RE: Tertúlia das Cerejas
Ups: é o meu link que foi mal colocado, ou são estes tipos do PB que não sabem criar endereços
experiêcia: 1,2,3
(o link não presta!!)
Editado: são eles que não sabem, não seja por isso !
"Sorri sempre, filhota!
As pessoas estão sempre a comentar que tu és muito risonha e muito bem disposta. Digo com orgulho que não nasceste sorridente, aprendeste a sorrir.
Li, algures, e já há algum tempo, que muito do que os bebés aprendem, fazem-no por imitação e desde o primeiro dia de vida. Nada me faz mais sentido. Nunca te mudei uma fralda em que não te sorrisse, mesmo quando choravas de goela aberta nas primeiras semanas. Há falta de outras formas de comunicar, houve sempre sorrisos para ti. Em muitos momentos de desespero em que berravas furiosa por razões que, ainda hoje, não estamos muito certos de entender, eu e o teu paizola rimo-nos para ti!
Achavámos piada ao facto de te calares subitamente pelo som da televisão ou de qualquer outra coisa, para logo retomares a berraria. Ou quando choravas, corredor afora, ao nosso colo (pequenina, com semanas de vida) e aproveitavas para deitar o olho em teu redor ou quando estavas na sala e choravas enquanto olhavas fixamente a estante da sala como se lá estivesse um fantasma a olhar para ti! Riamos-nos e ironizávamos: «Ela está tão mal, tadinha... o que foi, é o fantasminha brincalhão que está olhar para ti, filhota? É?» ou «Que mal que ela está, deixa lá dar uma espreitadela á casa nova, enquanto choro como se o mundo fosse acabar e o meus pais me passeiam de um lado para o outro...!»
Cuidar de um bebé, não é, ao contrário do que se pensa, um «assunto sério»! É um assunto para se levar com ligeireza, alegria, boa disposição. É um assunto para se encarar de espírito aberto, livre de "obrigações": não é obrigatório que um bebé esteja sempre a dormir, esteja sempre com apetite, esteja sempre calado, esteja sempre sossegado, esteja sempre convenientemente agasalhado ou fresco, esteja sempre de fralda limpa e seca, esteja sempre de roupa lavada e impecavelmente perfumada, esteja sempre tranquilo. Não poderia ser!
A vida no útero materno é assim, a vida em si não. É tudo menos perfeita. Não podemos exigir perfeição do que é naturalmente imperfeito. Mas podemos tentar mostrar que a vida, apesar de imperfeita é para se viver com alegria. Chorar enquanto toda a gente chora conosco mostra-nos que não há alternativa senão fazer isso mesmo. Sorrir com ternura para alguém que chora é mostrar-lhe que no fim tudo ficará bem.
Hoje continuas a choramingar quando entendes que deves. Ainda choras furiosa quando para ti se justifica, mas no fim tens sempre um sorriso quando sentes que tudo ficou bem outra vez.
Ser pai ou mãe pela primeira vez é errar muitas vezes, é ter muitas dúvidas e incertezas, é estarmos constantemente de caneta vermelha e folha de teste na mão a avaliarmo-nos. Somos os nossos piores professores. Somos os mais injustos, os mais implacáveis, os mais exigentes. E afinal de contas, quem devia ter esse papel são vocês!
No fim, os vossos sorrisos (mesmo aqueles durante o sono nas primeiras semanas de vida que sabemos não serem para nós) são a nota final que perdoa as faltas de atraso e de material, o não se saber assim tão bem a matéria e falhar os testes práticos, o escondermos dos nossos pais (os avós e tios e amigos experientes) que afinal isto não nos está a correr assim tão bem!
Há sempre quem vá dizer que és bem disposta porque sais a mim. Não ligues. Aprendeste comigo e com o teu pai a ser bem disposta, porque isso se aprende, não duvides! "
By Eligee
Ups: é o meu link que foi mal colocado, ou são estes tipos do PB que não sabem criar endereços
experiêcia: 1,2,3
(o link não presta!!)
Editado: são eles que não sabem, não seja por isso !
"Sorri sempre, filhota!
As pessoas estão sempre a comentar que tu és muito risonha e muito bem disposta. Digo com orgulho que não nasceste sorridente, aprendeste a sorrir.
Li, algures, e já há algum tempo, que muito do que os bebés aprendem, fazem-no por imitação e desde o primeiro dia de vida. Nada me faz mais sentido. Nunca te mudei uma fralda em que não te sorrisse, mesmo quando choravas de goela aberta nas primeiras semanas. Há falta de outras formas de comunicar, houve sempre sorrisos para ti. Em muitos momentos de desespero em que berravas furiosa por razões que, ainda hoje, não estamos muito certos de entender, eu e o teu paizola rimo-nos para ti!
Achavámos piada ao facto de te calares subitamente pelo som da televisão ou de qualquer outra coisa, para logo retomares a berraria. Ou quando choravas, corredor afora, ao nosso colo (pequenina, com semanas de vida) e aproveitavas para deitar o olho em teu redor ou quando estavas na sala e choravas enquanto olhavas fixamente a estante da sala como se lá estivesse um fantasma a olhar para ti! Riamos-nos e ironizávamos: «Ela está tão mal, tadinha... o que foi, é o fantasminha brincalhão que está olhar para ti, filhota? É?» ou «Que mal que ela está, deixa lá dar uma espreitadela á casa nova, enquanto choro como se o mundo fosse acabar e o meus pais me passeiam de um lado para o outro...!»
Cuidar de um bebé, não é, ao contrário do que se pensa, um «assunto sério»! É um assunto para se levar com ligeireza, alegria, boa disposição. É um assunto para se encarar de espírito aberto, livre de "obrigações": não é obrigatório que um bebé esteja sempre a dormir, esteja sempre com apetite, esteja sempre calado, esteja sempre sossegado, esteja sempre convenientemente agasalhado ou fresco, esteja sempre de fralda limpa e seca, esteja sempre de roupa lavada e impecavelmente perfumada, esteja sempre tranquilo. Não poderia ser!
A vida no útero materno é assim, a vida em si não. É tudo menos perfeita. Não podemos exigir perfeição do que é naturalmente imperfeito. Mas podemos tentar mostrar que a vida, apesar de imperfeita é para se viver com alegria. Chorar enquanto toda a gente chora conosco mostra-nos que não há alternativa senão fazer isso mesmo. Sorrir com ternura para alguém que chora é mostrar-lhe que no fim tudo ficará bem.
Hoje continuas a choramingar quando entendes que deves. Ainda choras furiosa quando para ti se justifica, mas no fim tens sempre um sorriso quando sentes que tudo ficou bem outra vez.
Ser pai ou mãe pela primeira vez é errar muitas vezes, é ter muitas dúvidas e incertezas, é estarmos constantemente de caneta vermelha e folha de teste na mão a avaliarmo-nos. Somos os nossos piores professores. Somos os mais injustos, os mais implacáveis, os mais exigentes. E afinal de contas, quem devia ter esse papel são vocês!
No fim, os vossos sorrisos (mesmo aqueles durante o sono nas primeiras semanas de vida que sabemos não serem para nós) são a nota final que perdoa as faltas de atraso e de material, o não se saber assim tão bem a matéria e falhar os testes práticos, o escondermos dos nossos pais (os avós e tios e amigos experientes) que afinal isto não nos está a correr assim tão bem!
Há sempre quem vá dizer que és bem disposta porque sais a mim. Não ligues. Aprendeste comigo e com o teu pai a ser bem disposta, porque isso se aprende, não duvides! "
By Eligee
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