Ola já ando neste forum desde que engravidei e soube que seriam gemeos, mas nunca contei aqui a minha historia. Hoje resolvi faze-lo porque gostava de partilhar a minha historia na esperança de poder ajudar muitas maes que por aqui passam e lutam com esta dura batalha de ter um filho prematuro.
Soube que iria ter gemeos na 10a semana de gestação. E que eram gemeos verdadeiros, uma gravidez monocorionoca/biamniotica (uma placenta e 2 sacos gestacionais). Corri para a internet para pesquisar pois era completamente leiga neste assunto. O que li assustou-me bastante e comecei a tentar preparar-me para a batalha que poderia ter de enfrentar. Uma gravidez gemelar como a minha era uma gravidez de risco, primeiro pelo facto de serem 2 bebes, 2º por serem verdadeiros. Ha muitos casos de insucesso porque é dificil que os bebes cresçãm os 2 de igual forma. Normalmente estas gravidezes terminam prematuramente.
Desde a 12º semana que as minhas meninas começaram a apresentar uma diferença de tamanho, também foi nesta semana que pelo osso do femur me disseram que deveriam ser meninas.
Fui encaminhada para as consultas da especialidade no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora/Sinta) pois teria de ser seguida em consultas de alto risco.
A gravidez foi avançando e o tamanho de uma e outra cada vez mais diferente. Na 23º semana a medica disse-me que deveria começar a preocupar-me. Poderia ter STFF (Sindroma Transferencia feto Fetal), doença gemelar em que a circulação de uma das gemeas se faz pela outra. Os sintomas são bebes com descrepancia de tamanho, pouco liquido amniotico na bolsa do mais pequeno, o maior apresenta inchaço e edema. As minhas ate á data apresentavam so a diferença de tamanho, por isso comecei a fazer ecografias semanais, e repouso em casa para ver se a mais pequenina ganhava peso. Ás 25 semanas a medica disse-me que era melhor levar as injecções para a maturação pulmonar, a mais pequenina continuava cada vez mais pequena e qualquer momento poderiam ter de me provocar o parto. Falei-lhe na operação que sabia que faziam em Londres, pois tinha falado com algumas maes aqui do forum, mas a medica disse-me que ja seria tarde e q a STFF era uma suspeita e nao uma confirmação. Passou-me um ecocardiograma fetal e disse-me para ir ter com ela as urgencias no dia que fazia as 26 semanas, para levar as injecções e para ela ver o ecocardiograma.Fiz o ecocardiograma e o resultado veio pessimo. Ambas as bebes apresentavam problemas cardiacos. Fiquei arrasada!
No dia combinado fui ter com a medica. Ela viu o ecocardiograma e olhou para mim com um ar assustado. Disse-me: Avise a sua familia porque as suas meninas vão nascer hoje. Prepare-se porque a taxa de sobrevivencia é quase nula!! Quase de certeza que sofrem de STFF e nao devemos conseguir salvar nenhuma delas. Devido á prematuridade e devido a STFF.
Como?!! Na minha cabeça so passavam imagens de bebes prematuros que tinha visto na internet e pensava nas minhas meninas que mexiam tanto da minha barriga. Conseguia sentir a cabecinha delas com a a minha mao e sabia que eram minusculas. Como poderia prepara-me para as perder?!
Foi muito dificil. Liguei para o meu marido a chorar desesperada e disse-lhe. Amor vão-me tirar as minhas meninas hoje!
Entrei numa sala onde me deram as injecções para a maturação pulmonar das minhas princesas. Vestiram-me uma bata verde e puseram os meus pertences num saco do lixo preto. Estavam a preparar o bloco. Com grande desespero pedi por favor á medica para me fazer uma ultima ecografia. Queria ter a certeza de que seria a melhor opção a des tirar já..
A ecografia nao apresentou problemas cardiacos!!!!!! Tirando o baixo peso de uma, apresentavam tudo normal e ate era bastante mexidas!! A Dra. que fez a eco recomendou esperar mais tempo. Cada hora a mais dentro da barriga eram mais chances que tinham de sobreviver ca fora.
Fiquei tao feliz. Afinal ainda tinham mais uma esperança..
Fiquei internada e fazia ecografias todos os dias. Quando a mais pequenina apresentasse sinais de sofrimento teriam de nascer. Tive mais 2 vezes a cesariana marcada, fiz o jejum e a ultima da hora diziam para esperar.
No dia 05 de junho de 2008, tinha 27 semanas e 6 dias de gestação decidiram nao esperaram mais. A Ines ( a bebe mais pequena estava com pouco fluxo no cordão, por isso em sofrimento)
Queriam dar-me anestesia geral para n sofrer tanto com o nascimento das minhas princesas. As chances de sobreviverem eram quase nulas. E nao queriam que assistisse ao nascimento das minhas filhas e provavelmente á sua morte em simultaneo..Insisti para ser cesariana. Queria ver as minhas filhas nascerem. Mesmo que so as visse por uns momentos.
As 16h53 nasceu a minha linda Beatriz com 1054kgs, chorou muito, parecia um gatinho a miar. As 16h55 nasceu a minha minuscula Ines com 660grs!
A Ines respirou sozinha durante uma semana, era um ser minusculo com uma força incrivel. Chegou ás 580grs!
A Beatriz sofreu um pneumotorax depois de nascer e esteve em semi coma e ventilada durante 3 semanas. So passado esse tempo pude tocar nela e ver-lhe o rosto que estava com uma mascara permanente.
A Beatriz esteve internada durante 50 dias e veio para casa com 2050kgs e a Ines esteve internada 75 dias e veio para casa com 1850kgs.
Hoje têm 11 meses, 8 de idade corrigida e graças a Deus não têm nenhuma sequela detectada. Não quer dizer que não venham a detectar alguma posteriormente. Mas ate hoje contra tudo e todos, estas bebes tirando serem mais pequeninas estão perfeitamente saudaveis
São o meu orgulho, a minha força e uma prova de que milagres acontecem!!! Tenho 2 em casa para o confirmar.
Muita coragem a todas as mamãs e muita força a todos os pequenos guerreiros. Porque é isso que os nossos pequeninos são. Lutadores. Herois!
Soube que iria ter gemeos na 10a semana de gestação. E que eram gemeos verdadeiros, uma gravidez monocorionoca/biamniotica (uma placenta e 2 sacos gestacionais). Corri para a internet para pesquisar pois era completamente leiga neste assunto. O que li assustou-me bastante e comecei a tentar preparar-me para a batalha que poderia ter de enfrentar. Uma gravidez gemelar como a minha era uma gravidez de risco, primeiro pelo facto de serem 2 bebes, 2º por serem verdadeiros. Ha muitos casos de insucesso porque é dificil que os bebes cresçãm os 2 de igual forma. Normalmente estas gravidezes terminam prematuramente.
Desde a 12º semana que as minhas meninas começaram a apresentar uma diferença de tamanho, também foi nesta semana que pelo osso do femur me disseram que deveriam ser meninas.
Fui encaminhada para as consultas da especialidade no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora/Sinta) pois teria de ser seguida em consultas de alto risco.
A gravidez foi avançando e o tamanho de uma e outra cada vez mais diferente. Na 23º semana a medica disse-me que deveria começar a preocupar-me. Poderia ter STFF (Sindroma Transferencia feto Fetal), doença gemelar em que a circulação de uma das gemeas se faz pela outra. Os sintomas são bebes com descrepancia de tamanho, pouco liquido amniotico na bolsa do mais pequeno, o maior apresenta inchaço e edema. As minhas ate á data apresentavam so a diferença de tamanho, por isso comecei a fazer ecografias semanais, e repouso em casa para ver se a mais pequenina ganhava peso. Ás 25 semanas a medica disse-me que era melhor levar as injecções para a maturação pulmonar, a mais pequenina continuava cada vez mais pequena e qualquer momento poderiam ter de me provocar o parto. Falei-lhe na operação que sabia que faziam em Londres, pois tinha falado com algumas maes aqui do forum, mas a medica disse-me que ja seria tarde e q a STFF era uma suspeita e nao uma confirmação. Passou-me um ecocardiograma fetal e disse-me para ir ter com ela as urgencias no dia que fazia as 26 semanas, para levar as injecções e para ela ver o ecocardiograma.Fiz o ecocardiograma e o resultado veio pessimo. Ambas as bebes apresentavam problemas cardiacos. Fiquei arrasada!
No dia combinado fui ter com a medica. Ela viu o ecocardiograma e olhou para mim com um ar assustado. Disse-me: Avise a sua familia porque as suas meninas vão nascer hoje. Prepare-se porque a taxa de sobrevivencia é quase nula!! Quase de certeza que sofrem de STFF e nao devemos conseguir salvar nenhuma delas. Devido á prematuridade e devido a STFF.
Como?!! Na minha cabeça so passavam imagens de bebes prematuros que tinha visto na internet e pensava nas minhas meninas que mexiam tanto da minha barriga. Conseguia sentir a cabecinha delas com a a minha mao e sabia que eram minusculas. Como poderia prepara-me para as perder?!
Foi muito dificil. Liguei para o meu marido a chorar desesperada e disse-lhe. Amor vão-me tirar as minhas meninas hoje!
Entrei numa sala onde me deram as injecções para a maturação pulmonar das minhas princesas. Vestiram-me uma bata verde e puseram os meus pertences num saco do lixo preto. Estavam a preparar o bloco. Com grande desespero pedi por favor á medica para me fazer uma ultima ecografia. Queria ter a certeza de que seria a melhor opção a des tirar já..
A ecografia nao apresentou problemas cardiacos!!!!!! Tirando o baixo peso de uma, apresentavam tudo normal e ate era bastante mexidas!! A Dra. que fez a eco recomendou esperar mais tempo. Cada hora a mais dentro da barriga eram mais chances que tinham de sobreviver ca fora.
Fiquei tao feliz. Afinal ainda tinham mais uma esperança..
Fiquei internada e fazia ecografias todos os dias. Quando a mais pequenina apresentasse sinais de sofrimento teriam de nascer. Tive mais 2 vezes a cesariana marcada, fiz o jejum e a ultima da hora diziam para esperar.
No dia 05 de junho de 2008, tinha 27 semanas e 6 dias de gestação decidiram nao esperaram mais. A Ines ( a bebe mais pequena estava com pouco fluxo no cordão, por isso em sofrimento)
Queriam dar-me anestesia geral para n sofrer tanto com o nascimento das minhas princesas. As chances de sobreviverem eram quase nulas. E nao queriam que assistisse ao nascimento das minhas filhas e provavelmente á sua morte em simultaneo..Insisti para ser cesariana. Queria ver as minhas filhas nascerem. Mesmo que so as visse por uns momentos.
As 16h53 nasceu a minha linda Beatriz com 1054kgs, chorou muito, parecia um gatinho a miar. As 16h55 nasceu a minha minuscula Ines com 660grs!
A Ines respirou sozinha durante uma semana, era um ser minusculo com uma força incrivel. Chegou ás 580grs!
A Beatriz sofreu um pneumotorax depois de nascer e esteve em semi coma e ventilada durante 3 semanas. So passado esse tempo pude tocar nela e ver-lhe o rosto que estava com uma mascara permanente.
A Beatriz esteve internada durante 50 dias e veio para casa com 2050kgs e a Ines esteve internada 75 dias e veio para casa com 1850kgs.
Hoje têm 11 meses, 8 de idade corrigida e graças a Deus não têm nenhuma sequela detectada. Não quer dizer que não venham a detectar alguma posteriormente. Mas ate hoje contra tudo e todos, estas bebes tirando serem mais pequeninas estão perfeitamente saudaveis
São o meu orgulho, a minha força e uma prova de que milagres acontecem!!! Tenho 2 em casa para o confirmar.
Muita coragem a todas as mamãs e muita força a todos os pequenos guerreiros. Porque é isso que os nossos pequeninos são. Lutadores. Herois!
Comentar