcionamento", alerta José Carlos Peixoto.
"É importante ter em atenção que algumas reformas em curso na área da saúde podem, mesmo que involuntariamente, colocar em causa a efectividade do sistema e comprometer o modelo de sucesso que foi criado e que colocou Portugal em posição de top a nível internacional", adiantou.
Este profissional alega que "os novos modelos de gestão (Entidades Públicas Empresariais) privilegiam os dados institucionais", quando "é necessário preservar as relações de complementaridade existentes entre hospitais e centros de saúde e entre os hospitais entre si nas redes de referência".
O Grupo de Registo de Recém-Nascidos de Muito Baixo Peso existe desde 1994 e regista todos os nascimentos de bebés com menos de 1.500 gramas ou com uma idade gestacional inferior a 32 semanas.
Desta análise constante são extraídos dados que permitem a avaliação do trabalho e dos resultados das diversas unidades e do país ao longo dos anos, permitindo identificar carências e pontos de intervenção, e manter uma melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados.
in Noticias.Sapo
Comentar