Bebés sobredotados

[Clara Sophie]

Meninas muito obrigada por toda a ajuda. Como disse nunca estive dentro do assunto mas falaram me do assunto e irei "estudar".
Angels2 muito obrigada por teres falado da tua experiência com o teu menino. Espero que tudo continue a correr bem.

Em todo o caso, falei no colégio sobre essa possibilidade e marcamos uma reunião com a educadora, dona e a psicóloga do colégio.

Um coisa, eu não quero que a minha filha seja sobredotada, eu como mãe devo "estudar todos os pontinhos soltos" e é isso que ando a fazer para tentar entender o seu comportamento.
Mais uma vez obrigada, quando tiver alguma novidade digo

[newbie]

Angels 2: os exemplos que deu poderiam levar as pessoas que leram a pensar que os seus filhos também era sobredotados, pois são desapropriados, são exemplos de algo perfeitamente normal em crianças saudáveis e que cresçam num ambiente estimulante.

Se esses eram os indícios de sobredotação, então até eu era sobredotada quando criança LOLL O resto do que eu escrevi foi para esclarecer eventuais dúvidas e mitos sobre os sobredotados.

Micaela: a dislexia só pode ser diagnosticada depois dos 6 anos , ou seja, depois de uma criança ter passado pela iniciação à leitura e escrita e de acordo como uma série de critérios. Com a idade da tua filha, é muito cedo para saber, contudo, é muito importante estar atento a quaisquer indícios e agir precocemente, em qualquer situação (ou seja, em caso de haver indícios, age-se logo para evitar problemas futuros).

Sobre a Prof. Helena Serra, gosto muito de ler os livros dela, sobretudo na área da dislexia. Têm sido muito úteis, assim como os seus livros de avaliação e diagnóstico de crianças com NEE.

Mas não entendo o porquê de dar formação sobre sobredotação e dislexia, criar material para ambas situações e ser, também, Presidente da Associação Portuguesa de Dislexia e Presidente da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas... No meu ponto de vista, é incompatível, mas talvez seja só eu a pensar deste modo.

Clara, a tua filha costumava conviver mais com adultos do que com outras crianças da idade dela? Se não for indiscrição, o teu marido é muito mais velho do que tu (não precisas de responder)? Pergunto isto porque, no caso da minha irmã, percebemos que a razão dela ser assim está relacionada com o facto de conviver mais com adultos e de o meu pai ser 20 anos mais velho do que a minha madrasta (existe uma expressão para crianças assim "filhos de gente velha").

Aliás, todos os casos de amigas que conheço que são "filhas de gente velha", são pessoas mais maduras, mais articuladas do que as pessoas da mesma faixa etária...creio que é pelo tipo de estímulos que foram tendo ao crescerem.

Tenho notado que nos últimos anos, a área da Educação Especial é um negócio em expansão... que eu saiba, somente um psicólogo clínico (e talvez um psicólogo educacional) pode aplicar os testes que avaliam o QI...e escrever os devidos relatórios que o comprovam, indicando o número de carteira profissional. Mas posso estar redondamente enganada!

Finalmente, o QI tem muito que se lhe diga: ao contrário do que se pensava antigamente, não é estático, pode aumentar ou diminuir ao longo da vida...é um assunto polémico...sabiam por exemplo, que na Suiça, as crianças filhas de emigrantes portuguesas são referenciadas para apoio em Educação Especial, depois de aplicados testes de QI? Muitas são matriculadas em "classes especiais"...ou seja classes para crianças "menos dotadas"...enfim!

[santi&mami]

Já li este topico ha uns dias mas só agora consegui ter cabeça para o responder...

Concordo com tudo o que a Newbie disse até agora é sublinho: nesta coisa das avaliações e comentários ha que ter muita cautela com todos os comentários e trocas de palavras.

Sou tecnica do ensino especial mas da area da surdez mas é como mãe que aqui escrevo até pq a minha area de formação nao abrange outras areas do ensino especial, como a Newbie.

Clara;
não sei se ja foste falar com a educadora e psicologa d creche mas vou-te aconselhar a teres em mente apenas uma coisa: cautela e mente aberta, a nao te ficares pelo que te vao dizer até pq me parece que uma educadora que sugeres uma troca de sala a uma criança de 18 meses apenas pq perde o interesse nas actividades da sala est´s simplesmente a lavar dai as suas maos e a mostrar um mau profissionalismo. A menina ainda é muito pequena!

O caso do meu filho foi o oposto...davam a entender que ele era "atrasado" pq como teve um atraso motor tb tinha que ter um atraso cognitivo...cheguei a ouvir, por outras palavras, da boca de uma auxiliar da sala do meu filho que ele nao fazia o que os outros faziam...e nessa altura so havia mais 2 bebes na sala...depois foi avaliado, mais tarde aos 15 meses, por uma educadora especializada e ate hoje nunca quis ler o relatorio da senhora pq se o fizesse era para lho rasgar na cara e dizer-lhe que a unica atrasada naquela sala era ela...foi mal avaliado pediram-lhe coisas que nunca um bebe de 15 meses as iria fazer e mais estupido do que isto: ele nao se segurava em pé sozinho e ela passou-lhe os testes imagina...com ele de pé encostado a uma marquesa...sem comentarios...

A tua filha faz coisas tipicas da idade dela. Fala muito bem...ja pensaste que poderá ser por tu nao falares "bebês" com ela ou por motivos como os que a Newbie referiu? O tal "falar de gente velha?
Qt às atitudes, ela tem-nas porque aos poucos estuda as vossas reacções e vai aplicando as suas atitudes em função das vossas respostas...parece complexo mas no fundo o que eles nos fazem é simplesmente testar-nos, e não o oposto.
Depois o desinteresse pelas actividades da creche: ja pensaste que realmente as actividades nao serao as mais indicadas para a idade dela, por exemplo serem demasiado complexas ou simplesmente nao existem?Também tens que te lembrar que na sala dela, se for como a do meu, tens crianças com 12, 15, 18, 20 e 22 meses (mais ou menos) e que os interesses nao coincidem por uma serie de factores biologicos e nao só e que nada tem haver com ser sobredotado mas sim com as capacidades de cada um? Por exemplo como o me so andou aos 19 meses nada daqueles brinquedos como cavalos e carrinhos de empurrar (em que eles se sentam dentro) lhe diziam nada mas que agora sao os seu preferidos...pela logica da auxiliar ele é atrasado pq esses brinquedos sao para mais novos mas para ele sao os ideais quase aos 3 anos. depois tenho o inverso: a motricidade fina dele super apurada desde cedo, algo que os outros nao faziam na perfeição ele ja o fazia...agora pegar num lapis para ele é super facil, rodar botoes pequenos tb...para os outros uma batalha. Acho que o que se passa com a tua Maria é isso mesmo: não lhe dao nada de novo para explorar e ela aborrece-se mas o mudar de sala nao vai solucionar pois a frustração de nao conseguir fazer as coisas dos miudos de 2 anos vai ser muito maior...nao sei se me percebes...

Cautela e mente aberta. Nao te deixes levar por opiniões que apenas poderão querer dar showoff...como a Newbie referiu a area do ensino especial parece que da lucro e hoje em dia a maioria das crianças parece que tem que ter qquer coisa...existe um sr mto conceituado que na minha zona da consultas de tempos a tempos e em dois dias viu muitas crianças e mais de metade tinham problemas de desenvolvimento..acho de cerca de 50, 45 tinham problemas de desenvolvimento...um autentico disparate!Bebes sobredotados acredito que existam mas nao será tao facil avaliar assim, tal como as outras patologias nao o sao...tenho uma amiga com uma menina autista...deu sinais com cerca de ano e meio/2 anos mas como nao se conseguia avaliar bem so com cerca de 4-5 anos foi diagnosticada com a certeza que era autista...e sinais de isolamento, nao falar e ter comportamentos repetitivos ja existiam apenas era demaisado nova para se afirmar o que tinha e o que nao tinha.

Calma e mente aberta!!Força e qquer coisa pds contar connosco!

PS- Qt à leitura precoce...mais uma vez concordo com a Newbie e acrescento: todas as crianças com cerca de 3-4 anos por essa logica sabiam ler mas o que fazem sao meras associações...sabem que esta escrito "Chocapic" na caixa pq associam a embalagem, as cores, o tipo de letra ao conteudo pq se mudarmos o tipo de letra e o contexto ja nao leem "Chocapic" simplesmente pq ja nao lhes é familiar...ou se no lugar de "Chocapic" tiver "Chicapic" mas o contexto embalagem/cor/tipo de letra for igual continuam a ler "Chocapic", isto demonstra que nao leem mas associam pq se lessem depressa diziam que "Chocapic" estava mal escrito. Mais uma vez cautela pq isto nao é ler.Ler é mais do que isto.Isto é associar uma coisa à outra num dado contexto.


jinhos

[rbalmeid]

Finalmente, o QI tem muito que se lhe diga: ao contrário do que se pensava antigamente, não é estático, pode aumentar ou diminuir ao longo da vida...é um assunto polémico...sabiam por exemplo, que na Suiça, as crianças filhas de emigrantes portuguesas são referenciadas para apoio em Educação Especial, depois de aplicados testes de QI? Muitas são matriculadas em "classes especiais"...ou seja classes para crianças "menos dotadas"...enfim!

Ola!
Este Verao li um livro sobre educar crianças em ambiente bilingue de uma investigadora da universidade de Miami. Ela refere um fenomeno deste estilo. No acesso a Universidade é realizada uma prova de acesso que testa a capacidade de compreensao e expressao e é exclusiva. Supostamente quem tem menos que x pontos nao pode entrar porque se considera que nao tem aptidoes suficientes para ter exito nos cursos. Ora ela aplicou esses testes a alunos de excelência que sao bilingues (ingles espanhol) que entraram na universidade antes dessa regra ser aplicada e descobriu que teriam sido excluidos. Enquanto que alunos que so falam o ingles e que tem desempenho inferior nos cursos teem classificaçoes mais altas nos ditos testes e suficientes para serem admitidos. Ou seja o teste funciona mas so para o grupo de alunos monolingua e nao consegue prever o bom desempenho dos bilingues...

Ja agora eu tambem avancei um ano na primaria, apesar de so ter entrado com 6 anos feitos. E confirmo que se sente um desajuste grande em relaçao aos colegas. Eu sou de Setembro logo os mais novos depois de mim eram 9 meses mais velhos e tinha colegas nao repetentes mais velhos 21 meses! So na faculdade deixou de se notar...

Beijinhos
Rute

[Jukas]

A minha filha já sabe ler: quando vê algum produto cá em casa do Pingo Doce diz logo o nome!!!! =_=

[Bidusha]

Bem... O termo sobre dotada parece-me um pouco exagerado... Mandar um brinquedo à cara de outra criança parece-me nada mais do que o normal nessa idade para qualquer criança. A minha filha mais velha com 7 meses empilhava torres de 8 cubos, tendo o cuidado de colocar as faces iguais viradas para cima e alinhar os cubos para não cairem... Com 17 meses sabia cores primárias e variantes, os nomes as pessoas próximas (e identifica-los quando estavam escritos) sabia desenhar flores, pessoas, sabia os números, aos 2 anos pediu-me para ir para o ballet. Não é sobre dotada, é muito inteligente e para mal dos meus pecados acha que porque é inteligente não tem de se esforçar (o que faz dela preguiçosa).

[micaela24]

Micaela: a dislexia só pode ser diagnosticada depois dos 6 anos , ou seja, depois de uma criança ter passado pela iniciação à leitura e escrita e de acordo como uma série de critérios. Com a idade da tua filha, é muito cedo para saber, contudo, é muito importante estar atento a quaisquer indícios e agir precocemente, em qualquer situação (ou seja, em caso de haver indícios, age-se logo para evitar problemas futuros).

Eu sei, eu referi que o meu marido comenta isso na brincadeira. Aliás, tenho uma amiga em pânico porque o filho, que fez 6 anos em novembro, troca algumas letras (p e v, f e s,... ) e a prof da 1ª classe lançou essa hipótese. Eu disse-lhe que a gaja deve ser parva porque o miúdo só está a aprender as letras e é normal que se confunda, ainda mais por ter feito os 6 anos só agora e ser um garoto inteligente mas muito irrequieto. Acho que agora os profs até têm medo de deixar passar uma dislexia e jogam demais pelo seguro.

[Visitante]

Olá, ainda não tinha comentado, porque tudo o que eu tinha para dizer à Clara, fi-lo em privado.

Eu li-vos a todas e acho que podem ter muita razão MAS também podem não ter. Fui de facto eu que falei à Clara nesta possibilidade, porque se leio os vossos relatos que os vosso filhos com um ano ou mais faziam isto e aquilo e isso não faz deles sobredotados, eu tenho uma grande amiga que tem um filho que fazia certas coisas com certa idade e foi avaliado como sobredotado mais tarde. Eu conhecendo a história de perto, não poderia deixar de chamar a atenção da Clara para esse meu caso próximo APENAS para ela ficar atenta e descartar ou não certas hipóteses. O facto de mandar o carro à cara do irmão para mim não é nada, o que me admirou é que a filha da Clara é mais nova que a minha um mês e tal e em Setembro tinha CONVERSAS com a mãe, com pés e cabeça. Ora, aqui eu também tenho de por a minha experiência com 3 crianças, eu sei que a maior parte das crianças de Fevereiro e até algumas de Março aqui do fórum estão bem mais adiantadas em certas coisas que a minha filha, mas eu tenho mais dois que embora com essa idade percebessem muitas coisas que lhes diziamos...CONVERSAS? a mim já me parece que se deve estar atento e foi isso que eu disse à Clara. Beijinhos

[Ana73]

Olá

No 2º ano de escolinha do meu filho (3 – 4 anos), fui chamada à escola porque a educadora estava muito preocupada com ele. O rapaz tinha dificuldade de interagir com os colegas, que a levava a pensar que talvez pudesse ter uma espécie de autismo e também estava bastante atrasado em relação aos colegas nas activas escolares.
Assustámo-nos e fomos a correr para a pediatra, que ficou parva com as palavras da educadora e achou impressionante como, sem ter a certeza do que fala, é possível criar este tipo de ansiedade nos pais. Felizmente que a pediatra nos disse logo que não era autista e depois de informarmos a educadora, este assunto passou.
Nesse mesmo ano, o avô comprou uma revista com umas centenas de páginas sobre futebol (tema que agrada o M) e ele em muito pouco tempo (+-1 semana) decorou todos os símbolos dos clubes de futebol nacional 1ª e 2ª divisão e futebol internacional, as nacionalidades dos jogadores, bandeiras dos países, etc. Quem não soubesse que ele tinha decorado aquilo tudo, pensaria que o rapaz já saberia ler, pois efectivamente era muita informação.
Pois é, na escola quando souberam disso, associado ao facto de que os desenhos, cortes e picotagens começavam a ficar para trás, dando início aos números e letras, coisas que também gosta muito, o meu rapaz passou de autista a sobre dotado!!

Não creio que seja sobre dotado, acho sim que é bastante inteligente, com capacidades de memorização excelentes e efectivamente muito introvertido, principalmente quando está no meio dos colegas de turma.

No entanto não deixo de achar curioso, como uma educadora consegue considerar um aluno de “besta a bestial” num único período lectivo.

bjs
Ana

[rubinha]

Este tema é super engraçado!!

Acho acima de tudo que deve ser tratado com extrema cautela, só se começou a divulgar os "sobredotados" agora há pouquíssimo tempo, pelo menos em reportagens e afins.

Eu começei a andar com 9 meses, sozinha sem ajuda.
Quando fiz 1 ano de idade já falava, começei a estruturar frases e a manter conversas com cerca de dois anos.
Entre para a primária com 5 anos (pq faço anos em Novembro) e já sabia juntar sílabas e lê-las, e já conseguia escrever depois de as vocalizar, mesmo que o entendimento não fosse totalmente claro.
Lembro-me perfeitamente de acabar a 3ª classe e de já ler imensos livros, o 1º de todos foi a Lua de Joana.

Nunca fui tratada de maneira diferente, nem nunca me achei "sobredotada", agradeço aos meus pais o estímulo que me deram.
Tenho um gosto imenso por aprender, ler, absorver... seja que tema for, adoro saber, e o saber não ocupa lugar certo?

As crianças gostam de ser estimuladas e gostam de sentir que sabem, Clara, pode ser que a tua filhota esteja a passar por isso mesmo, por não falarem bebeguês com ela, por a tratarem como uma pessoa e não como uma tonta porque é apenas um bebé

Tudo de bom para vocês e beijinhos!