RE: Tertúlia das Cerejas
Giselito...
Tenho acompanhado uma série na FoxLife que se chama Erica. Ela (a personagem) tem 32 anos (mesma geração) e tem um terapeuta (mágico) muito curioso que a transporta de volta ao passado para que ela possa corrigir os erros que acha (na maioria das vezes acaba por descobrir que agiu da unica maneira possivel, ou voltar a cometer o mesmo ou outro erro...) que cometeu no passado.
Gosto. Parece que, de alguma maneira, viajo também eu pela minha adolescencia e principio de juventude... e faz-me reflectir sobre algumas coisas que fiz ou me aconteceram e imaginar também como teria sido se eu tivesse, a dada altura, feito qualquer coisa diferente...
Isto para dizer que sinto a adolescencia lá longe, como tu Giselito. Mas, Deus que me livre, não me sinto velha. E ainda ontem ocorreu-me (a proposito do final da 5ª (?) temporada da Anatomia de Grey - chamem-me doida, parece que não faço mais que ver e falar de series televisivas!!!:hehe: ) uma coisa:
aos 30 anos a minha mãe (um pouco como tu Rubinha) já tinha passado por tanta coisa... e ergui os olhos ao ceu estrelado (estava na varanda a fumar um cigarro) e apenas desejei: mais 30 anos, pelo menos, sempre iguais!
Hoje em dia, salvo excepções, crescemos devagar, sem sobressaltos... e isso faz com que não nos consigamos sentir velhas. Contudo... ainda assim sabemos que as coisas da adolescência ou da "primeira juventude" como gosto de lhe chamar ficam distantes, perdem importancia, ficam pequenas... e, no meu caso, não guardo nenhuma especie de nostalgia... tudo a seu tempo, diziam os antigos...
Rubinha, também não tive com a minha mãe a relação mais pacífica e fácil do mundo (embora sinta que não é legítimo da minha parte fazer comparações, claro) mas digo-te que a dada altura no percurso da maternidade vais reviver muita coisa... por muito que queiras ser o oposto, ou ser igual, vais sentir que mesmo te esforçando muito para ser aquilo que achas que é ser mãe, vais dar contigo a reproduzir modelos, a proporcionar circunstâncias que te vão remeter para a tua vivência...
não estranhes. É mesmo assim. Nunca poderemos "desligar" completamente quem somos de quem nos fez ser, entendes? É uma especie de herança invisível... é preciso reflectir muito aquilo que queremos de nós e aceitarmos quem fomos como filhas e que tivémos como pai e mãe. Partir daí para a nossa propria construção da maternidade é um processo nem sempre linear, nem sempre claro, nem sempre fácil. E sim, deves a ti propria uma chance de provar que as famílias funcionam, são os nossos pilares!
Apenas aceita que a tua familia (com todos os seus excelentíssimos defeitos) foram e são o teu pilar também! És a Rubinha que és e não outra por eles também (se não principalmente) e se gostas de ti como és, serás uma excelente mãe!
Manda lá vir (continuo a dizer que será assim) a cachopa, que os filhos não prendem ninguém que não queira estar acorrentado, não devem ser ao 22 como aos 30 mas quando chegarem e forem desejados e... precisamos de um caçolinha aqui no grupo para cumprirmos o nosso papel de amigas virtuais cheias de experiencia e... ansiosas por mostrar! (ou não fossemos nós foristas do PB!!!:hehe: )
Beijos ás duas e bom fim-de-semana! Have fun!!!
rubinha (16-10-2009)
Ora giselito, como te entendo bem, acredita.
Em relação á minha idade, o meu avô (quando estava melhorzito do alzheimmer), costumava dizer-me que quando eu chegasse aos 40 ia estar cansada de viver, porque me ia sentir com 80 loool.
Isto por tudo o que passei, que me fez crescer muito depressa. Mas não lamento que isso tenha acontecido..Pois aprendi muito. Não digo que não tivesse gostado de seguir o percurso natural da escola, de uma vida calma, de não ter de trabalhar aos 15... enfim.. Mas são tudo lições e de todas elas eu tirei muitos apontamentos.
Depois conheci o meu + q tudo, e ele já é mais velho que eu 8 anos, e foi como se tivesse encontrado a alma gémea... E seguimos a nossa vida, contra tudo e todos.
O facto de querer ser mãe, tem a ver também porque a minha experiência como filha tem sido lastimável.. Quero poder dar o que não tenho, quero preencher-me, completar-me. Sinto que me falta isso. Sinto que estou em dívida se não o fizer.. (se calhar não estou a fazer sentido nenhum).
Percebo perfeitamente quando dizes que sempre estiveste preparada para ser mãe quando no fundo achavas que não, afinal de contas faz parte dos instintos que temos certo?
Não tenho vontade de apressar o que tiver de ser, até porque cansa-me um bocado ouvir "Deixa-te disso, és nova demais!" ou "Tu és maluca, não te prendas, ficas com a vida estragada!" Mas qual é a parte do EU quero que as pessoas não entendem? Acho que nunca vou entender...
Um filho nunca estraga a vida (ao contrário das situações que vivi e que me ensinaram que os filhos podem realmente ser empecilhos), talvez por isso mesmo a minha fome de ser mãe seja tão grande, de provar talvez a mim mesma (inconscientemente) que não é assim!
Mas já me fartei de desertar looool desculpem.
E giselito, acho muito bem que não te sintas com 31, apesar de ser uma idade lindíssima! O problema é quando te sentas e mentalizas para ti mesma "Já tenho mesmo 31 anos?" ... Vejo o meu marido que vai fazer 30 em Dezembro e sei o que é isso. Ele próprio ainda não se mentalizou...
Vou divagar aqui um bocadinho sobre o assunto idades.
Ora eu tenho 31 aninhos, não tarda faço 32 e sinceramente parece quase impossível. Quando te li Rubinha, a desejar "já" ser mãe com a idade que tens, fiz um retrocesso a mim mesma e acho que nessa idade eu fugia de eventuais filhos como o diabo foge da cruz. Acho que fazes tu muito bem, e não duvido um segundo das tuas capacidades, estou só a falar de mim. Aliás, como dizias Elli, se estivesse à espera de achar ter condições psicológicas, acho que nunca ia engravidar.
Acho que nunca me iria sentir realmente preparada, mas afinal sempre estive. Bem, sempre não, vcs entendem.
Por outro lado, não me acho com 31 anos, apesar de ter entrado ontem na universidade e parecia que estava no liceu , não dei por ela que "envelheci", que estou "crescida". Dá para perceber aqui a divagação da "je"?
E se por um lado me sinto uma eterna adolescente, quando olho para a minha adolescência vejo que não tenho nada a ver (uff).
Ora eu tenho 31 aninhos, não tarda faço 32 e sinceramente parece quase impossível. Quando te li Rubinha, a desejar "já" ser mãe com a idade que tens, fiz um retrocesso a mim mesma e acho que nessa idade eu fugia de eventuais filhos como o diabo foge da cruz. Acho que fazes tu muito bem, e não duvido um segundo das tuas capacidades, estou só a falar de mim. Aliás, como dizias Elli, se estivesse à espera de achar ter condições psicológicas, acho que nunca ia engravidar.
Acho que nunca me iria sentir realmente preparada, mas afinal sempre estive. Bem, sempre não, vcs entendem.
Por outro lado, não me acho com 31 anos, apesar de ter entrado ontem na universidade e parecia que estava no liceu , não dei por ela que "envelheci", que estou "crescida". Dá para perceber aqui a divagação da "je"?
E se por um lado me sinto uma eterna adolescente, quando olho para a minha adolescência vejo que não tenho nada a ver (uff).
Em relação á minha idade, o meu avô (quando estava melhorzito do alzheimmer), costumava dizer-me que quando eu chegasse aos 40 ia estar cansada de viver, porque me ia sentir com 80 loool.
Isto por tudo o que passei, que me fez crescer muito depressa. Mas não lamento que isso tenha acontecido..Pois aprendi muito. Não digo que não tivesse gostado de seguir o percurso natural da escola, de uma vida calma, de não ter de trabalhar aos 15... enfim.. Mas são tudo lições e de todas elas eu tirei muitos apontamentos.
Depois conheci o meu + q tudo, e ele já é mais velho que eu 8 anos, e foi como se tivesse encontrado a alma gémea... E seguimos a nossa vida, contra tudo e todos.
O facto de querer ser mãe, tem a ver também porque a minha experiência como filha tem sido lastimável.. Quero poder dar o que não tenho, quero preencher-me, completar-me. Sinto que me falta isso. Sinto que estou em dívida se não o fizer.. (se calhar não estou a fazer sentido nenhum).
Percebo perfeitamente quando dizes que sempre estiveste preparada para ser mãe quando no fundo achavas que não, afinal de contas faz parte dos instintos que temos certo?
Não tenho vontade de apressar o que tiver de ser, até porque cansa-me um bocado ouvir "Deixa-te disso, és nova demais!" ou "Tu és maluca, não te prendas, ficas com a vida estragada!" Mas qual é a parte do EU quero que as pessoas não entendem? Acho que nunca vou entender...
Um filho nunca estraga a vida (ao contrário das situações que vivi e que me ensinaram que os filhos podem realmente ser empecilhos), talvez por isso mesmo a minha fome de ser mãe seja tão grande, de provar talvez a mim mesma (inconscientemente) que não é assim!
Mas já me fartei de desertar looool desculpem.
E giselito, acho muito bem que não te sintas com 31, apesar de ser uma idade lindíssima! O problema é quando te sentas e mentalizas para ti mesma "Já tenho mesmo 31 anos?" ... Vejo o meu marido que vai fazer 30 em Dezembro e sei o que é isso. Ele próprio ainda não se mentalizou...
Giselito...
Tenho acompanhado uma série na FoxLife que se chama Erica. Ela (a personagem) tem 32 anos (mesma geração) e tem um terapeuta (mágico) muito curioso que a transporta de volta ao passado para que ela possa corrigir os erros que acha (na maioria das vezes acaba por descobrir que agiu da unica maneira possivel, ou voltar a cometer o mesmo ou outro erro...) que cometeu no passado.
Gosto. Parece que, de alguma maneira, viajo também eu pela minha adolescencia e principio de juventude... e faz-me reflectir sobre algumas coisas que fiz ou me aconteceram e imaginar também como teria sido se eu tivesse, a dada altura, feito qualquer coisa diferente...
Isto para dizer que sinto a adolescencia lá longe, como tu Giselito. Mas, Deus que me livre, não me sinto velha. E ainda ontem ocorreu-me (a proposito do final da 5ª (?) temporada da Anatomia de Grey - chamem-me doida, parece que não faço mais que ver e falar de series televisivas!!!:hehe: ) uma coisa:
aos 30 anos a minha mãe (um pouco como tu Rubinha) já tinha passado por tanta coisa... e ergui os olhos ao ceu estrelado (estava na varanda a fumar um cigarro) e apenas desejei: mais 30 anos, pelo menos, sempre iguais!
Hoje em dia, salvo excepções, crescemos devagar, sem sobressaltos... e isso faz com que não nos consigamos sentir velhas. Contudo... ainda assim sabemos que as coisas da adolescência ou da "primeira juventude" como gosto de lhe chamar ficam distantes, perdem importancia, ficam pequenas... e, no meu caso, não guardo nenhuma especie de nostalgia... tudo a seu tempo, diziam os antigos...
Rubinha, também não tive com a minha mãe a relação mais pacífica e fácil do mundo (embora sinta que não é legítimo da minha parte fazer comparações, claro) mas digo-te que a dada altura no percurso da maternidade vais reviver muita coisa... por muito que queiras ser o oposto, ou ser igual, vais sentir que mesmo te esforçando muito para ser aquilo que achas que é ser mãe, vais dar contigo a reproduzir modelos, a proporcionar circunstâncias que te vão remeter para a tua vivência...
não estranhes. É mesmo assim. Nunca poderemos "desligar" completamente quem somos de quem nos fez ser, entendes? É uma especie de herança invisível... é preciso reflectir muito aquilo que queremos de nós e aceitarmos quem fomos como filhas e que tivémos como pai e mãe. Partir daí para a nossa propria construção da maternidade é um processo nem sempre linear, nem sempre claro, nem sempre fácil. E sim, deves a ti propria uma chance de provar que as famílias funcionam, são os nossos pilares!
Apenas aceita que a tua familia (com todos os seus excelentíssimos defeitos) foram e são o teu pilar também! És a Rubinha que és e não outra por eles também (se não principalmente) e se gostas de ti como és, serás uma excelente mãe!
Manda lá vir (continuo a dizer que será assim) a cachopa, que os filhos não prendem ninguém que não queira estar acorrentado, não devem ser ao 22 como aos 30 mas quando chegarem e forem desejados e... precisamos de um caçolinha aqui no grupo para cumprirmos o nosso papel de amigas virtuais cheias de experiencia e... ansiosas por mostrar! (ou não fossemos nós foristas do PB!!!:hehe: )
Beijos ás duas e bom fim-de-semana! Have fun!!!
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