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Vida com o bebé

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  • Vida com o bebé

    Olá a todas. Tive a minha bebé há 1 mês e amo-a mais que tudo e estou muito feliz com ela. Mas ao mesmo tempo que me sinto muito feliz, tb me sinto muito em baixo, se é que isto é possível ao mesmo tempo.

    Eu já sabia que a vida mudava radicalmente com a chegada dum bebé e que é cansativo, mas nunca pensei que fosse tanto. Estou em casa com ela e o papá está a trabalhar. Passo o dia todo a cuidar dela e com o dormir pouco sinto o cansaço acumular-se e ando de rastos. Sinto-me a perder a força animica e o ânimo e já nem sinto prazer em estar com a bebé, só quero que ela coma rápido e adormeça para eu poder descansar ou fazer outras coisas. O papá ajuda imenso em casa e com a bebé, mas temos discutido um bocado por causa do cansaço e de como cuidar dela e etc.

    Tou um bocado farta disto sinceramente, até tenho saudades de quando estava grávida e podia amar a minha filhota sem ter de cuidar dela non-stop. Não me interpretem mal, eu amo-a muito mas sinto-me a ir abaixo mesmo. Só espero não estar a ficar com depressão, mas a verdade é que acordo triste e nem gosto de pensar que os dias são todos iguais em casa com ela.

    Alguém passou ou passa por isto? Acham que é normal sentir-me assim ou não e o que posso fazer? Obrigada desde já pela vossa ajuda!

  • #2
    Parabéns pela tua bebé!

    Antes de comentar, achei graça à tua expressão: "até tenho saudades de quando estava grávida e podia amar a minha filhota sem ter de cuidar dela non-stop". É que se houve momento em que tinhas que cuidar dela non-stop era quando estava na tua barriga!

    Sim, cuidar de um recém-nascido é muito exigente. Não são todos iguais, uns são mais "low maintenance" que outros, mas no geral, todos requerem uma atenção constante. Acho que o que muda mais é forma como cada mãe/pai encara essa exigência. Por exemplo, alguém que tem uma vida super intensa (profissional, social, pessoal) ou sem grandes regras e de repente se vê constantemente em casa a ter que respeitar rotinas, pode ver a experiência como demasiado exigente.

    Com a minha filha, andava cansada, mas tinha o meu marido muito presente, mesmo quando estava a trabalhar. E era Verão, portanto, saímos muito as duas e às vezes fazíamos visitas estratégicas: almoço em casa dos meus pais seguido de um período em que eu podia dormir ou simplesmente vegetar no sofá e a minha mãe olhava por ela. Como ela só mamava, não havia stresses de horários, estivéssemos onde estivéssemos, ela podia comer.

    Eu adoro (e preciso) de dormir e aí confesso que me custei a habituar: mas a verdade é que o corpo habitua-se.

    A minha filosofia foi muito parecida com a que está subjacente a este texto do qual copia um excerto: http://sociedadepediatrica.blogspot....3/vinculo.html

    "Ainda na barriga prometi-lhe que quando nascesse eu iria ser assim. Uma mãe em estado selvagem, a defender a cria, a dar-lhe colo a todas as horas do dia. Teria mama quando quisesse, alguém para lhe velar as cólicas e os sonos trocados, sempre com um sorriso e paciência, tanto quanto possível, sem desesperar de cansaço. Seria um bebé de ouro, cujos pezinhos só tocariam o chão quando ele quisesse, porque até lá seria transportado ao colo.

    Eu, a mãe macaca. Ele, o bebé filhote.

    Primitivos e felizes, alheios a uma sociedade que espera que os bebés durmam 7 horas, mamem de três em três (mas acordem a tempo de esbanjar sorrisos para as visitas), cheirem sempre bem e não gritem muito, de preferência.

    Na filha número1 ainda houve tentativas para a "domar", habituar às (nossas) rotinas, como se fosse possível fazer de um recém-nascido um adulto responsável, assim em meia dúzia de dias. Sem sucesso, claro. Não vale a pena lutar contra os bebés. As primeiras semanas são de caos absoluto. Mais valia dizerem-nos logo isso e pronto. No filho número dois percebi que a solução para nos entendermos com um bebé está na natureza. A minha costela revolucionária já me devia ter ensinado a não procurar validação em manuais de instruções para bebés.
    Mas o nosso instinto sai sempre reforçado quando encontramos as nossas estratégias improvisadas de maternidade, impressas em formato livro. Encontrei-o aqui. Diz o pediatra Carlos Gonzalez que os nossos bebés actuais choram porque são os sobreviventes de gerações longínquas, os descendentes de bebés antepassados que choravam a plenos pulmões e assim levavam os adultos a não os deixar sozinhos, mercê de predadores e outras ameaças. O choro do bebé é no fundo a emissão de “sinais de alerta”, sob a única forma de que dispõe. O choro do bebé enerva os adultos, fá-los agir no sentido de o acalmar. É esse o objectivo: fazer-nos agir. No meu caso, perceber a biologia das coisas ajudou-me a superar noites infindáveis a tentar aplacar cólicas e desassossegos. A ter calma. A respirar fundo. A não desesperar. A usar métodos antigos como o embalar, cantar canções de ninar, a embrulhá-lo em mantas apertadas e encostá-lo junto a mim para que o bater do coração que ele tanto procurava dentro de mim o acalmasse cá fora neste mundo que ele não conhecia e onde pela primeira vez encontrava a dor.

    No fundo a deixar fluir hormonas. A construir o amor. A transformar este bebé perfeito num filho. O meu filho."

    Ou seja, tenta abandonar ideias pré-concebidas do que é ter um bebé, esquece as coisas que não são realmente importantes (limpezas, arrumações, visitas) e tenta conseguir alguma ajuda. Familiares ou amigos que apareçam com um tupperware de sopa são mais do que bem-vindos, para pegar na bebé quando ela está a dormir, não vale a pena :-)

    Dito isto, a fase de baby blues é normal e é importante que não passe a depressão pós-parto. Se sentires que não estás a ultrapassar esse sentimento, deves procurar ajuda.

    Felicidades!




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    • #3
      Wow, obrigada pela tua mensagem, conseguiste animar-me.

      Gostei mesmo muito do que escreveste e do excerto do texto. Sem dúvida que sinto-me mais feliz quando não estou a seguir regras pré-concebidas de como são os bebés mas sim estou a aprender a conhecer a minha filha. Ela tem uma personalidade muito forte já reparei e não vai lá com imposições de nada, mas sim com carinho e paciência.

      Pode ser que seja só estas primeiras semanas que custem mais pois é a fase da adaptação, mas acho que eu tb tenho de mudar a minha perspectiva e não me fixar no cansaço senão dou em doida. Mas qd penso naquele ser pequenino que só me tem a mim e ao papá e que depende de nós, parece que esqueço o resto.

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      • #4
        Eu senti o mesmo que tu, com a agravante de que não tenho licença de maternidade e o meu marido não gozou sequer os 5 dias. Foi duro e eu tinha a mania que conseguia fazer tudo e ser a mãe perfeita e ideal que se vê nos filmes.
        Só agora percebo como errei. Que se lixe a limpeza e as visitas porque a minha filha precisa é de nós felizes. No sábado passado em vez de andar às voltas com a roupa, decidi ir pintar com ela e passámos uma manhã deliciosa.
        Agora aceito que ela é como é e que o anormal nela seria ela ser calminha e pacífica e passar os dias a dormir. Aliás, o meu sobrinho de quase 1 ano é tão paz de alma que nós, habituados a uma bebé agora menina que nunca foi de chorar, sempre foi de exigir e de estar sempre a mexer, a saltar, a pular, até estranhamos como uma criança é tão parada.
        Felizmente, aceitámos que os bebés não são todos iguais e que precisam de coisas diferentes.
        Seja como for, não te sintas mal por te "fartares" um pouco da tua bebé. Eu estive estes dias com a minha piolha de 2 anos a tentar fazer o desfralde e hoje senti-me aliviada por vir trabalhar Digam o que disserem, todas as mães se cansam um pouco dos bebés, ainda mais nesses primeiros dias, mas a vantagem de aceitares isso é que se fizeres uma pausa de 5 minutos sem ela já vais ficar cheia de saudades e com outra vontade.
        2 filhotes lindos

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        • #5
          Olá!

          Esta é a grande verdade que não nos ensinam no curso de preparação para o parto: os bébés consomem muito tempo.

          A sensação que eu tinha não eram bem que ele (principalmente o mais velho) dava muito trabalho, porque na verdade cuidar de um bébé não se pode chamar um trabalho, mas sim que consumia todo o meu tempo.
          Houve dias que chegava à hora do almoço sem ainda ter tempo de tomar o pequeno almoço ou lavar os dentes. Coisas mesmo básicas.

          Eles querem colinho, querem miminho, têm cólicas e há dias em que parece que nem chegamos a guardar as mamas, mas o melhor é que tudo isso melhora e quando deres conta o teu bebezinho pequenino já faz umas sestinhas boas e sem querer até já pode ter uma rotina (sim, é possível!).

          Beijinhos!

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          • #6
            Fantástico Maeaos30...impressionante...conheci e aprendi isso tudo agora na 2ª viagem.

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            • #7
              Magnifico texto maeaos30...


              \"Bom mesmo é ir à luta, com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve.\"

              \"Ter problemas na vida é inevitável; ser derrotado por eles é opcional\"

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              • #8
                Todo o blog é delicioso: O Bebé Filosofo. Tem várias pessoas a contribuirem e esta - penso que é jornalista - tem uns textos excelentes.




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                • #9
                  Mãeaos30, não tinhas postado este texto algures no fórum? Lembro-me de o ler por aqui. É, de facto, um texto fabuloso.

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                  • #10
                    Tenho 2 filhos: a mais velha vai fazer 5 e o bebé tem 8 meses.

                    Sempre quis ter 2, mesmo sabendo que era complicado. E assim foi! Embarquei na aventura e quando o meu filho nasceu, foi mais complicado do que estava à espera! Tive alguns problemas e tive de vir algaliada e fragilizada para casa. O bebé não ajudou muito e chorava muito! Passava o dia com as mamas de fora e pouco eram os minutos de descanso. Cheguei a pensar se teria feito bem em ter outro filho, e cheguei até a duvidar das minhas capacidades de mãe...
                    Quando passou o 1º mês, e como por magia, o bebé foi acalmando e as rotinas foram-se estabelecendo, naturalmente!
                    Por isso, é normal que nos sintamos um pouco mais em baixo, mas há que manter a esperança de que, masi dia, menos dia, tudo se irá compor e a maternidade poderá finalmente ser vivida a 100%!

                    O texto da Mãeaos30 é um espelho do que a maioria das mamãs experiencia!

                    Bjinhus!




                    Realizando os meus sonhos...

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                    • #11
                      Ter filhos é uma aventura complicada. Tem muita coisa boa, mas envolve muito esforço e dedicação...já para não falar do esforço financeiro. Tenta aproveitar para descansar quando o bebé dorme (era o que costumava fazer) e passeia quando está bom tempo. Apanhar ar faz bem, não fiques fechada em casa. Aos poucos vais tendo mais prática, e as coisas vão correndo melhor. Quanto às limpezas da casa, põe o marido a trabalhar ou pede ajuda a familiares próximos. No meu caso não tive ajuda excepto do meu marido, que foi sempre o meu braço direito em tudo.

                      Ser mãe é maravilhoso, mas extremamente exigente. Aproveita a licença de maternidade para te adaptares às novas rotinas, pois quando regressares ao trabalho as coisas voltam a complicar-se mais.

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                      • #12
                        Inserido Inicialmente por Sugarpops Ver Mensagem
                        Mãeaos30, não tinhas postado este texto algures no fórum? Lembro-me de o ler por aqui. É, de facto, um texto fabuloso.
                        Sim! Postei todo o texto: é que, além de muito bem escrito, é tão mas tão verdade!




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                        • #13
                          Este post da patatipatata, bem podia ser meu de há 2 anos atrás, estive mesmo pertinho da depressão pós parto....1º estava longe de imaginar que um recem nascido dava tanto trabalho, depois apanhei a panca da desinfecção e sempre que tinha um minuto livre ia empestar a casa com dettol, arrumar tudo no sitio exacto centimetro a centrimetro como sempre tive a mania de fazer. Acordava de 3 em 3 horas mesmo que o bebe não acordasse porque ele tinha pouco peso e precisava comer. Apesar de ser um bebe sossegadinho era um vomitador nato a cada mamada era trocar a roupa toda porque ou estava cagada ou ele a vomitava, e quantas vezes não troquei 2 ou 3 vezes seguidas porque entretanto vomitou outra vez... o peso foi outra panca, já tinha 1 mês e ainda não chegava aos 3 KG, na 1ª semana passou para os 2,300 Kg e eu era só baba e ranho porque era uma mãe de merda que nem sabia tomar conta do meu filho :/ ah! o pai apesar de ter ficado comigo 3 semanas, não o deixava fazer NADA relativamente ao bebe, só eu podia dar banho, vesti-lo, trocar-lhe as fraldas, dar de comer etc....
                          As minhas fotos dessa altura são de meter medo ao susto, pareço um zombi com olheiras até ao pescoço e um ar de quem está às portas da morte.
                          Com o passar do tempo fui me habituando a ele, ele a mim, comecei a gerir melhor as arrumações e pronto a panca da desinfecção e da arrumação passou (mais ou menos) agora até já deixo o pai seca-lo ao fim do banho
                          Acho isto relativamente normal, porque tenho amigas minhas que dizem o mesmo, acho que deve ser pior com o 1º filho pois é surpresa total.

                          Maeaos30, por acaso já conhecia o texto, é lindo. E concordo 100% verdadeiro
                          Ultima edição por tábita; 25-10-2011, 12:29. Razão: corrigir erros que nem lembram ao menino Jesus




                          Madrinha querida Caty80
                          Madrilhada fofucha Julit

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