Tenho 23 anos e fui mãe pela 1ª vez aos 20 anos, depois de quase 1 ano de tentativas, o meu 1º filho foi um bebé planeado e mt, mt desejado...
No referendo votei SIM à despenalização do aborto, pois acho k ñ tenho o direito de mandar no corpo e decisões de mulher alguma, acho que tentar mandar na vida dos outros é de uma extrema arrogância... Além disso, acho preferivel um aborto a situações de negligências, maus-tratos, abusos, abandono... No entanto, embora tenha votado SIM, sempre acreditei que eu seria daquelas pessoas que jamais ponderaria sequer fazer um aborto...
Posso dizer que a vida me deu uma grande lição...
Depois do meu filho nascer, ñ usei nada mais definitivo para me proteger de uma gravidez, usamos preservativo. Entretanto a dada altura deixamos de usar, pois se um 2º filho viesse seria bem-vindo... No inicio mesmo do ano de 2009 engravidei, perdi o bebé no final de Fevereiro... Foi mt dificil para mim... perdi-o em casa, esvaí-me em sangue e ao correr para a sanita vi sair tudo... Ainda por cima tive k ficar internada 2 noites no hospital e fazer uma curetagem... Fiquei mt mal psicologicamente, o que me ajudou foi o meu filhote, tive que ser forte para ele... entretanto ñ era aconselhavel engravidar nos tempos seguintes, mas a verdade é que eu ñ queria mesmo engravidar, pois ñ me sentia preparada, morria de medo de voltar a passar por tudo de novo...
Voltamos ao preservativo e eu estava ponderar colocar o DIU ñ hormonal, já que ñ me dou nada bem com métodos hormonais. Entretanto a nossa vida deu algumas reviravoltas e a nossa situação financeira complicou-se um pouco... logo estava mesmo fora de hipótese ter um 2º filho nesta altura...
Pois bem... Usamos preservativo, ñ percebemos que tivesse rompido... mas eu engravidei... soube que estava gravida em finais de setembro... e estava de umas 6 semanas... Kd soube fartei-me de chorar e ñ queria mesmo o bebé... ñ me orgulho de o ter sentido, mas foi o k aconteceu... Só pensava no filho que já tinha e nas dificuldades que iriamos passar, naquilo que este deixaria de ter e que o outro nunca teria... Falei com o meu marido e expliquei-lhe que estava a ponderar uma IVG. Ele apoiou-me... Depois de por telefone ser muito mal tratada num hospital publico onde fazem IVG's, marquei uma consulta numa clínica privada, a clínica dos Arcos, em Lisboa... E lá fomos para a 1ª consulta... o meu marido foi comigo, mas ñ pode entrar... Eu quando lá cheguei estava mesmo decidida a interromper a gravidez... Fiquei espantada com a quantidade de mulheres que lá estavam para o mesmo... e tão diferentes... adolescentes... mulheres de 20 e poucos anos, de 30 e poucos, de 40... umas sozinhas, outras com amigas, outras com a mãe, outras com o companheiro... umas com caras mt tristes e pesarosas, outras com ar de quem ñ se importava... eu estava como que... anestesiada... mas quando entrei para a sala de espera da ecografia, sem o meu marido, começei a ir-me abaixo... a sentir-me mt, mt triste...
Entrei, fiz a ecografia... o médico teve o cuidado de ñ voltar o ecran para mim... tinha 7 semanas, ainda a podia fazer... os profissionais de lá encaram uma IVG com tanta naturalidade que me chegou a chocar... acho k esperava que alguém me tentasse demover, me perguntasse o pk, me pedisse uma explicação... acho k no fundo queria que alguém me desse um pretexto para que eu ñ o fizesse... mas vejo agora que para quem tem mesmo k o fazer, aquele profissionalismo e imparcialidade são fundamentais... Depois da eco fui fazer análises... e marcaram-me a IVG para dali a 2 dias, já que a lei obriga a mulher a um período de reflexão de 48h. Eu achava aquele período de espera absurdo, eu só queria despachar o assunto o mais rápido possível e tentar esquecer... Agora também entendo o porquê desse período e acho que é fundamental... Quando de lá sai e me reencntrei com o meu marido cá fora, vinha apática... ñ conseguia falar... ñ conseguia dizer o k sentia... aliás, ñ conseguia identificar o k sentia... ele só me fazia perguntas e eu olhava pra ele com ar inexpressivo, incapaz de balbucionar o que quer k fosse... À medida que caminhavamos em direcção ao carro começei a chorar... em silência as lágrimas cairam-me pela face... ele nem se apercebeu... entramos para o carro e ele continuava a fazer-me perguntas, como tinha corrido, o que se passava comigo, se me sentia bem... Larguei-me num pranto descontrolado... chorei tanto que até me doiam os pulmões... a alma... tudo... o meu marido tentava falar comigo mas eu ñ conseguia...
Depois de um bom tempo assim, entre soluços tentei-lhe explicar... e disse-lhe... "Eu vi-o"... "Eu vi o bebé"... E ele perguntou-me: "Mas mostraram-te a ecografia? k estupidez..." E eu respondi: "Ñ... mas depois puseram-na em cima da mesa... e eu vi... e já tem a forma de um bebé..." O meu marido abraçou-me e disse-me apenas: "Tu ñ és capaz... ñ o faças... nós havemos de arranjar uma maneira de nos safar, mal ou bem..." Eu na altura ñ sabia o que queria, o que sentia... ñ sabia se queria mesmo fazer a IVG, se queria desistir... sentia que ia matar um bebé... um filho meu... mas por outro lado ñ queria que o filho que ja tinha passasse por dificuldades... e sinceramente ainda ñ sentia amor pelo bebé que carregava... Nos tais 2 dias que a lei obriga a k a mulher reflicta eu pensei bastante... e falei bastante sobre o assunto com o meu marido... Chegámos à conclusão que ia ser mesmo mt complicado criar outro filho... mas que eu simplesmente nunca seria capaz de fazer a IVG e se o fizesse isso me deixaria marcas mt, mt profundas... Desistimos... Decidimos ter o bebé... Mas durante mt tempo eu ñ me sentia minimamente feliz com a gravidez... só pensava nas dificuldades, nas coisas más... quando fiz a 1ª eco, às 14 semanas, senti nascer alguma ligação com o bebé, mas ainda ñ sentia aquele AMOR... eu tinha até medo de nunca o amar como amava o filho que já tinha... de ñ conseguir gostar dele... Isto pode parecer mt mau, mas tou a ser sincera e a relatar o k senti sem filtros... e esta é a verdade... Acontece que por volta das 18 semanas começei a sentir o bebé mexer dentro de mim... E ai... mudou tudo... começei a gostar dele... a imaginá-lo... e amá-lo... cada dia um pouco mais... Hoje, estou gravida de quase 23 semanas e AMO muito o bebé que carrego dentro de mim e já ñ sinto o menor medo de ñ o amar como o 1º... o meu coração ensinou-me que o amor de mãe ñ se divide... mas multiplica-se... Sei k vai ser dificil, vamos ter k fazer sacrificios, mas acredito k com algum esforço e mt amor seremos capazes... É outro menino... Eu até gostava k fosse menina para ficar com o casal, mas para a minha vida actual facilita-me imenso k seja um menino, já que vivemos num T2 e os piolhos terão k partilhar o quarto e sendo menino sempre posso ir aproveitando umas roupas do mano...
Hoje eu entendo o k uma mulher sofre quando tem k fazer uma IVG... Hoje sim... entendo mesmo... E sei k mulher nenhuma, psicologicamente normal o faz de ânimo leve... e sem que isso deixe marcas... A mim o simples facto de ter estado quase a fazê-lo me faz doer o coração...
E espero sinceramente nunca ter k fazer uma IVG... mas tenho plena consciência que se voltar a engravidar num futuro próximo ñ terei outra alternativa ou passaremos todos fome... Queria muito fazer uma laqueação depois do parto, mas ñ ma fazem por ser muito nova e os métodos anticontraceptivos podem sempre falhar...
Este é o meu testemunho... Nunca contei isto a ninguém... a amiga nenhuma... os meus ais sabem k ponderei fazer uma IVG mas ñ sabem nada do k senti... só o meu marido sabe de tudo e acompanhou tudo... nunca fui capaz de contar isto a ninguém... mas o facto de aqui o escrever trouxe-me alguma paz...
No referendo votei SIM à despenalização do aborto, pois acho k ñ tenho o direito de mandar no corpo e decisões de mulher alguma, acho que tentar mandar na vida dos outros é de uma extrema arrogância... Além disso, acho preferivel um aborto a situações de negligências, maus-tratos, abusos, abandono... No entanto, embora tenha votado SIM, sempre acreditei que eu seria daquelas pessoas que jamais ponderaria sequer fazer um aborto...
Posso dizer que a vida me deu uma grande lição...
Depois do meu filho nascer, ñ usei nada mais definitivo para me proteger de uma gravidez, usamos preservativo. Entretanto a dada altura deixamos de usar, pois se um 2º filho viesse seria bem-vindo... No inicio mesmo do ano de 2009 engravidei, perdi o bebé no final de Fevereiro... Foi mt dificil para mim... perdi-o em casa, esvaí-me em sangue e ao correr para a sanita vi sair tudo... Ainda por cima tive k ficar internada 2 noites no hospital e fazer uma curetagem... Fiquei mt mal psicologicamente, o que me ajudou foi o meu filhote, tive que ser forte para ele... entretanto ñ era aconselhavel engravidar nos tempos seguintes, mas a verdade é que eu ñ queria mesmo engravidar, pois ñ me sentia preparada, morria de medo de voltar a passar por tudo de novo...
Voltamos ao preservativo e eu estava ponderar colocar o DIU ñ hormonal, já que ñ me dou nada bem com métodos hormonais. Entretanto a nossa vida deu algumas reviravoltas e a nossa situação financeira complicou-se um pouco... logo estava mesmo fora de hipótese ter um 2º filho nesta altura...
Pois bem... Usamos preservativo, ñ percebemos que tivesse rompido... mas eu engravidei... soube que estava gravida em finais de setembro... e estava de umas 6 semanas... Kd soube fartei-me de chorar e ñ queria mesmo o bebé... ñ me orgulho de o ter sentido, mas foi o k aconteceu... Só pensava no filho que já tinha e nas dificuldades que iriamos passar, naquilo que este deixaria de ter e que o outro nunca teria... Falei com o meu marido e expliquei-lhe que estava a ponderar uma IVG. Ele apoiou-me... Depois de por telefone ser muito mal tratada num hospital publico onde fazem IVG's, marquei uma consulta numa clínica privada, a clínica dos Arcos, em Lisboa... E lá fomos para a 1ª consulta... o meu marido foi comigo, mas ñ pode entrar... Eu quando lá cheguei estava mesmo decidida a interromper a gravidez... Fiquei espantada com a quantidade de mulheres que lá estavam para o mesmo... e tão diferentes... adolescentes... mulheres de 20 e poucos anos, de 30 e poucos, de 40... umas sozinhas, outras com amigas, outras com a mãe, outras com o companheiro... umas com caras mt tristes e pesarosas, outras com ar de quem ñ se importava... eu estava como que... anestesiada... mas quando entrei para a sala de espera da ecografia, sem o meu marido, começei a ir-me abaixo... a sentir-me mt, mt triste...
Entrei, fiz a ecografia... o médico teve o cuidado de ñ voltar o ecran para mim... tinha 7 semanas, ainda a podia fazer... os profissionais de lá encaram uma IVG com tanta naturalidade que me chegou a chocar... acho k esperava que alguém me tentasse demover, me perguntasse o pk, me pedisse uma explicação... acho k no fundo queria que alguém me desse um pretexto para que eu ñ o fizesse... mas vejo agora que para quem tem mesmo k o fazer, aquele profissionalismo e imparcialidade são fundamentais... Depois da eco fui fazer análises... e marcaram-me a IVG para dali a 2 dias, já que a lei obriga a mulher a um período de reflexão de 48h. Eu achava aquele período de espera absurdo, eu só queria despachar o assunto o mais rápido possível e tentar esquecer... Agora também entendo o porquê desse período e acho que é fundamental... Quando de lá sai e me reencntrei com o meu marido cá fora, vinha apática... ñ conseguia falar... ñ conseguia dizer o k sentia... aliás, ñ conseguia identificar o k sentia... ele só me fazia perguntas e eu olhava pra ele com ar inexpressivo, incapaz de balbucionar o que quer k fosse... À medida que caminhavamos em direcção ao carro começei a chorar... em silência as lágrimas cairam-me pela face... ele nem se apercebeu... entramos para o carro e ele continuava a fazer-me perguntas, como tinha corrido, o que se passava comigo, se me sentia bem... Larguei-me num pranto descontrolado... chorei tanto que até me doiam os pulmões... a alma... tudo... o meu marido tentava falar comigo mas eu ñ conseguia...
Depois de um bom tempo assim, entre soluços tentei-lhe explicar... e disse-lhe... "Eu vi-o"... "Eu vi o bebé"... E ele perguntou-me: "Mas mostraram-te a ecografia? k estupidez..." E eu respondi: "Ñ... mas depois puseram-na em cima da mesa... e eu vi... e já tem a forma de um bebé..." O meu marido abraçou-me e disse-me apenas: "Tu ñ és capaz... ñ o faças... nós havemos de arranjar uma maneira de nos safar, mal ou bem..." Eu na altura ñ sabia o que queria, o que sentia... ñ sabia se queria mesmo fazer a IVG, se queria desistir... sentia que ia matar um bebé... um filho meu... mas por outro lado ñ queria que o filho que ja tinha passasse por dificuldades... e sinceramente ainda ñ sentia amor pelo bebé que carregava... Nos tais 2 dias que a lei obriga a k a mulher reflicta eu pensei bastante... e falei bastante sobre o assunto com o meu marido... Chegámos à conclusão que ia ser mesmo mt complicado criar outro filho... mas que eu simplesmente nunca seria capaz de fazer a IVG e se o fizesse isso me deixaria marcas mt, mt profundas... Desistimos... Decidimos ter o bebé... Mas durante mt tempo eu ñ me sentia minimamente feliz com a gravidez... só pensava nas dificuldades, nas coisas más... quando fiz a 1ª eco, às 14 semanas, senti nascer alguma ligação com o bebé, mas ainda ñ sentia aquele AMOR... eu tinha até medo de nunca o amar como amava o filho que já tinha... de ñ conseguir gostar dele... Isto pode parecer mt mau, mas tou a ser sincera e a relatar o k senti sem filtros... e esta é a verdade... Acontece que por volta das 18 semanas começei a sentir o bebé mexer dentro de mim... E ai... mudou tudo... começei a gostar dele... a imaginá-lo... e amá-lo... cada dia um pouco mais... Hoje, estou gravida de quase 23 semanas e AMO muito o bebé que carrego dentro de mim e já ñ sinto o menor medo de ñ o amar como o 1º... o meu coração ensinou-me que o amor de mãe ñ se divide... mas multiplica-se... Sei k vai ser dificil, vamos ter k fazer sacrificios, mas acredito k com algum esforço e mt amor seremos capazes... É outro menino... Eu até gostava k fosse menina para ficar com o casal, mas para a minha vida actual facilita-me imenso k seja um menino, já que vivemos num T2 e os piolhos terão k partilhar o quarto e sendo menino sempre posso ir aproveitando umas roupas do mano...
Hoje eu entendo o k uma mulher sofre quando tem k fazer uma IVG... Hoje sim... entendo mesmo... E sei k mulher nenhuma, psicologicamente normal o faz de ânimo leve... e sem que isso deixe marcas... A mim o simples facto de ter estado quase a fazê-lo me faz doer o coração...
E espero sinceramente nunca ter k fazer uma IVG... mas tenho plena consciência que se voltar a engravidar num futuro próximo ñ terei outra alternativa ou passaremos todos fome... Queria muito fazer uma laqueação depois do parto, mas ñ ma fazem por ser muito nova e os métodos anticontraceptivos podem sempre falhar...
Este é o meu testemunho... Nunca contei isto a ninguém... a amiga nenhuma... os meus ais sabem k ponderei fazer uma IVG mas ñ sabem nada do k senti... só o meu marido sabe de tudo e acompanhou tudo... nunca fui capaz de contar isto a ninguém... mas o facto de aqui o escrever trouxe-me alguma paz...
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