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Mãe má e egoísta

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  • Mãe má e egoísta

    Bem, contando um pouco da minha história, a minha mãe (quer dizer, ambos os meus pais, mas já que falamos de mães...) sempre foi uma péssima mãe... Estragou a minha infância e principalmente a minha adolescência, por me ter feito crescer num ambiente de violência (principalmente psicológica), gostava de fazer queixinhas ao meu pai para ele me bater (embora nunca fosse daquelas tareias feias, era uma grande violência psicológica) e ela ficava a ver e nunca me defendia. A par disto tudo, fez-me crescer a acreditar que tudo o que eu fazia estava errado, que eu era uma adolescente má e egoísta, apenas tinha de viver para satisfazer as vontades da Sra., tais como arrumar a casa, mostrar aos outros que era feliz (sim, a minha mãe vive de aparências), lamber-lhe as botas... e o que eu queria ou sentia não era importante.

    Nas minhas crises de "amor" (naquelas alturas em que achamos que o mundo vai acabar por um rapaz não gostar de nós), dizia-me que eu só me fazia de vítima, que era uma egoísta, e que ela é que era uma desgraçada lá em casa! Só tenho pena de, nessa altura ser tão carente e viver realmente com medo de que se chateassem comigo (tratavam-me como um estorvo) porque acreditava mesmo que nada do que eu fazia estava bem feito. Chegou a dizer-me que nunca ia ser nem metade daquilo que era a minha irmã (??????).

    Os grandes marcos felizes da minha vida são o início do meu namoro com o meu marido (há quase 7 anos) e quando comprámos casa (há mais de dois anos), porque me libertei e saí debaixo da influência dela.

    Ela gosta muito do meu marido, trata-o como mais que um filho e eu não me importo, só tenho pena que o meu marido não entenda a 100% o quanto a minha mãe destruíu a minha infância, suposta fase de inocência e ache que ela era assim por ser fruto daquilo que ela tenha passado também na sua infância.

    Acredito que este meu testamento vá chocar as foristas mais sensíveis, mas tenho uma aversão terrível à minha mãe. Tenho não me lembrar deste passado que quero a todo o custo esquecer, mas às vezes desabafar ajuda e para mim tem sido terapia

    Não sinto aquele amor pela minha mãe, não consigo abraçá-la pois sinto repulsa e nojo e só a beijo como forma de cumprimento, com o mesmo sentimento que sinto por um conhecido a quem digo "Olá, tudo bem?" Detesto que ela toque na minha barriga, porque é como se sentisse que a aura dela fosse má, e é deveras desconfortável sentir a mão dela sobre este ser frágil que amo quero a todo o custo proteger (estou de 24 semanas). Detesto ouvir a voz dela, olhar para a cara dela, e perceber que, ao fim de quase 25 anos de convivência com ela, continua uma pessoa que vive de aparências, sempre a viver em função do que pensam os outros, não conseguindo assim ser feliz nem permitir que alguém seja feliz ao seu lado - Nada mudou...

    Já por diversas vezes lhe falei de tudo o que tenho entalado e ela (coitadinha) vai fazer queixinhas a dizer que eu a fiz chorar lágrimas de sangue, e que ninguém gosta mais de mim do que ela (tadinha!!) Ela já tem um neto (filhote da minha mana, com 6 aninhos) e faz-lhe as vontadinhas todas, muitas vezes contrariando as indicações dadas pela minha irmã, bem mais paciente e tolerante do que eu. Não suporta que lhe batam (a minha mana e o meu cunhado é raríssimo bater no piolho, só mesmo em casos extremos, pois ele é muito bem comportado, mas faz parte... e é uma palmadita no rabo, nunca na cara ou na cabeça, como ela gostava de fazer), diz que fica para morrer quando ralham com o menino e que sabe que errou muito (eu estou sempre a dizer-he: "se não gostas de ver ralhar com o menino, porque me bateram tanto??)... Põe-se a chorar para eu me calar e ter pena dela... Que ser despresível...

    Hoje em dia, está sempre a queixar-se que ninguém lhe liga, ninguém lhe telefona, nem eu nem a minha irmã, mas ela sabe bem porque... Tem sempre a necessidade de se justificar e dizer "Eu sei que errei muito" mas já vem tarde, pois a má índole dela continua lá...

    É raro ela vir a minha casa (2 ou 3 vezes por mês). Está sempre com lamúrias, nunca consegue ver o lado brilhante da vida, sempre a fazer o choradinho, a dizer que não chateia ninguém, mas que toda a gente a chateia a ela (o paleio da vítimização)... Vive agarrada ao passado, a quem lhe fez mal e deixa-me deprimida a mim ter de estar com ela e conviver com ela.

    É autenticamente, para mim, pior que uma sogra daquelas pérolas que já aqui li... porque pelo menos com a minha sogra (de quem aliás, gosto muito) não partilho o sangue nem a infância nem a história...

    Caras amigas virtuais, se chegaram até aqui obrigada por me permitirem partilhar a minha história convosco e assim me libertar um pouco mais deste peso nos meus ombros. Sei que este tópico está carregado de sentimentos tristes e ruins mas, se alguém sentir o mesmo, partilhe também, pois às vezes sinto-me um bicho raro... Chego a sentir inveja das foristas que tratam a mãe por "mamã" e dizem que a adoram...

    O que vale é que consegui ver o erro que foi a minha vida até aos meus 19 anos e permitir-me ser muito feliz hoje, apesar desta nuvem negra!

    Ser feliz e fazer a minha família feliz - marido e filho que em breve chegará - são as minhas prioridades máximas!

    Muitos beijinhos, desejos de coisas boas para todas!



    O meu Bugs Bunny nasceu dia 22 de Agosto de 2009, às 23h52, com 4,300 Kg e 51,5 cm.

  • #2
    RE: Mãe má e egoísta

    Olá Celirita,



    Não fiquei chocada com o teu relato, porque somos humanos, e vivemos com os sentimentos à flor da pele. Pelo que li há um grande ressentimento pela tua mãe. Se o deixares crescer sem nada fazeres mais dificuldade terás em matá-lo. Aos poucos ele envenena as nossas vidas. Só poderás matar essa amargura se tu quiseres e estiveres disposta a fazer isso, e só através do perdão é que poderás retirar isso da tua vida.

    Não podemos criar compartimentos estanques, o meu marido e os meus filhos, onde tudo é só amor, e o da minha mãe onde tudo é ressentimento e amargura, porque se um dia tiveres uma situação mal resolvida com o teu marido é assim que vais agir? Se ele te magoar é isso que vais fazer? Guardar resentimento e amargura, até ao ponto de não o suportares?

    Acho que se queres ter uma vida de qualidade deves pensar bem no perdão... ok, vais-me dizer. não conheces a mãe que tenho, ela é mesmo horrível... e que tal apagar tudo isso da tua mente, e começar tudo de novo? Tudo depende de nós, temos essa faculdade na mão, é só querer...

    Tb vais ser mãe e que exemplo queres dar ao teu filho? Queres que ele presencie discussões, ouça atrás da porta o quanto tu odeias a tua mãe, privá-lo da sua presença? O exemplo que tu lhe deres é o exemplo que ele vai seguir.

    Sábias decisões e não deixes amargura tomar conta de ti,

    Bjs,

    Paula




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    • #3
      RE: Mãe má e egoísta

      Oi







      o inicio do teu relato é bém parecido com o meu

      por isso compreendo o que dizes



      no entanto eu decidi que há que seguir em frente

      e hoje em dia dou-me bem com a minha mãe



      quando por algum motivo se fala do passado ela nega

      e geralmente a conversa acaba com é melhor mudarmos de assunto



      em relação ao presente e a fazer-se vitima, e achar que tudo o que faço é errado

      isso eu passa-se com a minha avo

      que tambem tem memória selectiva

      no natal chatei-me com ela pois estava farta de ouvir ela a fazer-se de vitima

      e por varias vezes a tinha avisado que se era para estar com aquela conversa negativa

      não voltava lá.



      deixei de ir lá frequentemente, mas ainda falamos

      pois o mais importante é o meu filho e eu quero que ele tenha memórias

      positivas da bisavó e avo.



      resumindo, não engulo sapos mas não deixo de forma alguma que a situação continue,



      digo a ambas que gosto delas e que me quero relacionar com elas pois são família



      mas não admito discussões e birras em frente ao miúdo, prefiro sair e voltar semanas depois.



      e tento sempre fazer o melhor para o meu filho
      Bjs, Patchi e André
      Estás em casa e queres ganhar € com o teu computador ?

      Faz como eu, cliKa aqui no meu site hoje mesmo. lá descobre como ter rendimentos extra. [url=http://www.emcasaganhareuroscomocomputador.blogspot.com]
      ESTE JÀ ME PAGOU .

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      • #4
        RE: Mãe má e egoísta

        Agradeço as vossas respostas!



        Tal como disse no final do meu texto, consigo ser feliz e fazer feliz. Não vivo amargurada mas não posso apagar 20 anos da minha vida.

        Agora não discutimos muita vez por esse escape do "é melhor mudar de assunto", pois é mesmo a melhor forma.

        O não dar importância a certas coisas é provavelmente a melhor maneira de ser feliz! Não passo a vida a recordar cenas tristes, mas o facto de agora também ser mãe, faz com que ainda entenda menos as atitudes que tiveram comigo... Consigo não recordar, mas perdoar não. O facto de ser uma mulher totalmente independente fez-me sentir mais segura e de certa forma ajudou-me a pensar no "de agora para a frente". Só tenho pena de eu ter evoluído e ela não!

        Claro que não vou privar o meu filhote de uma convivência saudável com a avó, pois ele não tem culpa de nada! Claro que muito menos lhe vou dar a conhecer este lado triste da minha história! Certamente que o meu filho não passará por isto, pois tencionamos educá-lo com amor e respeito não com intolerência e medo! Só se pode ensinar uma criança a amar, amando-a!



        Beijinhos a todas, mais uma vez obrigada pela compreensão!

        Bom feriado e bom fim de semana



        O meu Bugs Bunny nasceu dia 22 de Agosto de 2009, às 23h52, com 4,300 Kg e 51,5 cm.

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        • #5
          RE: Mãe má e egoísta



          Acredita que deves perdoar. Fazes um favor a ti mesma e não à tua mãe.

          O que tua mãe faz, fez, se evoluiu ou não, é problema dela, perdoar é antes de mais amares a ti mesma...

          Beijinhos,

          Paula




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          • #6
            RE: Mãe má e egoísta

            Querida Celirita,



            Eu consigo-te entender bem, tenho fases com a minha mãe em que nem a consigo ver!!!



            O meu pai morreu quando eu tinha 8 anos e desde então ela passou a viver amargurada, ela já não tinha bom feitio e nunca foi uma pessoa carinhosa, mas depois disto intensificou-se 100 vezes!!! O pior é que descobrimos que tinha um linfoma há cerca de 5 anos, ela reformou-se e desde então que está cada dia mais insuportável. Pinta um quadro negro, que está a morrer e que vive cada dia como se fosse o último, mas posso-te dizer que neste momento a probabilidade de eu morrer primeiro que ela é maior!!!



            Somos 3 filhas, as minhas irmãs mais velhas (filhas de 1º casamento) já têm filhos e custa-nos a todas ver como ela é com os netos e ela foi connosco. Apanhámos tareias, que prefiro nem contar para não escandalizar ninguém, fomos insultadas, desprezadas e negligenciadas por ela. Por sorte sempre tivémos a minha Santa Avó para cuidar de nós senão... Hoje sou uma mulher forte e independente, estou casada há quase 2 anos e vou ser mãe aos 25 e digo-te que o meu maior medo é vir a ser uma má mãe como a minha foi para mim.



            Agarra-te aos momentos bons da vida e ignora-a. Foi o que eu fiz.... ela bem tenta vir encher-nos a cabeça e aquilo que faço é ignorá-la, eu sei que é difícil e já escorreguei várias vezes, a última foi antes do Natal que estivémos quase 1 mês sem nos falarmos e quem sofria era a minha avó.



            Há coisas que não valem a pena, agarra-te à tua família, o teu marido e o teu filhote que está a chegar. De resto pouco interessa.



            Beijinhos e não querida, não estás sozinha!

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            • #7
              RE: Mãe má e egoísta

              Concordo com a Piniponpon, "de resto pouco interessa". A mágoa nunca irá desaparecer, nem a tristeza por não compreender como uma mãe pode ser capaz de não amar uma filha incondicionalmente. E ser mãe (ou estar em vias de ser) traz de volta recordações que aparentemente estavam enterradas.





              Não te agarres às coisas más. Não as podes mudar. Podes sim, viver da melhor forma a tua condição de mãe, dar todos os mimos e todo o amor!





              Quando a relação mãe / filha não é das melhores é mau para a filha mas, acredita, em breve vais descobri que é muito pior para a mãe. Uma mãe que não soube amar uma filha perdeu momentos maravilhosos que não se repetem.





              Tem muita calma e pensa que não vale a pena remoer o passado. O melhor é viver mesmo o presente e o futuro

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              • #8
                RE: Mãe má e egoísta

                Como me identifico com isto.....

                Até parece que fui eu que escrevi...



                ..................



                Celirita (01-05-2009)Bem, contando um pouco da minha história, a minha mãe (quer dizer, ambos os meus pais, mas já que falamos de mães...) sempre foi uma péssima mãe... Estragou a minha infância e principalmente a minha adolescência, por me ter feito crescer num ambiente de violência (principalmente psicológica), gostava de fazer queixinhas ao meu pai para ele me bater (embora nunca fosse daquelas tareias feias, era uma grande violência psicológica) e ela ficava a ver e nunca me defendia. A par disto tudo, fez-me crescer a acreditar que tudo o que eu fazia estava errado, que eu era uma adolescente má e egoísta, apenas tinha de viver para satisfazer as vontades da Sra., tais como arrumar a casa, mostrar aos outros que era feliz (sim, a minha mãe vive de aparências), lamber-lhe as botas... e o que eu queria ou sentia não era importante.



                Nas minhas crises de "amor" (naquelas alturas em que achamos que o mundo vai acabar por um rapaz não gostar de nós), dizia-me que eu só me fazia de vítima, que era uma egoísta, e que ela é que era uma desgraçada lá em casa! Só tenho pena de, nessa altura ser tão carente e viver realmente com medo de que se chateassem comigo (tratavam-me como um estorvo) porque acreditava mesmo que nada do que eu fazia estava bem feito. Chegou a dizer-me que nunca ia ser nem metade daquilo que era a minha irmã (??????).



                Os grandes marcos felizes da minha vida são o início do meu namoro com o meu marido (há quase 7 anos) e quando comprámos casa (há mais de dois anos), porque me libertei e saí debaixo da influência dela.



                Ela gosta muito do meu marido, trata-o como mais que um filho e eu não me importo, só tenho pena que o meu marido não entenda a 100% o quanto a minha mãe destruíu a minha infância, suposta fase de inocência e ache que ela era assim por ser fruto daquilo que ela tenha passado também na sua infância.



                Acredito que este meu testamento vá chocar as foristas mais sensíveis, mas tenho uma aversão terrível à minha mãe. Tenho não me lembrar deste passado que quero a todo o custo esquecer, mas às vezes desabafar ajuda e para mim tem sido terapia



                Não sinto aquele amor pela minha mãe, não consigo abraçá-la pois sinto repulsa e nojo e só a beijo como forma de cumprimento, com o mesmo sentimento que sinto por um conhecido a quem digo "Olá, tudo bem?" Detesto que ela toque na minha barriga, porque é como se sentisse que a aura dela fosse má, e é deveras desconfortável sentir a mão dela sobre este ser frágil que amo quero a todo o custo proteger (estou de 24 semanas). Detesto ouvir a voz dela, olhar para a cara dela, e perceber que, ao fim de quase 25 anos de convivência com ela, continua uma pessoa que vive de aparências, sempre a viver em função do que pensam os outros, não conseguindo assim ser feliz nem permitir que alguém seja feliz ao seu lado - Nada mudou...



                Já por diversas vezes lhe falei de tudo o que tenho entalado e ela (coitadinha) vai fazer queixinhas a dizer que eu a fiz chorar lágrimas de sangue, e que ninguém gosta mais de mim do que ela (tadinha!!) Ela já tem um neto (filhote da minha mana, com 6 aninhos) e faz-lhe as vontadinhas todas, muitas vezes contrariando as indicações dadas pela minha irmã, bem mais paciente e tolerante do que eu. Não suporta que lhe batam (a minha mana e o meu cunhado é raríssimo bater no piolho, só mesmo em casos extremos, pois ele é muito bem comportado, mas faz parte... e é uma palmadita no rabo, nunca na cara ou na cabeça, como ela gostava de fazer), diz que fica para morrer quando ralham com o menino e que sabe que errou muito (eu estou sempre a dizer-he: "se não gostas de ver ralhar com o menino, porque me bateram tanto??)... Põe-se a chorar para eu me calar e ter pena dela... Que ser despresível...



                Hoje em dia, está sempre a queixar-se que ninguém lhe liga, ninguém lhe telefona, nem eu nem a minha irmã, mas ela sabe bem porque... Tem sempre a necessidade de se justificar e dizer "Eu sei que errei muito" mas já vem tarde, pois a má índole dela continua lá...



                É raro ela vir a minha casa (2 ou 3 vezes por mês). Está sempre com lamúrias, nunca consegue ver o lado brilhante da vida, sempre a fazer o choradinho, a dizer que não chateia ninguém, mas que toda a gente a chateia a ela (o paleio da vítimização)... Vive agarrada ao passado, a quem lhe fez mal e deixa-me deprimida a mim ter de estar com ela e conviver com ela.



                É autenticamente, para mim, pior que uma sogra daquelas pérolas que já aqui li... porque pelo menos com a minha sogra (de quem aliás, gosto muito) não partilho o sangue nem a infância nem a história...



                Caras amigas virtuais, se chegaram até aqui obrigada por me permitirem partilhar a minha história convosco e assim me libertar um pouco mais deste peso nos meus ombros. Sei que este tópico está carregado de sentimentos tristes e ruins mas, se alguém sentir o mesmo, partilhe também, pois às vezes sinto-me um bicho raro... Chego a sentir inveja das foristas que tratam a mãe por "mamã" e dizem que a adoram...



                O que vale é que consegui ver o erro que foi a minha vida até aos meus 19 anos e permitir-me ser muito feliz hoje, apesar desta nuvem negra!



                Ser feliz e fazer a minha família feliz - marido e filho que em breve chegará - são as minhas prioridades máximas!



                Muitos beijinhos, desejos de coisas boas para todas!

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                • #9
                  RE: Mãe má e egoísta

                  Queridas amigas foristas,





                  Não pensei que estas recordações tristes fossem comuns a tantas meninas... Ainda assim, quero deixar uma beijinho de muita força a todas as meninas que partilharam as suas histórias. É sempre triste, mas ajuda saber que não estamos sozinhas!



                  Eu agora dou-me bem com a minha mãe porque o nosso relacionamento é totalmente superficial... Pouco a vejo e ela queixa-se sempre que se não é ela a telefonar, eu também não o faço... É verdade mas, o sentimento que predomina por ela é precisamente a pena. Isso deixa-me triste, mas é tudo fruto do que passei com ela. Tenho pena por ela andar sempre a mendigar carinhos (diz que é uma pessoa muuuito carente), vem cá a casa e traz-me comida ou coisas da horta dela, às vezes deixa dinheiro, por mais que eu não queira (sou muito orgulhosa, e deixa-me doente ela me querer dar o que quer que seja), tenho pena por ela não ter sido boa mãe e agora não me conseguir recuperar, pena por ela ser uma pessoa tão negativa, sempre agarrada aos problemas e tenho pena por ela se preocupar tanto com as aparências... Ainda ninguém perguntou nada e ela já se está a justificar... Principalmente quando tem público de alguém gosta de me agarrar, abraçar e dizer que tem muito orgulho de mim... Ela não precisa de provar nada a ninguém, mas as aparências são tudo...

                  Quando estou com a minha mãe, fico deprimida...





                  Querida Piniponpon,



                  A nossa história é realmente parecida e infelizmente igualmente triste... Eu, com muita pena minha, não tive uma avó que me acarinhasse... Uma delas só gosta dos netos homens e despresava as netas. Como eu era obrigada a lá almoçar todos os dias (tinha escola à tarde) ela humilhava-me e perguntava se a casa dela era uma pensão e se eu não tinha comer em casa para ir lá comer... A outra avó só a via nas férias e nas festas da aldeia. Não era uma pessoa afectuosa e estava sempre a ralhar, mas era justa e nunca me tratou mal. Hoje dou-me bem com as duas, com as respectivas diferenças...



                  Esse teu medo de ser igual à tua mãe eu também o tive, mas depressa me passou. Eu sei que sou uma pessoa um pouco intolerante e às vezes "passo-me mesmo". Quando vejo alguns miúdos penso... "Ai se fosse comigo"... No entanto, tenho andado a ler alguns artigos sobre psicologia infantil e a melhor forma de lidar com as adversidades. Nesse aspecto e já que não deve ser fácil educar uma criança de forma equilibrada, vou dar o meu melhor, vou pesquisar se for preciso e vou crescer com o meu Daniel! Não tenho vergonha de dizer que vou crescer como pessoa com ele, pois acredito que o meu filho também tenha muito para me ensinar!!





                  Querida Miaua,



                  Eu acho que a mágoa poderia desaparecer, se eu estivesse disposta a perdoar, mas sou incapaz... Foram 20 anos...

                  Não estou obcecada com isto, mas tenho lido muito sobre o assunto e ajudou-me a compreender certas coisas sobre a minha maneira de ser. Cheguei à conclusão que se passar a vida com pena de mim por aquilo que passei, não vou ser feliz. O meu escape é assumir de vez que tenho problemas com a minha infância e com a minha mãe e seguir em frente. Não vou viver a vida a fingir que gosto dela!



                  Quando dizes que as recordações vieram ao de cima quando eu soube que ia ser mãe... Bingo! Comecei a pensar "se a minha mãe me ensinou que aparentemente o mais correcto é tratar a filha como um estorvo, negligenciá-la, humilhá-la e eu não conheço outra educação, como conseguirei ser diferente???" Vou ser diferente da minha mãe, devo cometer erros como todas as mães mas vou dar o meu melhor... Muito amor, muita tolerância mas também muitas regras que são precisas.



                  Querida StelaV,



                  Não sei como lidas com este lado mau do teu passado, mas espero que consigas ultrapassar como eu estou a fazer, ainda a pouco e pouco... É um processo demorado e, na minha opinião, a melhor forma de o fazer foi assumir que tinha um problema, não passar a vida a fingir que ele não existia.







                  Muito muito obrigada a todas as meninas por contarem as vossas histórias e também pela força que me deram...



                  Muitos beijinhos e desejos de coisinhas boas para todas as mamãs e bebés



                  O meu Bugs Bunny nasceu dia 22 de Agosto de 2009, às 23h52, com 4,300 Kg e 51,5 cm.

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                  • #10
                    RE: Mãe má e egoísta

                    Celirita (05-05-2009)



                    Querida Miaua,



                    Eu acho que a mágoa poderia desaparecer, se eu estivesse disposta a perdoar, mas sou incapaz... Foram 20 anos...



                    Não estou obcecada com isto, mas tenho lido muito sobre o assunto e ajudou-me a compreender certas coisas sobre a minha maneira de ser. Cheguei à conclusão que se passar a vida com pena de mim por aquilo que passei, não vou ser feliz. O meu escape é assumir de vez que tenho problemas com a minha infância e com a minha mãe e seguir em frente. Não vou viver a vida a fingir que gosto dela!



                    Quando dizes que as recordações vieram ao de cima quando eu soube que ia ser mãe... Bingo! Comecei a pensar "se a minha mãe me ensinou que aparentemente o mais correcto é tratar a filha como um estorvo, negligenciá-la, humilhá-la e eu não conheço outra educação, como conseguirei ser diferente???" Vou ser diferente da minha mãe, devo cometer erros como todas as mães mas vou dar o meu melhor... Muito amor, muita tolerância mas também muitas regras que são precisas.




                    Sabes, eu acho que uma criança que cresce sem o amor dos pais (ou pouco...) durante a infância provavelmente acha que a culpa é sua.

                    Quando se tornam adolescentes e mais tarde adultos, a revolta instala-se. Revolta por não compreender porque não foram amados "como deve ser", por não terem tido os abraços e os beijos que mereciam, por terem crescidos sozinhos.

                    Quando se é mãe (ou pai), ou se está prestes a ser, os sentimentos voltam com mais intensidade.



                    Há quem consiga perdoar, há quem não o faça. No fundo, como se perdoam anos e anos de maus tratos psicológicos (sim, porque não só os físicos deixam marca)? E quando não há arrependimento? Quando não é possível uma conversa franca? Se calhar o primeiro passo seria admitir o mal que fez, mas isso duvido que nestes casos aconteça. É triste mas apenas posso acrescentar que consigo compreender perfeitamente o que sentes. Certas coisas não se recuperam.



                    Acredito que quando o teu bebé nascer vais saber que és diferente, que serás uma boa mãe, que quando o tiveres nos braços duas semanas depois já terá, talvez, tido mais mimos que tu numa vida inteira. E aí vais ter a certeza de que o amor por um filho é algo de inexplicável



                    E pela tua mãe talvez sintas pena. Pena do que ela perdeu. Sim, porque tu perdeste mas ela perdeu mais.



                    Muitas felicidades!




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                    • #11
                      RE: Mãe má e egoísta

                      Olá! Meninas, não estamos sozinhas. Como me soa estranho ouvir outras mulheres dizerem que têm na mãe a sua maior confidente ou a sua maior amiga! Nem imagino o que isso é, por ter uma relação tão distante com a minha mãe.



                      Eu tenho uma história muito parecida com a vossa. Nunca apanhei tareias, mas acredito que os maus tratos psicológicos podem ser bem piores... Tenho irmãos mais velhos e a minha mãe sempre os tratou muito melhor do que a mim. Nunca soube porquê... A diferença era tal que chegou ao ponto de um ex-namorado meu desconfiar que eu não era filha dela... Por isso estão a ver.



                      Sempre fui alvo das paranóias dela, mas a pior altura foi mesmo a minha adolescência, que ela simplesmente infernizou. Não me deixava sair, não me deixava falar com ninguém, meteu na cabeça que eu era uma drogada, insultava-me do piorio, perseguia-me, inventava coisas sobre mim, e eu sei lá que mais... Algumas coisas prefiro nem me lembrar.



                      Ainda hoje acredito que foi devido a achar que ninguém gostava de mim (por ela ter destruído tanto a minha auto-estima, passar a vida a dizer que eu não tinha amigos nenhuns, que ninguém se dava bem comigo, etc) que desenvolvi um namoro extremamente doentio com um rapaz que não batia bem da bola...



                      Gostava tanto de me dar bem com ela, mas não consigo trocar mais de duas frases com a minha mãe sem entrar logo em conflito.



                      O estranho é que ela desenvolveu uma doença incurável e hoje parece que eu é que sou mãe dela, tal é o estado em que ela está, como uma criança ou pior! Dantes quase a odiava, mas agora olho para ela e vejo uma mulher doente, desorientada, incapaz de tratar dela própria, sem capacidade sequer para tomar os medicamentos sozinha. É irónico... Dantes chorava por causa do que ela me fazia, hoje choro com pena dela.



                      Meninas, dizem que só somos adultas quando aprendemos a perdoar os nossos pais.



                      Fiquem bem.
                      Make an ovulation ticker

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                      • #12
                        RE: Mãe má e egoísta

                        Meninas nunca pensei ler tantos relatos que me fizessem lembrar de mim própria...Algumas coisas tal e qual, outras quase tal e qual, as tareias, as ofensas, as aparencias, o ser a ovelha ranhosa de três irmãos, o nunca chegar aos calcanhares da minha irmã, a destruição da auto estima....

                        Das coisas que mais me custa hoje é não conseguir abraçar com afecto, não conseguir confiar, não saber o que é um ter um amor de mãe.

                        Custa-me que o meu irmão viva com ela completamente dominado e com a auto estima tb em condições muito duvidosas.

                        E nem vale apena tentar nada...são os choros, é o nunca dizes nada, os filhos dos outros telefonam ás mães, o dizer ás outras pessoas que gosta muito de mim mas eu sou uma ciumenta dos meus irmãos, o não perder opurtunidade de denegrir a minha imagem ao pé dos meus amigos...

                        Quando o meu filho nasceu teve a lata de se virar para amigas minhas na maternidade a dizer que eu em bébé já era ciumenta...as minhas amigas que conhecem a história e sabem o que a casa gasta não lhe deram abertura para continuar...

                        Os miudos têm uma relação boa com a avó....eu nem uma pastilha podia comer (era a minha avozinha que me comprava as pastilhas ás escondidas) agora entope-me os miudos de gomas. Antes assim ao menos que seja uma avó de quem os miudos gostem.

                        Tenho pena de não ter uma mãe com um grande M.
                        Veja o novo Blog de Culinária, o Manjar das Deusas

                        Presidente da associação de madrinhas da PipocaeCompanhia

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                        • #13
                          RE: Mãe má e egoísta



                          Eu imagino que muitas não participam para não terem que relembrar o que é (e acho que de certa forma será sempre) doloroso, por muitos anos que passem, por muito que se dê a volta por cima e se olhe em frente.



                          Só quem passa por isso sabe verdadeiramente o que custa. E sim, crescemos e até podemos manter um relacionamento "normal", pelo bem dos nossos filhos, para não os privarmos da companhia das avós, mas esquecer, isso não acho possível. E ver como o comportamento é diferente com os netos, como se transformassem noutra pessoa, subitamente acometida de um ataque de amnesia, é frustrante :angry:. E de nada vale remexer, é como se na realidade não tivesse sido bem assim, nós é que não nos lembramos bem, exageramos... o pior é que nos lembramos mais do que gostaríamos.



                          Acho que a única coisa positiva é termos a noção do que não queremos para os nossos filhos, é sentir como é bom sermos um amigo, talvez um dia o melhor amigo

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                          • #14
                            RE: Mãe má e egoísta

                            Eu sou mais uma que me junto ao clube, infelizmente também nao tive uma adolescencia mto feliz.

                            O meu pai emigrou tinha eu cerca de 8 anos, entretanto eu e a minha mae mudamos de casa, ficamos longe de todos os familiares e a minha mae deixou de ter tanto suporte familiar, entretantoquando tinha 11 anos nasceu a minha irma, a partir daí começou a minha vida a transforma-se. A minha irma foi um bebe dificil, dava mas noites, era doente cronica e dava mto trabalho, a minha mae trabalhava longe de casa e chegava tarde, eu passei de criança a dona de casa e ama, nao tinha tempo para brincar. Entretanto com a idade dos namoricos veio o inferno, proibida de namorar, se sair com as amigas, ao fim de seaman para onde quer que fosse tinha de levar a minha irma atrelada, os meus amigos chegavam a gozar comigo. A fase pior foi quando comecei a namorar com o meu mariodo, tinha 16 anos, namorei escondida uns meses e quando ela soube e se falava dele enquanto meu namorado ela teimava em dizer que era amigo, que de namorado nao tinha nada. Vi-me presa em vasa, tinha de estar em cada as 10 da noite, depois as 11 e so bastante mais tarde a meia noite aos sabados, se saisse ao domingo a tarde com ele tinha de estar em casa as 7, nem que tivesse saido de casa as 6. Passei a ser criada, ele ia ter comigo a noite,aos dias da semana, e a minha mae punha-me a arrumar a cozinha, ele so podia la estar ate as 10h, mtas vezes acabava de arrumat ja tava quase na hora de ele ir embora. Proibiu-me mais que uma vez de namorar com ele, batia-me imenso, inclusivamente com um pau. Ja depois dos 18 anos, ele ja tinha carro e as vezes iamos dar uma volta, para nao estar em casa atura-la, as vezes a minha irma tinha crises de asma e la iamos nos com ela para o hospital, ela mnao me deixava ficar em casa, e ele acabava por ir junto porque sabia que eu nao podia entrar e que tinha de ficar ca fora a espera, ia para eu nao ficar sozinha.

                            Paasei tanto, sai de casa, no mesmo dia voltei porque a minha irma estava inconsulavel, mas nada mudou. No ano em que acabei o 12 ano, fiz os exames, concorri a faculdade e entrei, mas entretanto nao fui fazer a inscriçao, ela estava cada vez pior, eu nao aguantava mais, fazia de tudo para acabar com o meu namoro, nessa altura meteu na cabeça que eu tinha de ir trabalhar aos fins de semana, o unico momento em que estava com ele nessa altura. Eu recusava-me a estudar e trabalhar ao mesmo tempo, tomei a decisao de nao ir para a faculdade, fuintrabalhar, para conseguir sair daquele inferno o mais rapido possivel.

                            2 anos depois casei, a relaçao deixou de ser conflituosa durante uns tempos mas passoua aser distante, eu tentava a todo o custo evita-la, o que me valia era trabalhar por turnos e fins de semana, para nao estar com ela.

                            Ao longo dos ultimos anos as coisas mudaram para melhor, ainda tivemos mtas discussoes, mas estas por causa da minha irma, que quando chegou a adolescencia começou sa ser vitima dos mesmos abusos psicologicos e fisicos que eu vivi. Cheguei a ir la a casa buscar a minha irma varias vezes e ela propria a vir ter a minha casa para se refugiar. So ha uns 4, naos é que a coisa realmente acalmou, a nossa relaçao esta bem, mas ainda assim nao soi capaz de dizer a minha mae que giotio dela, nao sou capaz de a abraçar, e beijos so os sociais, como uma outra menina ja disse.

                            Ter sido mae deu-me outra maturidade e embora continue sem aceitar o que ela me fez passar, de certa forma compreendo o que a levava a ter essa atitude, durante anos foi pai e mae sozinha, sem apoios, sustentou quase sozinha duas filhas, pagou uma casa, trabalhou muito. Tinha depressoes atras de depressoes mas nunca deixou de trabalhar, nunca nos faltou nada em casa alem do amor e carinho, ela propria precisava de amor e carinho e nao tinha ca o meu pai para lho dar, alias ele nem dinheiro madava. e telefonava mto de longe a longe, esteve anos sem ca vir.

                            Ha poucos anos foi-lhe diagnosticada a doença bipolar, finalmente acertaram na medicaçao indicada eele melhorou bastante, a idade tb a ajudou, a vinda do meu pai, ha 2 anos fe-la esquece-lo de vez, pq ela era obcecada por ele, apesar de tudo o que ele a fez passar.

                            Agora estamos juntas tds os sabados, ajuda-me com os miudos, que amam de paixao, e ja me tem ajudado financeiramente.



                            Acho que todas as pressoes psicologicas por que passei me tornaram numa pessoa diferente do que seria se tivesse tido uma adolescencia normal, tornei-me adulta à força, era mto insegura, com baixa auto estima , mas com o tempo, com as metas que tenho atingido, com a maternidade, tenho aprendido a ultrapassar isso, aprendi a gostar mais de mim e a valorizar-me e foram no fundo as minhas vivencias de adolescente e jovem adulta que me ajudaram a ser uma pessoa determinada.



                            Beijinhos a todas
                            BEIJINHOS,

                            VERÓNICA.

                            Também no Grupo Gemeos:


                            http://groups.yahoo.com/group/GRUPO_DE_GEMEOS/


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                            • #15
                              RE: Mãe má e egoísta

                              Olá, entao esrta resposta ja vai um poko fora de tempo mas tem tudo a ver, eu tb fui um poko maltratada mas só na adolescência e pelo meu pai pk a minha mãe sempre foi um doce, mas teve um grande defeito, nunca se impôs sobre o meu pai e apanhámos sempre por tabela. para ser mais explicita só comecei a sair com amigas com quase 18 anos, a minha adolescência foi muito muito triste, mas também quando começei a namorar o meu marido vinguei-me de tudo... e fiz tudo... enfim. isto tudo para chegar á conclusao de que tu agora tens que pensar no treu filho e na maneira como vais agir depois com ele porque um filho que é maltratado de pois maltratat os seus próprios filhos e isso é muito grave sabes? tens que ser tu a cortar a corrente e o ciclo para que o mal tenha fikado bem lá longe no passado. agora eu que tenho uma filha com 6 anos só a vou deixar sair com 18??? vou fazer o mesmo?? vou tornar o melhor tempo da vida de la num inferno como foi o meu??? nâo!!! nunca... a minha filha vai ser feliz e vai ter em mim uma grande amiga e mãe. por isso pensa em seres tu a fazer a diferença na tua vida e no teu menino és tu que tens agora o poder de mudar o rumo das coisas como eu estou a mudar, e acredita eu saber que sou muito melhor mãe do que ele foi pai enche-me o coração acredita... jokas e felicidades...

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