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Tirem-me deste filme!

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  • RE: Tirem-me deste filme!

    SuzHelen,

    por favor impõe-te pelo bem dos teus lindos filhos e pela vossa sanidade metal, não deixes + q ele manipule, ele só faz mal á cabecinha das crianças, é completamente descompensado e kem precisa q lhe avaliem as capacidades é ele.



    Um grande beijinho

    Célia
    Mag


    IVI Fev/07 - ICSI 08/Abril - beta dia 21: 592 POSITIVA
    Cesariana 5 Dezembro 2007 MAC 36s5d



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    • RE: Tirem-me deste filme!

      Olá Suzelen





      Como estão os meninos? E tu?

      Houve progressos ou nem por isso?

      Vem cá dizer-nos alguma coisa.




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      • Já queria ter deixado de escrever aqui, como se deixasse de ser necessário. Mas tive de voltar. A minha história é como uma equação de Einstein, deve haver uma mente ou um ente superior que a entenda, pois eu não. Sinto-me muitas vezes como uma marioneta, e os meus filhos idem, sem controlo sobre os acontecimentos. Estou revoltada contra o mundo, contra a sociedade, contra a justiça que não existe, contra a esperança que me abandona, até contra os que me rodeiam que não entendem. Para os "amigos" (sim, como ouvi uma vez, os verdadeiros cabem debaixo do meu guarda-chuva), eu já devia ter ultrapassado tudo, mas não vêem, ou antes, não querem verem que a minha situação familiar e financeira não mudou. Tomara eles que eu diga que está tudo bem, não vão sentir-se obrigados, coitados, a dizer "precisas de ajuda?"...

        O que se passou entretanto?

        No primeiro fim de semana seguinte de Outubro, voltei a encher-me de coragem (já começo a pensar se isso ou estupidez...) e consegui que o meu ex levasse os dois filhos. Ou consegui ou ele achou então que lhe era vantajoso. Porquê? No dia anterior ao pai vir buscá-los, andei a ver se convencia o mais pequenino a ir, sem saber se iria resultar disse-lhe que o pai o levaria a ver máquinas que ele tanto gosta. E andei também a ver se convencia a irmã que era bom que o mano fosse para brincar com ela. O sábado chegou. Sentei o pequenino no triciclo para a irmã empurrar. E o pai levou os dois para a rua. O meu pimpolho deve ter falado nas máquinas ao pai que me telefona a dizer que ia levar o filho então a vê-las. Ouvi pelo telefone que o meu filhote estava entusiasmado. "Tens lanche para lhe dar de manhã?" perguntei. "Não". Claro, ele não vinha preparado para levar o menino, até ficaram na rua a fazer tempo enquanto o irmão (urgh! nojento) foi a correr buscar a cadeirinha para o carro. Entretanto fui à rua levar comida para os meus dois filhos já que o pai só tinha contado com uma.

        Perto da hora do almoço, mando uma mensagem a perguntar pelo menino pois estava na hora de ele almoçar. Recebo uma mensagem de volta "então ele almoça comigo". Respondi "nesse caso, já que ele faz a sesta logo a seguir ao almoço, dorme na tua casa. Avisa-me com tempo quando vens deixá-lo". Só me respondeu "ok". A tarde avançou e eu não tinha notícias do meu filho, mandei mensagem a perguntar. Sem resposta. Telefonei e o pai lá atendeu. Preguntei-lhe o que se passava, se o menino ainda ia demorar a voltar para casa. Respondeu-me que ele estava bem, que tinha almoçado bem e dormido a sesta, e que pensava levar-mo só depois de jantar. O quê? Passou-se de vez!!! "Não estiveste nem 2 minutos com ele de 15/15 dias estes últimos meses e agora ele passa aí um dia inteiro, voltando já de noite?! Porque é que é do 8 para o 80?!" Eu até ouvia o meu filho a brincar, mas quis falar com ele. "Mamã, quero água". É o que ele me diz quando tem alguma necessidade, é quase como um código entre nós. O pai agarra no telefone e diz "eu posso dar-te água". Quis falar depois com a minha menina, perguntei-lhe se tinha dormido a sesta. Respondeu que não, que tinha ficado a brincar com o mano. Ah! Então o meu filho não dormiu! O ex, sentindo-se descoberto, volta a roubar a palavra à filha e grita-me "mas isto é um interrogatório ou quê?" E eu "só quero falar com os meus filhos, saber se estão bem. Como nem sequer sei onde estão, não me dás alternativa, vais fazer o que queres e reter o menino se te apetecer, só espero que ele chegue bem." E o estupor desligou o telefone.

        Veio deixar o menino já passava das 21h30. O meu filho vinha totalmente apático, como em choque, nem falava durante 1 hora. Sim, esteve acordado, mesmo não tendo dormido a sesta. Devia estar a pensar o que lhe tinha acontecido. No dia seguinte já era o mesmo de sempre e até falou com algum entusiasmo do dia que passou com o pai. Depois do susto da noite anterior, cheguei a pensar então que estávamos no bom caminho.

        Enganei-me...

        No intervalo de 15 dias, a minha filha adoeceu com amigdalite e depois o irmão. O pai, como sempre, foi avisado da saúde dos filhos. Quis até ir visitá-los a minha casa a meio da semana. Tive de faltar ao trabalho, que muito transtorno me deu, mas os filhos estão primeiro. O regresso ao trabalho foi só 1 dia e meio pois entre a recuperação dela e ele adoecer não tive mais tempo. Andei sem dormir, sem descansar dias a fio. Febrões de noite. Sei que nisto não sou diferente das outras mães. Todas passamos por isto. Eu sozinha atendi aos dois e faria isso o tempo que fosse necessário. Também paguei sozinha as consultas de urgência, os medicamentos, corri sozinha com uma mais pesada e um mais leve.

        No dia anterior ao fim de semana que o ex os levaria, recebo a seguinte mensagem dele "para uma boa recuperação dos meninos, e não apananharem nenhuma corrente de ar, acho que devem ficar contigo este fim de semana, eu depois levo-os dois fins de semana seguidos". Se fosse há um ano aceitava, mas não aceitei. Eu não sou a ama ou a baby sitter, sou a mãe e ele é o pai. Confirmei com a médica que, se a minha filha não tivesse febre poderia sair de casa com alguns cuidados. Claro que o pai dela está preocupado é com a outra filha que tem lá em casa, não fossem os meus contaminar aquela! Se existe o risco o problema é dele. Respondi-lhe que a minha filha iria, mas o irmão obviamente que não, pois estava febril.

        Assim foi. O meu filho ficou esse fim de semana comigo quase inanimado, nem parecia ele, tão doentinho.

        Assim que regressei ao trabalho, mandei-lhe as facturas médicas todas por email e a actualização da saude deles. E ainda as declarações médicas que provam que tive de voltar ao trabalho. Não tive resposta.

        No fim de semana que era novamente dele, já eu tinha até sugerido que o ferido de 1 de Novembro ficasse também para ele, chovia a potes. Ele atrasou-se 45 minutos. Eu que esperasse. E os filhos. A minha filha já choramingava que o pai não vinha. O meu filho foi sem hesitar ao colo do pai. No passado pensei que essa entrega dele um dia me custasse, mas aquela noite em que ele me mostrou estar triste por estar consciente que o pai o rejeitava, fez-me mudar de pensamento e de atitude. É a felicidade dele que está acima de tudo. Não quero tê-lo como minha pertença ou discípulo fiel, ele tem direito ao pai e precisa dele, da aceitação dele. Ao entrar no elevador o estupor diz-me "estava a pensar trazer o menino depois do almoço". Espantei-me. Pensei que ele me ia dizer que o traria depois do jantar, já estava a preparar-me para retaliar. Ia a dizer "Mas..." E ele antecipa-se "porquê, queres que o traga mais cedo?" E eu "não, pensava que ficavas com ele depois de almoço".

        Nem 2 horas tinham passado quando recebo uma mensagem a dizer que já vinha trazer o menino a casa. Perguntei porquê, se ele estava a chorar. Não tive resposta. O meu filho chegou bem, vinha bem disposto. Só quando a minha filha regressou ao final da 2ª feira feriado é que tive a confirmação do que eu já desconfiava desde o inicio. Os planos dele eram ir passar esse fim de semana alargado fora. Mais uma vez o filho era um impecilho. Almoçaram no caminho, ele nem pretendeu sequer almoçar com o menino. Aquilo que aconteceu no primeiro fim de semana de Outubro não foi nenhum acto de pai iluminado, nenhum esforço de boa vontade. Não passou de uma manobra para mostrar a quem quer que lá estivesse nesse sábado que ele é muito chegado ao filho, com muitas fotografias e videos e testemunhas a prová-lo. NADA MAIS...

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        • A minha filha regressou desse fim de semana toda impertigada, a contar à frente do irmão os presentes que tinha recebido, que tinha andado a cavalo e que a irmãzinha também já tinha um cavalo. O meu filho ficou triste, eu leio nos olhos dele. A minha filha não o faz propriamente por mal mas gosta de se fazer sobressair.

          Há uns dias voltei a receber do ex um sms que este próximo fim de semana que era dele não vai poder levá-los e que quer depois dois fins de semana seguidos. A minha primeira reacção é: será que ele pensa que pode continuar a dispor da minha vida, que eu ainda lhe devo alguma coisa? Mas estou farta de conflitos. Apesar do que ele me tem feito tenho cedido a tudo, menos na questão das férias que só cedi parcialmente e o anormal foi para tribunal. Respondi-lhe "acho que a irregularidade que vens solicitando, com alguma frequência, para os fins de semana com os meninos não é o melhor eles. Além disso, eu já tenho alterado planos que tinha para estar com eles quando não te dá jeito a ti. Apesar de não achar bem, dou mais uma vez, o meu acordo para a tua proposta." E ele, que nunca responde aos meus emails de facturas, de custos ou comunicação de problemas com os meninos, responde-me prontamente relembrando que no sms dele me tinha dito que "era por motivos profissionais". Então e eu tive vontade de lhe responder "estarias com os teus filhos este fim de semana se pudesses? Que estranho, no ultimo fim de semana teu, que por sinal concordei que fosse de 3 dias /de 30 e 31/10 e 01/11/2010) estiveste realmente com a tua filha os 3 dias. Com o teu filho nem 2 horas estiveste. Foi por motivos profissionais ? Não sejas rídiculo quando falas dos teus filhos, como se quisesses estar com eles de igual modo.
          Esqueceste que eu também trabalho e que todos os dias tenho de adaptar a minha vida às necessidades dos meus filhos, não é só aos fins de semana." Cheguei a ter a resposta pronta, mas não a enviei. Não vale a pena.

          Tive de comunicar à minha filha que o pai não vinha este fim de semana. Atirou-se a mim "és tu que não queres!". É o que ela ouve. Mas eu não mereço. Respondi-lhe que o pai tinha dito que ia trabalhar. E ela amaciou "pois, coitadinho do papá, trabalha muito para me dar coisas". Explodi. "E a mãe não? Não trabalha? Achas que só gosta de ti quem te dá coisas?!" Mas não é o tempo nem a idade de ela perceber isto. Não sei quando será... Fico de rastos.

          Chego a casa e o meu filho corre logo para mim contente por me ver, puxa-me as calças para eu me baixar pois quer dar-me beijos. Pergunto a ela "não vens dar beijos à mamã?", "trouxeste alguma coisa para mim?", "não posso trazer presentes todos os dias (nem quero), mas trouxe-te beijinhos"... Rompe num choro de birra.

          Prometi-lhe uma Barbie um dia que ela estava a sofrer comigo a pentear-lhe o cabelo. Todos os dias me relembra isso. Vou cumprir mas disse-lhe que é só para o Natal. Mais reclamação "mas eu quero é agora!! Não faz mal, tenho muitas, muitas muitas em casa do pai!" Anda uma pessoa a fazer contas para pagar contas e ainda conseguir dar-lhes uns miminhos e depois isto?! Fico desmoralizada. É claro que não vou, não posso nem quero competir com o pai, mas...

          Ontem fui falar com a professora dela. Voltei triste. Foi ontem que tomei uma resolução. Já venho contar a conversa e o meu próximo passo. Agora tenho de ir-me.

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          • Suzhelen, é que so dá vontade de bater no teu ex-marido..

            então mas e a familia dele? a familia sabe que ele rejeita o filho consecutivamente? Se não sabe bem que podiam ficar a saber, para verem o traste que têm na familia.. quer-se continuar a portar como um idiota, ao menos porta-se com toda gente sabendo.

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            • Suz! Obrigada por continuares a dar-nos notícias, tinha medo que te perdesses no novo fórum (já tenho falado contigo por PM, lembras-te? Agora não consigo enviá-las...).

              Vou ter que concordar com a Carla1. Dá vontade de abanar este pai, perguntar como é possível este tratamento a um menino de dois anos. Digo eu que esta indiferença seria até difícil com um menino apenas conhecido, mas este é o menino dele, bolas. Como é possível. Pergunta a Carla pela família. Eu pergunto também pela mãe da outra história, da sua outra filha. Como permite este pai assim, se isto lhe dá algum conforto, alguma segurança para a irmã destes meninos, se isto não significa nada para ela! Eu não estaria sossegada com um homem assim - por exemplar que ele seja para a outra filha. Como ninguém repara?! Será tão bom actor assim?
              Custa-me ler-te desde do início da história - venho sempre esperançada que tragas, finalmente, boas notícias - pela inevitável identificação com a tua pessoa, com os "se fosse eu", mas hoje custou-me o papel deste pequenote que não tem culpa e que começa a aperceber-se das coisas que lhe passam à frente, pela própria irmazinha, que culpa não tem também!

              Eu sei que uma mãe aguenta tudo mas...não sei como aguentas meses e meses disto - não há tempo para recarregar. És grande por te esgotares a tentar construir essa relação pai-filho. Por tentares explicar a uma menina de 4/5 anos que beijinhos são mil vezes melhores que barbies todos os dias. Por aturares as birras e mudares de planos segundo as conveniências de alguém que só devia fazer exigências, depois de cumprir os deveres BÁSICOS. Por te esgotares a esbater estas diferenças entre irmãos que teimam em querer fazer sobressair. No meio desta salada, o que mais desejo é que saias bem sucedida nesta última tarefa. Estes manos não merecem o que lhes andam a fazer!

              Mesmo não te conhecendo, ler-te (e acho que falo por mim e por todas) cria-me aqui dentro uma impotência gigaaaaante. Quem me dera poder ajudar, palavra.
              Falaste por aí nos "amigos". Espero que tenhas em que descarregar esta agitação: amigos, família... Não serão precisos muitos, mas...não te esqueças de ti e de deitar cá para fora.
              O que disse, então, a professora da pimpolha?
              [hr]

              Laranja

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              • Olá laranja,
                Claro que me lembro de ti. De facto, o forum tem mudado tanto desde que me inscrevi que isso também não tem facilitado vir cá escrever. Já me inscrevi em 2008, em Setembro, penso eu, mas depois houve uma reorganização em 2009, daí aparecer como inscrita no ano passado. Suponho que isso aconteceu com todas nós.
                Passado quase 1 mês desde a última vez que escrevi, as coisas estão na mesma.
                Pois fui falar com a professora da minha filhota que começou por dizer que ela é uma menina muito doce e inteligente. Passada a parte da conversa sobre as competências adquiridas, foi-me então revelada a preocupação com o bem-estar psicológico da minha boneca. A professora disse que ela esforçava-se por ser na escola uma menina feliz, mas tinha uma tristeza subjacente, que procura esconder, sentindo um grande peso de responsabilidade e dever às suas costas, de procurar dizer sempre o que está certo para não desapontar os adultos. O pior é que parecia estar bastante baralhada e confusa quanto à noção de família, da sua família. A professora contou-me que também já tinha chamado o pai e falado com ele e dessa conversa fez algumas deduções desconcertantes... Obviamente, ela tentou falar da maneira mais imparcial e clara possível, não querendo, ao mesmo tempo, comprometer-se ou ver-se envolvida no nosso conflito. Mas como professora, sente obrigação de zelar também pela "cabecinha" dos seus meninos. Revelou que ter dito ao pai que não achava correcto ter sido a menina a contar à mãe que ia ter mais uma irmã. Isso é por demasiado peso nas costas de uma pessoa tão pequena, é deixar ao critério dela o melhor momento para contar tal acontecimento e, sendo do conhecimento geral (inclusivé da professora) que o meu ex pressiona a filha para manter tudo o que a ele e à parte da vida dela que se passa com o pai em segredo, como é que uma cabeça ou um coraçãozinho pequeno gere isto? Outra preocupação, ainda no âmbito dos conceitos de família, era o facto de a minha filha agora falar muito (pareceu-me até demasiado...) nesta nova irmã e não referir nunca o irmão. A ideia que dá é de um apego muito grande à nova irmã e um crescente desapego ao irmão. O meu filho não merece isto. Expliquei à professora a forte publicidade positiva da parte do pai sobre a filha mais nova, recorrendo até a estratagemas como denegrir a imagem do irmão (o próprio filho!!!) perante ela. Isso não foi novidade para mim, foi mais uma constatação. "O papá não leva o mano porque ele estraga-me os brinquedos!", "a X (leia-se o nome da irmã) também é uma menina, vamos brincar mais juntas", "a X não me bate", "posso mandar na X"... Etc. Isto custa muito ouvir. Ou ouvir a minha filha chamar avó ou avô aos pais da * que vive com o pai. Quando revelei que a minha filha tinha sido instruída pelo pai a chamar mãe à outra, a professora considerou que eu devia tentar insistir para ter novamente apoio em pedopsiquiatria. Desde Julho que não vou lá com a minha filha e também ninguém parece importar-se mais com a nossa situação.

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                • Boa tarde,

                  Há quase 2 anos que sigo este tópico sem nunca ter escrito. De todos os tópicos que tenho lido tem sido o que mais me impressiona por vários motivos. Primeiro porque tenho 2 filhos um pouco mais novos mas com a mesma diferença de idades, depois pela insensibilidade do pai relativamente ao seu filho e por último pelo tempo que se arrasta sem que nada de realmente positivo aconteça.
                  Tenho alguma esperança que um dia venha aqui ler, e encontre o último post da suzhelen a dizer que o pai finalmente leva o pequenito aos fins-de-semana e que este volta todo contente com a irmã, que as questões no tribunal estão resolvidas e por fim, que finalmente a suzhelen está a refazer a sua vida com um namorado todo ‘giraço’ e que os filhos adoram.
                  Enquanto isso não acontece só queria desejar muita força e dizer que uma ajuda profissional seria muito importante no caso dos teus filhos.
                  Boa sorte e fico à espera daquele último post.

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                  • Pois é, já era mais que tempo que tudo estivesse resolvido, mas parece que o ex não quer ou não andaria sempre a arranjar tantos entraves e até já se teria chegado à frente para propôr uma resolução. Era o que eu faria no lugar dele se já tivesse uma nova família e uma nova vida. Depois há a justiça que é lenta e injusta, e o meu ex vale-se disso. Finalmente, há a sociedade que é um conjunto de indivíduos que vivem de forma cada vez mais individualista, de costas voltadas aos problemas dos outros, e a maioria já nem estranha histórias como a minha. Fazendo um paralelismo muito exagerado e talvez até descabido, mas é como ver a guerra na televisão, já ninguém se choca, generalizou-se.

                    Dois dias depois de falar com a professora da minha filha, fui falar com a psicóloga da Segurança Social, pedi para ter uma entrevista com ela. Contei-lhe da conversa com a professora, do crescente desapego da minha filha em relação ao irmão, do comportamento distorcido e continuamente irresponsável do pai. Nada disso foi surpresa para ela. De facto, já a avaliação que ela tinha feito dele na Primavera, a tinha levado a concluir o mesmo e a adivinhar que ele não se modificará. Ao contrário de mim, que vou lá de coração aberto e sincero, que procuro reconhecer as minhas falhas, as minhas inseguranças como mãe e pessoa (de nada vale mentir, nem tenho jeito para isso), o meu ex nada reconhece, acha-se o maior, acha que os problemas são todos exteriores a ele, ele não tem problemas, os outros é que lhos causam. Isto é sinal de uma personalidade imatura, de um homem que cresceu mas não se fez homem, que não sabe lidar com frustrações (claro, sempre lhe ampararam as quedas, "coitadinho do menino, não vamos deixá-lo chorar", nunca foi responsabilizado pelos falhanços, a culpa nunca era dele, mas das circunstâncias ou do azar...). O meu filho é um dos problemas dele que não assume nem vai assumir. Vê a "culpa" no menino por ter nascido por existir, a culpa na ex-mulher porque engravidou e ele não queria (e ele não estava lá?? fiz o filho sozinha?? mas quem planeou?). Assim é um adulto incapaz e um pai incapaz. Literalmente um pai incapaz, foi o que disse a psicóloga.

                    E a justificação dela para estar há 6 meses para escrever o relatório que irá finalmente desempatar ou pôr a andar o processo é esta: tem de escrever com muito cuidado, pesar todas as palavras, vai contar a verdade - o pai incapaz e irresponsável, que não trabalha para nem quer ter uma relação com o filho - mas, MAS!!, de forma a que "este pai não se assuste e as palavras escritas não tenham um efeito contrário, ou seja, em vez de aproximá-lo do filho, afastá-lo ainda mais ao ser chamado de incompetente. Portanto, sua excelêcia, o reizinho que não cresceu é tratado com cuidado, para, mais uma vez não se assustar... Isto... isto... realmente!!! É o que digo, a Lei que era suposto proteger as crianças, não protege coisa nenhuma, passa a mão na cabeça dos homens meninos cuja função reprodutora funciona e apenas por isso lhe assegura direitos sobre verdadeiras crianças, os filhos, inocentes. Sinto que ninguém protege os meus filhos!!

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                    • Passaram 2 fins de semana seguidos sem ver o pai no mês de Novembro. Porque ele, coitado, tinha de "trabalhar"... Não vou repetir-me.

                      Nos 2 fins de semana a seguir a esses, veio buscar os filhos. E claro, tal como pensava, o dia inteiro com o filho foi um show off dele.

                      No primeiro sábado levou-o pelas 9:30 e às 13h manda-me sms a dizer que vinha trazê-lo a casa. O que o meu ex merecia era que eu dissesse "não estou, saí, hoje ficas com o teu filho". Mas o meu filho não merece. Porque eu sei - e disse-o à psicóloga - que se o pai não tem vontade de estar com ele, não lhe dará atenção, não terá paciência e o meu menino já entende isso muito bem e pede a mãe. Quando chegaram o ex comunicou-me que o menino não tinha querido comer a sopa. Claro, ele não gosta de sopa, é muito mauzinho para comer, mas come outras coisas, o pai nem tenta perguntar-me. Acrescentou ainda que deu sumo ao menino. E eu perguntei de quê. Ora, foi precisamente de um dos frutos suspeitos lhe lhe ter provocado a alergia no verão que quase o matou! Explodi "não acredito que foste dar isso ao menino! Mandei-te tantos emails com os apontamentos do médico sobre os alimentos que ele não pode comer, disse-to tantas vezes antes de eles sairem daqui! (só hoje não disse)" Mas ele não me ouve, nunca ouviu. Foi muito grave, gravíssimo!!! Mas não tomei nenhuma medida, comunicar ao tribunal ou a quem quer que fosse um erro destes só irá fazer este pai ter ainda menos confiança em si próprio e nas suas capacidades, já de si escassas como pai. E não queremos que isso aconteça, coitadinho deste pai!!
                      No domingo, recebo um telefonema do ex a dizer que vinha trazer a filha mais cedo. Porquê? Porque está doente! Filha "estragada" não lhe interessa, vai para a mãe. Ao telefone chegou a dizer-me que tinha ido com ela à urgência, era amigdalite, e que me levava uma declaração do médico para ela faltar 3 dias à escola. A minha vontade foi dizer-lhe que então ficasse ele com ela, faltasse ele ao trabalho, soubesse tratar de um filho doente, tivesse ele as más noites e as preocupações. Mas não sou capaz porque eu sei, apesar de toda a "lambuzice" que ela faz ao pai quando ele vem buscá-la, se ela se sente mal é a mim que ela quer. Ela é a parte mais fraca, é a minha menina e precisava de mim. Felizmente, tenho uma família fantástica que se reveza para poder tratar dos meus pimpolhos.

                      No fim de semana a seguir a este, portanto o último que passou, veio buscá-los novamente. E foi o record: nem 1 hora o meu filho esteve com o pai. Recebi-o, como sempre. Perguntei-lhe o que se tinha passado "queria a mamã, o pai não brincou comigo"...

                      Ontem, feriado, fizemos a árvore de Natal, às 7 da manhã já pulavam em cima de mim para que eu não me esquecesse da promessa. Cumprida! Rostos felizes. Quem me dera ser pequenina outra vez...

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                      • Suz,

                        Fiquei contente por saber que tens uma família fantástica a apoiar-te! Pois é, Suz, tens toda a razão como há histórias mirabolantes de divórcio, com filhos ao barulho, e já ninguém acha estranho. Nem os próprios profissionais da justiça parecem querer acelerar os processos. Acompanho um caso próximo que está a seguir um péssimo rumo (mãe agora não deixa o pai ver as crianças...) e o último encontro no tribunal foi adiado por falta de analisar nem sei de quê...Mais um Pause naquelas vidas.

                        Revoltou-me a questão da psicóloga! Eu tenho respeito por estes profissionais, e por todos, mas é nestas coisas que o meu lado mais racional choca com a psicologia. Para uma ciência, parece (aos olhos de uma leiga) demasiado teórica! Que revolta! E os meses que continuam a passar enquanto se pensa nas palavras certas?! De um relatório que pode fazer a diferença! Ela por acaso acha, em termos psicológicos, que isso tem alguma coisa de benéfico para esta família? Esperar, esperar, desesperar...E os miúdos crescem, entretanto, e as condicionantes mudam.
                        Eu até percebo a ideia dela mas também acho que tanto cuidado (e tanto tempo!!!!) nas palavras pode resultar em qualquer coisa como "paninhos quentes". Quanto mais tempo passa e arrasta este filme, mais este pai se convence da sua "inocência" e da suposta confusão em que foi apanhado e da qual, claramente, se acha vítima.
                        Será que alguém já tentou a estratégia "fazer frente" a este pai biológico? Tirando tu, Suz, pois claro. Alguém de fora, que possa fazer a diferença.

                        Como ficou, ficará, a questão do acompanhamento para a princesinha? Que tipo de alternativas te deram, encaminharam-te para lá? Pelo que leio aqui, parece-me algo mesmo urgente. Obviamente que uma criança não resiste a estas chantagens e influências. E parece que está tudo a favor, é óbvio que na idade dela, a outra irmã ser uma menina é um argumento de peso. Confesso que sou muito sensível nesta questão da relação entre irmãos. Como já te disse, desejo muito que isto desbobine, pelo menos para o lado deles (manos), e o mais rápido possível, para que menos memórias levem disto!

                        Um beijinho de força. Não te esqueças de cuidar de ti, de vez em quando.
                        Vai-nos dando notícias, continuo indignada com esta tua história e não a desvalorizo, não!
                        [hr]

                        Laranja

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                        • Inserido Inicialmente por laranja Ver Mensagem
                          E os meses que continuam a passar enquanto se pensa nas palavras certas?! De um relatório que pode fazer a diferença! Ela por acaso acha, em termos psicológicos, que isso tem alguma coisa de benéfico para esta família? Esperar, esperar, desesperar...E os miúdos crescem, entretanto, e as condicionantes mudam.
                          Eu até percebo a ideia dela mas também acho que tanto cuidado (e tanto tempo!!!!) nas palavras pode resultar em qualquer coisa como "paninhos quentes". Quanto mais tempo passa e arrasta este filme, mais este pai se convence da sua "inocência" e da suposta confusão em que foi apanhado e da qual, claramente, se acha vítima.
                          Exactamente, não saberia dizê-lo melhor. Em Março faz 3 anos que me separei. Em Abril 3 anos que nasceu a 2ª estrela do meu céu. Com todo o amor que eu e a minha família lhe sabemos dar, ele ainda se interroga porque fica para trás, e ao mesmo tempo se entusiasma cada vez que o pai o vem buscar.
                          E a vida vai mudando, eles vão crescendo e eu continuo "acorrentada" ao passado. Também quero voltar a viver, a seguir em frente, a refazer a minha vida. Mas quero fazê-lo correctamentte. Começar com "folha limpa" sem divórcio pendente. Tenho esse direito. Até estranho dizer isto...

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                          Será que alguém já tentou a estratégia "fazer frente" a este pai biológico? Tirando tu, Suz, pois claro. Alguém de fora, que possa fazer a diferença.
                          Não, ninguém. Toda a gente acha que já tem muitos problemas, não querem arranjar mais um, não querem "meter-se". Os amigos comuns nunca mais o viram ou falaram com ele, que se afastou, como sempre fez quando resolve mudar de vida. Eu estranhava que, quando nos conhecemos na faculdade, ele não trouxesse ou se desse com um só amigo de escola. Nem um. Antes de mim ele tinha tido uma namorada de escola a quem deixou de maneira muito cruel (em palavras e actos). Eu devia ter visto ali um sinal, mas o amor torna-nos cegas... Mas ainda falando dos "amigos comuns" - e as aspas são propositadas - também eu deixei de me dar com eles. De que vale a pena irmos às festas da treta uns dos outros, ou fazer convites que nem resposta têm com receio que não vá eu pedir-lhes ajuda... Verdadeiros, como ouvi já dizer, cabem debaixo do meu guarda-chuva. Tive muitas desilusões e de quem menos esperava. Por isso dou ainda mais valor à minha família e às poucas amigas de coração que me apoiaram e também a quem, anonimamente, aqui me deu uma palavra de conforto mesmo sem me conhecer de lado nenhum. Tive um ou outro amigos a oferecerem-se para dar um "susto valente" no meu ex, para ver se ele acalma. Mas eu não quero. Porque iria ter o efeito contrário, o animal ainda ia irritar-se mais e também porque eu não quero isso a pesar-me na consciência. Eu não sou como ele.

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                          Como ficou, ficará, a questão do acompanhamento para a princesinha? Que tipo de alternativas te deram, encaminharam-te para lá? Pelo que leio aqui, parece-me algo mesmo urgente. Obviamente que uma criança não resiste a estas chantagens e influências. E parece que está tudo a favor, é óbvio que na idade dela, a outra irmã ser uma menina é um argumento de peso. Confesso que sou muito sensível nesta questão da relação entre irmãos. Como já te disse, desejo muito que isto desbobine, pelo menos para o lado deles (manos), e o mais rápido possível, para que menos memórias levem disto!
                          Estou farta de solicitar uma consulta mas parece que já não consideram este caso preocupante. Nem sequer sabem dos últimos acontecimentos!!

                          Esqueci-me do contar uma coisa nos meus 2 últimos posts. A professora da minha filha aconselhou-me a fazer lá para a escola a história de vida dela, apenas umas páginas A4 com fotografias da família, dos pais, dos irmãos. Logo no fim de semana seguinte à conversa que tive com a professora resolvi então mostrar-lhe as fotografias do casamento dos pais (ainda as tinha na arrecadação), de mim grávida dela, depois de ela comigo e com o pai em bebé antes do pai sair de casa. A minha menina começou a chorar, a soluçar convulsivamente e eu só lhe mostrei as fotografias, não fiz comentários, juízos de valor. "Mamã, o papá não pode voltar cá para casa?" Respondi que não, que o pai já tinha até uma nova família, que o pai e a mãe já não gostam um do outro, mas que gostam os dois muito dela". E ela chorava, chorava. Tanto sofrimento que vai naquele coraçãozinho! Ela já nem quis ver as fotografias do final da gravidez do irmão, o irmão bebé. O pai já não está lá...

                          Este fim de semana ela esteve doente. Uma gastroenterite. Metade de uma noite passou a vomitar com violência. Às tantas da noite andava eu à procura de uma farmácia para comprar o medicamento que lhe parasse os vómitos. A noite em que esteve mais frio. Eu só pensava "farei tudo por ti". Sou uma mãe normal. Mas o meu filhote sentiu-se da falta dos mimos da mãe. A mana precisava mais. Ele é muito amigo dela, preocupa-se muito com ela. Mas também quer a mamã dele.

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                          • Bom, devo dizer-te que, pelos menos se o pesadelo continua(que continua!), fico contente de te ler mais calma.
                            Sempre ouvi dizer e é bem verdade que " o ser humano adapta-se a tudo".
                            Estar na tua pele não é fácil...ter passado por tudo isso e...ver a dor do teu menino a ser rejeitado pelo próprio pai e essa questão entre os teus filhos...
                            Bolas, que a vida é tramada, não é?
                            Sobreviveste até aqui. Provaste que tens garra, que és uma mulher com força e determinação. Coragem!
                            Julgo eu, que o pior já terá passado(o choque da separação, a relação pai/filho...)...
                            A nuvem negra há-de passar...e depois, há-de vir a bonança.
                            Continua a ter força.

                            Uma abraço apertado para ti.

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                            • Hoje venho escrever com a cabeça mais fria depois do acontecimento traumatizante da semana passada. Se escrevesse no dia seguinte àquele fim de tarde, iria possivelmente envergonhar-me do que teria escrito pois, mais que furiosa, estava desiludida e triste.

                              Na passada 4ª feira a minha filhota tinha o habitual sarau de ballet de Natal. No ano passado faltei, com muita pena minha porque estava fora do país na reunião anual da empresa. Mas avisei o pai que foi. Este ano, como a reunião foi cá, eu prometi à minha menina que ia. E fui. Tive de sair mais cedo da reunião, com algum prejuízo que isso acarreta, mas contente por poder participar neste grande acontecimento para ela. Vesti-a, penteei-a, estava linda, ainda mais linda! Bem tentei tirar-lhe mais fotografias mas ela estava demasiado excitada com o evento e as coleguinhas. Ainda antes de o espectáculo começar entrou o pai. Eu nem tinha a certeza que ele iria. Ia com uma máquina fotográfia tipo profissional, com ar de ser cara que nem metade eu podia pagar... A minha filha viu o pai e ficou extasiada, fartou-se de fazer poses para ele e a professora até pediu àquele "sr. simpático" que tirasse uma fotografia ao grupo. Até aqui tudo bem. O que interessa é que a minha filhota estivesse feliz.

                              As famílias começaram a entrar. Os meus pais trouxeram o meu filhote que eu sentei ao meu lado para ele ver bem, já que eu estava à frente. Vi então a minha filha dizer adeus a mais pessoas que não só a minha família. Reparei então que o meu ex-cunhado e a simplória da namorada também estavam lá. Claro que a minha menina estava contente. Mas aquele tio que nem gosta de crianças, nem se esforça por isso, ou sequer por disfarçar, estava lá para marcar uma posição.

                              O espectáculo acabou e eu chamei a minha filha. Ela hesitou em vir ter comigo pois procurava o pai, que estava noutro lado da sala. Só consegui que ela tirasse uma fotografia com o mano. Assim que ela viu o pai, correu para o colo dele. Foi quando os meus pais se aproximaram de mim e me chamaram a atenção que a p**a com quem ele vive também tinha vindo. O quê?????!!!!! Passado o choque, não pela falta de vergonha dela pois essa palavra ela desconhece, mas de saber que este dia chegaria, não baixei a pose nem o meu nariz. Nem sequer a olhei de alto a baixo. Isso seria dar-lhe importância, ou fazê-la achar que eu sequer tenho alguma comparação com ela. Não tenho. Do pouco que vi, sinceramente, acho que o meu ex bem ficou a perder. Fisicamente sou muito melhor. Aqui sou uma figura anónima, mas quem me conhece pessoalmente acha que eu não tenho nada de convencida para a figura que tenho, e acho que sou razoável. Também percebi nesse 1 ou 2 segundos que ela não estava à vontade. Ela também veio ali marcar uma posição "estou com ele, sou agora a mulher dele", mas para mim aquilo pareceu mais "não o largo, sabe-se lá o que acontece se o largar".

                              A desilusão? A tristeza?

                              Foi o facto de aproximar-me da minha filha, que estava ao colo do pai, com a madrasta ao lado, e ela, aquele ser que carreguei na barriga, me afastar! Pedi-lhe "por favor filha, a mamã tem de ir embora!" E tinha, tinha de voltar a sair para um dos jantares da praxe da reunião da empresa e ela estava avisava. Ainda assim, enfiou a cara no pescoço do pai e guinchou, afastando-me novamente. Que humilhação, que desilusão... Afastei-me, procurei o meu menino. Também este queria ver o pai! O pai é que tinha menos vontade de vê-lo, mas à frente da minha família sentiu-se na obrigação de pegar o filho ao colo, tendo de largar a irmã. Assim já pude "recuperá-la". O meu filho passou rapidamente para o meu colo. O número de teatro que a família "Adams" planeou já estava feito. É preciso uma grande lata virem ali fazer de "bonzinhos" quando sou eu que pago tudo (a escola, o ballet, o fato, os adereços), quando sou eu que me desdobro para chegar mais cedo e tudo correr bem!

                              Voltámos para casa. Na minha cabeça ecoavam os guinchos da minha filha a afastar-me. Lá fui ao jantar. Voltei para casa assim que pude. Vomitei tudo. Não consegui dormir. O dia seguinte foi difícil, mais um jantar no final, também me caiu mal. Em relação à minha filha, eu já pensava para comigo "se eu te faço infeliz, quantos anos vou remar contra a tua vontade? Manter juntos os meus filhos, quando uma deles não quer? E vou fazendo sofrer o outro, desdobrando-me para cobrir de mimos uma que é mais carente e dominadora que o outro? E se eu a deixar viver com o pai?!" Mas quando regressei a casa, depois desse 2º jantar, vejo a folha da avaliação do 1º período em cima da mesa da cozinha. A professora tinha escrito uma frase da minha filha "gosto muito de brincar com o meu maninho". As lágrimas cairam-me. Senti-me a pior mãe do mundo. Ela só tem 4 anos e meio. Ela não vê o mundo nem o pai dela como eu. Ela só precisa que eu lute por ela. Pelos dois. E vou fazê-lo, como sempre. Fui à cama dela. Dormia profundamente mas disse-lhe ao ouvido "amo-te muito e quero-te comigo".

                              Este fim de semana foi meu. No sábado fomos a uma festa de Natal. Foi um cansaço mas foi muito recompensador. Diverti-me muito com os meus filhos, rimos muito, bricámos muito, até eles adormecerem de cansaço. Ser mãe compensa, mesmo com o trabalho que dá. Ontem à tarde fui só com a minha menina ao cinema (o mano ainda não tem idade). À noitinha, levando-a ao colo para a cama, ela encheu-me de beijos, o que não é nada o género dela. Não sei descrever o bem que me souberam!!

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                              • Suzhelen, fiquei com as lágrimas aqui a querer saltar quando li este teu último post... deve ser tão difícil essa dor da rejeição mesmo que a tua menina o faça sem intenções de magoar a mãe que ama, mas não te podes esquecer que ela tem 4 anos, na cabecinha dele as coisas também não devem ser nada fáceis de gerir.
                                Um beijinho muito grande e um Feliz Natal para ti, para os teus meninos e para a tua família.

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