RE: Não poder dár de mamar não é um drama!!!!
Olá a todas
Becas, não fiques constrangida (de momento, não me ocorre melhor palavra) com o post. Causa algum impacto haver tantas conclusões obtidas a partir de um só estudo. Na verdade, a pessoa que fez a súmula baseou-se em várias fontes certamente, sendo que do paper da Aimin Chen foi buscar só esta frase: "(...) Mesmo nos países industrializados muitas mortes se poderiam evitar com o aleitamento materno[1]. [1] Chen A, Rogan WJ. Breastfeeding and the risk of postneonatal death in the United States. Pediatrics 2004;113:435-9."
Mas enganou-se na interpretação, por pressa ou outra razão qualquer (acontece), porque o que está no paper é isto: "(...) In developing countries, breastfeeding protects against diarrhea and respiratory diseases, important causes of infant death. In contemporary developed countries, however, where infectious diseases account for a smaller portion of infant mortality, what effect, if any, breastfeeding has on mortality is not clear. (...)" Ligeiramente diferente.
Todos os dias se publicam estudos sobre amamentação, leite artificial, riscos, benefícios, etc. Deveria haver um "terminal bloomberg" para estudos sobre LM e LA. Há benefícios que caiem (melhor capacidade cognitiva, protecção da asma), que surgem (protecção infecção urinária - descobriram-se mais explicações de como evita, etc) e outros ainda que são confirmados (protecção otite) e há riscos que caiem (obesidade) e assim vai. E há estudos que vão surgindo mais devagar do que eu desejaria - sobre os riscos por transferência de hiper-reactividade inflamatória (fundo alérgico) no leite materno, por contaminação do leite materno (dioxinas, furanos, metais pesados, nitratos, pesticidas, carcinogéneos) , etc.
Por estar ligada à agricultura e conhecer por dentro a aplicação (ou não) das Boas Práticas Agrícolas (apesar de tudo estamos melhor, obrigada ASAE) e as repercussões incontornáveis na segurança alimentar, eu assumo alguma apreensão no que andamos a comer... mas como diz uma amiga da área alimentar - o importante é mudar de "veneno" todos os dias. Por exemplo, o DDT, proibido na década de 70 do séc. XX, continua a ser encontrado em análises ao leite materno. Um inofensivo bife de vaca - causa directa de cancro do colon, e possivelmente aditivado com outros ingredientes (antibióticos, hormonas, conservantes, e se for um touro de lide ainda tem outros pozinhos...) - afinal não é tão saudável assim. Adiante, que quando entro neste tema fico tipo "Hugo Chavez".
Isto para dizer que há que ter amplitude, desdramatizar e saber relevar (alguém sabe o seu Odds Ratio nos riscos de LA/LM?), não é de todo producente "remoer" sobre probalidades de..., há que tomar conhecimento dos riscos, sim, perceber quais se aplicam ao nosso caso e em que moldes, saber o que fazer para os minimizar e keep moving forward. Sem peias nem constrangimentos. Fez-se o melhor que se pode e a mais ninguém é obrigado.
É verdade que posso congratular-me dos benefícios da amamentação, mas quando o tema é riscos associados eu já voou baixinho, e nesse campo, para ser franca, não me sinto muito diferente de vocês. Ou melhor dizendo, tenho alguma preocupação com o assunto, mas as idéias, a consciência e a culpa judaico-cristã está tudo bem arrumado e arejado.
Para terminar 1: Os testemunhos da Ton Tita, da Elsa e muitos outros mais para trás fizeram-me sentir uma enorme empatia, porque sou mãe também e porque também sei o que é falhar (o sentimento de). Todos temos os nossos limites, sejam de informação (não somos compêndios de puericultura e a experiência tem correlação positiva com aprendizagem), sejam físicos (resistência à dor), sejam psicológicos (resiliência). E temos que nos saber aceitar e perdoar (if applied). O falhar trás consigo uma enorme oportunidade - "aguça-nos" o instinto maternal.
Para terminar 2: No processo de amamentação são testados muitos limites, há amamentações que, mais do que difíceis, são um pesadelo, em que o parar é a solução lúcida e saudável. Há um princípio fundamental que relembro, a amamentação só faz sentido enquanto for satisfatória para a mãe e para o filho, não são "projectos" mutuamente exclusivos.
Bjinhos
Olá a todas
Becas, não fiques constrangida (de momento, não me ocorre melhor palavra) com o post. Causa algum impacto haver tantas conclusões obtidas a partir de um só estudo. Na verdade, a pessoa que fez a súmula baseou-se em várias fontes certamente, sendo que do paper da Aimin Chen foi buscar só esta frase: "(...) Mesmo nos países industrializados muitas mortes se poderiam evitar com o aleitamento materno[1]. [1] Chen A, Rogan WJ. Breastfeeding and the risk of postneonatal death in the United States. Pediatrics 2004;113:435-9."
Mas enganou-se na interpretação, por pressa ou outra razão qualquer (acontece), porque o que está no paper é isto: "(...) In developing countries, breastfeeding protects against diarrhea and respiratory diseases, important causes of infant death. In contemporary developed countries, however, where infectious diseases account for a smaller portion of infant mortality, what effect, if any, breastfeeding has on mortality is not clear. (...)" Ligeiramente diferente.
Todos os dias se publicam estudos sobre amamentação, leite artificial, riscos, benefícios, etc. Deveria haver um "terminal bloomberg" para estudos sobre LM e LA. Há benefícios que caiem (melhor capacidade cognitiva, protecção da asma), que surgem (protecção infecção urinária - descobriram-se mais explicações de como evita, etc) e outros ainda que são confirmados (protecção otite) e há riscos que caiem (obesidade) e assim vai. E há estudos que vão surgindo mais devagar do que eu desejaria - sobre os riscos por transferência de hiper-reactividade inflamatória (fundo alérgico) no leite materno, por contaminação do leite materno (dioxinas, furanos, metais pesados, nitratos, pesticidas, carcinogéneos) , etc.
Por estar ligada à agricultura e conhecer por dentro a aplicação (ou não) das Boas Práticas Agrícolas (apesar de tudo estamos melhor, obrigada ASAE) e as repercussões incontornáveis na segurança alimentar, eu assumo alguma apreensão no que andamos a comer... mas como diz uma amiga da área alimentar - o importante é mudar de "veneno" todos os dias. Por exemplo, o DDT, proibido na década de 70 do séc. XX, continua a ser encontrado em análises ao leite materno. Um inofensivo bife de vaca - causa directa de cancro do colon, e possivelmente aditivado com outros ingredientes (antibióticos, hormonas, conservantes, e se for um touro de lide ainda tem outros pozinhos...) - afinal não é tão saudável assim. Adiante, que quando entro neste tema fico tipo "Hugo Chavez".
Isto para dizer que há que ter amplitude, desdramatizar e saber relevar (alguém sabe o seu Odds Ratio nos riscos de LA/LM?), não é de todo producente "remoer" sobre probalidades de..., há que tomar conhecimento dos riscos, sim, perceber quais se aplicam ao nosso caso e em que moldes, saber o que fazer para os minimizar e keep moving forward. Sem peias nem constrangimentos. Fez-se o melhor que se pode e a mais ninguém é obrigado.
É verdade que posso congratular-me dos benefícios da amamentação, mas quando o tema é riscos associados eu já voou baixinho, e nesse campo, para ser franca, não me sinto muito diferente de vocês. Ou melhor dizendo, tenho alguma preocupação com o assunto, mas as idéias, a consciência e a culpa judaico-cristã está tudo bem arrumado e arejado.
Para terminar 1: Os testemunhos da Ton Tita, da Elsa e muitos outros mais para trás fizeram-me sentir uma enorme empatia, porque sou mãe também e porque também sei o que é falhar (o sentimento de). Todos temos os nossos limites, sejam de informação (não somos compêndios de puericultura e a experiência tem correlação positiva com aprendizagem), sejam físicos (resistência à dor), sejam psicológicos (resiliência). E temos que nos saber aceitar e perdoar (if applied). O falhar trás consigo uma enorme oportunidade - "aguça-nos" o instinto maternal.
Para terminar 2: No processo de amamentação são testados muitos limites, há amamentações que, mais do que difíceis, são um pesadelo, em que o parar é a solução lúcida e saudável. Há um princípio fundamental que relembro, a amamentação só faz sentido enquanto for satisfatória para a mãe e para o filho, não são "projectos" mutuamente exclusivos.
Bjinhos
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