Mães a tempo inteiro. Porquê?

[nanana]

susana, nem a propósito, hj isto apareceu-me à frente

http://aprendersemescola.blogspot.com/2009/01/o-que-o-unschooling.html

[Frasse]

Ola!

Eu também pensava e reclamava que ja estava farta de estar em casa a 2 meses de licenca de maternidade, nao via a hora de voltar ao trabalho e achava que 6 meses era tempo demais!

Quando voltei ao trabalho, 1 mes chegou para eu desejar que o tempo voltasse para tras, para eu ir para casa e ficar com o meu bebe (isto foi ha 2 anos). Muito porque o meu trabalho nao tem nada a ver com a minha area, e tipo call center, assessoria, e so se fala ingles ao telefone, ja la estava ha 3 e meio. Colegas espectaculares, ambiente optimo, salario acima da media e ja efectiva. O clique na minha cabeca deu-se no primeiro dia que deixei o meu bebe na creche, nao pude ficar la o dia de habituacao, porque tinha de ir trabalhar, tudo bem ficou o pai com ele....mas eu nao me senti bem. No 2o dia, ja nenhum de nos podia ficar, vim embora e o bebe ficou a chorar, e eu sai com um nó na garganta, isto ha 1 ano.

Ha 1 ano, eu queria sair do trabalho, nao queria que o Francisco passasse por isto tao novo, ansiedade, medo etc. Ha um ano tentei arranjar alternativas para deixar o trabalho. O meu marido esta so a receber bolsa, e mais que o que eu ganhava mas ainda nao era o suf. e o doutoramento so acabava este ano, 2010, logo nao era uma boa altura para eu deixar o meu trabalho, mas assim eu sentia-me asfixiada, pressionada, so me apetecia chorar, e faltava imensas vezes! eu achava que havia alternativas e ninguem me apoiava.
E enquanto trabalhava estava tao infeliz que a minha qualidade de vida em casa, diminuia, eu chegava cansada triste, e descarregava no marido e no filho.

Conclusao, ha 1 ano que estou a tomar antidepressivos, por causa deles consegui levantar-me todos os dias para ir trabalhar. Primeiro a familia achava que nao era normal eu ficar deprimida e num tempo de crise querer despedir-me, depois era porque eu nunca gostava de estar em trabalho nenhum e a psicologa achou que era depressao pos parto, depois de um ano, confesso que eu tambem achava, mas depois cheguei e confirmei que o unico problema era eu estar num trabalho que odeio, querer ver mais alem e so me punham paredes a frente!Sentia-me encurralada. Queriamos ter mais filhos e nao podemos por causa dos antidepressivos. E eu so pensava que se a minha vida acabar enquanto eu estou a trabalhar vou morrer infeliz!


Agora final de 2010, o marido acaba o douturamento, conseguimos ter um melhor timing para organizar a vida e finalmente despedi-me este ano. Sinto-me mais aliviada, com mais tempo para fazer o que quero. Ter mais tempo de qualidade com os meus meninos. E construir algo que eu e nos gostassemos de fazer, e ver se conseguimos algum "income". Sinto que perdi em dinheiro, e ganhei em qualidade de vida.
Nunca pensei que ia conseguir, porque sou uma pessoa activa, mas tudo seria mais facil se fosse um emprego que eu gostasse, assim sendo, prefiro ficar com o meu bebe.

Beijinhos gds

[carla1]

o que me chocou foi ler uma mamã dizer que os filhos de mães a tempo inteiro não teriam que ter o mesmo acesso a infantários públicos que um filho de uma mãe que trabalhe....não percebo porquê, mas isso é a minha opinião!!!!

Olá,

bem eu percebo porquê. Uma mãe que trabalhe e que tenha filhos pequenos/bebés, está mais desesperada por um infantário do que uma mãe a tempo inteiro. Logo, porque não terem mais acesso? Não é uma questão de "inferiorizar" as mães a tempo inteiro (que espero que venha a ser também a minha situação), acho que é uma questão de entender o desespero das mães que trabalham. E muitas trabalham por necessidade, o que leva ao desespero de estarem obrigadas a encontrar um sitio que fique com as crianças. Nesse aspecto, compreendo.

[Caalex]

Bichinho,
Algumas mães sugeriram que seria justo que uma mãe que optasse ficar em casa para cuidar dos seus filhos, fosse remunerada por esse motivo. Assim sendo, levantou-se a questão que deveriam apenas ter direito a essa remuneração caso os filhos não fossem para uma creche. Pessoalmente, acho que deveria ser assim. E refiro-me a bebés de pouca idade e não a crianças de 3 anos. Se a mãe opta por ficar em casa para cuidar dos filhos (sendo hipoteticamente remunerada por isso) deverá efectivamente estar com eles a 100% e não enviá-los para uma creche. A excepção seria crianças com mais de 3 anos - alturas em que é consensual as crianças terem contacto regular com outras crianças (mesmo assim, quanto a mim, deveriam frequentar apenas em part-time - sempre partindo do princípio q as mães seriam remuneradas).

Remuneradas ou não, levanta-se igualmente a questão colocada pela carla1: os meninos cujos 2 pais trabalhem a tempo inteiro deverão ter prioridade sobre os meninos em que um dos pais está em casa. E creio q em muitos sítios é assim que se passa.

[rbalmeid]

.
Uma das coisas que tenho encontrado nas minhas pesquisas (faço alguns trabalhos manuais e costuras) por exemplo na América existem muitas mães a tempo inteiro que ensinam os filhos em casa ou seja o estado reconhece esse tipo de ensino, cá acho que isso não é permitido.

Ola!

em Portugal é permitido sim. A criança esta na mesma associada a um agrupamento escolar e os pais teem acesso â documentaçao sobre os conteudos minimos e ao material de apoio, podendo ter reunioes de apoio com a escola. No Verao no Noticias magazine saiu uma reportagem com familias que praticam o ensino em casa.

Beijinhos
Rute

[AlimG]

Olá
Começo por dizer que não sou mãe atempo inteiro, mas que realmente admiro quem faz essa opção. Eu nunca seria capaz. O meu maior desejo era ser mãe a 'meio tempo', trabalhava de manhã e à tarde estava com os meus pequenitos. Como sabem isto não é possível na maioria dos sítios.

Quanto à discussão da remuneração tenho uma opinião um pouco diferente. Eu penso que as mães a tempo inteiro, num País pobre como o nosso, não devem ser remuneradas pelo estado, mas o tempo durante o qual tomam esta opção devia contar como anos de trabalho para a reforma.

Não me parece que faça muito sentido estar a pagar impostos para que algumas pessoas fiquem em casa a tomar conta dos seus filhos. Sei que há dinheiro dos impostos muito pior empregue, mas é uma questão de princípio. Em países como a Suiça ou a Noroega ou outros semelhantes talvez faça sentido. Aqui onde quem está no 4º escalão é rico o suficiente para perder abono de família, não me parece.
Sei que é uma opinião polémica, mas espero que entendam.

[rbalmeid]

Ola!

Tambem acho que o tempo que um pai ou mae fica sem trabalhar optando por tomar conta dos filhos deveria contar efeitos de reforma. E quanto a pagamentos é simples. Supostamente deveria existir uma rede de infantarios publica ou pelo menos comparticipada em que cada familia paga segundo as suas possibilidades. Ora o estado tem um custo mensal com cada criança nessa rede, que é tanto maior quanto menos possibilidades tem a familia. Pois bastaria que desse essa quantia a cada familia! Se um bebe esta numa instituiçao desse tipo o estado comparticipa de acordo com o escalao do IRS, se nao estiver (nao importa se porque esta em casa com um dos pais, com outro familiar, com uma ama ou num privado) a comparticipaçao seria paga à familia e pronto.

Beijinhos
Rute

[EducadoraLisa]

Ola!

Tambem acho que o tempo que um pai ou mae fica sem trabalhar optando por tomar conta dos filhos deveria contar efeitos de reforma. E quanto a pagamentos é simples. Supostamente deveria existir uma rede de infantarios publica ou pelo menos comparticipada em que cada familia paga segundo as suas possibilidades. Ora o estado tem um custo mensal com cada criança nessa rede, que é tanto maior quanto menos possibilidades tem a familia. Pois bastaria que desse essa quantia a cada familia! Se um bebe esta numa instituiçao desse tipo o estado comparticipa de acordo com o escalao do IRS, se nao estiver (nao importa se porque esta em casa com um dos pais, com outro familiar, com uma ama ou num privado) a comparticipaçao seria paga à familia e pronto.

Beijinhos
Rute

Isto não bem assim: aquilo que o estado paga or cada criança é igual não interessa o irs da familia, ou seja, as escolas (as ipss e comparticipadas) recebem o mesmo do estado quer tenham uma criança no 1º escalão quer tenham uma do 4º escalão, a diferença é unicamente para os pais.

Seja como for acho que quem tem a possibiliade de ser mãe a tempo inteiro deve aproveitar. Eu já fui mãe a meio tempo e adorava continuar, mas é impossivel.
E também acho que todas as crianças, mesmo as que estão em casa com um dos pais, deveria ter acesso a uma creche ou jardim de infância pois se assim fosse poderia-se juntar 2 coisas excelentes para o desenvolvimento integral e harmonioso da criança.

[rbalmeid]

Sim EducadoraLisa porque nao existe a tal rede publica de infantarios, so a comparticipada e as instituições é que assumem a diferença (o que a meu ver esta mal, mas enfim). Se a rede fosse publica, pelo menos em parte, o gasto do estado teria de ser a diferença, certo?

Beijinhos
Rute

[EducadoraLisa]

Sim EducadoraLisa porque nao existe a tal rede publica de infantarios, so a comparticipada e as instituições é que assumem a diferença (o que a meu ver esta mal, mas enfim). Se a rede fosse publica, pelo menos em parte, o gasto do estado teria de ser a diferença, certo?

Beijinhos
Rute

Era bom que existisse essa rede pública...

[rbalmeid]

Era bom que existisse essa rede pública...

Bem, ja era bom que rede de pre-escolar fosse o que devia... Mas se nem isso esta no terreno como se pode esperar que esteja para os mais pequenos...

Na verdade a vertente creche nem aqui em Espanha tem cobertura suficiente. Onde eu vivo o lugar em infantario publico esta garantido para todos os que completam os 3 anos e podem fazer os 3 anos de pre-primaria na publica todos os miudos so pagando refeiçoes, mas a rede de creches publicas so cobre um quarto da populaçao e por isso so tem acesso as familias mais carenciadas. E a licença de maternidade é so de 16 semanas... Ja agora abono de familia é igual para toda a gente mas so se a mae trabalha e ate aos 3 anos. Ou seja se és mae a tempo inteiro nao recebes.

Beijinhos
Rute

[evian]

Carla1 disseste:"Olá,

bem eu percebo porquê. Uma mãe que trabalhe e que tenha filhos pequenos/bebés, está mais desesperada por um infantário do que uma mãe a tempo inteiro. Logo, porque não terem mais acesso? Não é uma questão de "inferiorizar" as mães a tempo inteiro (que espero que venha a ser também a minha situação), acho que é uma questão de entender o desespero das mães que trabalham. E muitas trabalham por necessidade, o que leva ao desespero de estarem obrigadas a encontrar um sitio que fique com as crianças. Nesse aspecto, compreendo. "

Mas a escola está longe de ser um sitio para ficar com as crianças....enquanto se pensar assim nunca vai existir em portugal uma rede escolar de qualidade, nunca se vai exigir ao governo um direito que é uma rede escolar publica de excelente qualidade.
Olhem para a Suécia...o pré escolar é visto como a base de tudo, aqui é visto como um tem de ser para se ir trabalhar...
Ser me a tempo inteiro não condiz nos meus parametros com nao colocar um filho meu no pré escolar aos 3 anos.
Esse blog que deixaram o link ai em cima...ainda nao o li como deve ser...depois venho ca dar a minha opiniao...mas...tenho serias reservas...

[evian]

Olá
Começo por dizer que não sou mãe atempo inteiro, mas que realmente admiro quem faz essa opção. Eu nunca seria capaz. O meu maior desejo era ser mãe a 'meio tempo', trabalhava de manhã e à tarde estava com os meus pequenitos. Como sabem isto não é possível na maioria dos sítios.

Quanto à discussão da remuneração tenho uma opinião um pouco diferente. Eu penso que as mães a tempo inteiro, num País pobre como o nosso, não devem ser remuneradas pelo estado, mas o tempo durante o qual tomam esta opção devia contar como anos de trabalho para a reforma.

Não me parece que faça muito sentido estar a pagar impostos para que algumas pessoas fiquem em casa a tomar conta dos seus filhos. Sei que há dinheiro dos impostos muito pior empregue, mas é uma questão de princípio. Em países como a Suiça ou a Noroega ou outros semelhantes talvez faça sentido. Aqui onde quem está no 4º escalão é rico o suficiente para perder abono de família, não me parece.
Sei que é uma opinião polémica, mas espero que entendam.

Nao é pagar impostos para que algumas pessoas ficassem em casa...seria pagar impostos para que TODOS (tu inclusivé se quisesses) podessem ficar em casa!!

[miosotis]

Mas a escola está longe de ser um sitio para ficar com as crianças....enquanto se pensar assim nunca vai existir em portugal uma rede escolar de qualidade, nunca se vai exigir ao governo um direito que é uma rede escolar publica de excelente qualidade.
Olhem para a Suécia...o pré escolar é visto como a base de tudo, aqui é visto como um tem de ser para se ir trabalhar...

Evian, gosto disto!

[nanana]

lol miosotis, fui ao like com o rato ver se era clicável =)

é a funcionalidade q estamos à espera!