RE: Tirem-me deste filme!
Li os vossos comentários com atenção e consideração por quem me acompanha "ouvindo" a minha história.
Hoje acordei com a maior vontade de abraçar a minha filhota. Beijei-a e disse-lhe outra vez que gostava muito dela. Escolhemos as duas a roupa para ela levar à escola, ela é que escolheu os sapatos. Não eram os mais adequados mas não a contrariei (sentimento de culpa pelo que fiz ontem?!). Estávamos a conversar sobre o que ela ia fazer na escola e ela diz que queria ir andar de pónei outra vez. Outra vez? "Andaste com o pai?". Responde que sim e logo a seguir diz "quero ir para o pai! Mamã, hoje não quero ir para a escola, quero ir para o pai!"
Foi uma facada. Mas contive-me e segui o conselho da evian e respondi-lhe "está bem, logo ligo ao pai para vir buscar-te mas agora tens de ir para a escola aprender muito". Nem mudei o tom de voz. E ela ficou contente. No entanto, senti uma revolta por dentro, tristeza, sensação de ter falhado, de não ser suficiente... toda a dedicação, carinho e cuidados deitados por terra porque eu não tenho nem a disponibilidade (os programas que faço têm de dar para os dois filhos) nem a capacidade financeira do pai. E pronto, tenho de reconhecer, nem sempre estou completamente cheia de vontade de fazer palhaçadas e transgredir as regras que considero essenciais só para que a minha filha me considere "fixe" e a melhor companheira de brincadeiras. Procuro o equilíbrio, não é nada fácil... às vezes sinto-me uma desequilibrada e depois faço asneira, como ontem, em que disse aquilo à minha menina.
Há outro aspecto. Perguntei à minha filha se o mano também podia ir (ao pai, ao pónei). Respondeu "Não! Vou só eu! O mano fica cá". Eu sei que ela respondeu isto não pelo aquilo que verifica (ela vai sempre e o irmão fica) mas porque ela, de facto, gosta que seja assim. Está na idade de ser egoísta. É normal. E o pai também não contraria nada essa tendência. Ela não quer que o irmão vá porque já lhe basta em casa ter de dividir atenção com ele. Quando vai para o pai, ela é a única princesa do reino...
Despedi-me dela voltando a ouvir "quero ir para o pai!". Dei-lhe a mesma resposta. Mas doi. Doi muito. E sei, infelizmente que vou ouvir isto muitas vezes e que até há-de ser pior. É a vida...
evian (28-10-2009)Por favor...não faças isto com a tua filha...não lhe destruas a auto-estima, nem a personalidade...ela assim tornar-se-á uma criança insegura, infeliz e que cedo ira aprender que nao pode ser sincera contigo pois tu nao gostas...aprendera a corresponder as tuas espectativas e do outro lado as espectativas do pai...aprendera a ter uma personalidade dupla conforme o meio ambiente em que está...
Eu sei que doi...mas caramba , nao queres que a tua filha veja a vida pelos teus olhos...ela so tem 3 anos, ela gosta do pai e para ela é um grande sofrimento que voces nao estejam todos juntos pois ela nao percebe...nem tem de perceber com esta idade. Provavelmente teria sido melhor teres-lhe dito: esta bem a mama logo liga ao pai para ele vir brincar. Provavelmente ela esquecia-se e se nao se esquecesse tu dizia-lhe que o pai nao podia vir...mas por favor...ela so tem 3 anos e nao tem culpa de nada...tu sabes...
Eu sei que doi...mas caramba , nao queres que a tua filha veja a vida pelos teus olhos...ela so tem 3 anos, ela gosta do pai e para ela é um grande sofrimento que voces nao estejam todos juntos pois ela nao percebe...nem tem de perceber com esta idade. Provavelmente teria sido melhor teres-lhe dito: esta bem a mama logo liga ao pai para ele vir brincar. Provavelmente ela esquecia-se e se nao se esquecesse tu dizia-lhe que o pai nao podia vir...mas por favor...ela so tem 3 anos e nao tem culpa de nada...tu sabes...
Li os vossos comentários com atenção e consideração por quem me acompanha "ouvindo" a minha história.
Hoje acordei com a maior vontade de abraçar a minha filhota. Beijei-a e disse-lhe outra vez que gostava muito dela. Escolhemos as duas a roupa para ela levar à escola, ela é que escolheu os sapatos. Não eram os mais adequados mas não a contrariei (sentimento de culpa pelo que fiz ontem?!). Estávamos a conversar sobre o que ela ia fazer na escola e ela diz que queria ir andar de pónei outra vez. Outra vez? "Andaste com o pai?". Responde que sim e logo a seguir diz "quero ir para o pai! Mamã, hoje não quero ir para a escola, quero ir para o pai!"
Foi uma facada. Mas contive-me e segui o conselho da evian e respondi-lhe "está bem, logo ligo ao pai para vir buscar-te mas agora tens de ir para a escola aprender muito". Nem mudei o tom de voz. E ela ficou contente. No entanto, senti uma revolta por dentro, tristeza, sensação de ter falhado, de não ser suficiente... toda a dedicação, carinho e cuidados deitados por terra porque eu não tenho nem a disponibilidade (os programas que faço têm de dar para os dois filhos) nem a capacidade financeira do pai. E pronto, tenho de reconhecer, nem sempre estou completamente cheia de vontade de fazer palhaçadas e transgredir as regras que considero essenciais só para que a minha filha me considere "fixe" e a melhor companheira de brincadeiras. Procuro o equilíbrio, não é nada fácil... às vezes sinto-me uma desequilibrada e depois faço asneira, como ontem, em que disse aquilo à minha menina.
Há outro aspecto. Perguntei à minha filha se o mano também podia ir (ao pai, ao pónei). Respondeu "Não! Vou só eu! O mano fica cá". Eu sei que ela respondeu isto não pelo aquilo que verifica (ela vai sempre e o irmão fica) mas porque ela, de facto, gosta que seja assim. Está na idade de ser egoísta. É normal. E o pai também não contraria nada essa tendência. Ela não quer que o irmão vá porque já lhe basta em casa ter de dividir atenção com ele. Quando vai para o pai, ela é a única princesa do reino...
Despedi-me dela voltando a ouvir "quero ir para o pai!". Dei-lhe a mesma resposta. Mas doi. Doi muito. E sei, infelizmente que vou ouvir isto muitas vezes e que até há-de ser pior. É a vida...
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