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Meninas professoras, leiam isto...

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  • Meninas professoras, leiam isto...

    Olá, venho partilhar mais uma excelente reflexão.

    A grande evasão

    'Quem pode, foge. Muitos sujeitam-se a perder 40% do vencimento. Fogem para a liberdade. Deixam para trás a loucura e o inferno em que se transformaram as escolas. Em algumas escolas, os conselhos executivos ficaram reduzidos a uma pessoa. Há escolas em que se reformaram antecipadamente o PCE e o vice-presidente. Outras em que já não há docentes para leccionar nos CEFs. Nos grupos de recrutamento de Educação Tecnológica, a debandada tem sido geral, havendo já enormes dificuldades em conseguir substitutos nas cíclicas. O mesmo acontece com o grupo de recrutamento de Contabilidade e Economia. Há centenas de professores de Contabilidade e de Economia que optaram por reformas antecipadas, com penalizações de 40% porque preferem ir trabalhar como profissionais liberais ou em empresas de consultadoria. Só não sai quem não pode. Ou porque não consegue suportar os cortes no vencimento ou porque não tem a idade mínima exigida. Conheço pessoalmente dois professores do ensino secundário, com doutoramento, que optaram pela reforma antecipada com penalizações de 30% e 35%. Um deles, com 53 anos de idade e 33 anos de serviço, no 10º escalão, saiu com uma reforma de 1500 euros. O outro, com 58 anos de idade e 35 anos de serviço saiu com 1900 euros. E por que razão saíram? Não aguentam mais a humilhação de serem avaliados por colegas mais novos e com menos habilitações académicas. Não aguentam a quantidade de papelada, reuniões e burocracia. Não conseguem dispor de tempo para ensinar. Fogem porque não aceitam o novo paradigma de escola e professor e não aceitam ser prestadores de cuidados sociais e funcionários administrativos.
    'Se não ficasse na história da educação em Portugal como autora do lamentável 'pastiche' de Woody Allen 'Para acabar de vez com o ensino', a actual ministra teria lugar garantido aí e no Guinness por ter causado a maior debandada de que há memória de professores das escolas portuguesas. Segundo o JN de ontem, centenas de professores estão a pedir todos os meses a passagem à reforma, mesmo com enormes penalizações salariais, e esse número tem vindo a mais que duplicar de ano para ano.
    Os professores falam de 'desmotivação', de 'frustração', de 'saturação', de 'desconsideração cada vez maior relativamente à profissão', de 'se sentirem a mais' em escolas de cujo léxico desapareceram, como do próprio Estatuto da Carreira Docente, palavras como ensinar e aprender. Algo, convenhamos, um pouco diferente da 'escola de sucesso', do 'passa agora de ano e paga depois', dos milagres estatísticos e dos passarinhos a chilrear sobre que discorrem a ministra e os secretários de Estado sr. Feliz e sr. Contente. Que futuro é possível esperar de uma escola (e de um país) onde os professores se sentem a mais?'

    Manuel António Pina

    Visitem o meu blogue www.solsemnuvens.blogspot.com coisas lindas para meninas e não só!
    Assinem e divulguem a petição online - abono de família, um direito de todas as crianças- http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N6273

  • #2
    A minha mãe é professora desde os 18 anos. Deu aulas em França pelo Consulado (andou de porta em porta a juntar alunos para uma turma da escola portuguesa), deu aqui na primária, na Telescola e agora dá ao 3º ciclo (CEF's incluídos). Tinha tirado o curso do magistério e decidiu evoluir. Tirou a licenciatura com 2 filhos pequenos e passou para o 3º ciclo. Tem 55 anos e 33 anos de serviço. As colegas da primária estão reformadas com a reforma completa, com a mesma idade. Ela está seriamente a pensar considerar a reforma, com penalização de 48%.
    2 filhotes lindos

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    • #3
      Vejamos o lado "menos negativo". Espero que isto signifique que ainda haverá horários para os contratados no próximo ano lectivo. Hope so!

      Visitem o meu blogue www.solsemnuvens.blogspot.com coisas lindas para meninas e não só!
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      • #4
        ... quando penso que "fugi" há 20 anos, acredito que fiz bem. Infelizmente.

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        • #5
          «Um deles, com 53 anos de idade e 33 anos de serviço, no 10º escalão, saiu com uma reforma de 1500 euros. O outro, com 58 anos de idade e 35 anos de serviço saiu com 1900 euros.»

          Sou eu que estou a interpretar mal, ou aqui noto que acham muito mal um professor com 35 anos de serviço sair com a "mísera" reforma de 1900 euros?

          É que o meu Pai tem 52, faz em Dezembro 40 anos de serviço em trabalhos sempre pesados e desgastantes fisicamente e, se optar por reformar-se, vai receber pouco mais de 500 euros, e com sorte...
          Receitas da Lótus

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          • #6
            flordesculpa dizer isto mas sinceramente quem desconta para ter uma reforma de 500 euros nao pode pensar chegar a reforma e ter 1000 ... acho sinceramente que e um grande problema do povo portugues ( nao estou a referir concretamente o teu pai...) mas tentam fugir a tudo ke e descontos e impostos e depois querem quando chega a reforma ou uma baixa ou mesmo desemprego ter remoneraçoes grandes nao pode... nao me chocam as reformas grandes, porque em as tem descontou para elas... choca me sim os ordenados milionarios que futuramente daram lugar a reformas milionarias...
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            • #7
              Pois, é muito humilhante ser avaliado. Pena porque assim vê-se o que se passa em muitas salas de aulas. Fui Funcionária Pública durante 13 anos, sempre fui avaliada e nunca tive medo disso nem me senti humilhada por tal. talvez porque tinha a lena consciência de que apesar de também trabalhar com menos funcionários do que deveria ser e outras contrieriadades do género, sempre tive consciência do que fazia e como tal nunca receei ser avaliada.
              Assim com conheço imensos professores que estão muito zangados por serem avaliados e outros tantos que não se importam.
              Até porque, convenhamos, estas avaliações valem o que valem, os senhores até sabem quando vão ser avaliados. Uma das profs da minha filha (cujas aulas dadas com a senhora a ler o livro sentadinha num tom completamente monocórdico) no dia da avaliação até levou slides (a única vez em que o fez em 4 anos) e até foi ao cabeleireiro e tudo. deve ter sido coincidência. E mais pediu aos alunos mais rufias que nesse dia se portassem bem porque ela ia ser avaliada.

              Muito stressante isto de se ser avaliado.
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              Pessoas aborrecidas, são aquelas que nos privam da solidão sem nos fazerem companhia!!!
              estava a ver que não arranjava nada profundo para por na assinatura....

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              • #8
                Inserido Inicialmente por helena_estrela Ver Mensagem
                flordesculpa dizer isto mas sinceramente quem desconta para ter uma reforma de 500 euros nao pode pensar chegar a reforma e ter 1000 ... acho sinceramente que e um grande problema do povo portugues ( nao estou a referir concretamente o teu pai...) mas tentam fugir a tudo ke e descontos e impostos e depois querem quando chega a reforma ou uma baixa ou mesmo desemprego ter remoneraçoes grandes nao pode... nao me chocam as reformas grandes, porque em as tem descontou para elas... choca me sim os ordenados milionarios que futuramente daram lugar a reformas milionarias...
                Compreendo o que dizes e concordo que existem esses casos, mas não é o nosso. Aliás, o meu Pai não tem por onde fugir, porque trabalha por conta de outrem e desconta todos os meses a parte dele para a SS e para o IRS. Aliás, há uns meses tive de pedir na SS um extracto dos descontos dele e trouxe para casa umas 10 folhas com todos os descontos dele desde 1972, tudo discriminado.
                Claro que quem recebe essas reformas é porque descontou para elas, mas custa-me ver os professores e afins todos indignados por terem uma reforma de 1900€ por 35 anos de serviço e haver quem trabalhe e muito durante 40 anos para colocar comida na mesa e venha para casa com uma reforma baixa.

                A mãe do meu Namorado, que era professora do 1º ciclo do ensino básico, veio para casa com uma reforma de 2200€ mensais com 53 anos. E sabes porquê? Porque partiu há uns anos um dedo da mão esquerda numa actividade da escola e conseguiu fazer trafulhice para arranjar uma reforma antecipada por invalidez!
                Receitas da Lótus

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                • #9
                  Apesar disto ser daquelas discussões eternas em que quase toda a gente tem a ideia que os professores é que só se queixam porque tem regalias a mais, vou, ainda assim deixar umas achegas.

                  A questão não é do valor das reformas, pode parecer um balúrdio a quem vai para a reforma com 500 euros mas não podemos esquecer que estamos a falar de profissionais qualificados, muitas vezes não só com licenciatura mas também com mestrados e doutoramentos. É como tudo, à partida quem é mais qualificado recebe mais, desconta mais (ainda que nem sempre assim seja).

                  A questão não é a avaliação. São os moldes em que ela é feita, transformaram a escola em campo de rivalidades. Eu sou a primeira a concordar com a avaliação, acho que ela é muito necessária, é urgente mesmo! Mas não deve ser feita por professores menos qualificados, ou já agora por colegas de escola. Na minha opinião, a avaliação devia ser feita por uma comissão independente e feita a rigor porque, de facto, há professores que não mexem uma palha para tornar as suas aulas motivadoras, que dão inclusive erros científicos, como eu própria constatei. Acho que não há nada como trabalhar/subir por mérito, é a melhor motivação que pode haver para se ser bom naquilo que se faz.

                  A grande questão é no que transformaram a escola! Digo-vos, eu não estou a trabalhar no ensino oficial público, muitas vezes me lamento disso apenas pela questão da estabilidade profissional/económica mas ao mesmo tempo acho que como professora que sou, ainda que com tantos problemas que enfrento sou mais feliz como profissional no que faço. Tenho a felicidade de trabalhar como gosto, de, na maioria das vezes, ter os alunos motivados, conquistados porque gostam das minhas aulas e de não ter que enfrentar a hipocrisia que domina as escolas públicas na escolaridade obrigatória.
                  Ainda há pouco comentava com um professor de mestrado, o que é difícil hoje em dia é reprovar, nem calculam. Para reprovar um aluno é um filme, um problema, uma quantidade infindável de relatórios e papéis ainda sujeitos a análise. Inundaram a escola de processos burocráticos, facilitam a vida aos alunos em detrimento de estatísticas. Eles próprios, pais incluídos têm perfeita noção que, independente do seu empenho, é muito difícil reprovar. O professor afinal serve para quê, para andar para lá e fazer papel? Descredibilizaram o professor e isso nunca é bom! Tenho uma colega que me disse que no ano passado, por altura de reunião lhe disseram: "Cinco destas negativas são para subir". Que escola é esta? Eu como professora, se tivesse que trabalhar nestas condições sentir-me-ia muito frustrada!
                  Compreendo que para quem está de fora do sistema de ensino, havia muita coisa que caía mal, e eu própria concordo que havia exageros, mas passou-se do 8 para o 80. Ser professor nos dias que correm é muito difícil já por si, independentemente das mudanças que se foram operando e com esse trabalho ainda mais dificultado pelo próprio Governo, não me espanta a debandada.



                  \"Os dois maiores presentes que podemos dar aos filhos são raízes e asas.\" (Hodding Carter)

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                  • #10
                    Inserido Inicialmente por rufer Ver Mensagem
                    A questão não é do valor das reformas, pode parecer um balúrdio a quem vai para a reforma com 500 euros mas não podemos esquecer que estamos a falar de profissionais qualificados, muitas vezes não só com licenciatura mas também com mestrados e doutoramentos. É como tudo, à partida quem é mais qualificado recebe mais, desconta mais (ainda que nem sempre assim seja).
                    Mas então que trabalhem o tempo de serviço imposto. Claro que são mais qualificados, claro que devem ganhar mais por isso, mas porque é que um professor com 35 anos de serviço acha que deve receber o mesmo que um que trabalhe o tempo completo? É isto que me incomoda e é isso que eu continuo a entender quando leio o texto que está no 1º post.
                    Sentem-se desmotivados com o trabalho? Ok, mas é uma coisa que acontece a todos, e não é só por serem professores que devem ter o direito a poder reformar-se mais cedo e ganhar o mesmo que ganhariam se trabalhassem até à idade regulamentada.
                    Receitas da Lótus

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                    • #11
                      Como sempre, Rufer, gostei de te ler.

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                      • #12
                        Inserido Inicialmente por Caalex Ver Mensagem
                        Como sempre, Rufer, gostei de te ler.
                        Tb eu gostei! E mais nao digo que nao tenho tempo para ser esfolada em mais de um topico ao mesmo tempo!
                        Veja o novo Blog de Culinária, o Manjar das Deusas

                        Presidente da associação de madrinhas da PipocaeCompanhia

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                        • #13
                          Inserido Inicialmente por Flor_de_Lótus Ver Mensagem
                          Mas então que trabalhem o tempo de serviço imposto. Claro que são mais qualificados, claro que devem ganhar mais por isso, mas porque é que um professor com 35 anos de serviço acha que deve receber o mesmo que um que trabalhe o tempo completo? É isto que me incomoda e é isso que eu continuo a entender quando leio o texto que está no 1º post.
                          Sentem-se desmotivados com o trabalho? Ok, mas é uma coisa que acontece a todos, e não é só por serem professores que devem ter o direito a poder reformar-se mais cedo e ganhar o mesmo que ganhariam se trabalhassem até à idade regulamentada.
                          Mas Lótus eles não vão para a reforma antecipada a ganhar o mesmo, vão com penalizações. Parece-me que a questão não é essa, a questão em análise no texto é as pessoas irem mesmo com penalizações de 40% no salário. Isto deve significar, suponho, que já não aguentam mais e preferem ganhar menos a estar lá. E eu acredito! Eu dou aulas no 1º ciclo e pela amostra que lá vai, calculo o faroeste que é o 2º e 3º ciclo.



                          \"Os dois maiores presentes que podemos dar aos filhos são raízes e asas.\" (Hodding Carter)

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                          • #14
                            Inserido Inicialmente por evian Ver Mensagem
                            Tb eu gostei! E mais nao digo que nao tenho tempo para ser esfolada em mais de um topico ao mesmo tempo!
                            Obrigada às duas. Nem imaginam como me deixa triste o estado da nossa educação hoje em dia. Não apenas o tratamento dos professores mas principalmente o desrespeito generalizado de muitos pais e alunos em relação à escola.



                            \"Os dois maiores presentes que podemos dar aos filhos são raízes e asas.\" (Hodding Carter)

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                            • #15
                              Inserido Inicialmente por rufer Ver Mensagem
                              Obrigada às duas. Nem imaginam como me deixa triste o estado da nossa educação hoje em dia. Não apenas o tratamento dos professores mas principalmente o desrespeito generalizado de muitos pais e alunos em relação à escola.
                              Creio ser esse o grande problema! Ninguém sai para não ser avaliado mas sim porque já não suportam o total desrespeito a que são votados.

                              Visitem o meu blogue www.solsemnuvens.blogspot.com coisas lindas para meninas e não só!
                              Assinem e divulguem a petição online - abono de família, um direito de todas as crianças- http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N6273

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