Crianças em funerais

[Rojão]

Quem leva/levou?

Acham normal?

Tenho pouca experiência em funerais (thank God) e chocou-me ver uma miuda de 5 anos durante todo o tempo do funeral (sentimentos, missa, enterro) a ver a pessoa morta o tempo todo.

[Dekinhas]

Concordo! Só levaria o meu filho a um funeral em caso muito extremo, de não ter mesmo com quem o deixar e ser alguém mto mto querido! (felizmente nunca aconteceu!)
Fui a um funeral há pouco tempo e presenciei o mesmo. Estava lá uma senhora com um bebé (menos mal, porque ainda não compreende) mas estava também um com cinco ou seis anos, e fez-me um pouco de confusão.

Opinião minha, claro!

[Ticha Diogo]

Eu também não sou da opinião de se levar, mas depende de cada um. Tem tempo para isso

[luisa78]

Não levaria.

[rbalmeid]

O meu filho mais velho foi ao funeral do bisavó quando tinha 3 meses. A familia toda foi e eu de facto nao tinha com quem o deixar, depois com 3 meses ele estva melhro comigo mesmo num funeral do que com qualuqer outra pessoa e era impensavel eu nao ir nao so pela pessoa em causa, mas pelo meu marido que era neto e estava destroçado. O que fiz foi ficar ca por fora a maior parte do tempo com ele e revezar-me com a minha mae. No funeral proprioamete dito eu fui como meu marido para o cemiterio e deixei o bebe com aminha mae na igreja.

Uma criança em idada preescolar nao levava, em principio. a mim nao me deixaram ir ao funeral do meu tio, tinah eu uns 11 ou 12 anos e levei muito a mal. Acho que nessas idades ja depende muito da criança e da ligaçao a quem faleceu....

Rute

[sancha]

Funerais propriamente dito os meus nunca foram, acho que não é " clima " para uma criança..mas o meu mais velho " gosta " de ir visitar o avô ao cemitério...

[Vendinhas do Gui]

o meu filho ja passou pelo perda do bisavô materno aos 18 meses e mais recentemente do avô materno com 5 anos. nunca foi a nenhum funeral, o meu marido ficou sempre com ele em casa! nem nunca o levei ao cemiterio depois...
Não faz sentido fazer uma criança pequena passar por esse ritual. Explica-se o que aconteceu e pronto...

[carmen]

Infelizmente, funerais foram uma realidade frequente na minha vida, nos últimos anos...
Avó, avô, tio e mãe foram as pessoas mais próximas de mim que faleceram. Depois houve outros familiares, nomeadamente a avó do meu marido.
Nunca o meu filho foi a nenhum. O primeiro começou quando tinha 1A (minha avó) e o último (mais chegada) a avó do meu marido, teria 4 ou 5.
Da minha vó não expliquei nada, ele não sabia perguntar porque deixou de a vêr e, penso, também não comprenderia se eu tentasse explicar. Com a minha mãe, aos 2A, foi muito difícil. Muito, mesmo. Ele perguntava, eu explicava, ele achava que ela ia voltar a qualquer altura, depois de melhorar... O meu coração doía por mim, por toda a família que tive de segurar, e por ele.
Não escondi dor. Às vezes chorava, ele preocupava-se e eu explicava que tinha saudades, que sentia a falta dela, dizendo que é normal chorar quando estamos tristes, a vida é assim...
Quando faleceu a avó do meu marido estámos de férias no Algarve, eu e o meu filho ficámos lá enquanto ele passou uma noite em casa da mãe para ir ao funeral. Não quis sujeitar o menino à viagem e a tudo, e eu apoiei, porque a decisão teria de ser mais dele que minha... ele saberia se precisava de mim ou se se aguentava pelo filho. Aguentou-se...
Agora já tenho ponderado se o levo ao cemitério, para ele saber como é, qual é uma das pções que se dá ao corpo. Mas, como eu própria raramente lá vou, ainda não tomei uma decisão a sério sobre isso.

Quando eu era pequena, não sei a idade que teria mas andava na primária, fui ao funeral da avó de uma amiga minha, porque toda a família se dava, além de sermos vizinhas, e fui horrível. Lembro-me de me ter enervado tanto que chorava mais do que qualquer elemento da família... já havia pessoas a consolarem-me a mim e imagino que os meus pais tenham ficado arrependidos de me levar. Passado alguns anitos fui ao funeral da minha bisavó, também fiquei muito em baixo, mas não foi tão mau... Durante muito tempo, as idas a funerais eram o que mais temia na vida, porque ficava sempre uma pilha, mesmo já em adulta.
Curiosamente, aos 15 anos, quando morreu o meu avô, tomei a decisão de não vêr a cara da pessoa depois de morrer, porque é a imagem mais nítida que tenho dele, infelizmente. Nem a minha mãe vi. E, quando eu morrer (digo isto a todos os adultos que tomarão a decisão, se for cedo, a minha morte) não quero o meu caixão aberto. Quero memórias da vida, não da morte. E cremadinha, da Silva!!

Bjs,
Carmen

[Rojão]

Obrigada pela partilha

Carmen, penso um pouco como tu! é raro ir a funerais, mas evito ver a pessoa morta, precisamente porque prefiro guradar a imagem da pessoa em vida. O meu marido é o oposto, mas acho que enquanto as crianças são novas para decidir, penso que devemos evitar de as colocar nessa situação. Quando forem maiores, se quiserem ver tudo, então tudo bem, aí será uma decisão delas e não uma "imposição" nossa.


Bjinhus