Eu já passei por uma coisa semelhante, perdi a minha 2ª filha às 20 semanas por causa de uma estupidez, uma ruptura de membranas prematura. Estive internada uns dias até que interrompi a gravidez. Acabei por ir parar ao bloco operatório, curetagem de emergência, transfusões sanguíneas, enfim.. Uma coisa chata. Foi muito duro, sofri muito. No momento em que estava a entrar para o bloco operatório lembro-me de me sentir completamente oca e ocorreu-me que se não saísse de lá viva não me chateava por isso. Depois tive que ficar internada mais uns dias, fiquei num quarto sozinha e foi nesse tempo que arrumei as ideias um pouco. Só o tempo ajuda, de facto. A distância da dor, do sofrimento, das expectativas frustradas. Mentia se dissesse que se torna fácil. O meu caso foi há dois anos e ainda hoje em dia me dói, ainda sinto que uma partezinha de mim morreu e que aquele sítio onde aperta quando penso/falo nisto nunca mais vai recuperar. Afinal de contas, era a minha filha. O compromisso que fiz comigo mesma foi o de aceitar o que tinha acontecido como parte da minha vida sem deixar que a definisse. Foi nesse sentido que tentei sempre sorrir, procurei animar-me e rodear-me de coisas que me faziam feliz. Acho que ajudou, não sei. 2 meses e qualquer coisa depois da perda engravidei de novo. Tive outra filha que tem agora 14 meses. Sei que a protejo mais do que protegia o irmão, fico mais ansiosa com as coisas dela do que seria de esperar numa mãe já não de 1ª viagem, enfim.. algumas marcas do stress que vivi na gravidez dela resultantes da situação anterior.
Espero que tenham a mesma sorte que eu numa gravidez futura e que o tempo vos ajude a amenizar a dor que sentem.
Espero que tenham a mesma sorte que eu numa gravidez futura e que o tempo vos ajude a amenizar a dor que sentem.
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