Olá! Já frequentei muitos fóruns, mas admito que nunca assim... Procurei tanto na net que acabei por encontrar este fórum e o tópico sobre infidelidade. Li-o todo, porque queria encontrar respostas para mim. Porque neste momento, pela primeira vez na vida, tenho um problema que não posso confidenciar aos suspeitos do costume: a minha família e amigos. Se por um lado preciso de desabafar, por outro tenho vergonha, muita vergonha. E como é fácil falar sem mostrar a cara, decidi arriscar e pedir a vossa opinião. Se bem que muitos podem pensar (e terão razão!) que talvez não procure a opinião de ninguém, mas antes apenas o desabafo e uma palavra de conforto...
Tenho um filho de 2 anos de uma relação de 4 anos. Quando fiquei grávida, ainda não vivíamos juntos, mas já estavamos à procura de casa e, por isso, apressamos um bocadinho as coisas. Nada de especial, sem dramas familiares nem outros de relevo A nossa vida tem corrido bem: familiar e profissionalmente.
Como não estaria aqui a desabafar se não houvesse um mas, cá vai: há cerca de um mês recebi um telefonema de um amigo que já não via há... 2 anos e meia! Estava eu grávida de 6 meses quando ele foi trabalhar para os Estados Unidos e, desde essa altura, falamos apenas nos anos e natal, para além dos e-mails que íamos trocando, com fotos do pequenito e da neve que cai por lá e coisas afins. Ele ligou-me a dizer que estava em Portugal e que me tinha trazido uma prenda para o menino, já que nunca lhe tinha dado nada e lá combinamos para ele ir lá a casa no fim-de-semana.
Correu tudo como um bom encontro de amigos, matamos muitas saudades, ele delirou com o meu pequerrucho e pusemos a conversa em dia.
Só que, na segunda-feira seguinte, ele ligou-me quase há hora do almoço e disse-me que ia ter comigo para almoçarmos. Eu fiquei um bocadinho admirada com a surpresa, mas rapidamente regressei ao passado, aos dias em que saía directamente da faculdade para ir almoçar ou lanchar com ele ou ficarmos simplesmente a tarde toda sem fazer nenhum! E soube-me bem, claro! Almoçamos e demoramos imenso tempo.... acabei por ligar para o consultório e dizer que não ia de tarde, uma vez que às 3 e meia da tarde ainda estavamos a pedir a conta. Andamos pela baixa a passear como fizemos tantas vezes, conversamos sobre todas as maluqueiras daquele tempo. Até que ele me perguntou o que me perguntou tantas vezes antes: como é que tu estás? Porque ele esteve ao meu lado quando eu acabei uma relação de muitos anos e chorei baba e ranho três dias seguidos e muitos meses nas horas vagas.. esteve comigo em (quase) todos os momentos felizes que eu tive depois disto.. foi o primeiro a saber quando descobri que estava grávida.. e foi ele que me enfiou algum juizo na cabeça de vez em quando. Resumindo: foi um amigo como há poucos. Mas... claro que há um mas... foi um amor que eu matei. Foi uma grande paixão que não deu em nada e, aos poucos, fomo-nos acomodando ao estatuto de amigos. Depois de nos magoarmos muito ficamos amigos. Tmbém, nessa altura, já não havia mais vergonahs a passar.
E agora, ao fim de tanto tempo, de tanta distãncia, eu conto-lhe as minhas aventuras e desventuras de mãe, esposa, profissional.... e ele só me soube dizer que estava a gostar dos "States". Ah... e que "claro que tu sabes que eu só me fui embora porque não aguentava ver-te grávida, todos os dias, e pensar «agora é que não há volta a dar»". Eu fiquei gelada, o mundo desabou-me aos pés, desatei a chorar compulsivamente no meio do café, toda a gente a olhar para mim e eu só chorava e tremia. Nem sei se cheguei a dizer alguma coisa. Acho que só me levantei e sai. Nem conseguia pensar, já nem chorava, só soluçava. Nem sei em quanto tempo fiz o caminho todo de volta a pé. Sei que entrei no consultorio e, de repente, senti-me enjoada e fui a correr para a casa de banho e fartei-me de vomitar. É de loucos, mas nem eu sei o que me deu. Estive mais de meia hora a vomitar e a chorar e a soluçar. E a nossa secretária só me perguntava se eu estava bem e o que havia de fazer... Foi surreal. Quando me recompus lá tive de dizer que não me caiu bem o almoço, chamei um taxi e fui para casa. Entretanto liguei ao meu marido e pedi-lhe para ir buscar o menino e disse-lhe que não me sentia bem. Fartei-me de vomitar em casa e estive dois dias de cama. Tanto quanto todos sabemos, parece que foi uma gastroenterite vírica.
Desde esse dia que nada disto me sai da cabeça. Não há dia nenhum que não reveja mentalmente o que foi e o que é a minha vida. Que não me questione sobre tudo. Não passa um único dia que não pense nele. Que não me pergunte o que raio fiz eu, fizemos nós! Escrutino todos os pequenos momentos que passamos e tento perceber se afinal perdemos o fio... onde é que nos demitimos um do outro.. quando é que decidimos desinvestir e.. ficar assim. Não consigo dormir direito. Sonho com ele e, se há dias que me acho doentia, egoísta e parva, outros há em que me pergunto: e se? E se ele for, como em tempos acreditei, o homem da minha vida? Se nunca mais sentir as borboletas que sinto quando estou com ele? Se os anos passarem e eu perceber que afinal... e que depois o afinal já vem tarde. Não voltei a falar com ele. Nem consigo, porque tenho medo do que ele me possa dizer. E tenho medo de me iludir com coisas da minha cabeça que não fazem sentido nenhum. Se não resultou na altura, porque iria resultar agora, que as nossas vidas estão tão diferentes, certo?
Só que de cada vez que passo à porta da antiga casa dele, o meu coração salta uma batida. E ainda não consegui mudar o trajecto para casa.
Tenho um filho de 2 anos de uma relação de 4 anos. Quando fiquei grávida, ainda não vivíamos juntos, mas já estavamos à procura de casa e, por isso, apressamos um bocadinho as coisas. Nada de especial, sem dramas familiares nem outros de relevo A nossa vida tem corrido bem: familiar e profissionalmente.
Como não estaria aqui a desabafar se não houvesse um mas, cá vai: há cerca de um mês recebi um telefonema de um amigo que já não via há... 2 anos e meia! Estava eu grávida de 6 meses quando ele foi trabalhar para os Estados Unidos e, desde essa altura, falamos apenas nos anos e natal, para além dos e-mails que íamos trocando, com fotos do pequenito e da neve que cai por lá e coisas afins. Ele ligou-me a dizer que estava em Portugal e que me tinha trazido uma prenda para o menino, já que nunca lhe tinha dado nada e lá combinamos para ele ir lá a casa no fim-de-semana.
Correu tudo como um bom encontro de amigos, matamos muitas saudades, ele delirou com o meu pequerrucho e pusemos a conversa em dia.
Só que, na segunda-feira seguinte, ele ligou-me quase há hora do almoço e disse-me que ia ter comigo para almoçarmos. Eu fiquei um bocadinho admirada com a surpresa, mas rapidamente regressei ao passado, aos dias em que saía directamente da faculdade para ir almoçar ou lanchar com ele ou ficarmos simplesmente a tarde toda sem fazer nenhum! E soube-me bem, claro! Almoçamos e demoramos imenso tempo.... acabei por ligar para o consultório e dizer que não ia de tarde, uma vez que às 3 e meia da tarde ainda estavamos a pedir a conta. Andamos pela baixa a passear como fizemos tantas vezes, conversamos sobre todas as maluqueiras daquele tempo. Até que ele me perguntou o que me perguntou tantas vezes antes: como é que tu estás? Porque ele esteve ao meu lado quando eu acabei uma relação de muitos anos e chorei baba e ranho três dias seguidos e muitos meses nas horas vagas.. esteve comigo em (quase) todos os momentos felizes que eu tive depois disto.. foi o primeiro a saber quando descobri que estava grávida.. e foi ele que me enfiou algum juizo na cabeça de vez em quando. Resumindo: foi um amigo como há poucos. Mas... claro que há um mas... foi um amor que eu matei. Foi uma grande paixão que não deu em nada e, aos poucos, fomo-nos acomodando ao estatuto de amigos. Depois de nos magoarmos muito ficamos amigos. Tmbém, nessa altura, já não havia mais vergonahs a passar.
E agora, ao fim de tanto tempo, de tanta distãncia, eu conto-lhe as minhas aventuras e desventuras de mãe, esposa, profissional.... e ele só me soube dizer que estava a gostar dos "States". Ah... e que "claro que tu sabes que eu só me fui embora porque não aguentava ver-te grávida, todos os dias, e pensar «agora é que não há volta a dar»". Eu fiquei gelada, o mundo desabou-me aos pés, desatei a chorar compulsivamente no meio do café, toda a gente a olhar para mim e eu só chorava e tremia. Nem sei se cheguei a dizer alguma coisa. Acho que só me levantei e sai. Nem conseguia pensar, já nem chorava, só soluçava. Nem sei em quanto tempo fiz o caminho todo de volta a pé. Sei que entrei no consultorio e, de repente, senti-me enjoada e fui a correr para a casa de banho e fartei-me de vomitar. É de loucos, mas nem eu sei o que me deu. Estive mais de meia hora a vomitar e a chorar e a soluçar. E a nossa secretária só me perguntava se eu estava bem e o que havia de fazer... Foi surreal. Quando me recompus lá tive de dizer que não me caiu bem o almoço, chamei um taxi e fui para casa. Entretanto liguei ao meu marido e pedi-lhe para ir buscar o menino e disse-lhe que não me sentia bem. Fartei-me de vomitar em casa e estive dois dias de cama. Tanto quanto todos sabemos, parece que foi uma gastroenterite vírica.
Desde esse dia que nada disto me sai da cabeça. Não há dia nenhum que não reveja mentalmente o que foi e o que é a minha vida. Que não me questione sobre tudo. Não passa um único dia que não pense nele. Que não me pergunte o que raio fiz eu, fizemos nós! Escrutino todos os pequenos momentos que passamos e tento perceber se afinal perdemos o fio... onde é que nos demitimos um do outro.. quando é que decidimos desinvestir e.. ficar assim. Não consigo dormir direito. Sonho com ele e, se há dias que me acho doentia, egoísta e parva, outros há em que me pergunto: e se? E se ele for, como em tempos acreditei, o homem da minha vida? Se nunca mais sentir as borboletas que sinto quando estou com ele? Se os anos passarem e eu perceber que afinal... e que depois o afinal já vem tarde. Não voltei a falar com ele. Nem consigo, porque tenho medo do que ele me possa dizer. E tenho medo de me iludir com coisas da minha cabeça que não fazem sentido nenhum. Se não resultou na altura, porque iria resultar agora, que as nossas vidas estão tão diferentes, certo?
Só que de cada vez que passo à porta da antiga casa dele, o meu coração salta uma batida. E ainda não consegui mudar o trajecto para casa.
Comentar