Olá Maria Verde,
Vou procurar esse livro, se possível hoje. Faltam-me as respostas e a imaginação. Ainda que o livro não responda ou sugira o que preciso, por certo poderá ajudar o meu espírito a acalmar. Obrigada pela sugestão e por estares sempre aí para me ouvir.
O meu filho continua a dizer que não quer ir para o pai. Ainda hoje de manhã me perguntou se amanhã eu não trabalhava e onde é que iamos. Respondi-lhe que o pai vinha buscá-lo. De imediato "não quero ir!" Pergunto (sabendo a resposta) porquê "não gosto de palmadas, o pai dá-me palmadas!" Semeouse-me a dúvida se a 6ªfeira passada teria sido a primeira vez... Acho que vou dar em doida... Às vezes sinto-me como que a levitar, longe, sem ouvir quem está à minha volta, incapaz de juntar as letras de uma simples palavra e fazer sair dali algum sentido, perco a fome (mas faço por comer), tenho insónias que já se fazem notar na cara, a esperança abalada...
A minha mãe, a pessoa que mais me ajuda, está com uma depressão. Entre outros factores (de menor importância), sobressai esta minha história, o sofrimento patente na cara, comportamentos e lágrimas dos netos. A ela, as palavras escritas com fogo infernal atingem-na mais que a mim e cai em choro quando a minha filha lhe conta (pois acaba por contar mais coisas à avó que a mim, a mãe) que o avô paterno está constantemente a dizer que ela é uma bruxa e é muito má. Já lhe disse para desvalorizar aquilo pois a neta só conta (ainda bem que se sente à vontade para contar) o que ouve, percebendo bem que aquilo é, sim, de alguém muito mau.
Pode ser que o livro me ajude a responder a questões como a que me foi posta ontem à noite pela minha pimpolha "para onde vão as pessoas quando morrem?" (isto seguiu-se a uma pergunta recorrente "quando vais morrer mamã?" "quando for muito velhinha, depois de ajudar a tratar dos teus filhos que serão os meus netos", acho que para a minha menina a ideia de continuidade comigo é muito importante, nisso todas as técnicas estiveram de acordo).
"Para onde vão as pessoas quando morrem?!" Bolas, desta não estava à espera como pergunta antes de adormecer... "são enterradas no chão, não é mamã?" Ui!
"Sim, podem ser, num sítio que se chama cemitério (mais vale explicar-lhe já o que é isso, ela até já deve ter ido porque a família do pai venera muito o culto dos cemitérios e procissões...), ou então já se pode transformar os ossos das pessoas em pozinhos que depois se lançam ao vento..."
"E a vida acaba?"
"A vida fica na alma, que deixa o corpo"
"Para onde vai a alma?"
"As almas das pessoas que são boas e se portam bem ganham asas e vão para o céu, onde estão os anjinhos"
"E as más?"
Aqui resolvi não falar no inferno (conceito que eu mais acredito que exista na terra, para os vivos do que para os mortos... até porque chamas não me parecem suficiente para condenar tantas atrocidades que o ser humano comete), disse então "as más vão para um sítio onde ficam a fazer castigos pelas coisas feias que fizeram até terem autorização de voar para o céu..."
... interrompeu-me: "então a A e o B (pais da madrasta) e a avó X e avô Y (avós paternos) vão para o chão! (o que ela entedeu como o sítio dos castigos)
Como ela consegue intuir estas coisas, talvez por ser criança e pura e escutar com o coração, como eu já lhe aconselhei quando tiver dúvidas sobre o que lhe dizem. Não resisti e perguntei "e o pai?"
"O pai vai para o céu..." Escutar com o coração não é 100% fiável (como eu aprendi isso... da pior maneira...)
Vou procurar esse livro, se possível hoje. Faltam-me as respostas e a imaginação. Ainda que o livro não responda ou sugira o que preciso, por certo poderá ajudar o meu espírito a acalmar. Obrigada pela sugestão e por estares sempre aí para me ouvir.
O meu filho continua a dizer que não quer ir para o pai. Ainda hoje de manhã me perguntou se amanhã eu não trabalhava e onde é que iamos. Respondi-lhe que o pai vinha buscá-lo. De imediato "não quero ir!" Pergunto (sabendo a resposta) porquê "não gosto de palmadas, o pai dá-me palmadas!" Semeouse-me a dúvida se a 6ªfeira passada teria sido a primeira vez... Acho que vou dar em doida... Às vezes sinto-me como que a levitar, longe, sem ouvir quem está à minha volta, incapaz de juntar as letras de uma simples palavra e fazer sair dali algum sentido, perco a fome (mas faço por comer), tenho insónias que já se fazem notar na cara, a esperança abalada...
A minha mãe, a pessoa que mais me ajuda, está com uma depressão. Entre outros factores (de menor importância), sobressai esta minha história, o sofrimento patente na cara, comportamentos e lágrimas dos netos. A ela, as palavras escritas com fogo infernal atingem-na mais que a mim e cai em choro quando a minha filha lhe conta (pois acaba por contar mais coisas à avó que a mim, a mãe) que o avô paterno está constantemente a dizer que ela é uma bruxa e é muito má. Já lhe disse para desvalorizar aquilo pois a neta só conta (ainda bem que se sente à vontade para contar) o que ouve, percebendo bem que aquilo é, sim, de alguém muito mau.
Pode ser que o livro me ajude a responder a questões como a que me foi posta ontem à noite pela minha pimpolha "para onde vão as pessoas quando morrem?" (isto seguiu-se a uma pergunta recorrente "quando vais morrer mamã?" "quando for muito velhinha, depois de ajudar a tratar dos teus filhos que serão os meus netos", acho que para a minha menina a ideia de continuidade comigo é muito importante, nisso todas as técnicas estiveram de acordo).
"Para onde vão as pessoas quando morrem?!" Bolas, desta não estava à espera como pergunta antes de adormecer... "são enterradas no chão, não é mamã?" Ui!
"Sim, podem ser, num sítio que se chama cemitério (mais vale explicar-lhe já o que é isso, ela até já deve ter ido porque a família do pai venera muito o culto dos cemitérios e procissões...), ou então já se pode transformar os ossos das pessoas em pozinhos que depois se lançam ao vento..."
"E a vida acaba?"
"A vida fica na alma, que deixa o corpo"
"Para onde vai a alma?"
"As almas das pessoas que são boas e se portam bem ganham asas e vão para o céu, onde estão os anjinhos"
"E as más?"
Aqui resolvi não falar no inferno (conceito que eu mais acredito que exista na terra, para os vivos do que para os mortos... até porque chamas não me parecem suficiente para condenar tantas atrocidades que o ser humano comete), disse então "as más vão para um sítio onde ficam a fazer castigos pelas coisas feias que fizeram até terem autorização de voar para o céu..."
... interrompeu-me: "então a A e o B (pais da madrasta) e a avó X e avô Y (avós paternos) vão para o chão! (o que ela entedeu como o sítio dos castigos)
Como ela consegue intuir estas coisas, talvez por ser criança e pura e escutar com o coração, como eu já lhe aconselhei quando tiver dúvidas sobre o que lhe dizem. Não resisti e perguntei "e o pai?"
"O pai vai para o céu..." Escutar com o coração não é 100% fiável (como eu aprendi isso... da pior maneira...)
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