RE: Não poder dár de mamar não é um drama!!!!
Estive quase para apagar tudo quanto já escrevi neste tópico e foram os dois últimos posts que me fizeram mudar de ideias.
Todas temos direito a escrever aqui ou em qualquer outro tópico.
Se não me fiz entender vou tentar que me percebam:
1º Não condeno quem dá LA, se o fizesse estava a fazer algo contra mim própria.
2º Para mim o LM é melhor que o LA.
3º Para mim amamentar dá mais trabalho do que dar LA.
4º O facto de não ter quase dado de mamar à minha filha apenas aguçou a minha autocritica.
5º Tive muitas razões para dar LA há 12 anos atrás, algumas bem mais válidas do que as que tenho lido, em blogues, em foruns, em tópicos, e nem estou a dizer que foi neste tópico em particular, porque já nem me lembro do que foi dito.
6º Podia desculpar-me de não ter amamentado, não o fiz e não o farei. Podia ter dito que era jovem, mal informada, que estava com uma depressão que durou mais de 3 anos, que me sentia no fundo do poço. Para não falar que acreditava que tinha pouco leite, pois a bebé tinha engordado pouco. Com a agravante que is estudar à noite e ninguém me avisou que tinha que deixar leite para o bebé e portanto ela chegou a ficar sem mamar cinco horas. Um dia a minha mãe encheu-se de a ouvir chorar e deu-lhe LA. Fez bem, matou-lhe a fome.
Mas para mim nenhuma destas razões chegou para justificar a minha derrota.
7º Amamentar o meu 2º filho foi e é uma vitória.
8º A vontade de amamentar o meu 2º filho está relacionada com muitas razões, algumas delas mais válidas do que outras para determinadas pessoas. Uma delas é que sabia de antemão que tinha uma probabilidade imensa de ter novamente um filho intolerante ao leite de vaca, por isso lutei.
9º Ainda bem que lutei, amamentar uma criança que já anda é fantástico!
10º A minha mãe amamentou-me pouco tempo, adoro-a. Não tem nada a ver. Pois não tem. Mas o facto de não ter, não quer dizer que o LM não é melhor que o LA.
11º Quem não dá de mamar porque não quer ou porque não pode ou porque não deu não me causa nenhum abalo e não leva de mim nenhum comentário pessoal. Mas quem lutou para dar de mamar (que é o que acontece à maioria das mulheres que amamentam) tem a minha admiração, porque sei quanto custa.
12º Quando falo em 80 % das mães que não amamentam para além dos 6 meses não estou a inventar, é pesquisar na net e vão ver como digo a verdade. Aqui está apenas um dos artigos que fala disso: http://dn.sapo.pt/inicio/interior.as...ent_id=1126625
Mas há melhores e é só procurar.
13º Não acredito que 80 % das mulheres não tenham leite, são factores culturais e económicos que influenciam a amamentação, quando não são outros. Os números falam por si, o que não quer dizer que dentro destes 80 % não existam mulheres que de facto não tinham leite. O problema é que quando uma mulher desiste de amamentar os argumentos são sempre válidos, e diz sempre que o bebé estava em primeiro lugar, que não tinha leite ou que o bebé não estava satisfeito. Ora, ora... somos o único mamífero que evolui e deixou de dar leite.
14º Tal como disse logo no meu 1º post não dar de mamar não é um drama, se assim fosse, a maioria das mulheres dava de mamar, pois não poderia viver num drama. O ser humano só aguenta até um determinado nível de sofrimento (que é claro que varia de pessoa para pessoa). Comprova-se assim que não dar de mamar não provoca assim tanto sofrimento.
15º O bem estar materno é uma das muitas razões para deixar de amamentar, é válido como qualquer outra. mas aborrece-me ouvir: "Uma mãe contente faz um bebé contente", pressupondo que tudo é válido. Se o que fizer a mãe feliz for abandonar o bebé, ou bater-lhe, então a mãe tem que o fazer , para fazer o bebé feliz? É claro que isto é um exagero mas é só para mostrar como esta ideia não é assim tão correcta e tão linear. Ser mãe acarreta muitas das vezes novas responsabilidades e muitos sacrifícios. Cada uma faz aqueles que entende e pode.
16º Acredito que um bebé amamentado é mais feliz do que aquele que não o é, que se a sua relação com a mãe é diferente, bem como com a comida. É óbvio que uma criança maior ou um adulto não se lembram se foram amamentados e por isso, isso não influencia a sua felicidade. mas quando tem 1 ano , ou 2, ou até 3 os seus pensamentos são muito básicos, a sua vida é muito baseada na experiência. Ser amamentado é ter uma relação única com determinada pessoa. É a mãe que nutre, que dá de comer, é aquela mulher em particular. O biberão não providencia isto até porque qualquer pessoa pode dar um biberão. E mesmo quando é a mãe a dá-lo o bebé de dias sabe lá quem é mãe!! Não acredito que saiba automaticamente que é a mãe. Ele aprende a conhecer a mãe. A reconhecer o bater do coração, a voz, aprende o cheiro, o toque, o carinho. Não acredito que nasça ensinado e então ser amamentado ajuda nesse reconhecimento e nessa aprendizagem, facilitando a vida ao bebé.
17º Não creio que amamentar seja só um processo fisiológico, tal como não é estar apaixonado, tal como não é parir um bebé. Não em acredito em processos regido por hormonas que controlam, que nos fazem apaixonar, que nos fazem amamentar. Acredito que o ser humano é muito mais do que isso e por isso não o reduzo apenas a processos físicos, hormonais, culturais, económicos e mais que tais. cada um acredita no quer. Não reduzo o ser humano a um animal nem a uma máquina. É um ser diferente de todos os outros á face da terra e por isso muito há ainda para dizer e descobrir. Por isso quando vejo que 80 % das mulheres portuguesas falham na amamentação não acredito que em todas seja o resultado de um falhanço físico ou hormonal.
18º As dificuldades que para algumas mulheres não são ultrapassáveis para outras são. Por isso duas mães numa mesma situação de dificuldades na amamentação, uma consegue prosseguir e a outra não. Daí que por vezes surgem comentários mais incompreensivos que falam "em passar a mão pelo pêlo", pois essas mães tem dificuldade em perceber o porquê do abandono da amamentação quando passaram por situações semelhantes. Eu ainda não conheci nenhuma mãe que amamenta que não tenha passado por dificuldades, simplesmente superou-as. Pode dizer-se que o pensamento destas mulheres não é o mais correcto pois estão a ser incompreensivas com as outras mas, no meu ponto de vista, não estão a ser mais incompreensivas do que as mães que afirmam que as suas dificuldades eram inultrapassáveis menosprezando o esforço e dedicação daquelas que o conseguiram (através das suas afirmações). Eu não me sinto nada lesada por estas incompreensões mas quem quer ser compreendido e respeitado deve fazer o mesmo, deve mostrar-se compreensivo e compreender que as suas dificuldades podiam , se calhar, não ser assim tão difíceis.
Espero ter sido clara.
(Vou actualizando esta resposta á medida que me for lembrando de algo válido para dizer).
Estive quase para apagar tudo quanto já escrevi neste tópico e foram os dois últimos posts que me fizeram mudar de ideias.
Todas temos direito a escrever aqui ou em qualquer outro tópico.
Se não me fiz entender vou tentar que me percebam:
1º Não condeno quem dá LA, se o fizesse estava a fazer algo contra mim própria.
2º Para mim o LM é melhor que o LA.
3º Para mim amamentar dá mais trabalho do que dar LA.
4º O facto de não ter quase dado de mamar à minha filha apenas aguçou a minha autocritica.
5º Tive muitas razões para dar LA há 12 anos atrás, algumas bem mais válidas do que as que tenho lido, em blogues, em foruns, em tópicos, e nem estou a dizer que foi neste tópico em particular, porque já nem me lembro do que foi dito.
6º Podia desculpar-me de não ter amamentado, não o fiz e não o farei. Podia ter dito que era jovem, mal informada, que estava com uma depressão que durou mais de 3 anos, que me sentia no fundo do poço. Para não falar que acreditava que tinha pouco leite, pois a bebé tinha engordado pouco. Com a agravante que is estudar à noite e ninguém me avisou que tinha que deixar leite para o bebé e portanto ela chegou a ficar sem mamar cinco horas. Um dia a minha mãe encheu-se de a ouvir chorar e deu-lhe LA. Fez bem, matou-lhe a fome.
Mas para mim nenhuma destas razões chegou para justificar a minha derrota.
7º Amamentar o meu 2º filho foi e é uma vitória.
8º A vontade de amamentar o meu 2º filho está relacionada com muitas razões, algumas delas mais válidas do que outras para determinadas pessoas. Uma delas é que sabia de antemão que tinha uma probabilidade imensa de ter novamente um filho intolerante ao leite de vaca, por isso lutei.
9º Ainda bem que lutei, amamentar uma criança que já anda é fantástico!
10º A minha mãe amamentou-me pouco tempo, adoro-a. Não tem nada a ver. Pois não tem. Mas o facto de não ter, não quer dizer que o LM não é melhor que o LA.
11º Quem não dá de mamar porque não quer ou porque não pode ou porque não deu não me causa nenhum abalo e não leva de mim nenhum comentário pessoal. Mas quem lutou para dar de mamar (que é o que acontece à maioria das mulheres que amamentam) tem a minha admiração, porque sei quanto custa.
12º Quando falo em 80 % das mães que não amamentam para além dos 6 meses não estou a inventar, é pesquisar na net e vão ver como digo a verdade. Aqui está apenas um dos artigos que fala disso: http://dn.sapo.pt/inicio/interior.as...ent_id=1126625
Mas há melhores e é só procurar.
13º Não acredito que 80 % das mulheres não tenham leite, são factores culturais e económicos que influenciam a amamentação, quando não são outros. Os números falam por si, o que não quer dizer que dentro destes 80 % não existam mulheres que de facto não tinham leite. O problema é que quando uma mulher desiste de amamentar os argumentos são sempre válidos, e diz sempre que o bebé estava em primeiro lugar, que não tinha leite ou que o bebé não estava satisfeito. Ora, ora... somos o único mamífero que evolui e deixou de dar leite.
14º Tal como disse logo no meu 1º post não dar de mamar não é um drama, se assim fosse, a maioria das mulheres dava de mamar, pois não poderia viver num drama. O ser humano só aguenta até um determinado nível de sofrimento (que é claro que varia de pessoa para pessoa). Comprova-se assim que não dar de mamar não provoca assim tanto sofrimento.
15º O bem estar materno é uma das muitas razões para deixar de amamentar, é válido como qualquer outra. mas aborrece-me ouvir: "Uma mãe contente faz um bebé contente", pressupondo que tudo é válido. Se o que fizer a mãe feliz for abandonar o bebé, ou bater-lhe, então a mãe tem que o fazer , para fazer o bebé feliz? É claro que isto é um exagero mas é só para mostrar como esta ideia não é assim tão correcta e tão linear. Ser mãe acarreta muitas das vezes novas responsabilidades e muitos sacrifícios. Cada uma faz aqueles que entende e pode.
16º Acredito que um bebé amamentado é mais feliz do que aquele que não o é, que se a sua relação com a mãe é diferente, bem como com a comida. É óbvio que uma criança maior ou um adulto não se lembram se foram amamentados e por isso, isso não influencia a sua felicidade. mas quando tem 1 ano , ou 2, ou até 3 os seus pensamentos são muito básicos, a sua vida é muito baseada na experiência. Ser amamentado é ter uma relação única com determinada pessoa. É a mãe que nutre, que dá de comer, é aquela mulher em particular. O biberão não providencia isto até porque qualquer pessoa pode dar um biberão. E mesmo quando é a mãe a dá-lo o bebé de dias sabe lá quem é mãe!! Não acredito que saiba automaticamente que é a mãe. Ele aprende a conhecer a mãe. A reconhecer o bater do coração, a voz, aprende o cheiro, o toque, o carinho. Não acredito que nasça ensinado e então ser amamentado ajuda nesse reconhecimento e nessa aprendizagem, facilitando a vida ao bebé.
17º Não creio que amamentar seja só um processo fisiológico, tal como não é estar apaixonado, tal como não é parir um bebé. Não em acredito em processos regido por hormonas que controlam, que nos fazem apaixonar, que nos fazem amamentar. Acredito que o ser humano é muito mais do que isso e por isso não o reduzo apenas a processos físicos, hormonais, culturais, económicos e mais que tais. cada um acredita no quer. Não reduzo o ser humano a um animal nem a uma máquina. É um ser diferente de todos os outros á face da terra e por isso muito há ainda para dizer e descobrir. Por isso quando vejo que 80 % das mulheres portuguesas falham na amamentação não acredito que em todas seja o resultado de um falhanço físico ou hormonal.
18º As dificuldades que para algumas mulheres não são ultrapassáveis para outras são. Por isso duas mães numa mesma situação de dificuldades na amamentação, uma consegue prosseguir e a outra não. Daí que por vezes surgem comentários mais incompreensivos que falam "em passar a mão pelo pêlo", pois essas mães tem dificuldade em perceber o porquê do abandono da amamentação quando passaram por situações semelhantes. Eu ainda não conheci nenhuma mãe que amamenta que não tenha passado por dificuldades, simplesmente superou-as. Pode dizer-se que o pensamento destas mulheres não é o mais correcto pois estão a ser incompreensivas com as outras mas, no meu ponto de vista, não estão a ser mais incompreensivas do que as mães que afirmam que as suas dificuldades eram inultrapassáveis menosprezando o esforço e dedicação daquelas que o conseguiram (através das suas afirmações). Eu não me sinto nada lesada por estas incompreensões mas quem quer ser compreendido e respeitado deve fazer o mesmo, deve mostrar-se compreensivo e compreender que as suas dificuldades podiam , se calhar, não ser assim tão difíceis.
Espero ter sido clara.
(Vou actualizando esta resposta á medida que me for lembrando de algo válido para dizer).
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