Há datas que, infelizmente, fazem parte da nossa vida, pelos piores motivos...
A DPP da minha primeira gravidez era para 11/09/2007.
Ontem à noite, por volta das 23h, pensei: "Amanhã é dia 11, o meu bebé faria 2 anos, se tudo tivesse corrido bem...". No entanto, este ano, já estou mais em paz com tudo o que aconteceu e passei pelo dia sem chorar. Por momentos, cheguei até a esquecer que dia era, mas basta ligar a televisão para eles falarem do aniversário da queda das Torres Gémeas a 11 de Setembro e para eu, talvez egoistamente, me lembrar do meu bebé.
É curioso (ou irónico?), mas também a data da minha curetagem me é todos os anos lembrada pelos telejornais: no dia 11 de Fevereiro de 2007 estava eu a despedir-me do meu bebé, enquanto o país votava num Referendo que viria a legalizar o aborto. Por isso, nessa data, os jornais fazem questão de referir o número de abortos voluntários que foram feitos em Portugal desde essa altura. Nesse dia, a minha mãe, embora a favor da legalização do aborto, votou NÃO, votou por mim, pois essa era (e é) a minha posição neste assunto. Ela votou por mim, porque não sabia como me consolar no meu momento de dor: foi talvez um dos gestos mais bonitos que ela teve para comigo, uma prova do seu amor de mãe.
Agora, com a minha filha nos braços, sou finalmente mãe e quero tanto, mas tanto, proteger a minha filha de todo o sofrimento, mas sei que não é possível, pelo que só me resta estar ao seu lado, amá-la, educá-la e, depois, deixá-la partir em busca do seu próprio caminho.
Desculpem o desabafo. Tolices que me vão passando pela cabeça
Um abraço para todas.
A DPP da minha primeira gravidez era para 11/09/2007.
Ontem à noite, por volta das 23h, pensei: "Amanhã é dia 11, o meu bebé faria 2 anos, se tudo tivesse corrido bem...". No entanto, este ano, já estou mais em paz com tudo o que aconteceu e passei pelo dia sem chorar. Por momentos, cheguei até a esquecer que dia era, mas basta ligar a televisão para eles falarem do aniversário da queda das Torres Gémeas a 11 de Setembro e para eu, talvez egoistamente, me lembrar do meu bebé.
É curioso (ou irónico?), mas também a data da minha curetagem me é todos os anos lembrada pelos telejornais: no dia 11 de Fevereiro de 2007 estava eu a despedir-me do meu bebé, enquanto o país votava num Referendo que viria a legalizar o aborto. Por isso, nessa data, os jornais fazem questão de referir o número de abortos voluntários que foram feitos em Portugal desde essa altura. Nesse dia, a minha mãe, embora a favor da legalização do aborto, votou NÃO, votou por mim, pois essa era (e é) a minha posição neste assunto. Ela votou por mim, porque não sabia como me consolar no meu momento de dor: foi talvez um dos gestos mais bonitos que ela teve para comigo, uma prova do seu amor de mãe.
Agora, com a minha filha nos braços, sou finalmente mãe e quero tanto, mas tanto, proteger a minha filha de todo o sofrimento, mas sei que não é possível, pelo que só me resta estar ao seu lado, amá-la, educá-la e, depois, deixá-la partir em busca do seu próprio caminho.
Desculpem o desabafo. Tolices que me vão passando pela cabeça
Um abraço para todas.
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