Vim parar aqui exactamente pelo mesmo motivo que tantas mulheres partilham aqui as suas histórias mais ou menos graves das suas separações/divórcios.
Depois de ler alguns relatos vejo que realmente existem mais pessoas como eu, e talvez pelo facto de ser anónimo, seja mais fácil, talvez seja realmente a única forma de eu achar que alguém está a entender aquilo que estou a sentir.
Desde já peço desculpa se não é a forma correcta de o fazer... mas às vezes as coisas precisam só de sair cá para fora...
Vivi junta durante 3 anos com aquele que é o pai da minha filha de 4 anos.
No dia da primeira ecografia, ele foi comigo, lembro-me como se fosse hoje da cara dele, lia-lhe nos olhos a trisiteza de ser pai, minutos mais tarde no café por baixo do consultório com aquele que viria a ser o padrinho da minha filha, ele verbaliza:
- A minha vida vai ser uma merda!
Devia tê-lo deixado logo ali, mas atribui a reacção ao choque, que talvez para eles seja diferente... arranjei desculpas, foi o que eu fiz, afinal pensava que ele me amava. Assim que a nossa filha nasceu ele foi despedido, eu nunca entendi muito bem porquê, vim a saber mais tarde que tinham apanhado e gravado chamadas telefónicas dele para prostitutas.
Arranjou emprego mas (convinientemente) tinha de viajar pelo país e passar noites fora. A determinado ponto as coisas começaram a descontrolar-se, eu desconfiava de tudo e mais alguma coisa, apanhava coisas aqui e ali, mensagens... mas nada que provasse alguma coisa efectivamente... até ao dia em que ele me bateu.
A gravidade da situação... ele sabia.... Desde os meus 6 ou 7 anos que o meu pai bate na minha mãe, quando me mudei para viver com ele, era frequente a minha irmã ligar-me a dizer que tinha havido mais uma sessão. A minha mãe nunca quis apresentar queixa, e atenção não se iludam a minha mãe trabalha para uma das maiores empresas portuguesas, não é nenhuma coitadinha(mas isso é outro assunto), eu que tinha jurado nunca suportar o mesmo... tal mãe tal filha, comi e calei, fiquei paralizada sabem? Como é que alguém que é suposto nos amar nos pode olhar com aqueles olhos. tive tanto medo... Quantas vezes não pensei em por fim à propria vida, mas pensava sempre na minha princesa. Seguiram-se alguns episódios do género,alguns defendi-me, outros não, até que um dia me bateu quando tinha a menina ao colo e não parava e ela não me largava....o que podia fazer fugir? Se eu tentei... o que eu chorei nesse dia... erro meu... nunca fiz queixa.
Em fins de Setembro de 2009 decidi que não suportava mais disse-lhe que me queria separar, inicialmente achou que era mais uma de muitas ameaças e não ligou, mas quando comecei a querer definir as coisas ele percebeu que não estava a brincar. Pediu desculpa por tudo, admitiu traições com gajas do trabalho, prostitutas... o que quiserem, andavámos cheios de dificuldades e ele a gastar dinheiro em prostitutas... fantástico, tive meses em que fiz 200 horas extraordinárias.
Nessa altura ele estava desempregado, depois da decisão estávamos os dois em casa e aquilo era inuportável, pedi à minha mãe para ficar com a menina um fim-de-semana e fui para o porto para casa de uns amigos, precisava de pensar no que ia fazer da minha vida.
Amigos estes que eram comuns. Disseram-me logo que ele me ia perseguir, que lhes chamou os nomes todos porque ele lhes ligou a saber o que eu andava a fazer no porto. A primeira pessoa que conheci depois de me separar, recebeu um telefonema dele a perguntar se estávamos juntos...
Enquanto esteve desempregado suportei todas as despesas da minha filha, ainda que eu me tenha voluntariado para pagar uma parte de uma dívida que era dos dois e estava em nome dele, e sendo que eu ficava com uma em meu nome, também contraída pelos dois mas de menos de metade do valor. Ou seja até eu pagar a minha parte da dívida ele não tinha de me pagar a pensão de aliemntos nem ama, sendo que estava desempregado eu não ia ver dinheiro nenhum mesmo, e assim ao menos a minha parte estava saldada, mas como nunca vi um tusto, não foi fácil e fui adiando o pagamento da divida que havia em meu nome. Também não esperava que ele estivesse quase um ano desempregado. Entretanto tive de me mudar para casa dos meus pais outra vez...
Há um dia que o meu pai parte para cima da minha irmã eu meto-me à frente ... e ele bate-me à frente da minha filha... desta vez pensei, isto não me está a acontecer outra vez! Chamei a polícia, o meu pai não se quis identificar.... foi horrível, e coloquei-me na posição de ter obrigatoriamente de arranjar casa. Em dezembro consegui reunir as condições para fazer isso. Em janeiro, recebo uma carta a dizer que o meu ordenado ia ser penhorado... a tal dívida. 268€ por mês... fantástico.
Pressionei-o para pagar o que falta da dívida dele, cerca de 800€ é quando deve... durante algum tempo recusou-se a pagar a ama, que foi sempre a mesma desde sempre, enfim tem sido uma luta.
Tentei facilitar tudo, mas já entendi que não há outra forma senão ir para tribunal.
Achei sempre... mesmo assim que as pessoas podiam falar, há uma filha no meio. Tudo o que fiz no último ano foi no sentido de vir a proporcionar à minha filha finalmente um lar estáel e calmo, mas é muito complicado, tudo é demasiado difícil e há dias em que só apetece partir para a estupidez.
Beijinhos a todas
Depois de ler alguns relatos vejo que realmente existem mais pessoas como eu, e talvez pelo facto de ser anónimo, seja mais fácil, talvez seja realmente a única forma de eu achar que alguém está a entender aquilo que estou a sentir.
Desde já peço desculpa se não é a forma correcta de o fazer... mas às vezes as coisas precisam só de sair cá para fora...
Vivi junta durante 3 anos com aquele que é o pai da minha filha de 4 anos.
No dia da primeira ecografia, ele foi comigo, lembro-me como se fosse hoje da cara dele, lia-lhe nos olhos a trisiteza de ser pai, minutos mais tarde no café por baixo do consultório com aquele que viria a ser o padrinho da minha filha, ele verbaliza:
- A minha vida vai ser uma merda!
Devia tê-lo deixado logo ali, mas atribui a reacção ao choque, que talvez para eles seja diferente... arranjei desculpas, foi o que eu fiz, afinal pensava que ele me amava. Assim que a nossa filha nasceu ele foi despedido, eu nunca entendi muito bem porquê, vim a saber mais tarde que tinham apanhado e gravado chamadas telefónicas dele para prostitutas.
Arranjou emprego mas (convinientemente) tinha de viajar pelo país e passar noites fora. A determinado ponto as coisas começaram a descontrolar-se, eu desconfiava de tudo e mais alguma coisa, apanhava coisas aqui e ali, mensagens... mas nada que provasse alguma coisa efectivamente... até ao dia em que ele me bateu.
A gravidade da situação... ele sabia.... Desde os meus 6 ou 7 anos que o meu pai bate na minha mãe, quando me mudei para viver com ele, era frequente a minha irmã ligar-me a dizer que tinha havido mais uma sessão. A minha mãe nunca quis apresentar queixa, e atenção não se iludam a minha mãe trabalha para uma das maiores empresas portuguesas, não é nenhuma coitadinha(mas isso é outro assunto), eu que tinha jurado nunca suportar o mesmo... tal mãe tal filha, comi e calei, fiquei paralizada sabem? Como é que alguém que é suposto nos amar nos pode olhar com aqueles olhos. tive tanto medo... Quantas vezes não pensei em por fim à propria vida, mas pensava sempre na minha princesa. Seguiram-se alguns episódios do género,alguns defendi-me, outros não, até que um dia me bateu quando tinha a menina ao colo e não parava e ela não me largava....o que podia fazer fugir? Se eu tentei... o que eu chorei nesse dia... erro meu... nunca fiz queixa.
Em fins de Setembro de 2009 decidi que não suportava mais disse-lhe que me queria separar, inicialmente achou que era mais uma de muitas ameaças e não ligou, mas quando comecei a querer definir as coisas ele percebeu que não estava a brincar. Pediu desculpa por tudo, admitiu traições com gajas do trabalho, prostitutas... o que quiserem, andavámos cheios de dificuldades e ele a gastar dinheiro em prostitutas... fantástico, tive meses em que fiz 200 horas extraordinárias.
Nessa altura ele estava desempregado, depois da decisão estávamos os dois em casa e aquilo era inuportável, pedi à minha mãe para ficar com a menina um fim-de-semana e fui para o porto para casa de uns amigos, precisava de pensar no que ia fazer da minha vida.
Amigos estes que eram comuns. Disseram-me logo que ele me ia perseguir, que lhes chamou os nomes todos porque ele lhes ligou a saber o que eu andava a fazer no porto. A primeira pessoa que conheci depois de me separar, recebeu um telefonema dele a perguntar se estávamos juntos...
Enquanto esteve desempregado suportei todas as despesas da minha filha, ainda que eu me tenha voluntariado para pagar uma parte de uma dívida que era dos dois e estava em nome dele, e sendo que eu ficava com uma em meu nome, também contraída pelos dois mas de menos de metade do valor. Ou seja até eu pagar a minha parte da dívida ele não tinha de me pagar a pensão de aliemntos nem ama, sendo que estava desempregado eu não ia ver dinheiro nenhum mesmo, e assim ao menos a minha parte estava saldada, mas como nunca vi um tusto, não foi fácil e fui adiando o pagamento da divida que havia em meu nome. Também não esperava que ele estivesse quase um ano desempregado. Entretanto tive de me mudar para casa dos meus pais outra vez...
Há um dia que o meu pai parte para cima da minha irmã eu meto-me à frente ... e ele bate-me à frente da minha filha... desta vez pensei, isto não me está a acontecer outra vez! Chamei a polícia, o meu pai não se quis identificar.... foi horrível, e coloquei-me na posição de ter obrigatoriamente de arranjar casa. Em dezembro consegui reunir as condições para fazer isso. Em janeiro, recebo uma carta a dizer que o meu ordenado ia ser penhorado... a tal dívida. 268€ por mês... fantástico.
Pressionei-o para pagar o que falta da dívida dele, cerca de 800€ é quando deve... durante algum tempo recusou-se a pagar a ama, que foi sempre a mesma desde sempre, enfim tem sido uma luta.
Tentei facilitar tudo, mas já entendi que não há outra forma senão ir para tribunal.
Achei sempre... mesmo assim que as pessoas podiam falar, há uma filha no meio. Tudo o que fiz no último ano foi no sentido de vir a proporcionar à minha filha finalmente um lar estáel e calmo, mas é muito complicado, tudo é demasiado difícil e há dias em que só apetece partir para a estupidez.
Beijinhos a todas
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