gravida

Poucas semanas depois de um parto, a mulher volta a poder engravidar. E como os primeiros meses de um bebé exigem toda a dedicação da mãe, esta não é, na maioria dos casos, a melhor altura para enfrentar uma nova gravidez.


O uso de contraceptivos após a gravidez

O mais natural é que, após a chegada do primeiro filho, o casal tenha cuidados especiais no que diz respeito ao uso de contraceptivos. Uma vez que as circunstâncias não são as normais - o bebé está a ser amamentado e o corpo da mãe sofre as mais diversas alterações - é importante conhecer os diferentes métodos contraceptivos e escolher o mais adequado.


Preservativo

Este tipo de contraceptivo tem uma eficácia de 86 por cento - quando devidamente usado - não contém hormonas susceptíveis de interferir na composição do leite materno e não é aplicado no corpo da mãe. Assim, não representa qualquer risco para o bebé nem exige por parte da mãe qualquer tipo de adaptação física. Tudo isto torna o uso do preservativo o método mais indicado para um casal com um bebé recém nascido.

Diafragma

Depois de um parto, o corpo da mulher sofre bastantes alterações. A vagina, o útero e o colo do útero tornam-se maiores e, caso tenha usado o diafragma anteriormente, este terá de ser readaptado. Contudo, este método também não causa qualquer interferência no que diz respeito à amamentação, pois não contém nenhum tipo de componente hormonal. A eficácia do diafragma ronda os 80 por cento.


Pílula

Este é o método contraceptivo cuja eficácia está mais próxima dos 100 por cento. No entanto, as pílulas anticoncepcionais contêm uma combinação de hormonas (estrogénio e hormonas progestativas) que podem alterar a composição do leite materno ou mesmo diminuir a sua produção.

Não se sabe ao certo se o estrogénio libertado da pílula é prejudicial para o bebé, mas os factores que acabámos de descrever fazem com que este método seja aconselhado apenas quando a mãe não pretende amamentar.

Em alguns casos, o médico aconselha o uso da pílula a partir da terceira ou quarta semana após o parto. No entanto, outros médicos defendem que se deve aguardar o reaparecimento da menstruação - que geralmente ocorre entre a sexta e a décima semana após o parto - antes de recorrer a este método.

Perante alguns casos em que o bebé está a ser amamentado, os médicos receitam pílulas progestativas, que não contêm estrogénio e portanto não interferem na qualidade nem na quantidade do leite materno. Contudo, há quem ponha em causa eventuais efeitos secundários da progesterona sobre os rins e o fígado do bebé, para além de que existem estudos que apontam para uma relação directa entre a ingestão prolongada de progesterona e a incidência de cancro da mama.


Dispositivo intra-uterino (DIU)

Hoje em dia, a maioria dos especialistas de saúde consideram este método seguro e eficaz. No entanto, é geralmente aconselhado apenas às mulheres que já tenham sido mães. O DIU pode ser inserido entre a quarta e a sexta semana após o parto, altura em que o útero já recuperou o tamanho normal. A eficácia deste dispositivo ronda os 98 por cento.


Planeamento familiar natural

Se preferir não recorrer a contraceptivos hormonais ou artificiais, um casal pode sempre optar pelos métodos naturais - método de Ogino, das temperaturas e da ovulação.

Contudo, a eficácia destes métodos deixa muito a desejar - situa-se geralmente na ordem dos 70 por cento - em especial nos primeiros dois ou três meses depois do parto.

Em primeiro lugar, o muco cervical não regressa ao normal até que se restabeleça o ciclo de ovulação. E para além disso, a medição da temperatura, que neste caso é fundamental, só pode ser feita com pouca margem de erro após seis horas de sono. Naturalmente que são raras as vezes em que a mãe de um bebé recém-nascido tem oportunidade de dormir várias horas seguidas sem interrupções. Portanto, durante os meses que se seguem ao parto, e até que os ciclos da mulher estejam regularizados, o melhor será optar por outros métodos contraceptivos.


Esterilização

A esterilização é um método de contracepção definitiva e, quer seja efectuada no homem ou na mulher, implica sempre uma intervenção cirúrgica.

Acima de tudo, é importante não esquecer que a esterilização é irreversível. Portanto, se algum membro do casal tiver dúvidas relativamente à decisão de não ter mais filhos, é preferível adiar a intervenção e recorrer a outros métodos.

Na mulher, a esterilização é feita através da laqueação das trompas de Falópio, o que vai impedir o trajecto do óvulo do ovário até ao útero. Esta intervenção pode ser feita imediatamente a seguir ao parto mas, neste caso, pode resultar na interrupção temporária da amamentação, principalmente se for feita sob anestesia local.

No homem, a esterilização consiste da chamada “vasectomia”, uma intervenção em que são cortados e laqueados os canais deferentes, que levam o esperma dos testículos para o pénis. Esta operação dura cerca de 20 minutos e é também feita sob anestesia local. Há no entanto que ter em atenção o facto de que, nos primeiros tempos após a intervenção, o homem deve recorrer a outros métodos contraceptivos, uma vez que ainda existe esperma nos canais, que só é eliminado após 15 a 20 ejaculações. O homem só deve ser considerado estéril após uma análise ao sémen, feita algum tempo depois da operação.
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