RE:
Olá
Eu continuo bem com o cansaço habitual ao fim de um dia de trabalho (rematado sempre com 40min de parque infantil + 20min de café com "a cria" e amigos). tenho é estado muito ocupada com uma luta paralela e consequente à do cancro que venho partilhar com vocês:
Trabalho há 12 anos a recibos verdes, sempre passadinhos para a mesma entidade, pico ponto, recebo 14 meses, pago a minha segurança social, o meu IVA, etc. etc. Ou seja, obrigações e deveres de contrato mas a "falsos recibos verdes" apesar das denuncias que já foram feitas.
Agora com um cancro descobri que tenho direito a uma pseudo-baixa: posso ficar em casa até 12 meses, sem pagar a prestação à Segurança Social e sem direito a qualquer tipo de remuneração.
Deve-se ter em conta que um tratamento oncológico deste tipo demora cerca de um ano e meio... e a pseudo-baixa é de um ano!
No entanto, se trabalhasse por conta de outrem a mesma baixa poderia alongar-se até três anos e remunerada!!! Deduzo então que o Estado parte do princípio que os profissionais liberais (forçados ou não) têm mais saúde e podem alegremente trabalhar entre quimioterapias e nos pós-operatórios.
O meu problema põe-se quando a "entidade patronal" voltou atrás com a sua palavra de suposta solidariedade e decidiu despedir-me por eu não aceitar vir trabalhar ou trabalhar em casa nos dias que se seguem à quimioterapia. Após uma longa conversa decidiu aceitar os meus tempos de descanso e cortar-me o salário para metade. Isto algo de imaginável para mim neste momento pois pouco sobra para além de conseguir pagar a casa (pago uma casa sozinha).
Restou-me então inciar um processo jurídico sendo que o meu advogado é o pai do David, também ele super revoltado com esta situação. Tenho a receber muito dinheiro pelos 12 anos de recibos verdes ... e o cancro enfraquece-me fisicamente mas dá-me forças que nunca pensei ter. Acho que se redefinem as prioridades e os nossos direitos como trabalhadores são algumas delas. Pareço uma comunista a falar mas a verdade é que até hoje nunca percebi tanto de direito do trabalho :d
Ao contactar algumas entidades fui solicitada para dar a cara nos orgãos de comunicação social, expondo a situação precária dos recibos verdes mas creio que não o vou fazer, essencialmente porque não me quero expor e não quero prejudicar os meus colegas...
Beijos e até breve.
Olá
Eu continuo bem com o cansaço habitual ao fim de um dia de trabalho (rematado sempre com 40min de parque infantil + 20min de café com "a cria" e amigos). tenho é estado muito ocupada com uma luta paralela e consequente à do cancro que venho partilhar com vocês:
Trabalho há 12 anos a recibos verdes, sempre passadinhos para a mesma entidade, pico ponto, recebo 14 meses, pago a minha segurança social, o meu IVA, etc. etc. Ou seja, obrigações e deveres de contrato mas a "falsos recibos verdes" apesar das denuncias que já foram feitas.
Agora com um cancro descobri que tenho direito a uma pseudo-baixa: posso ficar em casa até 12 meses, sem pagar a prestação à Segurança Social e sem direito a qualquer tipo de remuneração.
Deve-se ter em conta que um tratamento oncológico deste tipo demora cerca de um ano e meio... e a pseudo-baixa é de um ano!
No entanto, se trabalhasse por conta de outrem a mesma baixa poderia alongar-se até três anos e remunerada!!! Deduzo então que o Estado parte do princípio que os profissionais liberais (forçados ou não) têm mais saúde e podem alegremente trabalhar entre quimioterapias e nos pós-operatórios.
O meu problema põe-se quando a "entidade patronal" voltou atrás com a sua palavra de suposta solidariedade e decidiu despedir-me por eu não aceitar vir trabalhar ou trabalhar em casa nos dias que se seguem à quimioterapia. Após uma longa conversa decidiu aceitar os meus tempos de descanso e cortar-me o salário para metade. Isto algo de imaginável para mim neste momento pois pouco sobra para além de conseguir pagar a casa (pago uma casa sozinha).
Restou-me então inciar um processo jurídico sendo que o meu advogado é o pai do David, também ele super revoltado com esta situação. Tenho a receber muito dinheiro pelos 12 anos de recibos verdes ... e o cancro enfraquece-me fisicamente mas dá-me forças que nunca pensei ter. Acho que se redefinem as prioridades e os nossos direitos como trabalhadores são algumas delas. Pareço uma comunista a falar mas a verdade é que até hoje nunca percebi tanto de direito do trabalho :d
Ao contactar algumas entidades fui solicitada para dar a cara nos orgãos de comunicação social, expondo a situação precária dos recibos verdes mas creio que não o vou fazer, essencialmente porque não me quero expor e não quero prejudicar os meus colegas...
Beijos e até breve.
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