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Tirem-me deste filme!

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  • Normalmente não gosto de dar palpites neste tipo de tópicos e ainda mais sem ter lido tudo o que está para trás, mas quero dizer umas coisas.
    Conheço um caso de divórcio em que os filhos são agora adultos. Os pais divorciaram-se já tinha o mais velho uns 15 anos mas a separação e os problemas começaram bem antes. Não pensem que há uma parte que tem a razão toda.
    Neste caso, o pai trocou a mãe por outra. Entretanto casou e já tem uma filha. A mãe deles tem razão em tudo? Não. Ainda hoje manda pequenas indirectas que eu sei que magoam os filhos porque, apesar de tudo, só têm aquele pai. Ela não faz por mal mas as coisas saem e pequenas coisinhas que eram escusadas são ditas. Nunca diz o nome da "outra" e para deixar os filhos aceitarem a irmã que têm foi muito difícil. O filho mais velho é que decidiu que a criança não tem culpa e é irmã dele e cada vez mais estimula o contacto. A mãe não gosta mas azar.
    Eu sei que as coisas doem, eu vejo isso. Doem aos filhos porque o pai lhes liga pouco, doem à mãe pela dor da troca e pelo casamento que acabou. No entanto, é desnecessário e mau para todos deixar uma coisa que aconteceu há anos magoar tanto.
    Eles não gostam particularmente da mulher do pai, até pela situação da traição, mas lidam com ela civilizadamente. isto foi só depois de uma intervenção minha, porque nem eram capazes de estar numa sala com ela. Conclusão, eles próprios é que perdiam porque perdiam oportunidades de estar com o pai. o pai erra muito por não facilitar certas coisas, mas os filhos souberam ser mais adultos e avançar.
    Tu também tens de ser adulta e avançar. Não deixes que magoem os teus filhos, mas lembra-te de que tudo o que é dito e feito agora não é esquecido. Este filho mais velho lembra-se do pai a sair de casa, tinha uns 5 anos. Ainda hoje lhe dói.
    2 filhotes lindos

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    • Olá, querida Suz!

      Tenho dado uma vista de olhos por cá, mas ando sempre a correr. Confesso que quando vi que Maria Verde andava a rondar o tópico fiquei ansiosa pela resposta dela, porque acho que tem sempre intervenções "no ponto" E claro que gostei! Em relação às outras meninas, fiquei contente que o tópico se tenha movimentado, é bom novas perspectivas e também puxamos pela nossa Suz. Apesar de tudo, acho que ainda faz bem falar sobre isto... Mas acho que vale a pena ler o "filme" do início. Bem sei que, aqui, só temos uma versão, a da Suz, mas desde do ínico que isto teve muitos e mirabolantes pormenores (e aqui estão só os que esta mãe aqui veio contar...) e lendo só as últimas novidades o "diagnóstico" de que a Suz já devia ter ultrapassado isto é fácil. Mas não lhe têm facilitado a vida para isso. Claro que isto acaba por ser uma opinião subjectiva (como todas as opiniões), mas eu não sei como estaria com estas condicionantes todas. Acredito que seja como se uma pessoa quisesse dar menos importância, quisesse deixar para trás, quisesse recomeçar, quisesse pensar em si, bolas, e todos os dias há qualquer novidade que nos chateia. Como podemos desvalorizar o que faz quem não trata bem os nossos filhos, percebem? Como podemos não nos culpar por isso? Deixamos de sentir? Eu acho que sim, que o caminho é todo esse que já falaram, mas há que dar o desconto, não é fácil. E quem sabe se isto dos meninos estivesse revolvido/legalizado não lhe serenava o coração. Ao menos saberia que este pai cumpria com as suas responsabilidades legais, aliviaria a parte económica, era menos uma sensação de injustiça. Esta é a minha leitura.

      Como disseram, e muito bem, não podemos mudar as pessoas. E a Suz teve que acreditar que este senhor que já foi capaz de fazer o que fez até aqui, não parece ter grandes probabilidades de vir a desabrochar num pai extremoso e dedicado. O que isso não provocará cá dentro? Afinal foi quem nós escolhemos para pai dos nossos filhos. Com que intenções faz isso, lá as terá (e pagará por elas, provavelmente), ou se é imaturo, paciência. Mas temos que perceber que estes comportamentos afectam os miúdos e isso afecta directamente a mãe. É claro que não consegue desligar, que sente que podia ter "escolhido melhor", "como é que se deixou enganar", etc, etc. Concordo contigo, Suz, que talvez ainda não te tenhas reconciliado com esta parte da tua vida, daí que naturalmente, o episódio da carteira te tenha mais uma vez, magoado e relembrado tudo, mas também percebo que esta recuperação não seja linear. Além disso é preciso não esquecer que quando tudo aconteceu, tinhas dois bebés a teu cargo e que, provavelmente, não tiveste tempo para pensar em ti.
      Micaela (que bom também teres vindo cá... ), pelo que é contado aqui não acho que a Suz teça comentários sobre a família do pai à frente dos meninos ou que tente denegrir imagens (mesmo que involuntariamente) e acho que se esforça muito para manter esta relação, e por isso mesmo, é que fica triste e insegura com as reacções do outro lado. Daí é que me parece que vem a mágoa - e não do passado ou do fim do casamento.

      Suz, impressionou-me aquela situação do banho com a tua menina, pela dureza emocional. Se calhar vou falar do que não sei, não leves a mal, mas acho que não devias questionar (à frente dela), ou pôr-lhe a dúvida de que se calhar não és a melhor mãe para ela. Talvez isso ainda crie mais angústia no seu coraçãozinho, saber que tens esses pensamentos, percebes a ideia? É claro que és a melhor mãe de todas para ela e que, como todas as Mães, és insubstituível; e é claro que isso sairia da boca de qualquer uma de nós ao final de um dia de trabalho, cansadas, exaustas, etc, mas esta menina, como tu contas, anda sensível. Não me leves a mal esta observação.

      Uma última coisa: eu fui das pessoas que se indignou com a festa de natal. Peço muito desculpa se isso ofendeu a becas mas penso que, como em tudo, cada caso é um caso. Mantenho a minha indignação dado o contexto deste caso, mas puseste-me pensar do outro lado. Obrigada!

      Grande Suz, um beijinho, vai dando notícias.
      [hr]

      Laranja

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      • Querida laranja!

        Tenho três palavras para ti: muito, muito obrigada!

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        • Laranja e Suz,

          Desculpem se me intrepertaram mal... eu não acho que a Suz devia ter ultrapassado. Eu acho que ela merece e tem que ultrapassar!
          Claro que é dificil ultrapassar, claro que toda a envolvente não ajuda... mas lá está... não vale a pena esperar que mude... não vai mudar!
          Resta levantar a cabeça, olhar em frente e fazer o melhor por ti e pelos teus filhos... e o melhor vai ser conseguires ignorar, conseguires que não te afectem 90% do que ele faz (os outros 10% são para as coisas relamente graves e que são impossiveis qualquer ser humano ignorar...).
          Nessa altura estarás pronta para ser feliz e até para conseguires, com mais clareza e descernimento lutar pelo melhor para os teus meninos!


          \"Bom mesmo é ir à luta, com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve.\"

          \"Ter problemas na vida é inevitável; ser derrotado por eles é opcional\"

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          • [QUOTE=laranja;2554251

            Micaela (que bom também teres vindo cá... ), pelo que é contado aqui não acho que a Suz teça comentários sobre a família do pai à frente dos meninos ou que tente denegrir imagens (mesmo que involuntariamente) e acho que se esforça muito para manter esta relação, e por isso mesmo, é que fica triste e insegura com as reacções do outro lado. Daí é que me parece que vem a mágoa - e não do passado ou do fim do casamento.
            .[/QUOTE]


            Eu só quis alertar para o facto de os mais pequenos comentários deixarem marcas. É evidente que compreendo a angústia de uma mãe que vê os filhos a sofrerem e até a serem maltratados pelo outro lado. Ainda agora estive com duas pessoas que estão a passar por um caso bem semelhante e até arrepia saber do que as pessoas são capazes. No entanto, devemos pensar bem no que dizemos em frente às crianças, ou seja, acabo por concordar com o que a laranja diz. O mais pequeno comentário marca-os de maneiras que nem imaginamos, porque eles não percebem o que queremos dizer.
            Por exemplo, detesto ter clientes que vêm tratar do divorcio e trazem os filhos para as consultas. Acho horrível.
            Não sei o que ele fez ou faz mas posso imaginar pelos vários casos de que já tratei ou vi colegas a tratar. É péssimo as crianças terem de passar por isto (é claro que para os pais também é mau mas percebem onde quero chegar). Se há um lado que não as respeita, não acho que hajam fórmulas mágicas para resolver este tipo de problemas. Parece-me a mim que temos de arranjar forças em nós para os proteger, e acho que os protegermos se nos virem como pessoas fortes e que não se deixam abater. Claro, falar é fácil, mas se os teus filhotes te virem forte não vão ficar preocupados contigo (e acredita, eles preocupam-se). Se a luz do mundo deles, a mamã, estiver melhor, eles também vão ficar. Eu sei que deve ser imensamente difícil ser superior a gente assim, mas só te posso mandar muita força virtual para o fazeres. Agora pode ser difícil mas os teus filhos vão reconhecer a tua força mais tarde.

            Como motivação, vou dar o exemplo da minha avó. Há uns 70 anos atrás, a minha avó casou. O marido bateu-lhe e ela teve força para o pôr fora de casa. Isto há 70 anos, quando nem existia divórcio. Mais ainda, a minha avó enfrentou as bocas do mundo e juntou-se com o meu avô. Teve 11 filhos, dos quais sobreviveram 7. O meu avô morreu tinha o meu pai 11 anos. A minha avó teve uma vida dura e difícil a criar 7 filhos sozinha. Entretanto, teve mais de 20 netos e uma quantidade imensa de bisnetos. Faleceu aos 93 anos.
            Não há uma única pessoa na família que não reconheça desde cedo a força imensa que foi a minha avó. Passou por muita coisa difícil, defendeu os filhos de coisas absurdas, defendeu uma nora vítima de violência doméstica do próprio filho, defendeu os netos... Toda a imensa descendência dela, em particular as mulheres, (eu incluída) reconhece que somos pessoas bem melhores pela força da minha avó. Espero que alguma da força desta mulher fabulosa te chegue e te faça resistir.
            2 filhotes lindos

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            • MB!!
              Como estás, rapariga? Espero que esteja tudo bem contigo e com a pequenota
              Eu percebi muito bem a tua intervenção. E reconheci o teu espírito positivo de outras paragens, que adoro, vamos lá embora, para a frente, dar a volta, tudo se resolve. É óptimo! E eu não acho que não tenhas razão, percebes, é esse o caminho, e são óptimos conselhos, mas por tudo o que eu já li aqui, sei que a Suz sabe isso perfeitamente, e que, apesar de tudo, é isso que tem tentado fazer...Mas não dá para fechar os olhos a certos jogos nitidamente psicológicos cujos objectos são os seus meninos; quando assim é parece-me que é muito mais difícil desvalorizar ou relativizar. Sabendo que tens os teus filhos naquele ambiente, a ser expostos a determinadas influências que tu não praticas ou rejeitas e te divides entre isso e saberes que privá-los do pai, obviamente, também nunca seria uma solução (nem correcta, nem civilizada, nem nada) e ainda assistires à repercussão que estes dois ambientes têm no comportamento das crianças - que ainda por cima são diferenciadas no seu tratamento pelo pai. Acho um caso complexo, sabes? (sem estar aqui a querer dizer que os outros são simples!) Se serve de alguma coisa estar a pensar nisso se não tens meios de a modificar? Se calhar não, mas é a maneira de cada um a lidar com estas contrariedades. Além disso, eu acho que a Suz vem aqui desabafar e acaba por trazer para aqui os momentos menos bons (que eu acho que deve fazer enquanto se sentir bem!). Acredito que ela dê a volta por cima, vá em frente e desvalorize, no seu dia-a-dia. Afinal continua a trabalhar, a sair de casa, a preparar os meninos, provavelmente a ir às compras, fazer refeições e tratar da casa, por exemplo.

              Suz, que parvoíce, não tens que agradecer nada...Espero não ter sido descarada nalguma afirmação. E estar aqui a falar da tua vida como se não estivesses aqui. Corrige-me se for necessário! O que tenho a certeza é que todas nós torcemos para que tudo se resolva

              Beijinhos, MB.
              Beijinhos, Suz (ando por aqui...!)
              [hr]

              Laranja

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              • Laranja

                Pois... eu tb acho o caso da Suz extremamente complexo. É o exemplo de como os pais (neste caso o pai) nunca devia agir num divórcio... infelizmente existem demasiados casos assim.
                Mas sabes, eu acredito seriamente que em breve as próprias crianças farão a sua escolha. Só precisam de saber que a mãe está e estará sempre lá para eles, com todo o amor do mundo para lhes dar.
                Nem sei se consigo imaginar o que a Suz sente com tudo o que ele faz às crianças... compara com algumas atitudes do meu ex que eu não gosto (como por a Mb a dormir com ele e com a namorada... fez isso uma vez... deu uma discussão como nunca tivemos e ponto final na história!). Mas uma das coisas que eu aprendi com o divórcio é que vai haver sempre muita coisa que vou saber e que não vou gostar, que vou ver e vou desaprovar, mas que infelizmente não consigo controlar (em muitos casos nem tenho o direito) e por isso interiorizei que não vale a pena consumir-me com isso.
                Ao tentar imaginar tudo o que a Suz tem passado só me occorre que quando os meninos tivessem comigo eu dar-lhe-ia todo o amor e carinho do mundo, tentaria aliviar algumas dores e explicaria algumas atitudes do pai (mesmo só me apetecendo chamar 3000 nomes ao pai, como já me aconteceu...). Mas como mãe, e sobretudo, como Mulher é imperativo que a Suz comece a relativizar algumas coisas... aos poucos... com tempo...
                Não tenho pretensões a achar que o que estou a dizer é novo para ti Suz... mas às vezes vindo da boca de outra pessoa tem mais impacto e funciona como "pontapé"...

                E Suz... és uma mulher com M... o que tens passado ninguém merece... e por isso gostava de um dia chegar a este "teu diário" e ler que estás mais leve... que já não carregas o mundo às costas... e por fim... que estás feliz!

                Eu e a Mb estamos óptimas! A Mb está perfeitamente adaptada à sua nova vida. Com o tempo tem tido consiência de algumas coisas que não teve na altura por ser demasiado pequena, mas acho que temos conseguido resolver bem


                beijinhos grandes às duas!
                Ultima edição por MBprincesa; 17-02-2011, 16:47.


                \"Bom mesmo é ir à luta, com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve.\"

                \"Ter problemas na vida é inevitável; ser derrotado por eles é opcional\"

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                • Inserido Inicialmente por laranja Ver Mensagem
                  Uma última coisa: eu fui das pessoas que se indignou com a festa de natal. Peço muito desculpa se isso ofendeu a becas mas penso que, como em tudo, cada caso é um caso. Mantenho a minha indignação dado o contexto deste caso, mas puseste-me pensar do outro lado. Obrigada!
                  .
                  Não me ofendeste...eu percebo a diferença de situações...mas se fosse uma situação normal a companheira do pai teria todo o direito (e até o dever...) de ir à festa de natal, e essa ideia não transpareceu em alguns comentários...
                  No fundo, com estas minhas intervenções só queria alertar para o facto de que a raiva e a dor leva por vezes a actos e palavras que se destinam ao adulto mas que ferem essencialmente as crianças... Pelo que tenho percebido, não é esse o caso da Suzhelen, felizmente...ela tem protegido os filhos e acredito que continuará a fazê-lo!
                  Retomando a questão de saber até que ponto a filha de 5 anos pode compreender, ou até que ponto a informação deve ser partilhada, penso que um profissional (psicólogo ou pedopsiquiatra) pode ajudar muito neste campo, mas gostava de partilhar que, com esta idade, a imaginação e a fantasia ainda têm um papel muito grande.
                  Quando eu conheci a filha mais nova do meu marido ela tinha 6 anos recém-feitos, mas ao princípio a relutância dela em ver-me era grande porque a mãe e a família do pai (meu marido) tinha-lhe dito que eu era má e que ela não devia gostar de mim, pois se me tratasse mal o pai deixava-me e voltava para casa. A criança depois confessou ao pai que tinha ficado muito aliviada quando me viu porque pensava que eu tinha cabelos brancos, rugas e era muito velha (como as bruxas das histórias infantis)...
                  Outra coisa que hoje as filhas do meu marido se queixam é que quando chegavam a casa dos fins de semana eram sujeitas a um interrogatório enorme: o que tinham comido, onde tinham ido, com quem tinham estado...só agora que são adultas é que confessam como isso era doloroso. Até porque ao interrogatório se seguiam os insultos a nós dois, claro...
                  Enfim, não vos quero chatear mais com as coisas que entretanto, muitos anos depois, viemos a saber...é pena que uma mãe (neste caso era a mãe, no caso da Suz é o pai) possa, por raiva, fazer tanto mal às filhas...a ideia era que elas detestassem o pai e ela assim se pudesse vingar...

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                  • Olá Suzhelen,

                    (obrigada Laranja pelo cumprimento mas por acaso até acho que fui muito densa e transcendental... isto às vezes não me sai como eu quero. )


                    Eu não sou apologista do sofrimento, mas reconheço-lhe várias virtudes... quando estamos a ter um filho, maior a dor quanto menos focadas estivermos no parto em si, a dor é como um sinal a indicar o caminho; na vida é a mesma coisa, onde mais nos doi é onde mais temos que mudar. E quanto mais resistência fazemos, pior... temos que exercitar a nossa plasticidade.
                    A dor faz-nos definhar e morrer... e depois renascemos mais fortes, porque tivemos que ir cá dentro buscar forças, onde? às nossas capacidades, à nossa criatividade, intuição, sabedoria e positivismo e ao amor por nós.



                    Não sei até que ponto é que o sucesso escolar, académico e provavelmente profissional não te terão feito contornar um útil exercício - aprender a gerir frustrações, saber perder e dar a volta por cima, com optimismo. Estou a pensar aqui no fim do teu casamento.
                    E o exercício que podes fazer é: porque é que me iludi (leia-se porque me atraí por este padrão de homens)? porque é que precisei ser mãezinha dele? porque é que aceitei dar mais do que receber? porque é que precisei viver esta experiência emocional em que fui tão maltratada? o que é que isto diz do meu amor-próprio? será que me atraí por um homem que espelhava o que eu afinal também sentia por mim? ... esta conversa contigo própria vai permitir conheceres-te melhor, compreenderes-te e aceitares-te, com humildade... reconhecendo porém os teus talentos.
                    E (muito importante) aprender com o passado para não repetir o mesmo com um próximo companheiro. Se bem que, vencido este desafio, tu nunca mais vais reviver uma experiência assim, já não precisas.

                    Eu acho que uma das propostas que a vida te está a fazer é esta mudança, aprenderes a gostar de ti tal como és... e sabendo reconhecer o teu valor.

                    Vou ser um pouco mais atrevida perguntando... uma outra aresta a limar não será o perfeccionismo? O perfeccionismo é um terrível pecado . Nunca estamos satisfeitos com o que temos nem com o que somos, e pior ainda, depois de uma desilusão ou fracasso não arriscamos com medo de falhar ( e gera-se um círculo vicioso). Não há mulheres, mães, esposas, etc, etc, perfeitas, é um mito. E além disso, como não se consegue ser perfeito também não se consegue ser feliz, há sempre uma falha ou um defeito. Isto é muito castrador.
                    E só se vence com uma atitude optimista, mas não um optimismo pateta, e sim com capacidade de agarrar os desafios e dar-lhes uma resposta. "Sucesso é conseguir o que se quer; felicidade é gostar do que se consegue" ou por outras palavras.. conseguir ser feliz com o que se tem - gerir da maneira mais positiva possível o nosso dia-a-dia, as contrariedades que nos surgem.
                    Esta será uma outra proposta que a vida te faz?...

                    E se o relatório da SS demorar mais uns meses? E se fôr pouco favorável (e a tal senhora é parva ou quê? o teu advogado não pode queixar-se dela no tribunal?)? E se o Ministério Público ou a juíza tiverem algum tipo de ingerência do teu ex-cunhado (li esta possibilidade lá mais para trás)? E se o julgamento demorar mais um ano? ... Estou a ser pessimista de propósito, quero apenas destacar o seguinte, o dossier tribunal não é completamente controlado por ti, mas estás a projectar a "luz ao fundo do túnel" condicionada por ele. Não me parece boa idéia.

                    O tribunal, para lá da questão financeira, vai obrigar o quê, em termos de questões verdadeiramente importantes? O pai vai passar a querer ser mesmo pai do menino? Vai deixar de manipular a vossa filha? No período pós decisão judicial tal como agora, o problema de fundo não será basicamente igual?

                    Se tu conseguires ser feliz independentemente do que se irá decidir, então o que se irá passar não terá impacto relevante na vossa vida... dito assim até parece um teorema (LOL). E não sei se estás a ler isto e a pensar " esta fulana é mesmo destravada de todo" ou se alguma vírgula ou acento fez sentido para ti.

                    A luz ao fundo do túnel que procuras és tu, é a Suzhelen optimista, pro-activa, lutadora e confiante. Porque os optimistas é que vencem as contrariedades, é que conseguem ver o copo meio-cheio, conseguem apreciar e valorizar o melhor das pessoas, dos acontecimentos e do mundo em seu redor. É disto que tu precisas, é disto que os teus filhos precisam que tu sejas para que eles o sejam também, para também serem sólidos e imunes a forças negativas em geral e famílias paternas em particular.

                    Atenção, carinho, alegria e positividade... e muitos contos de fadas é o que os teus filhos precisam. Tu tens tudo isto para lhes dar... dentro de ti. (e os contos de fadas podes arranjar na Oficina Didáctica (passe a publicidade)).
                    Escreves tão bem, como um poeta... tens também certamente a criatividade para pintar o imaginário dos teus filhos cheio de cor, e eles estão mesmo nas idades em que o vivem elevado à potência infinita e através desse imaginário mágico há infinitas possibilidades de os ajudar a exorcizar medos e sentimentos negativos.


                    PS. Não sei quantas vezes escrevi optimismo, mas assim aproveito e escrevo mais uma ( e daqui a pouco bem vou precisar, para ter energia para me levantar da cama LOL, neste momento sou o único membro online e provavelmente a única doida-varrida a fazer sucessivas máquinas de roupa porque esteve sem energia 20h, roupa para lavar - parar é morrer... )
                    Olha mãe, a lua! Está redonda e branca... podes ir lá pintá-la?

                    Comentar


                    • E acho muito higiénico e desintoxicante que venhas aqui exercitar o português vernáculo e que mais te apetecer sobre os... mondrongos.

                      Olha mãe, a lua! Está redonda e branca... podes ir lá pintá-la?

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                      • Há poucos dias tive um problema assim... A minha sogra teve um enorme desgosto há uns anos atrás porque perdeu a filha num acidente, desde essa altura e no decorrer do seu processo de luto tem-se vindo a aproximar duma daquelas igrejas mais radicais que proliferam nas zonas rurais, para mal dos meus pecados, incentivam bastante o apostulado "sem cerimónias e ao 1º que apanham à frente". A minha filha mais velha foi "nomeada voluntária" para uma bela ensaboadela sobre o paraíso... "se te portares bem e fizeres tudo o que os pais mandam, vais para o paraíso e os animais gostam todos muito de ti", bem , qualquer coisa deste género.
                        EU não tenho nada esta leitura condicionalista e redutora do Além e nem acho positivo que a minha filha a tenha, sendo uma criança que se porta bem demais, que obedece demais... eu quero é que ela se solte e não seja uma obediente medrosa. Também não vou apelar ao bom senso da senhora, e pedir que se fique por lhe mostrar as galinhas... não é pessoa para acatar assim pedidos de 3ºs (LOL). E nem me vou aborrecer com o assunto, apesar de, quando a minha filha me contou (estava temente por saber que podiam os seus actos comprometer a tal ida para o tal paraíso), eu ter destilado fel por todos os poros. Ora bem, optei pela via do descrédito semi-subliminar - "sabes, a avó percebeu mal porque já é velhota, não é bem assim... Deus é amigo de todos e dá-nos muitas hipoteses..."

                        Penso que seria uma via possível para ajudar a relevar os episódios menos positivos nos fins de semana com família paterna, arranjando interpretações não agressivas e conciliadoras quando desabafam contigo.

                        Assim como, criar momentos de pequeno grupo, em que ficam os 3 (no meu caso os 4 ) a deitar conversa fora, a contar umas piadas ou histórias engraçadas, ou simplesmente a olhar para o ceú na janela do quarto... um momento de reunião mas também de "sorrir e respirar fundo", um momento "mãe e crias". Se houver algo que os atormente esses momentos vão ajudar e quem sabe até induzir o desabafo. (talvez já faças isto, não sei, eu faço de vez em quando, nem sempre há tempo e disposição)

                        O meu filho quando tinha 3 anos apanhou um susto muito grande com uns trovões que cairam mesmo aqui ao lado, eu estava lá fora e mesmo correndo para perto dele ainda ficou sózinho o tempo suficiente para entrar em pânico. Foi mesmo traumático, e extravazou para pesadelos nocturnos, tanto mais que estava na idade de os ter. Na altura li um livro que me foi muito útil para arranjar estratégias para lidar com o trauma dele (O Pequeno Samurai do C. Lüdke e A. Becker). É claramente um livro de pedopsicologia mas para pais, uma parte do livro são histórias de um personangem (Mio mio mousebear) imaginário e que auxilia as crianças nas situações de medo (ciúmes, maus tratos, ansiedades, escuro, etc). Quando lia algumas delas, eles intervinham imenso e a história era muitas vezes adulterada, personalizada, enriquecida... e curiosamente o meu filho foi serenando...
                        A minha filha mais velha também tem alguns medos e quando se sente insegura fala-me nuns senhores invisíveis e uma tia imaginária que lhes prestam sempre o auxílio que ela precisa... (sou muitas vezes ameaçada que eles me fazem isto e aquilo se eu fôr mázinha ou castigar LOL).

                        Em qualquer destas histórias como nos contos de fadas, os personagens têm uma tarefa a superar, um desafio a vencer, tal como as crianças na sua vida, os contos tocam a criança no seu intímo e identificam-se muitas vezes com o personagem, e isso dá-lhes auto-confiança porque acreditam que também podem vencer. E na fase do imaginário mágico e criativo das crianças tudo é possível.
                        Penso que arranjando histórias que ajudem as crianças a resolver os seus conflictos é mais assertivo do que explicações objectivas, corre-se o risco de os puxar para uma realidade que eles não têm maturidade para entender. Desculpem-me o exemplo parvo, é o que me ocorre, mas seria o mesmo que dar hormonas a uma criança de 10 anos que ainda não atingiu a menarca.

                        Já não sei onde li que a psicoterapeuta por excelência é a mãe, e concordo plenamente, todavia, precisamos de ajuda, mas não é de umas sessões psicologa clínica qualquer ou uma terapeuta familiar, acho que umas boas conversas com pessoas especiais que sabem intuir e entender as crianças fariam muito mais.
                        Quando eu era miuda havia o dr. João dos Santos, hoje não sei quem são as mentes iluminadas mas posso tentar saber, se estiveres interessa diz que eu ponho-me em campo.

                        E bom fim de semana!

                        Olha mãe, a lua! Está redonda e branca... podes ir lá pintá-la?

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                        • Inserido Inicialmente por Maria Verde Ver Mensagem
                          E nem me vou aborrecer com o assunto, apesar de, quando a minha filha me contou (estava temente por saber que podiam os seus actos comprometer a tal ida para o tal paraíso), eu ter destilado fel por todos os poros. Ora bem, optei pela via do descrédito semi-subliminar - "sabes, a avó percebeu mal porque já é velhota, não é bem assim... Deus é amigo de todos e dá-nos muitas hipoteses..."
                          O meu filho quando tinha 3 anos apanhou um susto muito grande com uns trovões que cairam mesmo aqui ao lado, eu estava lá fora e mesmo correndo para perto dele ainda ficou sózinho o tempo suficiente para entrar em pânico. Foi mesmo traumático, e extravazou para pesadelos nocturnos, tanto mais que estava na idade de os ter. Na altura li um livro que me foi muito útil para arranjar estratégias para lidar com o trauma dele (O Pequeno Samurai do C. Lüdke e A. Becker). É claramente um livro de pedopsicologia mas para pais, uma parte do livro são histórias de um personangem (Mio mio mousebear) imaginário e que auxilia as crianças nas situações de medo (ciúmes, maus tratos, ansiedades, escuro, etc). Quando lia algumas delas, eles intervinham imenso e a história era muitas vezes adulterada, personalizada, enriquecida... e curiosamente o meu filho foi serenando...
                          Em qualquer destas histórias como nos contos de fadas, os personagens têm uma tarefa a superar, um desafio a vencer, tal como as crianças na sua vida, os contos tocam a criança no seu intímo e identificam-se muitas vezes com o personagem, e isso dá-lhes auto-confiança porque acreditam que também podem vencer. E na fase do imaginário mágico e criativo das crianças tudo é possível.
                          Penso que arranjando histórias que ajudem as crianças a resolver os seus conflictos é mais assertivo do que explicações objectivas, corre-se o risco de os puxar para uma realidade que eles não têm maturidade para entender. Desculpem-me o exemplo parvo, é o que me ocorre, mas seria o mesmo que dar hormonas a uma criança de 10 anos que ainda não atingiu a menarca.

                          Já não sei onde li que a psicoterapeuta por excelência é a mãe, e concordo plenamente, todavia, precisamos de ajuda, mas não é de umas sessões psicologa clínica qualquer ou uma terapeuta familiar, acho que umas boas conversas com pessoas especiais que sabem intuir e entender as crianças fariam muito mais.
                          Quando eu era miuda havia o dr. João dos Santos, hoje não sei quem são as mentes iluminadas mas posso tentar saber, se estiveres interessa diz que eu ponho-me em campo.

                          E bom fim de semana!

                          Excelente intervenção , já agora fiquei mt interessada no livro (q desconhecia) , podes partilhar exemplos concretos ?
                          Se existem alturas q consigo esse sangue frio para dar a volta aos maus exemplos q certas pessoas dão às minhas (q considero errados de acordo com a nossa educação), outras alturas seria bom ter mais traquejo nas respostas.
                          Irrita-me especialmente no q toca aos medos das crianças, pq depois para lhes dar a volta fica mt mais complicado.

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                          • Sempre gostei de te ler, Maria Verde, mas não deixas de me surpreender

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                            • Inserido Inicialmente por Maria Verde Ver Mensagem

                              Escreves tão bem, como um poeta...
                              Concordo imenso com isto que dizes ali em cima, se não me engano foi uma das primeiras coisas que escrevi (pelo menos pensei!) à nossa mulher de garra!

                              Eu gosto muito de te ler, "destravada" surpreendente. É de uma leveza (mas uma leveza profunda) tão interessante. Já tenho lido que vives no campo, Maria Verde (como diz o teu nome), quando te leio parece que transito imediatamente para o meio da relva, cheia de passarinhos à volta, com os filhos a adivinhar nuvens. E isso não tem bem a ver com o meu dia a dia, nem até com a minha forma de estar. Até devo confessar que não me revejo sempre, nem concordo com tudo (na prática, não é assim tão simples, não concordas?), mas é muito interessante este exercício a que obrigas; e talvez possa a ajudar a Suz nalgum ponto de reflexão.
                              Mas espero que continue a encontrar aqui um espaço para os seus desabafos, como os de sempre, que são certamente os que fazem sentido para a própria. E agora vou esperar por notícias dela, que me parece que já estou mas é a roubar protagonismo a quem de direito.

                              Bom fim de semana!
                              [hr]

                              Laranja

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                              • Inserido Inicialmente por laranja Ver Mensagem
                                na prática, não é assim tão simples, não concordas?
                                Sim... claro que concordo.

                                Cada uma de nós tem a sua empiria, e como tal vê janelas de oportunidade diversas... partilhá-las (ecumenicamente ) poderá trazer alguma idéia que faça sentido à Suzhelen, que a oriente, alivie ou acalente, essa é a minha expectativa, sem pretensões de descobrir a sua yellow brick road... mas confesso que me empolgo demais. Foi também uma forma de dizer... estou a escutar-te e a torcer por vós.
                                Este tópico tem uma armadilha para mim... há partes deste filme que me são "muito próximas", familiares.

                                Agora, se de vez em quando o efeito das minhas palavras sortir um efeito de chill out na relva, já é muito bom.


                                Olha mãe, a lua! Está redonda e branca... podes ir lá pintá-la?

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