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Famílias e a relação com filhas jovens e namorados

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  • Será que o tópico acalmou?

    Inserido Inicialmente por EliGee Ver Mensagem
    Carla, se não estou em erro, começáste por explicar que a razão de abrires este post era para entenderes as razões que levam pais a permitirem este tipo de situações. Pelos vistos já tinhas opinião formada e apenas quiseste desabafar. Tudo bem. Foram aqui enumeradas algumas razões, mesmo que não consideres legítimas.

    Em relação a este caso concreto, a meu ver acho que o tal generation gap entre pais e filhos é isto mesmo: no teu tempo fazias TPC e preparavas a mochila para o dia seguinte, na geração dos nossos filhos provavelmente isso já não será bem assim, pelo menos não todos os dias...

    Para mim não é uma questão de respeito. Não me sentiria desrespeitada por permitir que um filho meu dormisse na mesma cama, debaixo do mesmo tecto do que eu e o pai. A questão, a meu ver, é outra e tem mais a ver com a lógica que considero normal e saudável para o crescimento emocional dos miudos.

    Hoje em dia, muitas crianças de 6, 7, 8 anos dormem frequentemente em casa de colegas de escola e amigos, passam até fins-de-semana e temporadas juntos (depois é vê-los misturar coisas da sua vida pessoal com as quezílias normais dos recreios, fazer inconfidências que embaraçam os pais, enfim...). Eu, pessoalmente, não acho bem. Não vejo qual a necessidade de proprocionar ainda mais horas de convívio, quando já passam tanto tempo na escola. Não vejo a necessidade de misturar a vida familiar com o resto. Para mim, a família, é um elemento que deve conferir segurança à criança. Um elemento que se mantenha isento, estéril, capaz de proporcionar vivências distintas das que porporcionam as restantes dimensões da vida das crianças.

    E como vês, aqui não se misturam questões ligadas à sexualidade. Até porque, como já foi mencionado, muitos adolescentes acabam por ter relações sexuais fora de casa à mesma e quando os pais não estão em casa. É obvio que eles também se sentem constrangidos... partir do pressuposto que não, quer dizer, também é assumir que os adolescentes se sentem mesmo "casados" e isto não é muito verosímil.

    A verdade é que permitir que os namorados sejam mais um elemento familiar, aos 15 anos, é assumir que os namoros são mais sérios do que deveriam ser nestas idades. E mesmo para eles, levar os namorados a dormir em casa dos pais é meter os pais nas suas relações. Não me parece saudável e desejável. Eu cá não acho mesmo nada bem que os pais sejam confidentes dos filhos. Uma coisa é um filho nos pedir uma opinião, um conselho e sentir confiança para o fazer sem medo de julgamentos demasiado moralistas. Outra coisa bem diferente é transformar a nossa casa e a nossa dinâmica familiar numa comuna hippie onde simplesmente os papéis se misturam.

    E podia ficar aqui a enumerar as razões pelas quais posso à partida discordar da situação que relatas mas na verdade a minha filha tem apenas 3 aninhos e custa-me ainda um pouco pensar no futuro a esta distância. É como digo, não sei. Talvez permitisse de vez em quando, talvez não permitisse nunca. Suponho que depende de muita coisa a reflexão desta decisão. Coisa que não podemos fazer quando se fala da vida dos outros...

    Partilhei a minha opinião. Aceito a tua e a de todos os outros, como é obvio. Mesmo aquelas opiniões que defendem que aprovam por receio dos disparates que os filhos possam fazer fora de casa. Eu não vejo as coisas assim mas aceito que essa seja uma preocupação legítima para outros pais!
    Concordo com muitas das palavras da Eligee.

    A Eligee diz que não se sentiria desrespeitada, por permitir que um filho dormisse na mesma cama com a companheira no cenário deste topico, ou seja, diz que para si não é uma questão de desrespeito........ mas acredita q se deve tentar manter um ambiente familiar "isento, estéril e que ofereça segurança" ao adolescente. Acho interessante tb quando faz uma comparação do cenário do tópico a uma "dinâmica familiar hippie", onde simplesmente os papéis se invertem. Concordo.

    Disse que nao se sentiria desrespeitada com essa situação, mas eu apenas queria esclarecer que quando mencionei respeito, não era nesse sentido..... Porque um pai/mãe, tem sempre a última palavra sobre o que se passa em casa.....principalmente tratando-se de adolescentes. Os pais podem impor/ estabelecer as regras da casa... o que é importante. Têm (se quiserem) um papel de decisão que pode influenciar muito a dinâmica familiar. E (esta é a minha opinião), quando os pais decidem ir por uma via de extrema cumplicidade com os filhos, sem manterem aquela posição superior, quando transformam o lar quase num lar sem regras, em que tudo é permitido..... para mim deixam de ver o adolescente como alguém que precisa de ser formado, alguem q precisa de estabilidade e de limites, e pura e simplesmente, passam a vê-lo como um melhor amigo. E esquecem-se completamente da sua missão tão importante. Por isto tudo, quando mencionei desrespeito, era mesmo no sentido de os pais desrespeitarem a sua missão, e em ultima análise, desrespeitarem os filhos....... Devo dizer também que é um papel bem mais confortável para um pai/mãe ser melhor amigo do filho, do que ser o mau da fita, e impor limites/barreiras q não podem ser transpostas.

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    • A propósito disto, lembrei-me de uma situação que aconteceu com um primo meu. Ele começou a namorar com uma rapariga no liceu e ela passava a vida lá em casa dele. Até foram juntos ao casamento do irmão mais velho. Na faculdade, as coisas deterioraram-se e eles separaram-se. O comentário da mãe e da avó dele foi "a partir de agora as namoradas só entram cá em casa quando forem para casar". O irmão mais velho, 2 anos mais novo que eu, e eu acabámos por casar com os 1os namorados mas nem sempre é assim. Na altura não percebi porque ficaram tão escandalizadas. Quer dizer, admitem em todos os momentos de vida familiar (acho que a cheguei a ver lá no Natal) uma namorada de adolescência e depois ficam chateados quando eles se separam aos 18 anos? Acho que às vezes as pessoas se esquecem que os jovens devem viver a sua vida independentemente dos pais.
      O meu marido, na altura namorado, foi pela primeira vez lá a casa nos meus anos, quando fiz a festa dos 18 anos. até ser admitido nos anos dos meus pais e por aí fora demorou uns anos. Eu fui com ele pela primeira vez a um casamento já andava para aí no 3º ano da faculdade!
      Eu acho que o ditado popular diz tudo: cada macaco no seu galho.
      2 filhotes lindos

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      • Inserido Inicialmente por laranja Ver Mensagem
        Elizinha, lembras-te da laranja cereja (já aprodrecidazita, coitada)?

        Correndo o risco de já vir fora de horas e tema, tenho que dizer que ADOREI ler-te (ambas as vezes). Concordo tanto, tanto! Na parte das confidências aos pais, na parte das misturas com elementos extra-família (de férias com o namorado, aos 15 anos? porquê?), na parte da tendência actual para "adultizar" as coisas aos 15 anos (por favor!), na parte de ser uma ilusão os pais acharem que sabem tudo e que permitindo lá em casa, eles acatam. Enfim, é uma opinião. Nada tem a ver com deixar de informá-los e conversar com eles, não acho que haja qualquer ligação! Estive indecisa em escrever neste tópico, cheguei a começar uma resposta e depois parei a meio, porque achei que não estava a conseguir escrever o que pensava, mas tinha que vir aqui citar-te! Apesar do rumo da discussão acho o tema interessante, particulamente para quem, como eu, já tem um rapazola de 12 anos e estas decisões podem não estar assim tão longe. HOJE digo, claramente, que aos 15 anos, com o meu conhecimento, não. Trabalhamos fora, por isso, como adolescentes que são, arranjariam uma forma "fácil" de preservar essa parte da intimidade (isto sim, é uma coisa que quero que eles interiorizem, pelo menos tento...)

        Beijinho com saudades, menina Eligee
        Oh Laranjinhaaaaa! Saudades de te ler por aqui!!! Claro que me lembro de ti (e apordecida? Duvido!)

        Gosto de saber que não sou a única a pensar assim... de facto, o que me preocupa (confesso) um bocadinho é pensar que a minha postura possa significar remar contra a maré. Não me apetecia ter de aguentar uma infância e adolescência confliituosa com a minha filha sob o estúpido pretexto de a levar a ser a única que não passa férias e fins-de-semana com colegas de escola e namorados(as?). Assumo que não acredito que educar seja fácil e linear mas, por enquanto, acredito que as minhas convicções não me deixarão desistir dos valores que lhe pretendo incutir.

        E acho mesmo que facilitar determinadas coisas misturando-as não é o melhor caminho para a autonomização dos filhos. Não preparo melhor os meus filhos para a sexualidade e as relações amorosas se lhes abrir as portas da minha casa, não facilito as saídas nocturnas por levá-los à porta da discoteca e os ir buscar, não lhes facilito a vida social por incluí-la na vida familiar. Pelo contrário: estarei a mostrar-lhes que todas essas coisas são demasiado fáceis e simples, porque facilitadas. Um exemplo: discuti com namorados e amigos por não compreenderem alguma falta de liberdade por parte dos meus pais. Isso serviu-me para perceber os que valiam a pena o investimento. E qual foi o papel dos meus pais nisso? Nenhum, excepto serem meus pais e imporem as suas regras. Nem tão pouco acredito que alguma vez os meus pais o tenham feito com esta intencionalidade...

        Quando falas em adultizar, é o que parece de facto. Mas no fundo eu até acho que não é, o efeito é o contrário!

        A adolescência merece privacidade. Merece miudos fechados nos seus quartos a reflectir nas suas vidas e saidas com os amigos para as viver, merece segredos e confidências, merece desilusões e lições. Merece também pois claro, pais atentos e vigilantes, com a palavra certa no momento certo, com a reprimenda certa na altura adequada, com capacidade de tolerar, ouvir e apoiar, inclusivé nos erros. Nos tão importantes erros que bem caracterizam a adolescência e que tanto moldam o nosso caracter.

        Se tenho medo? Muito. Ora qual é o pai/mãe que não tem? Qual é o pai que não prefere o filho debaixo da sua alçada, do seu tecto, dos tectos dos outros pais que conhecem e a quem podem entregar os seus filhos tranquilamente. Mas eu prefiro engolir preocupação e angustia, somar noites mal dormidas e alimentar medos sem fim, a descobrir mais tarde que não os preparei para a vida. Porque em algum dia eu não vou fazer parte quotidiana dessa vida e dessas decisões e quero somar muitas noites bem dormidas para o resto da minha vida!!!

        Um beijinho, Laranja!

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        • Inserido Inicialmente por micaela24 Ver Mensagem
          Quer dizer, admitem em todos os momentos de vida familiar (acho que a cheguei a ver lá no Natal) uma namorada de adolescência e depois ficam chateados quando eles se separam aos 18 anos? Acho que às vezes as pessoas se esquecem que os jovens devem viver a sua vida independentemente dos pais..
          Micaela, conheci uma menina de 16 anos que sofreu horrores com a separaçao do namorado, andou meses a ponderá-la como se se fosse divorciar... é que não era fácil assumir a separação perante... os pais!!! Caramba, se os pais tivessem proibido o namoro, o efeito era menos desgastante emocionalmente, acho eu.

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          • Laranja e Eli, as maiores! Falta a Maria Verde que acho que costuma andar mais ali pela pediatria mas também gosto muito de a ler!

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            • Inserido Inicialmente por Mãe Pipoca Ver Mensagem
              Laranja e Eli, as maiores! Falta a Maria Verde que acho que costuma andar mais ali pela pediatria mas também gosto muito de a ler!
              Ai Pipoca... que me deixas envergonhada! lol! Xuac grande pa ti!

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              • Inserido Inicialmente por EliGee Ver Mensagem
                Micaela, conheci uma menina de 16 anos que sofreu horrores com a separaçao do namorado, andou meses a ponderá-la como se se fosse divorciar... é que não era fácil assumir a separação perante... os pais!!! Caramba, se os pais tivessem proibido o namoro, o efeito era menos desgastante emocionalmente, acho eu.
                É a isso que me refiro. Não acho saudável. Mesmo em adultos é difícil gerir relações que começam e acabam perante a família, porque são mais sérias, quanto mais na adolescência quando, em princípio, são coisas mais ligeiras (embora vividas intensamente).
                2 filhotes lindos

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                • Falou-se em levar os namorados (adolescentes) a encontros familiares, como por exemplo a Natais/Páscoas.... isso também acontece no caso do meu primo.
                  Longe de mim dizer uma palavra em voz alta sobre este assunto..... até pq nao estou em posição para comentar..... mas fico feliz de saber que não sou a única a ver as coisas assim.

                  Já agora, na minha família toda gente sabe.. e toda gente adora, lol. A minha avó nem imagina que não se casem....... eu as vezes (sem o meu primo estar presente) comento que a rapariga tem apenas 15 anos... mas mais q isso não digo nada.

                  Por um lado é bonito, a forma como têm tantas expectativas, mas por outro, é estranho...... Neste caso, a família da jovem (e que permite essa convivência de casados) é de um meio rural... a minha família também é, mas eu sempre vivi/cresci na cidade, por isso, não sei se isso também não influencia as minhas diferenças de perspectiva.

                  Mas já perdi a conta as vezes que fiquei boquiaberta com o "lado rural" da minha família.... uma vez tavam a comentar um divórcio, e alguem disse "bem, mas ela (mulher divorciada) também não sabia cozinhar! Ora se não sabia fazer comida, o homem teve toda a razão para a deixar.......» e conclusão feita, e assunto arrumado. lol
                  Mas uma coisa que observo nas pessoas mais "machistas", é que também são pessoas que têm os seus problemas, e as suas frustrações... por isso, acho q não vale a pena fazer caso.

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                  • Inserido Inicialmente por carla1 Ver Mensagem
                    Falou-se em levar os namorados (adolescentes) a encontros familiares, como por exemplo a Natais/Páscoas.... isso também acontece no caso do meu primo.
                    Longe de mim dizer uma palavra em voz alta sobre este assunto..... até pq nao estou em posição para comentar..... mas fico feliz de saber que não sou a única a ver as coisas assim.

                    Já agora, na minha família toda gente sabe.. e toda gente adora, lol. A minha avó nem imagina que não se casem....... eu as vezes (sem o meu primo estar presente) comento que a rapariga tem apenas 15 anos... mas mais q isso não digo nada.

                    Por um lado é bonito, a forma como têm tantas expectativas, mas por outro, é estranho...... Neste caso, a família da jovem (e que permite essa convivência de casados) é de um meio rural... a minha família também é, mas eu sempre vivi/cresci na cidade, por isso, não sei se isso também não influencia as minhas diferenças de perspectiva.

                    Mas já perdi a conta as vezes que fiquei boquiaberta com o "lado rural" da minha família.... uma vez tavam a comentar um divórcio, e alguem disse "bem, mas ela (mulher divorciada) também não sabia cozinhar! Ora se não sabia fazer comida, o homem teve toda a razão para a deixar.......» e conclusão feita, e assunto arrumado. lol
                    Mas uma coisa que observo nas pessoas mais "machistas", é que também são pessoas que têm os seus problemas, e as suas frustrações... por isso, acho q não vale a pena fazer caso.
                    Ás vezes até pareces uma pessoa normal a falar...
                    Concordo com o teu post!
                    Veja o novo Blog de Culinária, o Manjar das Deusas

                    Presidente da associação de madrinhas da PipocaeCompanhia

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                    • Conheço um caso, que na altura foi bastante mediático lá na freguesia, em que eles, ambos novos mas o moço tinha uns 6 anos a mais do que ela, decidiram largar tudo e morar juntos. Ela era menor na altura, ele já trabalhava em obras. Eram ambos de familias humildes, mais ele do que ela. A familia dela revoltou-se com tal decisão e decidiram dar-lhes um tecto.
                      Ela tirou a carta de condução quando teve idade, ele não. Não sei a razão nem importa, mas é ela que conduz o carro que ambos compraram.
                      "ai que ela é tão novinha!" "ai que ele é um malandro e vai ser um desatre para ela!". Era isto que se ouvia a cochichar quando eles apareciam em publico, namorados, amantes, sem preconceito.
                      A familia, ambas, pareceu-me que ficaram em paralelo com eles. Tipo, vamos ver como corre, estamos aqui ao lado, caso dê para o torto e ele saia um filho da p*ta.

                      Estavam todos redondamente enganados. A relação dura desde aí. Ainda a semana passada ela esteve com a filhota no meu estaminé. A filha deve ter uns 4/5 aninhos. E eles lá vivem, um amor que começou assim, com muita turbulência e com a familia por perto, chocada mas a acompanhar a situação.

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                      • Inserido Inicialmente por wish Ver Mensagem
                        Conheço um caso, que na altura foi bastante mediático lá na freguesia, em que eles, ambos novos mas o moço tinha uns 6 anos a mais do que ela, decidiram largar tudo e morar juntos. Ela era menor na altura, ele já trabalhava em obras. Eram ambos de familias humildes, mais ele do que ela. A familia dela revoltou-se com tal decisão e decidiram dar-lhes um tecto.
                        Ela tirou a carta de condução quando teve idade, ele não. Não sei a razão nem importa, mas é ela que conduz o carro que ambos compraram.
                        "ai que ela é tão novinha!" "ai que ele é um malandro e vai ser um desatre para ela!". Era isto que se ouvia a cochichar quando eles apareciam em publico, namorados, amantes, sem preconceito.
                        A familia, ambas, pareceu-me que ficaram em paralelo com eles. Tipo, vamos ver como corre, estamos aqui ao lado, caso dê para o torto e ele saia um filho da p*ta.

                        Estavam todos redondamente enganados. A relação dura desde aí. Ainda a semana passada ela esteve com a filhota no meu estaminé. A filha deve ter uns 4/5 aninhos. E eles lá vivem, um amor que começou assim, com muita turbulência e com a familia por perto, chocada mas a acompanhar a situação.
                        Admiro famílias assim, que apesar dos rebentos tomarem decisões completamente fora daquilo que os pais (e às vezes tios, avós e afins!) desejariam ficam do lado deles, ou pelo menos ao lado deles como foi mencionado no post para o que der e vier

                        Conheço um caso bem próximo de mim em que se passou o contrário. Os pais da rapariga eram contra o casamento, fizeram questão de lhe dizer isso mesmo no próprio dia da cerimónia, veio a comprovar-se que tinham infelizmente razão, mas agora a cachopa está numa situação aflitiva, com um filho de um ano a seu cargo e os pais assumiram uma posição de "eu bem te avisei" não me parece nada bem bolas! filho é filho e deve ser apoiado sempre e não só quando segue o caminho que traçamos para eles..digo eu...


                        A felicidade completa

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                        • Inserido Inicialmente por EliGee Ver Mensagem
                          Oh Laranjinhaaaaa! Saudades de te ler por aqui!!! Claro que me lembro de ti (e apordecida? Duvido!)

                          Gosto de saber que não sou a única a pensar assim... de facto, o que me preocupa (confesso) um bocadinho é pensar que a minha postura possa significar remar contra a maré. Não me apetecia ter de aguentar uma infância e adolescência confliituosa com a minha filha sob o estúpido pretexto de a levar a ser a única que não passa férias e fins-de-semana com colegas de escola e namorados(as?). Assumo que não acredito que educar seja fácil e linear mas, por enquanto, acredito que as minhas convicções não me deixarão desistir dos valores que lhe pretendo incutir.

                          E acho mesmo que facilitar determinadas coisas misturando-as não é o melhor caminho para a autonomização dos filhos. Não preparo melhor os meus filhos para a sexualidade e as relações amorosas se lhes abrir as portas da minha casa, não facilito as saídas nocturnas por levá-los à porta da discoteca e os ir buscar, não lhes facilito a vida social por incluí-la na vida familiar. Pelo contrário: estarei a mostrar-lhes que todas essas coisas são demasiado fáceis e simples, porque facilitadas. Um exemplo: discuti com namorados e amigos por não compreenderem alguma falta de liberdade por parte dos meus pais. Isso serviu-me para perceber os que valiam a pena o investimento. E qual foi o papel dos meus pais nisso? Nenhum, excepto serem meus pais e imporem as suas regras. Nem tão pouco acredito que alguma vez os meus pais o tenham feito com esta intencionalidade...

                          Quando falas em adultizar, é o que parece de facto. Mas no fundo eu até acho que não é, o efeito é o contrário!

                          A adolescência merece privacidade. Merece miudos fechados nos seus quartos a reflectir nas suas vidas e saidas com os amigos para as viver, merece segredos e confidências, merece desilusões e lições. Merece também pois claro, pais atentos e vigilantes, com a palavra certa no momento certo, com a reprimenda certa na altura adequada, com capacidade de tolerar, ouvir e apoiar, inclusivé nos erros. Nos tão importantes erros que bem caracterizam a adolescência e que tanto moldam o nosso caracter.

                          Se tenho medo? Muito. Ora qual é o pai/mãe que não tem? Qual é o pai que não prefere o filho debaixo da sua alçada, do seu tecto, dos tectos dos outros pais que conhecem e a quem podem entregar os seus filhos tranquilamente. Mas eu prefiro engolir preocupação e angustia, somar noites mal dormidas e alimentar medos sem fim, a descobrir mais tarde que não os preparei para a vida. Porque em algum dia eu não vou fazer parte quotidiana dessa vida e dessas decisões e quero somar muitas noites bem dormidas para o resto da minha vida!!!

                          Um beijinho, Laranja!
                          Elizinha, mais uma vez, parabéns É "fácil" falarmos à distância dos acontecimentos, mas difícil é (mas muito necessário, nesta tarefa) tomarmos posição e eu só vejo facilitismo. O papel de pais custa, já sabemos. Sabes, eu já tenho sobrinhos bem adolescentes, e embora lhes reconheça os traços gerais deste período conturbado de hormonas aos saltos, reparo que para os 3, a opinião dos pais continua a contar muito, aquilo que ouvem em casa, aquilo que vai ser aprovado ou desaprovado, independentemente das influências externas mais ou menos saudáveis: incluindo namorados com hormonas aos saltos...
                          Já tenho seguido alguns dramas de uma delas, que é até minha afilhada, e que muitas vezes liga por achar que a madrinha tem uma posição neutra. E reparo que o maior drama é colidir as influências externas com o que os pais lhe passaram deste pequena e aquilo cria ali uma certa angústia interior. Ela sabe bem, pelos valores com que tem sido educada, o que é que ela mesma considera certo e errado. A guerra interior só se monta porque aquilo que tu falas de "extra" vem-se a incompatibilizar com algo que já está há muito construído (embora sofra ainda constantes alterações): ela própria!!!

                          Parece-me que vejo muito pai a ter medo de se impôr, talvez com medo destas guerras, mas elas são importantes para a formação da personalidade e como dizes, para serem autónomos. Todo o adolescente será susceptível a manipulações e influências, aquilo que faz diferença é a base sólida que encontra em casa. E para isso é preciso apoiar, mas desaprovar, convencer, conversar.

                          Concordo, a privacidade e, particularamente esta privacidade, também tem que ser fomentada, com vigilância! Temos que lhes permitir esse mesmo espaço e isso também não é fácil. Vigiar, sem interferir (até...). Deixá-los resolver! Eles precisam disso...será tudo isto também porque NOS é difícil cortar o cordão umbilical?
                          Eu acho que fui uma adolescente fácil, os meus pais nunca nos proibiram grandes coisas, mas não dei razões para grandes discussões porque as resolvia eu (incluindo as mesmas discussões de que falas!). As regras estavam interiorizadas e sempre levei a sério que a nossa família era a nossa família e nunca tive um namorado "a viver lá em casa", nem nunca pedi por tal coisa. Espero que a educação lá de casa exerça o seu papel e que os meus filhos não mo venham pedir a mim e se vierem explico exactamente isto. O que estou a tentar dizer é que, se estas coisas acontecem, é porque houve espaço, na educação do dia-a-dia, para permiti-las. Mas posso estar redondamente enganada...(logo se vê)

                          O meu pai era/é muito preservador do seu/nosso espaço, muito social, mas com horas marcadas, ou seja, não tolera grandes transtornos externos. Talvez por isso me identifquei tanto com o que escreveste!

                          Um grande beijinho
                          [hr]

                          Laranja

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                          • Inserido Inicialmente por Mãe Pipoca Ver Mensagem
                            Laranja e Eli, as maiores! Falta a Maria Verde que acho que costuma andar mais ali pela pediatria mas também gosto muito de a ler!
                            Tão querida, Mãe Pipoca. Sim, adoro lê-las...a Eli sempre com uma sensatez deliciosa e a Maria Verde, sempre a trazer uma aragem fresca e cheia de histórias do campo. São inspirações, também por isso vale a pena aparecer por cá, de vez em quando

                            Um beijinho para ti!
                            [hr]

                            Laranja

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                            • Inserido Inicialmente por carla1 Ver Mensagem

                              Por um lado é bonito, a forma como têm tantas expectativas, mas por outro, é estranho...... Neste caso, a família da jovem (e que permite essa convivência de casados) é de um meio rural... a minha família também é, mas eu sempre vivi/cresci na cidade, por isso, não sei se isso também não influencia as minhas diferenças de perspectiva..
                              Carla1... o facto de serem de um meio rural explica muita coisa, julgo eu. Já não será bem um namorico que se leva a casa dos pais, presumo eu. Embora ache que eles têm bastante tempo para viver essas coisas, nunca se sabe se não são mesmo uma daquelas relações para a vida, como parece ser (e ter sido desde início) o caso que a Wish referiu!

                              Por essas e por outras é que acho sempre muito complicado opinar sobre estas coisas... e por isso também compreendo que mais não possas fazer que ressalvar a idade da miúda.

                              Há tempo para tudo mas... lá está, até o tempo é relativo!

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                              • Inserido Inicialmente por laranja Ver Mensagem
                                A guerra interior só se monta porque aquilo que tu falas de "extra" vem-se a incompatibilizar com algo que já está há muito construído (embora sofra ainda constantes alterações): ela própria!!!
                                Isto que dizes é muito verdade. Sempre li (em termos teóricos) que a nossa personalidade se molda em traços gerais nos primeiros anos da nossa infância, que se consolida na infância, se desconstroi na adolescência para se assumir na idade adulta.

                                Na verdade, até ter tido a minha filha não tinha bem noção do que é que isto quer dizer. À medida que vai crescendo vou percebendo que uma grande maioria dos traços de personalidade que já lhe consigo identificar estão nitidamente moldados pela dinâmica familiar, pela forma como a educamos e é na interacção social (exterior) que eu mais claramente percebo que ela nos está a abosorver, ainda que à sua maneira particular (no fundo nem sei se personalidade não é isto: a forma pessoal como absorvemos o que nos rodeia).

                                Muitos pais são apanhados desprevenidos na adolescência porque também só começaram nessa altura a impor a sua vontade, a impor as suas regras. Até então andavam distraídos com a idade deles... crescer é uma viagem que se começa de pequenino. Educar também é uma viagem que começa cedo, tão cedo que ainda nem percebemos mas já estamos a educar. Ou a abstermo-nos de o fazer. Também me abstenho muitas vezes, umas por falta de paciência ou por cansaço, outras por achar que não vale mesmo a pena, por ser em vão... bem gostava de educar a minha filha para não gostar de jogos de pc ou tanto da televisão... mas nem me dou ao trabalho de lutar com unhas e dentes... vivemos numa época em que estas coisas estão impregnadas na vida dos miudos e não se pode fugir muito. Logo, desisto e tento apenas controlar, orientar. Até porque não me apetece transformar estas coisas em frutos proibidos...

                                e essa é outra ginástica nos espera na adolescência dos nossos filhos: evitar que os proibidos se tornem apetecidos.

                                E milhentos outros exercícos de paciência, verdadeiros Mikados das emoções, que de pouco adianta antecipar e pensar. De resto os nossos pais nunca o fizeram como nós (lá iam resolvendo como aparecia!) e nós estamos todos aqui com os nossos defeitos e qualidades, mas sem grandes mossas!

                                Temos de seguir o instinto, isso é mais que certo! (esperemos é que o nosso instinto não se torne preguiçoso e não nos aponte sempre o caminho do facilitismo... porque nesse caminho as dificuldades podem surgir mais tarde mas eu acredito que não faltam!)

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