Comunicação

Collapse
No announcement yet.

slot_topleaderboard_post

Collapse

Tirem-me deste filme!

Collapse
X
 
  • Filtrar
  • Tempo
  • Mostrar
Clear All
new posts

  • Inserido Inicialmente por Maria Verde Ver Mensagem
    (Para a China ou para Fukushima tapar fugas numa central nuclear.)

    Percebo que o tenhas dito assim, como se lhe estivesses a dizer que o teu amor é incondicional... no matter what.
    Mas será que ela tem estrutura para gerir o peso de ter parte activa na (eventualidade da) decisão de com quem ficar; as crianças sentem segurança quando o adulto toma para si o poder de decidir por elas.A tua filha até poderia ter 7, 8 ou 9 anos que não teria a maturidade para expressar uma vontade válida, penso eu. As emoções mais profundas que os filhos têm connosco são muitas vezes temporariamente substituidas por sentimentos do momento, a nível conceptual elas não sabem distinguir e por isso até ouvimos "mãe, odeio-te, és má, não quero mais viver nesta casa, só gosto do pai, da avó, etc (LOL)"... quando na verdade querem dizer "eu agora não gosto de ti porque não me fizeste a vontade X", o amor incondicional está lá sempre e em reciprocidade.

    "prometo-te que não deixo que ele te leve de mim, só se tu quiseres..."

    Tinha que comentar o que está a bold. Eu tinha 13 anos qd a minha mãe me fez a pergunta "queres ficar com a mãe ou com o pai ?" . Foi das coisas que mais me marcou pela insegurança até hoje ...
    Tb não sei qual a idade válida para essas decisões. Acredito que dependa da personalidade de cada um tb.
    Eu sei que pode parecer uma coisa do género "preso por ter cão e preso por não ter" mas eu na altura fiquei com um peso enorme nas costas, queria era que tivessem decidido por mim. Queria ser ouvida, queria que tivessem falado comigo (que não fizeram) mas eu ainda não tinha capacidade emocional para dar esse tipo de resposta.
    Por mais que um pai possa parecer anormal aos olhos e coração de mt gente, a filha cresceu e cresce com ele, partilha coisas com ele, tem os genes dele e para essa menina colocarem a hipótese de ser ela a escolher em tenra idade "qual dos dois prefere" - porque é isso mesmo que se sente - o sentimento é que estaremos a magoar um deles profundamente, o que tb é mt violento para nós próprios.

    Eu soube mais tarde que o meu pai ficou magoado comigo por eu ter escolhido a minha mãe ... mas isso já dava aqui outro capitulo da história ...

    Comentar


    • Maria Verde, tb é à minha familia que vou buscar as minhas lições. E tb me pergunto, como é que fui lá parar :P , mas isso tb dava outro capitulo

      Comentar


      • Se percebi Suzhelen, tens dois filhos de Touro, a minha mais velha tb é. Precisam de muita segurança, um pilar muito forte onde se agarrarem e são muito "devotos" à familia. Eu tb não consigo ter as respostas certas a toda a hora, no meu caso, a minha confronta-me com muita coisa negativa que vem da escola e que aprende com os outros rufias. É tb uma questão de treino julgo eu, e a terapeuta não te dá dicas de como lidar com isso ? Eu nunca chamei ninguém de mau ou feio aqui em casa p.e. e ela aprende na escola e traz para casa.
        Ás vezes consigo dar a volta à questão, outras acho que não lido bem, outras que acho que não ficou lá nada pq não me expresso da maneira que ela precisa para entender as coisas, outras vezes é mesmo não ligar porque se dou importância, ainda é pior .

        Comentar


        • Maria Verde, quando é que escreves um livro hã ?!

          Comentar


          • Suz, só te posso deixar um beijinho rápido. Venho sempre com esperança de boas notícias. Custa muito ler o que escreves, (não) imagino o que custa escrevê-lo na 1ª pessoa. Admiro apesar dessas "bofetadas", a tua racionalidade. Tem esperança, a tua menina está crescer e saberá muito mais cedo que imaginamos filtrar o que lhe dizem! Força, super-mãe
            [hr]

            Laranja

            Comentar


            • [QUOTE=suzhelen;2575754]Ontem fui à reunião de pais da escola da minha menina. Lá vou eu repetir-me, mas tenho de o frisar: a escola que só eu pago mas o pai aparece (sim, porque eu o informo sempre) a fazer boa figura. Gostava de saber o que irá ele dizer a respeito de não concordar com esta escola, senão o que vai ele lá fazer?! Chegámos quase ao mesmo tempo, ele logo a seguir a mim, nem "boa tarde" pois nunca o diz, nem faz diferença. Meloso como sempre com a professora e auxiliar. Foi o único pai a tirar fotografias durante a reunião e a escrever notas do que se ia dizendo. Será para estar preparado para tribunal? De qualquer modo, achei ridículo.


              QUOTE]

              Olá!

              Tenho acompanhado a vossa história, mas não tenho comentado, até porque há sempre alguém que diz o que eu tb poderia dizer. Como ainda ninguém disse nada sobre este assunto, aqui vai...

              Não é permitido um pai andar a tirar fotos numa reunião de encarregados de educação, a não ser que tenha permissão para tal. Eu, a ti, ia ver o regulamento da instituição (infantário?), porque ela tem de ter obrigatoriamente um regulamento. Nesse regulamento deve estar lá a situação das fotos tiradas dentro da instituição. É preciso haver autorização do responsável da instituição. E as pessoas que foram fotografadas, autorizaram? Autorizaram sabendo o fim a que se destinam as fotos? Eu ia ter com a direcção e falava na situação. A educadora NUNCA deveria ter permitido que se tirassem fotos! Será que esse infantário é assim tão bom que permite uma coisa destas? Às tantas, qualquer pedófilo tb pode entrar e tirar fotos às crianças que eles deixam... Eu não deixaria passar este deslize em branco.... A direcção tem de tomar medidas sobre o assunto. Foi uma situação ridícula! As fotos não podem simplesmente ser usadas, porque (em princípio) não tiveram a autorização expressa da direcção... A direcção agora que descalce a bota... É mais uma para, se necessário, "devolver" ao ex... As fotos não podem ser consideradas em tribunal como prova de nada...

              Muita força!
              Um dia também hei-de chegar ao meu jardim... por enquanto, vou apanhando as pedras, uma a uma..

              Comentar


              • ola
                olha so te queria deixar um beijinho de muita força
                não tenho palavras fiquei revoltada com o que esse imbecil está a fazer aos filhos, mas também estou aterrada com o estado da justiça no nosso pais que deixa um caso de divorcio ficar mais de 3 anos a espera para ser regulado..............
                ÉS UMA SUPER MULHER
                beijinhos


                Comentar


                • Regredi. Voltei a ter medo dele (o monstro), do futuro... O que é feito da minha força? Esta última palavra, escrita sem a cedilha parece a metáfora da minha existência... Hoje sou uma amostra de mim... A frase "bom dia, tudo bem?" teve em mim um efeito tremendo. E tremendo ainda estava eu esta manhã... ainda... O "tudo bem" que me ia sair de resposta converteu-se em "não..." e lágrimas. E eu que nunca choro...

                  Na semana passada recebi finalmente o relatório da Segurança Social. Ainda só tinha ouvido a minha parte (bastante favorável, diga-se) do relatório. Só agora tive acesso à parte dele, do monstro (hoje o termo anormal ou anormaloide parece-me em jeito de piada e não tenho vontade de rir, nem de sorrir). O relatório é-lhe tão acusador, tão perjorativo e, ao mesmo tempo, tão realista!! Podia funcionar como uma tomada de consciência mas tem, na mente doente e podre do monstro, o efeito precisamente contrário. Ao estar convencido que ele é que está bem e é dono da razão, sentir-se-á, ou sentiu-se já ultrajado, alvo de uma conspiração entre mim e a pessoa que o acusa. E deseja vingar-se. Já está, aliás, a pôr isso em prática.

                  Seria de transcrever para aqui excertos do relatório. No entanto, enquanto estiver tudo em aberto, prefiro não fazê-lo.

                  A opinião final da psicóloga é impedir que os irmãos passem mais tempo separados por causa do pai. Devem ir juntos e, sobretudo, voltar juntos. Uma vez que o meu filho não tem boa, ou antes, nenhuma relação com o pai não poderá ser já empurrado para fins de semana se nem mais que umas horas passa na casa do pai. Assim, a minha filha deverá regressar ao fim do dia com o irmão e deixar de dormir lá. Quando passar a fazê-lo é sinal que o irmão também estará pronto para esse passo, que o pai está em condições de receber, cuidar e atender de igual maneira os dois. Utopia?

                  Esta conclusão/sugestão terá de ser levada em conta pelo juiz. Uma coisa é certa: o monstro não gostou e continua a actuar da mesma forma ou, pior, potenciando toda a maldade e raiva que me tem sobre a filha, a minha menina que está a sofrer tanto!

                  No sábado, sem nada ter dito aos meus filhos, surpreendi-me por ouvir dos dois "mamã, vou ter muitas saudades tuas!", muito beijos e abraços à mistura à frente da cara de parvo do pai quando veio buscá-los. Não sei porque reagiram assim, não lhes pedi nada, nada se alterou entre nós. Ou será que eles pensam que devem agir nas despedidas da mãe como nas despedidas do pai?

                  O meu filho voltou imediatamente a seguir ao almoço. Nem o relatório a afirmar que este pai tem de ser capaz de cuidar do filho o dia inteiro fez o primeiro mudar o comportamento. "A mana?" é a pergunta recorrente.

                  Passava das 22h quando o monstro veio entregar a minha filha. Já eu estava com receio que ela não viesse de todo. Assim que ouvi a campainha corri para a porta e ouvi a minha menina a chorar alto no elevador. "Pai, quero ficar contigo". Percebi logo que havia problemas, que o lado maquiavélico da besta tinha sido afinado, vejo um filme de terror, um thriller psicológico com a minha filha como personagem. Prostraram-se os dois, pai e filha, à minha frente numa despedida que parecia (do lado dela) ser a derradeira, a final. Momentos intermináveis. Enquanto ela chorava, ele estava calmo, frio, apreciando o resultado da cena cujo ensaio bem (maldosamente) escrito por ele estava a funcionar na perfeição. O pai - que foi acusado (pela psicóloga que o avaliou) de se vitimizar e criar angústia nos filhos para ser consolado por estes, de inverter papéis e levar a filha a sentir que tem de cuidar do pai - em vez de se emendar está a levar a sua estratégia ao extremo. A minha mãe estava à porta com o meu filho que chamava o pai mas nem um olhar recebeu. No momento em que vi a minha filha dobrar os joelhos e sufocar no choro, resolvi pegar nela e acabar com a cena. Ela esperneava, gritava pelo pai, debatia-se, a mãe malvada estava a levá-la para longe do pai.

                  Ao pegar nela fechei a porta. Ou pensei eu. O monstro meteu um joelho e conseguiu abrir, empurrando a minha mãe que estava com o meu filho ao colo. Apercebi-me e pus a minha filha no chão para ir fechar a porta. Na confusão não percebi que a menina estava a pôr lá a mão e entalei-a. Nada de grave, a ponta do dedo, mas magoei-a. Magoei-a sobretudo no coração. O que ela viu foi a mãe a separá-la do pai. O pai que ensaiou a cena para que tivesse exactamente este desfecho. Bingo para ele.

                  A minha boneca chorava. "Vai passar, tudo passa, meu amor". Ela, em vez de me acusar (pensei que estivesse zangada comigo) responde-me "adoro-te tanto mamã". Dormiu comigo na minha cama. O mano ficou com a minha mãe. Depois da cena é que senti como me termiam as pernas, as mãos, tudo, o coração acelerado. Tive medo. Outra vez. Revi o homem que me bateu uma vez e outra, que numa dessas ocasiões quase me fez perder a filha que ele agora tanto ama doentiamente...

                  Comentar


                  • Amiga,
                    nem sei o que te diga,acho que sou pequenina demais para tecer qualquer comentário.
                    Fiquei a pensar,estou a pensar...vi os meus medos,os meus receios,os ses..tanta coisa...desculpa.

                    Beijos,muitos,muitos,muitos,muitos beijosssss meus e do Dinis.
                    __________________________________________________ ____________________
                    Para o meu maior,unico e grande amor:
                    Estou aqui. Sempre.Conta comigo.Amo-te Muitooooooo Di.

                    Gabby: amiga especial, companheira, tens e terás sempre um local do meu coração.Muitosssss Parabens pelo Salvador,o teu principe.

                    "O primeiro passo para conseguir algo é desejá-lo.\" OBRIGADA,o Desejo tornou se realidade e que boa realidade.
                    "Os amigos são anjos que nos ajudam a voar.\" Obrigada, vocês são únicas

                    Comentar


                    • Olá Suzhelen,

                      Antes de mais... um abraço!

                      Fizeste tudo bem... e os teus filhos são uns amores, que bom trabalho tu tens feito.

                      É um bom relatório então, era de prever que o pai se sentisse acossado, a psicóloga até tinha previsto que ele se revoltasse, deve estar calejada. A via dos fracos é sempre a da agressão, que mais podem eles, são um castelo de cartas, não é?

                      Tiveste medo, mas isso não te impediu de agir, e agir bem!, zelaste pela tua filha e foste buscá-la... o instinto de mãe atropela qualquer ameaça, foste corajosa sim. E é tão natural que se tenha medo na eminência de uma cena violenta na presença das crianças, quem não teria...

                      Não te reduzas Suzhelen, não vês a rocha que és, firme e incontornável... a agressividade dele assim o confirmam, deve-se sentir tão ameaçado.

                      Sabes, este episódio muito embora tenha sido negativo para os meninos pode funcionar para ti como um início de estágio, para a batalha que aí vem (não me parece que vá comportar-se como um cavalheiro durante o julgamento), como se fosse um sinal "põe-te em forma e prepara-te". (Confia em Alá mas amarra o camelo)

                      A psicologa da SS deve estar tão habituada estas situações que não sei se não seria útil falar com ela - que esperar, que atitudes mais assertivas tomar, e provavelmente também terá uma palavra de apoio.

                      Eu sou um raio duma femininista e tenho para mim, que se não nos tomassem pelo elo mais fraco não faziam investidas tão destemidas, dando-nos muito mais trabalho a alcançar um equilíbrio de forças... paz.

                      Goethe diz..."Devemos ouvir pelo menos uma pequena canção todos os dias, ler um bom poema, ver uma pintura de qualidade e, se possível, dizer algumas palavras sensatas...", eu deixo-te um poema (António Gedeão).

                      Homem
                      Inútil definir este animal aflito.
                      Nem palavras,
                      nem cinzéis,
                      nem acordes,
                      nem pincéis
                      são gargantas deste grito.
                      Universo em expansão.
                      Pincelada de zarcão
                      desde mais infinito a menos infinito.

                      Olha mãe, a lua! Está redonda e branca... podes ir lá pintá-la?

                      Comentar


                      • olá suzhelen
                        só agora comecei a frenquentar o PB e vi o teu post ja te tinha deixado uma post um pouco mais acima
                        queria mandar te MUITA FORÇA CORAGEM tens estado a fazer tudo o que está ao teu alcance plos teus filhos, a besta do teu ex é que é um egocentrico e so pensa nele e não no mal que faz aos filhos
                        muita força
                        um beijinho muito grande


                        Comentar


                        • Olá Suzhelen,

                          amiga força pois se foste capaz de chegar aqui ainda vais conseguir ir mais longe... és uma grande mulher, posso parecer egoista, mas tenho ido buscar alguma força nas tuas palavras, para enfrentar a minha situação... és uma mulher de armas...
                          Rita


                          Madrinha: ICA
                          Afilhada estrellavera já espera a sua estrelinha um menino o DINIS

                          Faço contabilidade de PME
                          Apoio ao inicio de actividade

                          Comentar


                          • Inserido Inicialmente por suzhelen Ver Mensagem
                            Regredi. Voltei a ter medo dele (o monstro), do futuro... O que é feito da minha força? Esta última palavra, escrita sem a cedilha parece a metáfora da minha existência... Hoje sou uma amostra de mim... A frase "bom dia, tudo bem?" teve em mim um efeito tremendo. E tremendo ainda estava eu esta manhã... ainda... O "tudo bem" que me ia sair de resposta converteu-se em "não..." e lágrimas. E eu que nunca choro...

                            Na semana passada recebi finalmente o relatório da Segurança Social. Ainda só tinha ouvido a minha parte (bastante favorável, diga-se) do relatório. Só agora tive acesso à parte dele, do monstro (hoje o termo anormal ou anormaloide parece-me em jeito de piada e não tenho vontade de rir, nem de sorrir). O relatório é-lhe tão acusador, tão perjorativo e, ao mesmo tempo, tão realista!! Podia funcionar como uma tomada de consciência mas tem, na mente doente e podre do monstro, o efeito precisamente contrário. Ao estar convencido que ele é que está bem e é dono da razão, sentir-se-á, ou sentiu-se já ultrajado, alvo de uma conspiração entre mim e a pessoa que o acusa. E deseja vingar-se. Já está, aliás, a pôr isso em prática.

                            Seria de transcrever para aqui excertos do relatório. No entanto, enquanto estiver tudo em aberto, prefiro não fazê-lo.

                            A opinião final da psicóloga é impedir que os irmãos passem mais tempo separados por causa do pai. Devem ir juntos e, sobretudo, voltar juntos. Uma vez que o meu filho não tem boa, ou antes, nenhuma relação com o pai não poderá ser já empurrado para fins de semana se nem mais que umas horas passa na casa do pai. Assim, a minha filha deverá regressar ao fim do dia com o irmão e deixar de dormir lá. Quando passar a fazê-lo é sinal que o irmão também estará pronto para esse passo, que o pai está em condições de receber, cuidar e atender de igual maneira os dois. Utopia?

                            Esta conclusão/sugestão terá de ser levada em conta pelo juiz. Uma coisa é certa: o monstro não gostou e continua a actuar da mesma forma ou, pior, potenciando toda a maldade e raiva que me tem sobre a filha, a minha menina que está a sofrer tanto!

                            No sábado, sem nada ter dito aos meus filhos, surpreendi-me por ouvir dos dois "mamã, vou ter muitas saudades tuas!", muito beijos e abraços à mistura à frente da cara de parvo do pai quando veio buscá-los. Não sei porque reagiram assim, não lhes pedi nada, nada se alterou entre nós. Ou será que eles pensam que devem agir nas despedidas da mãe como nas despedidas do pai?

                            O meu filho voltou imediatamente a seguir ao almoço. Nem o relatório a afirmar que este pai tem de ser capaz de cuidar do filho o dia inteiro fez o primeiro mudar o comportamento. "A mana?" é a pergunta recorrente.

                            Passava das 22h quando o monstro veio entregar a minha filha. Já eu estava com receio que ela não viesse de todo. Assim que ouvi a campainha corri para a porta e ouvi a minha menina a chorar alto no elevador. "Pai, quero ficar contigo". Percebi logo que havia problemas, que o lado maquiavélico da besta tinha sido afinado, vejo um filme de terror, um thriller psicológico com a minha filha como personagem. Prostraram-se os dois, pai e filha, à minha frente numa despedida que parecia (do lado dela) ser a derradeira, a final. Momentos intermináveis. Enquanto ela chorava, ele estava calmo, frio, apreciando o resultado da cena cujo ensaio bem (maldosamente) escrito por ele estava a funcionar na perfeição. O pai - que foi acusado (pela psicóloga que o avaliou) de se vitimizar e criar angústia nos filhos para ser consolado por estes, de inverter papéis e levar a filha a sentir que tem de cuidar do pai - em vez de se emendar está a levar a sua estratégia ao extremo. A minha mãe estava à porta com o meu filho que chamava o pai mas nem um olhar recebeu. No momento em que vi a minha filha dobrar os joelhos e sufocar no choro, resolvi pegar nela e acabar com a cena. Ela esperneava, gritava pelo pai, debatia-se, a mãe malvada estava a levá-la para longe do pai.

                            Ao pegar nela fechei a porta. Ou pensei eu. O monstro meteu um joelho e conseguiu abrir, empurrando a minha mãe que estava com o meu filho ao colo. Apercebi-me e pus a minha filha no chão para ir fechar a porta. Na confusão não percebi que a menina estava a pôr lá a mão e entalei-a. Nada de grave, a ponta do dedo, mas magoei-a. Magoei-a sobretudo no coração. O que ela viu foi a mãe a separá-la do pai. O pai que ensaiou a cena para que tivesse exactamente este desfecho. Bingo para ele.

                            A minha boneca chorava. "Vai passar, tudo passa, meu amor". Ela, em vez de me acusar (pensei que estivesse zangada comigo) responde-me "adoro-te tanto mamã". Dormiu comigo na minha cama. O mano ficou com a minha mãe. Depois da cena é que senti como me termiam as pernas, as mãos, tudo, o coração acelerado. Tive medo. Outra vez. Revi o homem que me bateu uma vez e outra, que numa dessas ocasiões quase me fez perder a filha que ele agora tanto ama doentiamente...

                            Suz,

                            Não tenho palavras... esse homem é realmente um monstro!
                            Mas a justiça será feita... o relatório é só o primeiro passo. O final e mais grave vão ser os próprios filhos que vão ditar.
                            As crianças sabem, sentem, quem os ama e quem lhes quer bem... quem é bom e mau... e eles farão a sua escolha... aliás... já estão a fazer.
                            Deus permita que continues com essa força imensa... e que continues com esse descernimento monumental para seguires sempre o melhor!

                            Força... muita Força!


                            \"Bom mesmo é ir à luta, com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve.\"

                            \"Ter problemas na vida é inevitável; ser derrotado por eles é opcional\"

                            Comentar


                            • Cada vez que leio mais uma 'aventura' do teu ex. até me arrepio e nem sei o que dizer.

                              Hoje resolvi ir ler as primeiras páginas para me lembrar de como tudo começou e aí por volta da página 5 ou 6 deparei com um relato de quando ele te bateu com a tua menina ao colo.
                              Três anos passaram e pouco mudou no comportamento dele, mas se analisares bem, muito mudou no teu. O medo que dizes sentir hoje é tão diferente do que sentias na altura. Hoje és uma mulher muito mais independente e ciente do que se passa à tua volta, proteges os teus filhos da melhor maneira possível e as atitudes dele já não têm o impacto da altura.

                              Continua a fazer tudo como tens feito, é certo que uma ou outra vez não fazes da melhor maneira, mas quem faz? No final do dia o balanço é muito positivo e os teu filhos ficam a ganhar com a mãe que têm.

                              Beijinhos para os 3 e muita coragem.

                              Comentar


                              • Um comentário à anibla: a professora não se apercebeu que ele estava a tirar fotos. Eu apercebi-me porque, por acaso, sentei-me ao lado dele (só havia essa cadeira vaga, pois entrei mais tarde na sala). Ele tirou as fotos com o telemóvel e praticamente não faz barulho. Não sei se os outros pais se aperceberam porque estavam mais interessados na reunião. Mas vou, com certeza, falar com a escola sobre este assunto, apesar da professora não ter tido culpa nem se apercebido.

                                Segui o conselho da Maria Verde e liguei para a psicóloga da Segurança Social. Contei-lhe os últimos acontecimentos, desde o implorar da minha filha para estar junto a ela após a reunião de pais, o "quando fores crescdinha levo-te da mamã para vires viver comigo", a continuidade no comportamento do anormal, mesmo após ter lido o relatório, vir trazer o filho ao fim de umas horas sem uma palavra ou um beijo ao menino e, finalmente, a cena triste de domingo à noite. Não ficou nada surpreendida. Eu confessei-lhe que ainda pensei que ele depois de ler o relatório mudasse alguma coisa (não nas suas convicções mas por medo ao tribunal), e ela responde-me prontamente "ele não muda nem vai mudar, mas as regras têm de ser postas por escrito o mais depressa possível para que ele não as ultrapasse".
                                Ainda a respeito de domingo contei-lhe até que tinha entalado a minha filha e a levado à força do pai. Mas não ouvi censura, pelo contrário, ela apoiou-me e diz que é assim que deve ser: proteger a minha filha de um papel que não é dela, o de consolar o pai. Quem é que é a criança?

                                Continuo com receio do que aí vem. Do monstro nunca é nada de bom. Sinto-me vulnerável e não quero que os meus filhos percebam. Ando ansiosa novamente. O caminho da verdade é só um (não há duas verdades), mas os da mentira, manipulação e maldade podem ser vários. São os que ele trilha.

                                Comentar

                                slot_bottomleaderboard_post

                                Collapse
                                Working...
                                X