Boa Noite,
Fui mãe pela segunda vez à dois meses e vou partilhar com voçês a minha história de amamentação.
Posso adiantar que da primeira filha a amamentação decorreu sem grandes problemas tendo ela sido a amamentada até aos 2 anos.
Nesta gravidez comecei a ficar com os mamilos secos e a descamar no sétimo mês de gestação, estranhei e fui à farmácia comprar creme para colocar. Aproveitei e nas consultas que tive mostrei à médica a qual me aconselhou uma pomada e disse que era normal, coloquei a dita pomada mas não melhorei e no final da gravidez a sensibilidade nos mamilos era tanta que nem conseguia encostar a toalha do banho.
Pensei logo que estava tramada e era um mau começo para a amamentação...
O meu filho nasceu de cesariana no dia 14 de Dezembro às 7h04 da manhã, matulão de 3795 gr e 50 cm, foi colocado ao peito por volta das 9h, agarrou bem mas senti logo dor, como estava à espera.
Como tenho mamilos pouco saídos para mim a posição de dar de mamar deitada, não é a melhor, e como tinha feito cesariana tive o dia todo deitada, lá nos fomos desenrascando e ele mostrou-se logo um mamão. Resultado imediato...mamilos gretados e uma belas dores.
Já estava à espera, da irmã tb tinha acontecido, pedi logo ao marido para me trazer a almofada de amamentação para melhorarmos a posição de pega, mas mesmo assim ele não era muito habilidoso, passava a noite agarrado ao peito, as cadeiras no hospital não era as mais adequadas, nem braços tinham resultaram em muitas dores, noites mal dormidas e os mamilos com dores e a ficarem feridos mesmo.
Na penultíma noite no hospital, dei de mamar de hora a hora, e a enfermeira com pena de mim e para eu poder dormir alguma coisa veio me oferecer suplemento para lhe dar, agradeci mas recusei, achei que não era boa ideia dar-lhe suplemento só para eu descansar, eu aguentava.
Quando saí do hospital, comprei os bicos de silicone para ver se conseguiria aliviar os mamilos, e deixar de ter dores, foi pior a emenda que o soneto... Os bicos de silicone abriram-me as feridas e fiquei com crateras nos mamilos, saindo bocadinhos de pele e carne.
Nunca mais os usei e preferi aguentar a boca do bébe. Com 5 dias de nascido tive a subida de leite com direito a febrão, que me assustou, foi uma noite e um dia de febre, e o peite quente, fomos ao pediatra no sexto dia do bébe, e ele tinha aumentado em 3 dias 200 gr, muito bom e um alívio para mim.
Com 10 dias de nascido, comecei novamente com febre e algum incómodo na costura, mas era febre baixinha não dei muita importância, e ainda mais era época de natal, não ía fazer grande drama, estava sem termómetro e eu achava que tinha o meu marido dizia que não estava assim tão quente, deixei-me andar até que comprei um termómetro e realmente tinha febre, e na zona da costura do lado direito comecei a ter uma durão e dores, na noite de 27 para 28 de Dezembro, cheguei aos 39º e fui nessa manhã ao hospital, disseram-me que as costura estava com uma infecção, e que o durão era um abcesso que iria continuar a encher até rebentar e depois para eu ir ao Centro de saúde fazer o penso.
Receitaram-me antibiótico e antinflamatório e ben-u-ron para SOS, é de salientar que desde do parto até a esse dia eu tomei sempre comprimidos para as dores, apesar de me dizerem que era medicação "amiga" da amamentação, a verdade é que eu olhava para o meu filho e achava que ele estava mais magro, e decidi ir pesá-lo tinha perdido 400 gr em uma semana e meia...
O porquê de ter demorado tanto tempo a aperceber-me? Sempre me disseram que um bébe com fome não dormia e chorava, pois o meu dormia e muito e como mamava bem, como eu não estava bem, levei algum tempo a dar-me conta. Provavelmente seria a minha medicação que o deixava mole, e como não me alimentava em condições o leite perdeu qualidades.
Eu chorava das dores dos mamilos, desesperada porque apesar do meu esforço o meu leite não chegava, chorava do desespero das dores do abcesso que levou uma semana e dois dias a rebentar...eu tinha quebras de tensao, eu dormia com 2 almofadas por causa da asma, pois o abcesso fazia pressão nos pulmões, cheguei mesmo a pensar que me ía e não criava os meu filhos.
Continuei sempre a dar maminha, junto com suplemento, e comecei a tomar levedura de cerveja, entretanto o abcesso rebentou comecei a fazer pensos e imediatamente a sentir-me melhor, os mamilos continuavam a ser o meu calcanhar de aquiles, mas nunca desisti...
Tomou suplemento durante 2 semanas, e quando fui ao pediatra à consulta de um mês pedi para deixar o suplemento, uma vez que ele uma vezes bebia 60 ml outras 30 ml e já por duas vezes tinha recusado. O pediatra concordou e planeou-se eu dar só maminha durante uma semana e pesá-lo o peso mínimo aceitável de aumento era 175 gr. Advinhem o meu pequeno aumentou 180 gr, foi um dia muito feliz, significava que o meu esforço finalmente estava a compensar.
Hoje podemos dizer que a amamentação está bem implementada, ele pesa 5110 gr e sinto-me bem por nunca ter desistido, posso dizer sem vergonha que nos dias piores me passou pela cabeça desistir, mas havia uma parte de mim que me fazia continuar e batalhar, não estou arrependida hoje tenho os mamilos finalmente cicatrizados, dores só no esquerdo e não é sempre e suportáveis.
Embora eu seja apologista da amamentação, não sou fundamentalista, e compreendo quem não queira ou não possa amamentar. A decisão de aguentar o sofrimento neste processo foi minha e não é por isso que acho que todas o devem fazer.
Eu partilho a minha história, porque por vezes as histórias começam mal mas têm um final feliz.
Peço desculpa pelo testamento, e agradeço a quem teve paciência para o ler.
bjs
Fui mãe pela segunda vez à dois meses e vou partilhar com voçês a minha história de amamentação.
Posso adiantar que da primeira filha a amamentação decorreu sem grandes problemas tendo ela sido a amamentada até aos 2 anos.
Nesta gravidez comecei a ficar com os mamilos secos e a descamar no sétimo mês de gestação, estranhei e fui à farmácia comprar creme para colocar. Aproveitei e nas consultas que tive mostrei à médica a qual me aconselhou uma pomada e disse que era normal, coloquei a dita pomada mas não melhorei e no final da gravidez a sensibilidade nos mamilos era tanta que nem conseguia encostar a toalha do banho.
Pensei logo que estava tramada e era um mau começo para a amamentação...
O meu filho nasceu de cesariana no dia 14 de Dezembro às 7h04 da manhã, matulão de 3795 gr e 50 cm, foi colocado ao peito por volta das 9h, agarrou bem mas senti logo dor, como estava à espera.
Como tenho mamilos pouco saídos para mim a posição de dar de mamar deitada, não é a melhor, e como tinha feito cesariana tive o dia todo deitada, lá nos fomos desenrascando e ele mostrou-se logo um mamão. Resultado imediato...mamilos gretados e uma belas dores.
Já estava à espera, da irmã tb tinha acontecido, pedi logo ao marido para me trazer a almofada de amamentação para melhorarmos a posição de pega, mas mesmo assim ele não era muito habilidoso, passava a noite agarrado ao peito, as cadeiras no hospital não era as mais adequadas, nem braços tinham resultaram em muitas dores, noites mal dormidas e os mamilos com dores e a ficarem feridos mesmo.
Na penultíma noite no hospital, dei de mamar de hora a hora, e a enfermeira com pena de mim e para eu poder dormir alguma coisa veio me oferecer suplemento para lhe dar, agradeci mas recusei, achei que não era boa ideia dar-lhe suplemento só para eu descansar, eu aguentava.
Quando saí do hospital, comprei os bicos de silicone para ver se conseguiria aliviar os mamilos, e deixar de ter dores, foi pior a emenda que o soneto... Os bicos de silicone abriram-me as feridas e fiquei com crateras nos mamilos, saindo bocadinhos de pele e carne.
Nunca mais os usei e preferi aguentar a boca do bébe. Com 5 dias de nascido tive a subida de leite com direito a febrão, que me assustou, foi uma noite e um dia de febre, e o peite quente, fomos ao pediatra no sexto dia do bébe, e ele tinha aumentado em 3 dias 200 gr, muito bom e um alívio para mim.
Com 10 dias de nascido, comecei novamente com febre e algum incómodo na costura, mas era febre baixinha não dei muita importância, e ainda mais era época de natal, não ía fazer grande drama, estava sem termómetro e eu achava que tinha o meu marido dizia que não estava assim tão quente, deixei-me andar até que comprei um termómetro e realmente tinha febre, e na zona da costura do lado direito comecei a ter uma durão e dores, na noite de 27 para 28 de Dezembro, cheguei aos 39º e fui nessa manhã ao hospital, disseram-me que as costura estava com uma infecção, e que o durão era um abcesso que iria continuar a encher até rebentar e depois para eu ir ao Centro de saúde fazer o penso.
Receitaram-me antibiótico e antinflamatório e ben-u-ron para SOS, é de salientar que desde do parto até a esse dia eu tomei sempre comprimidos para as dores, apesar de me dizerem que era medicação "amiga" da amamentação, a verdade é que eu olhava para o meu filho e achava que ele estava mais magro, e decidi ir pesá-lo tinha perdido 400 gr em uma semana e meia...
O porquê de ter demorado tanto tempo a aperceber-me? Sempre me disseram que um bébe com fome não dormia e chorava, pois o meu dormia e muito e como mamava bem, como eu não estava bem, levei algum tempo a dar-me conta. Provavelmente seria a minha medicação que o deixava mole, e como não me alimentava em condições o leite perdeu qualidades.
Eu chorava das dores dos mamilos, desesperada porque apesar do meu esforço o meu leite não chegava, chorava do desespero das dores do abcesso que levou uma semana e dois dias a rebentar...eu tinha quebras de tensao, eu dormia com 2 almofadas por causa da asma, pois o abcesso fazia pressão nos pulmões, cheguei mesmo a pensar que me ía e não criava os meu filhos.
Continuei sempre a dar maminha, junto com suplemento, e comecei a tomar levedura de cerveja, entretanto o abcesso rebentou comecei a fazer pensos e imediatamente a sentir-me melhor, os mamilos continuavam a ser o meu calcanhar de aquiles, mas nunca desisti...
Tomou suplemento durante 2 semanas, e quando fui ao pediatra à consulta de um mês pedi para deixar o suplemento, uma vez que ele uma vezes bebia 60 ml outras 30 ml e já por duas vezes tinha recusado. O pediatra concordou e planeou-se eu dar só maminha durante uma semana e pesá-lo o peso mínimo aceitável de aumento era 175 gr. Advinhem o meu pequeno aumentou 180 gr, foi um dia muito feliz, significava que o meu esforço finalmente estava a compensar.
Hoje podemos dizer que a amamentação está bem implementada, ele pesa 5110 gr e sinto-me bem por nunca ter desistido, posso dizer sem vergonha que nos dias piores me passou pela cabeça desistir, mas havia uma parte de mim que me fazia continuar e batalhar, não estou arrependida hoje tenho os mamilos finalmente cicatrizados, dores só no esquerdo e não é sempre e suportáveis.
Embora eu seja apologista da amamentação, não sou fundamentalista, e compreendo quem não queira ou não possa amamentar. A decisão de aguentar o sofrimento neste processo foi minha e não é por isso que acho que todas o devem fazer.
Eu partilho a minha história, porque por vezes as histórias começam mal mas têm um final feliz.
Peço desculpa pelo testamento, e agradeço a quem teve paciência para o ler.
bjs
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